Queridos Mamãe e Papai escrita por Kirimi


Capítulo 10
"Eu Valho Doze Dracos"


Notas iniciais do capítulo

Para todas as pessoas cautelosas, que nunca pensam duas vezes antes de ajudar um amigo.



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Queridos Mamãe e Papai

Primeiro gostaria de agradecer por me ouvirem no Natal. É sempre bom vê-los e saber que estão cuidando bem de vocês enquanto estou fora. Mamãe, obrigado pelo meio sapo de chocolate. Veio a figurinha da Morgana. Eu guardei para você junto com as outras.

Vou contar para vocês as coisas que aconteceram nessas duas semanas de volta às aulas. Aconteceram coisas boas e ruins, mas faz parte. Os professores voltaram do Feriado cobrando os deveres passados e já avançando com a matéria. Eu procuro acompanhar o melhor que posso, afinal, tenho que honrar ser filho de vocês.

A primeira semana foi tranquila e todos nós, alunos e professores estávamos entrando no ritmo das aulas. Logo nos primeiros dias, fixaram no quadro de avisos, que a próxima partida de Quadribol será contra a Lufa-Lufa, logo eu falo mais sobre a partida. Antes de tudo, quero contar o que aconteceu nos corredores de Hogwarts.

Eu estava voltando para a Sala Comunal depois de sair da biblioteca para devolver o livro que a Professora Sprout me indicou sobre fungos asiáticos, sozinho quando fui abordado pelo Draco Malfoy e seus dois gorilas de estimação, que atendem pelo nome de Crabbe e Goyle. Pensando por esse lado, acho que nem sei os primeiros nomes deles… Enfim, eles começaram a me provocar dizendo que eu sou burro e que eu não sirvo para nada. Não, eu não o enfrentei. Eu apenas saí andando, tentando ignorar as ofensas que eles me atiravam, porque a Vovó sempre dizia que quando não damos atenção às pessoas, elas nos param de provocar. Tio Algie nunca parou de mexer comigo e nem o Draco. Sem pensar duas vezes, Malfoy usou um feitiço em mim, uma azaração que grudou minhas pernas uma na outra. Eu sabia que havia um contrafeitiço, mas tudo fugiu da minha cabeça quando os três saíram às gargalhadas depois que eu perdi o equilíbrio e caí no chão. Eu estou acostumado a passar vergonha, mas essa foi a primeira vez que senti o peso da humilhação. Mas não fiquem tristes, Mamãe e Papai, essa parte tem um final legal. Depois que aquelas três cobras foram embora, eu me apoiei e consegui me colocar em pé, determinado a chegar na Torre da Grifinória antes de ser visto pela massa de alunos que logo terminaria o jantar. De pulo em pulo, e de tombo em tombo, cheguei em frente à Mulher Gorda, disse a senha sem gaguejar e me guinei para cima com o impulso dos joelhos e caí dentro da Sala Comunal, ao som das gargalhadas dos meus colegas. Todos riam à vontade, menos Hermione, que foi até mim, identificou a azaração como o Feitiço das Pernas Presas e o desfez. Depois que eu levantei, nervoso, ainda me perguntou o que havia acontecido. Ela é realmente muito gentil. Eu me sentei perto de Harry e Ron e fui contando o que aconteceu e meu trajeto até a Torre da Grifinória. Ron disse que eu tinha que enfrentá-lo, que eu não podia deixar barato. Eu não faria isso. Não é covardia nem nada, eu só não podia com eles… Já a Hermione, insistiu que eu procurasse a Professora McGonagall e contasse tudo a ela. Mas eu não queria incomodar a Professora com uma coisa tão pequena. Harry não me deu conselhos. Ele me deu um sapo de chocolate e disse que eu valia doze Dracos e que o Chapéu Seletor me colocou na Grifinória por um motivo. Foi a melhor ajuda que alguém poderia ter me dado. Depois que comi o doce, e dei a figurinha para o Harry que começou uma coleção recentemente. Ele, junto com Ron e Hermione ficaram eufóricos quando leram o verso da figurinha do Professor Dumbledore, mas estava muito cansado para prestar atenção no que eles estavam aprontando dessa vez. Deitei e dormi bem naquela noite.

Algumas semanas depois, aconteceu o jogo da Grifinória contra a Lufa-Lufa, que seria apitado pelo Professor Snape. Eu ouvi os alunos mais velhos dizerem que foi devido ao que aconteceu ao Harry no primeiro jogo. Os rumores também dizem, que ele foi azarado e que tentaram matá-lo, por essa razão, o próprio Professor Dumbledore assistirá o jogo do estádio, o que parece ser um evento extraordinário, devido à reação geral dos outros alunos.

Logo antes do início da partida, Ron e Hermione sentaram ao meu lado, para que pudéssemos assistir juntos. O jogo começou e de início, a única coisa em que eu consegui prestar atenção era no quanto parecia errado o Professor Snape montado em uma vassoura. Parecia não ser natural para ele estar a tantos metros acima do chão. Confesso que sufoquei uma risada. Mas a graça acabou, quando Draco sentou na arquibancada acima de nós, e já chegou esbarrando em Ron e propondo apostas referentes a Harry cair da vassoura. Muito desagradável. As orelhas de Ron começaram a ficar vermelhas, e com o tempo, aprendi que isso nunca é um bom sinal. A família do Draco tem muito dinheiro, enquanto a família do Ron, tem bem pouco, e isso faz com que o Malfoy se ache o melhor e no direito de humilhar as pessoas. Ele veio me dizer que eu não tenho miolos e que se miolos fossem dinheiro eu seria mais pobre que o Weasley. Não foi nada legal. Mas não dá para levar isso em consideração vindo de uma pessoa que nada em dinheiro mas pensa que Plantas Aéreas* são plantas que voam…

As provocações foram ficando mais intensas e até eu estava perdendo a paciência. Reuni toda a coragem que consegui e repeti ao Malfoy o que Harry havia me dito: “Eu valho doze Dracos”. Ron me incentivou, mas quando Harry fez um mergulho sensacional, Draco com inveja, disse que ele havia visto dinheiro no chão, por isso desceu tão rápido. Ron não pensou duas vezes e partiu prá cima de Malfoy, mesmo com Crabbe e Goyle ali. Eu fiquei apreensivo, mas não podia deixar meu amigo na mão e, pela primeira vez na vida, entrei numa briga. Era uma confusão de punhos, rostos, cabelos, uniformes preto e borrões verde e prata e vermelho e ouro. Não foi nada glamouroso, como nos livros de aventura. Foi feio e dolorido. Só nos desembolamos quando Hermione gritou por Ron, dizendo que Harry havia apanhado o Pomo e que a Grifinória ganhou. É essa foi a última coisa que me lembro, já que aproveitando a nossa distração, os dois grandalhões da Sonserina tentaram agarrar Ron pelas costas e eu me coloquei entre eles. Eles me bateram e eu desmaiei.

Acordei horas depois para saber que além de uma ótima vitória contra a Lufa-Lufa, passamos a Sonserina em pontuação pelo Campeonato das Casas!

Estou cheio de hematomas, mas feliz!

Assim que possível, envio mais notícias.

Neville Longbottom.


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Notas finais do capítulo

* Plantas aéreas são plantas epífitas, ou seja, vivem sobre rochas ou outras plantas, sem parasitá-las, apenas as usando como apoio. O epifitismo é comum nas florestas tropicais, onde a existe uma disputa acirrada por luz solar e espaço.

Espero que tenham gostado!

Reviews são muito bem-vindas!

Beeeejo! ^v^



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