O Gato Preto escrita por Ophelia


Capítulo 2
02


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoas! Como estão? :) Mais um capítulo pra vocês. Tô sentindo que vai floopar isso aqui '-' hauahuauha Beijão!



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Após ser capturado, Loki já não estava sob os efeitos do Tesseract. Sentia-se estranho e um pouco mais leve como se tivesse retirado um peso de seus ombros e, sob o olhar atento e temeroso de seus “captores”, os membros da SHIELD, ele decidiu falar.

— Já que vocês me capturaram e fizeram todos os arranjos e estão se coçando pra me mandar pro... Como vocês chamam? Ah, corredor da morte... Eu tenho um último pedido a fazer. — Falou ele de sua cela quadrada, a mesma que fora mantido quando foi capturado a primeira vez pelos Vingadores.

A agente Maria Hill o encarou tão séria que o trapaceiro se sentiu um pouco intimidado. Só um pouco.

— Não está em posição de fazer pedidos, Loki.

— Mas é um pequenino. Eu prometo.

— Não!

Loki suspirou. — Vocês estão me crucificando pela destruição de uma cidade que, até onde eu sei, já está sendo reconstruída por vocês mesmos, não é verdade?

— Pessoas morreram.

— Elas não morrem todos os dias? Vocês se destroem todos os dias. — Falou ele como quem fala sobre o tempo. — O que eu peço é tão simples que você vai rir, agente Hill, eu tenho quase certeza disso.

Maria cruzou as mãos nas costas e o encarou. — Supondo que atenderíamos ao seu pedido, o que você quer?

Loki sorriu minimamente. — Quero que encontrem uma pessoa para mim. Acredito que isso seja fácil porque vocês encontram pessoas todos os dias, não é mesmo? Santa tecnologia!

A agente Hill permaneceu impassível. — Você tem um nome, pelo menos?

— Não, mas vocês podem procurar a minha primeira posição durante o ataque à Nova York. Lá vocês vão encontrá-la.

Maria estufou o peito e deu as costas ao trapaceiro, rumando até a sala do diretor Fury com uma ou outra desculpa esfarrapada para que ele escutasse o pedido de Loki com um pouco menos de irritação que ela.

— Diretor Fury?

Nick se virou e encarou Maria. — O que diabos aquele palhaço quer na rua principal? Eu ouvi o pedido dele, antes que você venha falar. — Resmungou ele, tornando a ficar de costas e encarou a janela da base aérea. — O que acha?

— Acho que um último pedido para o cara que destruiu Nova York é idiotice.

Fury ponderou por alguns momentos. — De fato, mas... Maria, pense que Loki nunca faz nada sem ter algo em troca. Se ele está nos pedindo isso, sabe que iremos cobrar o favor.

— E qual seria esse favor?

— A localização da Manopla.

A agente Hill respirou fundo. — Diretor, com todo respeito isso é apenas um mito.

— Um mito? O que Loki fez em Nova York foi usando um mito? — Riu ele com escárnio e se seguida meneou a cabeça. — Pense em como estaremos preparados para enfrentar qualquer coisa que se atreva a nos atacar se estivermos de posse das joias do infinito e da manopla.

— Já não teremos uma, ela será levada até Asgard com Loki. — Lembrou Maria.

— Mas saberemos aonde ela está, não é mesmo? — Comentou ele com um dar de ombros leve. — Procure essa pessoa que Loki quer, depois falaremos sobre isso.

Com muito pesar, Maria assentiu. — Sim, senhor.

Seguiu até os técnicos da SHIELD e iniciaram a busca pelas filmagens de todas as ruas por onde Loki havia passado antes de ser capturado definitivamente na torre Stark pelos Vingadores.

— Maria, acho que a encontrei. — Disse uma agente enquanto digitava velozmente no computador. — O nome dela é Maxine Prince. Ela tem 23 anos, mora no edifício Blue Sky ali naquela rua.... Ela estuda Gastronomia. Não tem parentes aqui, é solteira... Nem visitas regulares além da amiga Darcy que faleceu durante o ataque dos Chitauri.

Maria suspirou e mordeu os lábios. — Precisamos trazê-la aqui. Não acho que temos necessidade de descrição, mas não podemos arrancá-la de casa sem um bom motivo.

A agente loura ponderou. — Que tal... Assunto confidencial de segurança nacional?

Hill dera um pequeno sorriso. — Parece ótimo pra mim. Tragam-na!

~*~

Max sorriu para sua gata sentada na bancada da cozinha enquanto preparava o jantar ao som de uma música antiga. Era sábado à noite e ela deveria, de acordo com as leis sociais, estar se preparando para alguma noite de balada cheia de álcool e beijos com desconhecidos, no entanto, não era assim que prosseguia.

Darcy teria entrado em sua casa naquela noite, reclamado que estava de pijama e pantufas preparando um jantar gourmet para si mesma só para ficar em casa assistindo filmes porque não gostava de sair. Lembrar da amiga a fazia pensar que, há poucos dias, fora ao funeral dela.

Os pais de Darcy choravam muito e Max se sentiu mal por não ter feito o mesmo naquela hora, principalmente quando o caixão descera para o buraco e flores foram jogadas sobre o mesmo. Sentia-se insensível e chorava aos poucos, como costumava dizer a sua terapeuta enquanto estavam em sessão.

Lembrava-se, inclusive, que precisou parar com a terapia depois de sua terapeuta estar, descaradamente, tentando manipulá-la para que ficassem juntas porque a mulher havia se apaixonado por ela.

Max suspirou. Sua vida era confusa demais para ser avaliada e não tinha mais ninguém além dos amigos virtuais, dos jogos, o trabalho e a faculdade e por mais solitário que fosse, sentia-se bem com isso.

Sua gata miou junto com a campainha, fazendo Max abaixar o fogo do que preparava e limpar as mãos num pano de prato. Era estranho receber visitas naquela hora, já que não conhecia ninguém.

Destrancou a porta e enrugou a testa, observando as duas mulheres elegantes e o homem de terno logo atrás delas.

— Senhorita Prince?

— Sim... — Max falou um pouco insegura e se arrependeu um pouco de ter atendido a porta de pijama.

— Senhorita Prince, sou a agente Smith, nós somos agentes do governo e a sua presença é necessária numa das nossas bases. Infelizmente só podemos lhe adiantar que o assunto é confidencial. — A mulher loura disse como se fosse uma gravação e os três lhe mostraram suas identificações.

— Ahm...

— E precisamos que nos acompanhe imediatamente, senhorita Prince. — A mulher de cabelos ruivos cacheados dissera com urgência.

Max repuxou os lábios. — Tudo bem, ah... Vocês querem entrar, eu preciso trocar de roupa.

— Sim, obrigada, senhorita Prince. — A agente loira falou e Max deu passagem para que os três entrassem e se acomodassem em seu sofá.

A jovem suspirou, desligando o fogo da panela e rapidamente serviu ração para sua gata preta, afagando o topo da cabeça dela antes que ela descesse graciosamente da bancada e fosse comer.

Seguiu até o quarto e vestiu a combinação mais arrumada de blusa e calça jeans que tinha no guarda roupa, passando um pente em seus cabelos castanhos de modo que ficassem mais ajeitados, já que eram curtinhos e um pouco batidos. Separou a bolsa escura que sempre levava para o trabalho, conferindo se tudo estava ali dentro antes de seguir até a pequena sala de estar, sendo recepcionada pelos três agentes que se ergueram e logo, dirigiram-se a porta.

Max se despediu da gata e conferiu se tudo estava bem fechado antes de sair, deixando que os agentes saíssem primeiro e ela pudesse trancar o apartamento. Acompanhou os três num silêncio quase de túmulo, adentrando o elevador para que pudessem deixar o prédio.

Nem mesmo a conversa sobre a noite, o ventinho meio gelado e o tempo que faria amanhã fora puxada, o que fez com que Max soubesse que aqueles eram de fato agentes treinados para literalmente não falar nada. Entrou no veículo preto de vidro grosso e escuro, encontrando uma quarta mulher, além do motorista que nem ao menos a cumprimentara.

— Senhorita Prince, agente Maria Hill. Sou membro da SHIELD. — Falou ela não tão automaticamente como a primeira agente. — Desculpe pelo mal jeito de entrarmos em contato com você, mas... Precisamos da sua ajuda.

— Desculpe, agente Hill, mas... O que é a SHIELD?

— Basicamente cuidamos da segurança nacional a nível... Apocalíptico, como o caso de Nova York e outros casos de anomalias ao redor do mundo. É tudo o que posso lhe dizer, porque o resto é...

— Confidencial?

— Exato. — Maria ergueu levemente a sobrancelha. — E antes de prosseguirmos, senhorita Prince, você deve assinar todos esses termos de confidencialidade. Prezamos muito pela segurança do nosso país e precisamos que você coopere inteiramente conosco, você entende isso, certo? — Disse, entregando uma caneta e uma pasta parda para a moça.

— Sim... Eu acho. — Max comentou intrigada antes de começar a leitura dos termos, sentindo-se observada pelo grupo de agentes enquanto lia e fazia pequenos vistos no canto de cada folha. — Agente Hilll... Ahm... Basicamente eu preciso fingir que este encontro jamais aconteceu?

— Colocando de forma simplista, é isso mesmo. Tudo o que você ver, ouvir e responder nunca foi verdadeiro. Esses termos são a garantia que você compreende isso e que, caso alguém pergunte, não colocará a SHIELD e nem a sua segurança em risco.

Max assentiu e colocou sua assinatura cada linha que encontrou após um longo tempo de leitura, devolvendo a pasta e a caneta a agente Hill.

— Obrigada por sua cooperação. Também preciso do seu celular, senhorita Prince. Você o terá depois, mas ele precisa ser desligado, ter a bateria retirado e guardado aqui. — Entregou a ela um saquinho plástico que abria e fechava.

Max obedecera a todas as recomendações e deixou todo e qualquer aparelho eletrônico (ela carregava um MP3 embolado na bolsa) dentro do saquinho que ficou em poder da agente Hill assim como a pasta. Logo que o veículo parou, a moça sentiu uma contração engraçada na barriga já que nenhum dos agentes se mexera até que a ordem foi dada pela agente Hill.

Deixaram o veículo e o queixo de Max caíra quando se dera conta de que não estava no chão, mas em uma base aérea que literalmente simulava o trecho de uma estrada, fazendo-a apertar sua bolsa enquanto acompanhava a agente Hill e os outros até o que parecia ser a entrada do local. Se Darcy estivesse ali, com certeza estaria dando pulinhos de alegria, pensou Max brevemente.

Viu os agentes e técnicos trabalhando, decidindo não olhar muito para nada já que a ordem segundo os termos, era mata-la caso alguma coisa vazasse. Umedeceu os lábios e sentiu-se um pouco tensa quando apenas a agente Hill a acompanhou até uma sala ampla onde um homem negro de sobretudo com um tapa-olhos a esperava.

— Senhorita Prince.... Diretor Nick Fury. — Falou ele, apertando-lhe uma das mãos assim que deu a volta na mesa. — Eu preciso ir direto ao ponto, senhorita. O acusado pela destruição de Nova York, Loki Laufeyson, quer vê-la.

Max arregalou os olhos. — O quê?

— Tem alguma ideia do porquê?

— Não! Eu nem... Nem sei quem ele é. — Respondeu a moça e sentiu a mão pesada do diretor em seu ombro.

— Deixa eu refrescar sua memória, senhorita. — Falou ele, guiando-a até a cela de contenção onde mantinham Loki. — Vê aquele homem? É ele. Na verdade, ele nem é um homem, se formos analisar bem.

Max o olhou e em seguida, reconhecera. Era apenas a sombra do homem de olhos azuis e elmo dourado que sua gata tinha escalado, mas ainda assim... Era ele.

— Senhor... E-eu o conheço, mas... Eu não fazia ideia de quem ele era.

Nick Fury respirou fundo. — Senhorita Prince, você sabe que se eu descobrir algo contrário... Você vai presa por traição e terrorismo, não sabe? Ajudar um acusado, ainda mais no nível dele...

— Senhor, eu não fiz nada.

— Então por que ele pediu para vê-la? De todas as pessoas, ele pediu por você, senhorita Prince?

Max apertou a bolsa, sentindo os primeiros espasmos da ansiedade. — Acho que vou ter que perguntar a ele... — Disse ela um tanto seca. — Senhor.

— Sim, vai. Vá, senhorita Prince. Estaremos de olho. — Fury disse desconfiado e Maria escoltou a moça até a cela, afastando-se assim que ela estava de frente com o trapaceiro.


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