Amizade Improvável escrita por Hi Aniki


Capítulo 1
A Bela Yukata – Como Tudo Começou.


Notas iniciais do capítulo

Eu decidi fazer essa fic como uma short-fic. Ia ser uma one-shot, mas vou escrever mais uns capítulos :3
Espero que gostem ^-^



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Todos em Edo sabiam que o Shinsengumi e o Yorozuya tinham... uma relação meio conturbada e engraçada, mas no fundo, no fundo, bem lá no fundo, eles eram amigos. Passaram por várias coisas juntas e viviam se ajudando e entrando nas maiores confusões com os outros, principalmente aqueles trios: O trio dos comandantes da Shisengumi, o Comandante Kondou “ Gorila ”, o Vice-Comandante Demoníaco Hijikata, o “ Mayora-sama ” e o Terceiro Comandante, Okita, o Super-Sádico. E o Trio Yoruzuya, Gintoki, o Samurai de Permanente viciado em açúcar, Kagura, a China girl, e Shinpachi, o Garoto dos Óculos cuja irmã constantemente espancava o líder da polícia de Edo.

Ver aqueles trios metidos em alguma loucura pela cidade era comum, tanto que certas coisas nem eram mais novidade para os que já conheciam aquele grupo bem. Quer dizer, certas coisas eram meio secretas, como o namoro – vulgo trepadas – de Gintoki e Hijikata. Apenas pouquíssimas pessoas sabiam de tal informação – como Shinpachi, Kagura, Otose-san, Catherine, Tama, Otae-san, Kondou, Okita, Yamazaki, Hasegawa, Katsura e Elizabeth. É, talvez não fossem exatamente poucas pessoas, mas pelo menos eram de certa confiança e eles sabiam que tal detalhe não iria escapar; caso contrário, alguém iria morrer pelas mãos do demônio branco Gintoki e pelo Vice-Comandante Demoníaco. Por um lado, era engraçado saber que aqueles dois estavam em um relacionamento de certa forma sério e de alguns meses, pois ambos pareciam que se odiavam e agiam dessa forma quando se encontravam, apesar de que não era exatamente de fachada as brigas e tals, mas as caras deles já eram conhecidas em uns motéis secretos no Distrito Kabuki.

Mas o foco não é o relacionamento deles, e sim de Hijikata e Kagura. Sim, com a Kagura-chan. E antes que perguntem, não, eles não são amantes, Hijikata não é um lolicon e não está traindo o Gin-chan com a China girl. Um dia, do nada, numa bela tarde de sábado, no dia que iria começar o festival de verão – que seria durante a noite, Kagura foi vista junto á Hijikata andando pelas lojas do distrito fazendo compras. Isso mesmo, compras. Os dois sorriam, riam, se batiam – lê-se esmurravam – as vezes, mas pareciam estar se dando super bem. Para quem conhecia as confusões entre os dois grupos “ dominantes ” do lugar sabiam que o vice-comandante do Shinsengumi não era alguém muito simpático e diga-se de passagem também não parecia se dar bem com a menina do clã Yato, e o mesmo poderia ser dito á respeito de Kagura, que não via limites no quanto ela poderia se aproveitar do homem. Mas não parecia que ela o estava humilhando lhe fazendo comprar coisas para ela, parecia mais que ela estava feliz e envergonhada de estar sendo acompanhada por ele. Ela olhava algumas vitrines e corava enquanto balançava as mãos e cabeça negando algo depois de Hijikata lhe perguntar algo. Depois disso eles foram em um salão de beleza para a menina ruiva se arrumar e depois foram embora, e diferente do que alguns achavam, eles foram pelo mesmo caminho, em direção á sede do Shinsengumi.

Quem havia visto tal cena fora Otae-san, irmã de Shinpachi. Ela até achou que o subordinado do gorila estava fazendo algo de ruim com sua pequena Kagura, mas era impossível negar que a menina parecia muito feliz. Além disso, a mulher não podia perder tempo com coisas daquele tipo, pois tinha de ajudar no cabaré. Mas mulheres como Otae, Catherine e Tama também viram aqueles dois juntos, e sem perder tempo, foram falar disso com Kondou, Okita, Shinpachi e principalmente Gintoki – no caso, foi Catherine que contou tudo, pois a mesma queria que rolasse uma treta.

Okita já pensava em meios de tentar matar os dois de uma vez só, dois coelhos em uma cajadada, Kondou achou curioso o que ambos teriam para tratarem juntos daquela forma, Tama ficou indiferente, Otae achou “bonitinho”, Shinpachi ficou pasmo e Gintoki quase teve um treco, gritando que ia dar uma na cara do amante. Entretanto, ninguém sabia onde os dois haviam se metido – além de que eles não chegaram á realmente acreditar no que a amanto gato disse, visto que ela era uma grande mentirosa - e estava para escurecer e as pessoas se arrumavam para irem ao festival. Isso valeu para os membros do Shinsengumi – que teriam uma folga – e o povo do Yorozuya, já que não tinham trabalho – pra variar.

E foi apenas de noite que Gintoki entendeu o que estava acontecendo. Ou pelo menos começou.

 

 

 

                                                                                    ~*~*~*~

 

 

 

Eram quase oito da noite e Gintoki estava deitado em seu sofá com sua yukata branca de detalhes azuis nas extremidades enquanto procurava algo para ver na televisão quando ouviu a porta da casa ser aberta e a voz da menina chinesa se fez presente.

— Gin-chan, tadaima~!!! – Ela dizia de forma quase estridente, enquanto adentrava a casa.

— Até que enfim chegou Kagura. Onde você esteve o dia int- Ele havia se levantado com uma carranca enquanto se sentia sonolento e se dirigia á entrada da casa quando olhou bem para a ruiva.

Kagura estava usando uma bela yukata feminina da coloração azul e detalhes de carpas por sua extensão, fora o penteado elegante – que consistia simplesmente em um coque no alto da cabeça preso com uma presilha de flor – e uma maquiagem suave no rosto. A jovem menina parecia muito feliz, visto o grande sorriso em seus lábios.

— Gin-chan, olha só que yukata bonita que o Hijikata-san comprou pra mim aru~! – Ah sim, claro, o Hijikata comprou a yukata para ela....

Espera aí. O Hijikata comprou uma yukata para a Kagura?

— Ei, Kagura, não saia correndo pela casa com essa roupa, você pode cair facilmente. – Disse o vice-comandante pedindo licença e entrando na residência com sua costumeira yukata negra. Gintoki ficou quase em choque sem entender nada.

— Nee Gin-chan, eu fiquei bonita não fiquei? – A ruiva perguntou enquanto puxava a manga do homem de cabelos prateados, que apenas nesse momento pareceu despertar do choque.

— Sim sim, você está muito bonita. – Ele respondeu enquanto dava uma olhada melhor na sua protegida. Ela estava realmente muito bonita. Kagura já era uma menina linda, mas quando a mesma se arrumava parecia até outra pessoa.

— Hohoho, é melhor você não começar a gostar de mim aru~ - Ela disse de forma cômica enquanto fazia uma cara sarcástica.

— Não comece á se achar, você está assim por causa da yukata, da maquiagem e do cabelo. – Ele disse meio preguiçoso.

— Bem, então vamos logo para o festival .- Hijikata disse enquanto guardava o resto do cigarro que fumava no saquinho e acendia outro.

— Yeah! Vamos Gin-chan~ - Kagura comemorou enquanto ela e o moreno saíam da residência, com a chinesa puxando o prateado pelo pulso.

— Eh? Festival? – O ex-samurai nem se lembrava que era noite do festival de verão.

E nem deu tempo de recusar a oferta pois seu amante e a China girl não o ouviam e a amanto o puxava com força e ele não tinha outra alternativa á não ser segui-los se não quisesse ficar com um machucado em carne viva no pulso e tivesse um osso deslocado. Em poucos minutos eles chegaram no dito festival e tinham que admitir, o local estava bonito e arrumado, fora o maravilhoso cheiro de comida que pairava no ar e as vozes dos cidadãos. Era possível ver alguns membros da polícia metropolitana e até da própria Shinsengumi no festival, visto que era uma comemoração e que todos estavam de folga. E ninguém ligava muito para a falta de segurança por assim dizer, ninguém tentaria nada em um lugar que sabiam estar cheio de tiras.

Gintoki iria estar super de boas e curtindo o festival com o pouco do dinheiro que havia lembrado de trazer – ou apenas roubar da carteira do namorado – se não estivesse estranhando o jeito que Hijikata e Kagura estavam se comportando um com o outro. Ambos estavam andando á sua frente e muito perto do outro – de acordo com o prateado – e sorriam e riam para o outro como se fossem bons amigos. Além disso, ela andava abraçada á seu braço e apontava para alguma coisa que queria e o moreno ia lá pagar. ELE ESTAVA PAGANDO COISAS PARA A KAGURA COMO SE FOSSEM PAI E FILHA. O QUE DIABOS ESTAVA ACONTECENDO???

— Oh, Gin-san, Kagura-chan, Hijikata-san, boa noite. – A voz de Shinpachi se fez presente e junto á ele estava Okita.

— Oh, Danna, Hijikata-san, China girl. – O capitão disse ao se aproximar junto ao rapaz de óculos.

Tanto o policial quanto o rapaz de óculos acharam estranho o porquê de Kagura estar abraçada ao braço de Hijikata. Aquilo era algo muito estranho, meio suspeito diga-se de passagem. Desde quando aqueles dois tinham esse tipo de intimidade? Ambos olharam para Gintoki confusos, mas o prateado tinha o mesmo olhar. Ao notarem como os amigos estavam, Hijikata e Kagura riram da cara deles. Os três “ patetas ” os encaram mais confusos ainda. Estava quase escrito na testa deles que necessitavam de uma explicação, tipo, agora!

— Oe, Hijikata, porque você e a Kagura estão tão juntinhos assim? – Gintoki perguntou claramente confuso e com ciúmes. – Não pode ser... Vocês estão tendo um caso? – Ele falou com uma cara de espanto. – Hijikata-kun....você está me traindo com a Kagura? Você é um maldito lolicon? – Ele falava aquilo em um tom acusativo com magoado. Na verdade, ele nem sabia se era verdade, parecia estar fazendo um drama desnecessário.

— Estou profundamente decepcionado com você Hijikata-san. – Agora fora a vez de Okita falar, mas ele parecia se controlar para não rir, além de estar sendo totalmente sarcástico e cínico. – Eu não sabia que além de ser um chupa rolas você também tinha tesão em garotinhas despeitadas. – Kagura foi segurada pelo moreno para não socar a cara do policial que sorria quase rindo. – Imagine o quão ruim seria para a sua reputação se descobrissem que você mantém relações com uma amanto menor de idade? Aposto que você seria expulso do Shinsengumi, iria preso ou teria de cometer seppuku. Oh, que pena que seria. – O rapaz fingia estar desapontado e triste enquanto pegava o celular, que foi tirado de sua mão pelo vice-chefe.

— Kagura-chan...eu não acredito que você pudesse ser tão má. Você teve coragem de trair o Gin-san ficando com o namorado dele? O clã Yato é mesmo maligno...- Shinpachi disse magoado enquanto “consolava” um Gintoki que “chorava” em seu ombro, dizendo o quão magoado ele fora e que nunca mais iria arrumar alguém se até o segundo no comando do Shinsengumi teve a audácia de traí-lo com uma garotinha alienígena.

— Será que vocês podem parar com esse drama desnecessário e estúpido? – Hijikata disse suspirando. – Eu e Kagura não temos nenhum relacionamento íntimo, eu não sou um lolicon e não estou te traindo Gintoki, pare com essas lágrimas falsas. E Sougo, se me chamar de chupa rolas de novo eu te mato. – Ele disse sério e com uma veia estourando em sua testa, já com uma das mãos na katana.

— Pois é aru. Eu e ele? Juntos? Pfff, me poupem. Eu não me interesso em oji-sans, principalmente um igual ao Mayora-sama. – Ela disse divertida, notando que Hijikata a olhou com os olhos estreitos.

— Então porque vocês estão andando tão agarradinhos assim? O que a Catherine disse era verdade então? – Gintoki disse com uma voz parecendo um chiado, que o fez tossir um pouco, visto que pareceu até uma okama. – Se expliquem vocês dois. Por onde andaram o dia inteiro? Porque ficam dando sorrisinhos melosos e felizes um pro outro? Desde quando são tão íntimos? – Ele apontava para os braços cruzados entre o policial e a chinesa.

Os dois então se olharam e deram de ombros, andando até uma parte com grama e se sentaram lá, acompanhados pelos outros. Eles iriam contar suas últimas horas na qual estiveram juntos.

 

 

 

                                                                      ~*~*~*~

 

 

 

Eram por volta de 15:04 da tarde. Estava um sol escaldante e o tempo estava quente e abafado devido á chegada do verão. As crianças brincavam pelas ruas enquanto vestiam roupas curtas, largas e leves; algumas donas de casa e senhoras molhavam a frente de suas residências com água para refrescar um pouco o ar e dentro das casas os ar condicionados e ventiladores trabalhavam sem parar, e quem não tivesse um desses, se abanava com um leque ou qualquer outra coisa. Kagura estava andando pelas ruas do distrito com suas roupas chinesas cobrindo-lhe boa parte das pernas e braços; apesar de estar com calor, ela não podia se arriscar á se expor demais ao sol, devido á seu tipo ser muito sensível aos raios solares. Mas para sua sorte, ela estava acompanhada de seu precioso e amado guarda-chuva, além de estar chupando um picolé de morango que teimava em derreter rápido demais, e ela queria prolongar a “vida” do gelado, ou ficaria com mais calor ainda. A jovem amanto olhava as vitrines das lojas de roupas pela qual passava na frente com um olhar desejoso mas triste. Ela iria ao festival que teria durante á noite, mas queria ir com uma yukata bonita de verão igual via as outras meninas usando. Mas a Yorozuya não tinha feito nenhum trabalho recentemente e o dinheiro estava escasso. Ou ela comprava uma roupa nova, ou eles passavam algum tempo sem comer; e para a ruiva, comida era prioridade.

Em um certo momento ela passou na frente de uma loja de yukatas e parou frente á vitrine, olhando uma de estilo festivo de verão, muito bonita por sinal. Olhou o preço e viu não ser tão cara, mas não tinha o dinheiro necessário para comprá-la. Suspirou desapontada.

— Olha só, se não é a China girl. – O vice-chefe do Shinsengumi se aproximou da ruiva com sua cara costumeira: séria e desinteressada. Ele estava com as mãos nos bolsos de seu uniforme negro e suava horrores. Fumava seu costumeiro cigarro também, mas ele parecia estar quase morrendo de calor com aquelas roupas.

— Olha só, se não é o Mayora-sama. – Ela respondeu sorrindo e num tom sarcástico; adorava sacanear o homem.

— Olhando yukatas para o festival de hoje á noite? – Ele perguntou quando se deu conta da loja na qual estavam na frente. A ruiva ficou levemente constrangida e se fez de desentendida.

— Eu só parei aqui por acaso aru. Não é como se eu quisesse uma yukata mas não posso comprar por não ter dinheiro. – Ela acabou falando demais e ao notar isso, enfiou o picolé inteiro na boca, disfarçando.

— Se quiser, eu posso comprar uma pra você. – Hijikata disse normalmente enquanto guardava o resto do cigarro fumado em sua bolsinha e acendia outro. Tal sentença deixou a amanto confusa.

— Hm? Você? Comprar uma yukata pra mim? – Seria mentira se ela não admitisse que não via problema em “extorquir” dinheiro do moreno, mas acabou ficando envergonhada.

— É, vem, vamos entrar. Pode escolher a yukata que quiser. – Ele disse entrando na loja sem dar tempo da menina responder de forma apropriada, então ela apenas o seguiu para dentro da loja que tinha ar condicionado. Obrigada Kami-sama.

Dentro da loja, ela fechou seu guarda-chuva e ambos foram atendidos por uma vendedora jovem e simpática, perguntando se eles precisavam de ajuda. Hijikata disse que deixaria que as mulheres fossem procurar uma yukata para a Yato, pois o mesmo não sabia escolher roupa de mulher. Deram uma olhada breve na loja e Kagura ia pegando algumas roupas que lhe chamavam a atenção ou eram conselhos da vendedora, indo se trocar depois. Ela entrava e saia do vestiário, perguntando como a yukata havia ficado em si, pedindo a opinião da vendedora e do policial, entretanto, nenhuma havia lhe agradado. Desapontada, eles iam se retirando do lugar quando a ruiva percebeu uma yukata azul com carpas e pediu para experimentar. O homem não reclamou – quanto mais tempo ficasse naquele local fresco, melhor, pois não se dispunha a voltar para o lado de fora naquele sol de rachar. Kagura vestiu a roupa e se olhou no espelho, pensando que era aquela era a yukata perfeita. Saiu do cubículo e mostrou a roupa para Hijikata, que disse que aquela roupa havia ficado perfeito nela, pois o azul do tecido lembrava seus olhos. A menina ficou envergonhada e deu um “ soquinho ” em seu ombro como descontração – mas que havia quase deslocado o osso do samurai. Ela voltou para o vestiário e se trocou, entregando a roupa para o moreno e foram para o caixa pagar.

A yukata foi paga, colocada numa sacola e os dois saíram da loja, com o moreno levando a roupa. O mesmo olhou seu relógio e viu que eles passaram quase duas horas lá dentro, e que logo o festival iria começar. Ele teria folga durante a noite para comemorar o festival de verão, assim como todos na Shinsengumi e a polícia metropolitana. Ele olhou para umas meninas que estavam indo em direção ao local do festival e viu que elas estavam de maquiagem e penteados feitos. Depois olhou para Kagura, que parecia olhar com admiração para as meninas. Então teve uma idéia. Não era de seu feitio mimar as “ crianças ” de seu namorado, mas ele iria abrir uma exceção para a garota amanto, pois esta era uma ocasião especial.

— Ei, Kagura. - Ele acabou a chamando por seu nome, o que causou um estranhamento por parte de ambos, mas que foi deixado de lado. – Você quer ir em um salão para arrumar o cabelo e se maquiar? – A pergunta saiu calmamente por seus lábios enquanto o mesmo caminhava rumo á um pequeno salão que existia ali perto.

Kagura estranhou o comportamento do homem. Ele não costumava ser tão gentil assim, mas ela não era burra de recusar algo assim. Ela iria ficar bonita para o festival e não iria gastar um tostão. Ela, Gin-cha e Shinpachi tinham sorte do policial e o prateado estarem juntos, pois muitas vezes Hijikata pagava coisas para eles. Ou o ex-samurai roubava-lhe a carteira.

— Eu quero sim aru. Obrigada Hijikata-chan. – Ela o agradeceu com um belo sorriso nos lábios enquanto andava ao seu lado. Ela havia colocado o sufixo “chan” no final de seu nome, o que também foi estranho, mas eles novamente deixaram isso de lado.

Chegaram no salão e Kagura se sentou na poltrona enquanto escolhia o penteado; Hijikata se sentou em um dos sofás do local, tendo de guardar o cigarro. Naquele salão não havia ar condicionado, o que era ruim – vulgo triste, pois todos estavam com calor – mas pelo menos havia ventiladores. Tendo escolhido o penteado – simples mas elegante, a cabeleireira lavou os cabelos ruivos da menina – que agradeceu pela água estar morna pro frio, refrescando seu ser inteiro – e depois de limpo e seco, se pôs a fazer o coque e colocar a presilha florida. Depois foi a vez da maquiagem, que era simples mas delicada e suave, combinando com o cabelo e a presilha. A jovem amanto se olhou no espelho e sorriu orgulhosa sobre como ela estava elegante.

— Como eu fiquei Hijikata? – Ela disse assim que se levantou da cadeira e foi para o lado do homem que estava pagando pelo serviço – que até que foi meio caro; um ótimo jeito de arrancar dinheiro das pessoas, ele pensou. Ele a olhou brevemente e sorriu discretamente, ajeitando a franja na testa da ruiva.

— Ficou bonita. Quando colocar a yukata ficará mais elegante. – Ele comentou e ambos saíram do salão, ouvindo a cabeleireira dizendo o quanto eles eram fofos e o quanto Hijikata era cavalheiro por estar fazendo aquilo para Kagura.

— Onde vamos agora aru? Você também vai pro festival né? – Ela perguntou quando eles começaram a caminhar, vendo que já estava escurecendo e pelo menos batia uma brisa suave; a temperatura ainda estava quente mas agradável e suportável.

Kagura notou que eles estavam indo para a Shinsengumi e ficou curiosa. Porque Hijikata iria levar ela pra sede do trabalho dele?

— Eu deixei minha yukata no meu quarto. Você pode usar um dos nossos aposentos para se trocar. – Ele voltou a colocar um cigarro na boca, fazendo a alienígena se perguntar como os pulmões dele ainda estavam vivos devido á quantidade de cigarros que ele fumava por dia. Ele deveria ter pelo menos uns cinco cânceres de pulmão. – Não se preocupe, o Shinsengumi deve estar vazio por agora, todos já devem ter saído para o festival. Ou seja, você não vai encontrar com o Sougo. – Ele disse a olhando pelo canto dos olhos. Seria verdadeiramente ruim caso os dois se encontrassem, ou coisas iriam sair voando quebradas.

Assim como ele disse, ao passarem pelas portas do lugar, Kagura não viu uma pessoa sequer, notando o quão o lugar estava silencioso. Entraram na casa e consequentemente no quarto do homem, que deixou sua katana em seu lugar e Kagura deixou seu guarda-chuva ali no canto. Hijikata entregou a sacola com a roupa e apontou para um pequeno quartinho vazio, na qual ela poderia se trocar. Ela acatou e entrou pela porta, a fechando em seguida. Sendo assim, Hijikata foi para seu banheiro e trancou a porta – se precavendo de momentos constrangedores que já imaginaria – e se trocou, voltando para o quarto e guardando o uniforme. Assim que pegou tudo que era necessário – cigarro, chaves, celular e dinheiro – a ruivinha entrou em seu quarto sem bater antes – ainda bem que ele já havia se trocado. Ela estava com dificuldades de amarrar a faixa em torno da cintura.

— Hijikataaa, eu não consigo amarrar a faixa, aru. Me ajudaaa~ - A menina disse choramingando, com as pontas da faixa em mãos. O moreno apenas mudou o cigarro de lugar em sua boca e pediu que ela se virasse para ele amarrar.

Ela o fez sorrindo e esperando pelo laço que ficara justo em seu corpo, mas nem apertado ou frouxo; ele segurava a yukata no lugar e não suprimia seus movimentos. Ela olhou como ficou no espelho que o moreno tinha no armário e sorriu. Ela estava se achando muito bonita e encantadora; nunca havia se arrumado tanto assim antes. Ela não teria como agradecer Hijikata por tudo, mas não é como ele precisasse de um agradecimento. Eles tinham um acordo silencioso entre eles, sabiam disso. Então estava tudo bem.

— Você ficou bonita assim. Espero que se divirta no festival. – Ele comentou ajeitando a franja dela novamente e sorrindo gentil – ou mais como um repuxar de lábios – e então decidiram ir embora.

Kagura estava com um delicado e feliz sorriso nos lábios com o elogio do moreno. Ela sabia que em outros dias ele não seria assim tão gentil, então iria aproveitar o dia de hoje – ela iria fazer ele pagar por toda a comida que ela agüentaria comer sem explodir a yukata. Ela nem ligou que acabou esquecendo o guarda-chuva no quarto dele, a mesma sabia que depois ele iria devolve-lo á sua dona. Sendo assim, ele decidiram ir para a casa de Gintoki, ou melhor, a “ sede ”da Yorozuya, por assim dizer, para pegar o namorado e irem para o festival por fim. Depois de uma breve caminhada, eles chegaram na escadaria e Kagura subiu com pressa, quase tropeçando nos próprios pés. Abriu a porta de supetão e animada, gritando contente para o ex-samurai na casa.

— Gin-cha, tadaima~!!!

 

 

 

                                                                               ~*~*~*~

 

 

 

E então eles terminaram de contar a história. Obviamente que durante o meio tempo, eles foram em várias barraquinhas de comida porque ninguém estava disposto á ouvir uma longa história sem nada pra fazer – assim como contar uma. Hijikata fora a pessoa mais contara da história, Kagura contou apenas o começo quando passou a encher a boca de comida e o moreno se encarregou do resto. Shinpachi parecia estar mais calmo, Gintoki aliviado e Okita desapontado e aborrecido – esse aí queria muito que o mais velho estivesse pegando a menina para poder ferrar com a vida dele; bem arranjaria outros modos. O prateado estava realmente aliviado por saber que não foi traído, mas ele estava com uma pulga atrás da orelha.

— Ô Hijikata, porque foi tão gentil com a Kagura? Você não é tão legalzinho assim com os outros, nem comigo na maior parte do tempo. – Ele derramou grossas lágrimas falsas na última frase, fazendo o moreno revirar os olhos.

— Sei lá, acordei de bom humor eu acho. Mas as vezes, é bom deixar a Kagura se divertir como ela quer aqui na Terra. – ele disse simplesmente enquanto acendia outro cigarro.

— Gin-chan. – Kagura o chamou. – Por acaso...você está com ciúmes, aru? – Ela o olhou sorrindo divertida e quase gargalhou ao ver o prateado ficar encabulado e desviar o rosto e enfiar um mochi na boca.

— Oh Danna, eu não entendo muito o motivo de seus ciúmes. – Okita falou enquanto tomava um gole de seu refrigerante. – Hijikata-san costuma ser carinhoso contigo na maior parte do tempo e sempre te dá atenção. E se é por ele ter pago coisas para a China girl, você não tem do que reclamar. Ele costuma te pagar coisas também e você vive roubando dinheiro da carteira dele. – Ele quase foi acertado por um tapa vindo do ex-samurai, que ficou nervoso pelo rapaz sádico ter dito aquilo alto.

— Gintoki.... – Hijikata soltou Kagura por um instante e deixou seu prato de takoyaki com maionese na grama onde estava sentado enquanto sacava sua katana com veias estourando pela testa e pescoço. O Sakata se pôs á correr. – ENTÃO QUANDO MEU DINHEIRO SUMIA ERA POR SUA CAUSA? SEU IMBECIL, EU NÃO TENHO CARA DE BANCO PRA VOCÊ VIR PEGAR DINHEIRO SEMPRE QUE QUER. EU VOU TE MATAR SEU MALDITO. – Ele correu atrás do namorado com raiva, tentando não acertar ninguém no caminho.

— Que idiotas aru~ - A ruiva apenas disse enquanto comia um espeto de yakitori.

— Concordo com você Kagura-chan, não seja uma adulta desse jeito quando crescer. – Shinpachi ajeitou os óculos e comia um bolinho nikuman.

— Aposto que eles vão demorar pelo menos uma hora pra voltar. – Okita disse enquanto comia um pedaço de okonomiyaki.

— Fechado. – O rapaz de óculos e a amanto acenaram com a cabeça.

Dito e feito. Os adultos só voltaram depois de uma hora e meia, com as roupas amassadas e os cabelos bagunçadosm além de estarem suados – nem é preciso dizer o que foi que eles fizeram, então os adolescentes tiveram de pagar o policial – obviamente Kagura pegou o dinheiro que estava na carteira de Hijikata.

E assim se seguiu o festival. Só para provocar o prateado, Kagura ficou mais colada ao vice-chefe e até lhe abraçava e dava singelos beijos na bochecha.

Uma provável amizade havia nascido naquele dia, mas também havia uma aposta que ela não iria durar nem duas semanas.

Vamos ver quem ganha. Vocês também vão apostar?

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Desculpa se alguma coisa ficou confusa :p
Eu dei uma rápida revisada, então desculpa qualquer erro também :3
Eu espero que tenham gostado ^-^
Semana que vem deve sair o próximo capítulo, assim espero hehe
Até breve >3



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