Badlands escrita por TheNextSupreme


Capítulo 5
4


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, guys, e não desistam de mim não :x



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“Nós sabemos muito bem quem somos

Então nós tomamos conta de tudo quando o verão começa”

—New Americana (Halsey)

Trevor|Libra

Antes que Amanda, Líria ou a garota branca pudessem dizer qualquer coisa, usei minha fama de rápido e me coloquei diante de Sean, prevendo o que ele poderia fazer com aquelas mãos gigantes. Seu olhar nada amigável pairou sobre mim, e pela primeira vez, olho de volta, e sei que ele se sente traído.

Num instante, o resto da gangue chega, com olhos curiosos e incentivos para que acabemos logo com a raça dela. Engulo em seco, onde diabos Asad se meteu?

E então um corpo se esgueira até chegar dentro do lugar e se colocar ao lado de Sean, me olhando com um ar irônico.

—Ora, ora...O que temos aqui, família? —Scar começa, fazendo questão de esbarrar em mim enquanto chega mais perto da garota. —Seria um traídor?

Empurro-o de volta para onde veio, ele ri com escárnio.

—Arraste sua bunda fora daqui, Scar. —Começo, tentando fechar a porta. Sean me impede, segurando a tábua velha de madeira e travando uma pequena batalha comigo de quem abre e quem fecha. —O show acabou. —Exclamo para todos.

Sean para a minha frente novamente.

—Eu cuido de vocês, Trevor. De todos. —Sean não fala muito, mas quando fala, faz com que entendamos perfeitamente o que quer dizer. Entendo. Ele quer mostrar novamente que ele é um dos líderes e eu tenho é que calar a boca.

Mas por algum motivo, continuo firme, pronto pra levar um soco no nariz. E então, Asad surge, abrindo caminho com suas tranças  balançando até a cintura e me causando alívio.

—Eu também cuido, Sean. Acho bom não estar tomando decisões sem mim. —Ela começa, o outro líder bufa e sai do meu caminho, dando passagem para Asad.

Os dois tiram todos os outros da porta e dizem que vão explicar depois que resolverem, após alguns protestos, o grupo se dispersa. Posso reparar o olhar embalsamado em ódio de cada um, uma promessa, de que se os líderes não resolvessem, dariam um jeito na menina branca com as próprias mãos. Scar é o último a sair.

Então, ficamos apenas eu, Sean, Asad, minha irmã, Amanda e a garota. Fechando a porta com um chute, Asad diz:

—Agora alguém pode me explicar que porra é essa?

O lugar inteiro parece segurar a respiração.

—Uma Sagitta obviamente. —Sean começa, as sardas se movendo enquanto a expressão do rosto volta ser violenta. —Nós temos que...

—Não temos certeza se...Quer dizer... —Líria interrompe, engulo em seco. —Não sabemos se ela é ou não é uma Sagitta.

—Só sabemos que ela é branca e... —Amanda completa, mas Asad a interrompe ao ver Sean revirar os olhos.

—Tá, tá...Mas quem trouxe essa maluca pra cá mesmo?

Sem pensar duas vezes, eu começo a falar:

—Fui eu, Asad, eu... —Mas é claro, Sean sai de onde está agarra a gola da minha única camisa enquanto me pressiona contra a parede. Líria grita para que Sean pare. Seguro seus punhos com força e me desvencilho dele, fitando seus olhos calmamente para não perder a cabeça.

Asad se coloca em nossa frente e recita o lema da nossa gangue: Igualdade acima de tudo.

Mas é claro, só em nossa gangue, minha irmã diria, mas no momento ela está preocupada demais pra alfinetar.

—Traídor. —Sean diz, ignorando Asad. —Aonde está com a cabeça?! Está colocando a todos nós em perigo.

—Sean, já chega. —Ela responde, voltando a atenção pra mim—Trevs, só te demos uma missão hoje, cara, mas isso não quer dizer que pudesse trazer um cachorrinho que achou pelo caminho.

—Se me derem pelo menos um minuto, eu poderia explicar!

Eles trocam olhares e assentem, o tipo de sabedoria dos mais velhos que ainda não tenho. Aproveito a brecha. Relato cada detalhe da missão até a parte em que encontrei a garota.

—...Vocês sabem como os Olivas são...Voltariam pra terminar o serviço. E eu nunca deixaria ninguém nas mãos deles pra sofrer mais, quem quer que eu pudesse ajudar. Eu não me perdoaria.

—Dane-se o perdão cara. Isso é guerra. —Sean diz.

—Sean, pelo amor, ela foi estuprada! —Minha irmã explode finalmente. —Sei que é melhor do que isso!

Vejo Asad vacilar, se dando conta do que realmente acontecera com a garota. E então, algo muda e o ar se torna mais pesado. E de repente, é como se todas as garotas naquela sala já se conhecessem a séculos.

E então, um som que nunca ouvi antes vem à tona, e todos nós percebemos a garota tentando proferir alguma coisa.

Os olhos verdes encontram os meus, prontos para explodirem em lágrimas, mas a única reação que tenho é olhar de volta. Ela nunca havia olhado pra mim diretamente, até o momento. Algo pesado se instala sobre minhas costas e eu vacilo, algo que eu sei que não vou conseguir me livrar tão cedo.

Sem que eu pudesse pensar em mais nada, Asad expulsa Sean e a mim do lugar, mandando todas as outras garotas da gangue entrarem, e então fecha a porta novamente.

O que consigo fazer é encarar aquele pedaço de madeira surrado enquanto os outros caras me enchem de perguntas e insultos.

Mas eles são só um zumbido ao longe. Eu ainda posso ver aqueles olhos verdes e a única coisa em que consigo pensar é: O que será dela?


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