Essa história é um pouco diferente da que você conhece, girando em torno da vida de uma menina especial, ela só não sabia o motivo. Amanda não era uma menina rica e nem pobre, era normal em padrões financeiros; tinha uma bela casa, pais que a amavam e um pequeno grupo de amigos com quem se identificava.

Mas por ser filha única, geralmente podiam encontra-la sozinha, talvez, desenhando, jogando algo no Xbox, lendo, ou relaxando na rede de seu quintal enquanto ouvia música. Amanda sempre falava que gostava de ficar sozinha, não era mentira, mas havia horas que isso a corroía por dentro; queria sair, mas para onde? Conversar com os amigos, talvez? Sobre o que?

Tantas perguntas sem respostas, rodopiando naquela mente juvenil, dando náuseas no cérebro da pequena, que, de tanto atordoo decidiu dormir já que estava de férias.

Sem demorar muito, Amanda entrou em estado de sono profundo, podendo nem ao menos observar o pequeno mundo de seu quarto que a rodeava.

Em seus sonhos, Amanda estava na neve, aquele vento gelado batendo em seus suaves cabelos cor avelã, fazendo com que a menina tremesse e se encolhesse para lhe fornecer calor; olhando melhor o ambiente, a jovem notou uma enorme construção escondida em uma cortina de névoa; uma bela fábrica, inteira cinza, mas com a arquitetura perfeita, com uma chaminé enorme que quebrava o teto formado pela névoa, bem no centro e tudo isso protegido por um enorme portão de ferro junto a um muro alto de tijolos.

Amanda andava em passos calmos e curtos para poder apreciar melhor o lugar. Quando chegou perto do portão, em um estalo forte, ele se abriu; paralisada em perplexo encanto, a menina não iria entrar mas algo a chamava quase a puxando e assim foi entrando no extenso território.

No interior de um quarto, um chocolateiro relaxava em uma grande cama com lençóis vermelho vinho de veludo, enquanto abraçava uma almofada vinho com as iniciais de seu nome em branco. Willy Wonka, o maior chocolateiro do mundo, relaxava em seu quarto depois de um dia produtivo. O chocolateiro caiu em um sono gostoso, aquele do qual você não quer acordar. Por conta da sua forte conexão com a fábrica, Willy sempre era levado para algum lugar específico dela; o seu favorito sempre foi o jardim comestível, que por algum acaso, o seu sonho o tinha levado para lá. O homem andava calmamente, respirando fundo, inalando aquele doce cheiro, um cheiro vindo de trabalho duro e dedicado aos mínimos detalhes; o que mais lhe encantava em tudo aquilo era sua cachoeira de chocolate, a mãe dos rios do melhor chocolate de qualidade.

 Willy sentou-se na grama comestível para apreciar aquela parte de seu mundo; tudo parecia calmo, até o chocolateiro ouvir um barulho de passos na grama, e quando o assunto era a respeito da fábrica, Willy era muito alienado. Podia estar relaxando, mas ao mesmo tempo, prestava atenção nos sinais que ela dava. Levantando-se, caminhou até o estranho barulho, que o levou até uma parte do rio; quando viu não acreditou e em tom de surpresa gritou:

— Ei!