Queridos Mamãe e Papai escrita por Kirimi


Capítulo 16
O Primeiro Dia do Segundo Ano


Notas iniciais do capítulo

Para vocês que acompanham a saga do Neville e não desistiram de esperar essa pequena pausa. Obrigada!



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Queridos Mamãe e Papai

Hoje vou contar a vocês sobre as consequências do espetáculo dado por Harry e Ron na noite passada. Também vou comentar sobre o novo Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

No café da manhã, eu ainda estava animado pelos acontecimentos anteriores. Quando entrei no Salão Principal, o céu estava cinza e brilhante. Logo localizei Harry, Ron e Hermione e fui me sentar com eles, ainda parabenizando os dois pela assombrosa façanha. Hermione estava escondida atrás de um dos livros de Lockhart e não disse nem uma palavra. Em pouco tempo o correio matinal chegou e o pacote com as minhas coisas esquecidas caiu sobre a minha cabeça. Em seguida eu e todos que estavam em volta foram respingados por leite. Aparentemente alguma coisa caiu dentro da jarra, onde Hermione apoiava seu exemplar de Excursões com Vampiros. Logo Ron estava em pé, resgatando uma coruja muito velha de dentro do leite e em sua pata, havia um berrador. Vocês já receberam berradores, Mamãe e Papai? Porque eu sim e não foi nada agradável… Eu disse a Ron que o abrisse logo e assim ele o fez. Logo a voz da mãe dos Weasley se espalhou por todo o Salão Principal, e mesmo que eu tenha tapado meus ouvidos, ainda fui capaz de ouvir o berrador dizendo que um carro foi roubado, que o pai de Ron estava enfrentando um inquérito no trabalho e que a Senhora Weasley estava desgostosa. Por fim, o berrador se calou e queimou sozinho. Um silêncio sinistro caiu no Salão e algumas pessoas riram. Por sorte a maioria não deu importância e logo o burburinho de conversas retornou. Hermione estava prestes a dizer que Ron mereceu, quando a Professora McGonagall passou entregando os horários. Nossa primeira aula seria Herbologia, com a Lufa-Lufa. A melhor aula, com colegas incríveis só podia me deixar muito feliz. Terminei o meu café o mais rápido que pude, guardei o pacote que Vovó me enviou na mochila e saí para chegar o mais cedo possível nas estufas. Antes de ir a meu destino, parei para olhar na direção do Salgueiro Lutador: a árvore estava coberta de curativos e tipoias. Respirei aliviado pela saúde daquela bela planta e, sorrindo, segui para a frente das estufas, onde já encontrei alunos das duas Casas. Logo avistamos a Professora Sprout, porém ela não estava com aquele sorriso simpático de sempre, mas com uma expressão de quem pisou no cocô de gato e afundou até os joelhos. Ao lado dela, vinha Gilderoy Lockhart parecendo uma mancha azul e dourada na paisagem cinzenta. Ele ria, espalhafatoso e se gabava para os outros alunos que ele próprio estava ensinando a Professora Sprout a cuidar do Salgueiro Lutador. Como pode alguém querer tanto ser o centro das atenções a ponto de ensinar uma professora de anos de casa como fazer o trabalho dela?! Revoltas à parte, a Professora Sprout nos levou até a Estufa 3, onde ficam as maiores e mais perigosas plantas que já vimos até agora. Assim que ela destacou a porta, o cheiro de terra úmida e adubo dracônico veio nos receber. Quando entrei, vi que flores do tamanho de guarda-chuva estavam penduradas no teto, belas e ameaçadoras. Eu estava encantado. Assim que tomamos nossos lugares, os alunos começaram a cochichar e apontar para a porta, onde Lockhart, fechado do lado de fora, conversava animado com Harry. Revirando os olhos,  Professora Sprout tomou seu lugar, na ponta da mesa, e começou a nos falar sobre mandrágoras. Logo o professor de Defesa Contra as Artes Trevas foi embora e a classe estava completa de novo. Como sempre, a Professora Sprout começou fazendo perguntas sobre a planta que iríamos estudar. Eu já tinha lido bastante sobre mandrágoras, mas não tive coragem de responder, deixei que a Hermione ganhasse os pontos pela Grifinória. Nossa tarefa era reenvasar as plantas, que já estavam prontas para novos vasos que ocupariam até ficarem adultas. Todos corremos para a mesa de abafadores de ouvido para evitar um rosa e peludo que havia entre eles, que no fim ficou para a Professora Sprout. Sem ouvir nada, todos olhávamos fixamente para ela até que ela puxou uma das mudinhas e uma raiz em forma de bebê retorcido parecia gritar muito. Rapidamente a professora colocou a planta em um vaso maior e a cobriu com terra até o caule. Assim que terminou, fez sinal para tirarmos os abafadores e nos deu as últimas recomendações. Eu me diverti muito nessa aula, Mamãe e Papai. As Mandrágoras saem da terra de diferentes cores e tamanhos, mas no final, só precisam de cuidado e carinho, precisam se sentir protegidas, assim como qualquer um de nós.

Depois de Herbologia, tivemos que nos limpar rapidamente e correr para a aula de Transfiguração, onde tivemos a difícil tarefa de transformar besouros em botões.  Eu tive muitas dificuldades e no fim, muitos dos meus botões tinham patas ou carapaças, enquanto outros besouros ganhavam dois ou quatro furinhos, mas pelo menos não matei nenhum dos bichinhos. Eu não tinha reparado antes, mas a varinha de Ron se quebrou quando eles bateram no Salgueiro Lutador e, desde então, mesmo concertada com fita adesiva, causa desastres sem parar e graças a essa façanha, Ron conseguiu se dar mais mal que eu na aula da Professora McGonagall…

Logo depois do almoço tivemos a primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas do ano. O Professor Lockhart se atrasou e quando chegou, trazia Harry preso num abraço, pelos ombros. As meninas estavam agitadas e havia uma onde de risinhos sem fim pela sala. Logo que tomei meu lugar, empilhei toda a coleção de livros de autoria de Lockhart em minha carteira, assim como o resto da sala. Então o professor pegou o primeiro livro da minha pilha e começou a falar… E falar… E falar… Sobre ele mesmo. Seus títulos, façanhas e um prêmio qualquer do Semanário das Bruxas. Depois que não havia mais nada o que falar sobre ele mesmo, ele disse que nos passaria uma prova para ver se tínhamos lido os livros nas férias. Eu já comecei a ficar nervoso, porque não abri nenhum deles, então, como eu conseguiria responder sobre Iétis e vampiros? A prova veio e para a minha surpresa e de todo mundo, devido às exclamações, a prova era sobre ele! Vocês podem não acreditar em mim, Mamãe e Papai, mas a prova perguntava a cor preferida do professor, sua data de aniversário e até o presente ideal. Como eu poderia saber dessas coisas? Quase todo mundo foi mal, manos a Hermione, que gabaritou a prova e ganhou mais pontos para a Grifinória. Depois disso vocês podem pensar que a aula acabou.  mas não, não acabou. Ele apareceu para nós com uma jaula enorme cheia de diabretes da Cornualha. Sem pensar duas vezes, ele os soltou! Dezenas de diabretes pela sala, destruindo e bagunçando tudo. Muitos de nós abandonamos as varinhas passamos a atacá-los com os próprios livros. Até que aconteceu. Dois deles me ergueram pelas orelhas e me penduraram pelas vestes no lustre da sala. Dali eu pude ver um grupo das pequenas criaturas quebrar o vidro da janela, fazendo voar estilhaços lá para baixo e o Professor Lockhart agitar a varinha diversas vezes, dizendo palavras que não faziam sentido. Enquanto isso, eu conseguia me soltar… Junto com o lustre, que quase caiu em cima de mim. Não me machuquei muito, embora ainda esteja com a costa dolorida. Acontece. Por fim, o Professor Lockhart acabou pedindo licença e se retirando antes de dar um jeito nos diabretes. Como pode uma coisa dessas?

Depois dessa aula, nós alunos não estávamos acreditando no desempenho do professor com os diabretes da Cornualha e as opiniões se dividiam entre o professor ser um desastre ou de ele querer que tivéssemos uma experiência real.

Acho que depois desse acontecimento absurdo nada mais que eu contar do primeiro dia será tão interessante.

Logo escrevo novamente.

Com carinho

Neville Longbottom.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Reviews são muito bem-vindas!

Beeeejo! ^v^



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