Queridos Mamãe e Papai escrita por Kirimi


Capítulo 12
Detenção


Notas iniciais do capítulo

Para você querida Annie, e que um pouco de aventura faça florescer o seu belo sorriso no meio desse mar de lágrimas. Te amo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/747081/chapter/12

Queridos Mamãe e Papai

Como estão hoje? Até o fim da detenção, que vou falar daqui a pouco, eu ainda me sentia muito magoado com a história do falso dragão, já que de maneira bem ingênua, como eu não costumo mentir, sempre espero que não mintam para mim também. Ainda bem que aprendi uma lição ou duas por aqui.

No dia seguinte à nossa incursão pelo Castelo, muitos alunos da Grifinória, pensaram que havia algum engano, já que da liderança com folga, afundamos para o último lugar. Porém, assim que eles perceberam que a contagem era certa, os alunos da Sonserina (leia-se Draco Malfoy), espalharam que aquilo havia sido obra do Potter, e no fim das contas, o Harry levou a culpa pela perda dos pontos, até outro boato levantar que Hermione e eu também contribuímos para a desgraça da Grifinória. Falando na Hermione, ela parou de mostrar a sua capacidade em sala de aula e, ao invés de levantar a mão e responder, baixava a cabeça e murmurava as respostas certas para o seu próprio caderno. As pessoas pararam de falar com ela ou comigo, mas Harry não ganhou indiferença, ganhou o ódio dos outros alunos, já que o seu nome era o único que as pessoas realmente conheciam.

Logo no café da manhã, recebi um bilhete da Professora McGonagall, dizendo para encontrar o Sr. Filch às onze da noite no Saguão de Entrada. Que tipo de detenção é cumprida à noite? É claro que eu engoli o meu questionamento junto com a única torrada que meu estômago aceitou antes de começar a revirar.

Na hora marcada, desci junto com Harry e Hermione, mas sem trocarmos uma palavra. Achei melhor assim. Eu ainda não havia engolido aquela armação toda da noite anterior. Chegamos ao Saguão e o zelador já nos esperava e com ele estava Draco Malfoy. Eu pensei que pessoas de Casas diferentes não cumprissem detenção juntos, sem surpresa, me enganei. Aliás, o Sr. Filch estava muito animado com o nosso castigo e, enquanto nos guiava para fora do castelo, falava da época em que os alunos eram pendurados pelos pulsos e açoitados. Isso acontecia na época de vocês, Mamãe e Papai? Tomara que não…

Atravessamos os gramados e à medida que nos afastávamos do Castelo eu comecei a fungar, tentando segurar o choro o mais que eu pude. Finalmente chegamos e Hagrid nos esperava. Ele ralhou com o Sr. Filch, por nos assustar sem necessidade e o mandou embora. O zelador, sem perder a oportunidade, retrucou que pela manhã, viria buscar o que sobraria de nós. Eu estava mesmo assustado. A coisa piorou quando Hagrid nos explicou que entraríamos na Floresta Proibida. Entre uma fungada e outra, acabei me engasgando ao ouvir a notícia e me segurando em Harry para não cair. Antes que ele pudesse nos explicar qual seria nossa tarefa, Malfoy o interrompeu e começou com aquela história de “vou contar para o meu pai”. Hagrid, que estava com pressa, cortou a conversa antes que ele pudesse falar mais alguma coisa e voltou a sua explicação. Iríamos nos dividir em dois grupos para procurar um unicórnio que havia sido ferido. Se encontrássemos o animal, bastava soltar fagulhas verdes da varinha, e se estivéssemos em perigo, soltaríamos fagulhas vermelhas que ele viria correndo. Assim que entramos na floresta, apenas alguns metros à dentro quando Hagrid parou e nos mostrou uma poça de líquido prateado, que mesmo naquela escuridão toda, parecia brilhar. O guarda-caça nos explicou que aquilo era sangue de unicórnio e que, dependendo da seriedade da ferida, o animal teria que ser abatido. Disse também, que encontrou uma dessas criaturas mortas ainda nessa mesma semana. Eu nunca tive a honra de ver um unicórnio de perto, mas não consigo imaginar quem seria monstruoso o suficiente para matar um bichinho tão inocente como aquele…

Hagrid nos deu as últimas recomendações e por fim nos dividimos: Harry, Hermione e Hagrid e Malfoy, Canino e eu. Canino é o cão de caça do Hagrid e, segundo ele mesmo, um covarde. Eu não estava bem, sentia minhas pernas virando gelatina, mas tinha que me manter firme, pois não podia depender dos outros dois que estavam comigo. Eles foram pela esquerda e nós pela direita. A Floresta era silenciosa e é muito escura. A luz da lua não chegava até nós, por causa das copas das árvores que formam uma espécie de barreira. Somente pequenos espaços de céu estrelado são visíveis de onde estávamos. A sensação do silêncio sufocava e ao sinal da menor brisa, me dava calafrios. Malfoy levava Canino pela coleira e estava logo atrás de mim na trilha. Eu olhava para o chão, seguindo o rastro de gotas prateadas que seguiam por entre as árvores. De repente, alguma coisa pulou em cima de mim e agarrou meu ombro. Eu gritei e lancei as fagulhas vermelhas antes de ouvir uma gargalhada aguda e olhar para trás. Draco havia me pregado um susto e agora ria à vontade de seu sucesso. Mamãe e Papai, eu juro que essa foi a primeira vez na vida que senti ódio. Antes que eu pudesse reagir, Hagrid chegou e nos levou para junto de Harry e Hermione. E se Malfoy tivesse atraído alguma coisa para nós antes de Hagrid chegar? Não gosto nem de pensar nisso.

Hagrid decidiu que seria melhor trocarmos de equipe: eu ficaria com ele e Hermione e Harry, com Draco e Canino. Não podia dar certo… Harry e Draco se detestam, como iriam trabalhar juntos? Segui com o meu novo grupo, com o coração ainda disparado, mas me sentindo mais seguro devido à companhia de Hagrid. Andamos o que pareceu ser uma eternidade e, por fim, a marca de sangue desapareceu. Hagrid ficou preocupado e quando olhou em volta, um barulho ensurdecedor do que pareceu centenas de cavalos, quebrou o silêncio. Hagrid correu. Hermione correu. Eu corri. Corremos em direção ao ruído, quando o bom senso diria para corrermos para o outro lado, mas alguma coisa dentro de mim queria ver o que era e guiava minhas pernas até lá.

Quando alcançamos a fonte do som, vimos Harry descendo do lombo de um centauro perto de uma clareira, onde Canino gania e Draco estava estático. No centro da lacuna estava o unicórnio morto. Tão lindo e triste que não pude deixar de chorar.

Hagrid nos levou de volta para o castelo e subimos em silêncio para a Torre da Grifinória. Ron dormia numa das poltronas e Harry e Hermione ficaram para trás para acordá-lo. Mas eu não. Eu precisava dormir. Subi para o dormitório, coloquei meu pijama e cai no sono profundo que eu desejava.

Depois de tudo que vi naquela noite, acho que a história do dragão não era tão mentira assim.

Do aventureiro de detenção que os ama

Neville Longbottom.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Reviews são muito bem-vindas!

Beeeejo! ^v^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Queridos Mamãe e Papai" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.