Amar escrita por Bruninhazinha


Capítulo 1
Amar


Notas iniciais do capítulo

Só uma one que resolvi fazer nesse início de tarde. Espero que gostem. É um pouco diferente do que estou acostumada a escrever.



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Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

 

Te ensinaram errado, Hinata, o amor não é um conto de fadas. Não é, nunca foi e nunca será. Não existe príncipe encantado em um cavalo branco, só existem pessoas. Pessoas falhas, imperfeitas e suscetíveis ao erro.

Você não sabe o que viu nele. Quer dizer, Naruto é um babaca de sorriso bobo, contador de piadas sem graça e te tira do sério. De uma hora para outra ele te enlouquece, te enfurece e ao mesmo tempo te faz sorrir. Transmite paz com o sorriso e calmaria para seu coração. É muito mais que beleza: é intenso e confuso.

Ele surgiu na sua vida como quem não quer nada e bagunçou tudo. Afetou seu coração e te deu febre, como uma gripe. Fez um caos sentimental e te bagunçou por dentro. Ele te deixou confusa e a única coisa que você sabe é que se apaixonou por aquele jeito mandão, caótico, por vezes ciumento; que gosta de quando ele sorri com a alma, faz carícia com o sorriso e te afoga em um infinito azul chamado olhar. Você ama quando ele para e te encara em silêncio ou quando entrelaça os dedos nos seus.

Mas nem tudo são rosas. Todos temos defeitos, incluindo ele. O amor, para ser amor, precisa ser verdadeiro. É fácil amar quando há soma das compreensões, quando só se vê qualidades ou quando as conversas são leves. Mas não se engane, ver apenas qualidades não é amar de verdade. O amor é enxergar as inseguranças, é perseverar mesmo que tudo desmorone, é ajustar a harmonia quando a sintonia acabou. Hoje você entende, Hinata. Não está sendo fácil.

Vocês brigaram, não é nenhuma novidade. São uma mistura heterogênea, diferentes em todos os aspectos, contudo, mesmo que esteja cansada de todos os desentendimentos, não quer perdê-lo. A palavra fim te causa calafrios e te faz pensar em uma vida sem ele. Uma vida sem Naruto. Nem isso você consegue imaginar.

Dói, te quebra e é como se rasgassem suas entranhas. A dor é insuportável e você pensa se vale a pena continuar tentando. Você insiste em falar que não se importa, só que sabe que não é verdade, ou não estaria há horas com a cabeça afundada no travesseiro, chorando como um bebê. Cada lágrima é uma facada, cada soluço é mais sôfrego que o outro, porém você continua porque a dor é grande demais e não cabe mais dentro do seu corpo.

Ontem você também chorou por não entender esse maldito sentimento fincado em seu peito e, Hinata, realmente não é para entender. Nem tente. O amor é assim mesmo: ilógico, confuso. Por isso seus pensamentos teimam em voltar a imagem dele, doa o que doer.

Você sente como se seu mundo estivesse desabando e não duvido que esteja mesmo. O término de um relacionamento é difícil. Seguir em frente é difícil, ainda que você não queira. A única coisa que você quer é Naruto e imagina como tudo seria se a maldita briga não tivesse acontecido. Provavelmente ele estaria exatamente onde você está, no sofá, te abraçando e fazendo comentários bestas sobre algum filme que estivessem assistindo. Então ele te beijaria primeiro no rosto, depois provaria seus lábios e você se perderia em um mar de carícias.

Agora você chora mais, achando-se patética e fraca, mas Hinata, não pense que chorar é sinônimo de fraqueza. Lágrimas são sentimentos que transbordam pelos olhos, sentimentos que não cabem mais na alma. Sentir não te enfraquece, pelo contrário: te fortalece e te ensina.

Você se conforma com o sofrimento e dá uma fungada longa, pensando que ele não virá atrás. Naruto é um bobo orgulhoso e odeia admitir que está errado. Ele não virá, você repete isso em sua mente, perguntando-se ao mesmo tempo se essa dor durará para sempre, mesmo que só tenha se passado dois dias. Dois insuportáveis dias sem trocar mensagens, beijos ou abraços. Dois dias sem ver aquele sorriso que tanto te acalma. Dois dias sem ele.

E você relembra os sorrisos doces, o aconchego dos braços masculinos e as trocas de olhares que falavam mais do que palavras são capazes de transmitir. E você volta a chorar por que saudade te sufoca, corrói sua alma e esmaga seu coração. Saudades do que um dia foi e jamais será.

Você perdeu a noção do tempo desde a briga. Não consegue comer nem dormir. Seus familiares e amigos ligaram para ter notícias, mas a única resposta que obtiveram foi um "Está tudo bem". A verdade é que você só está tentando ser forte e, Hinata, você é, pois sorri mesmo que as coisas estejam indo de mal a pior.

A campainha soa, você corre para atender sem muita vontade e se surpreende ao vê-lo ali, parado, encostado na batente, molhado por conta da chuva que cai do lado de fora e em um estado pior que o seu. Mais magro, com olhar perdido e triste. Você não se move nem fala e tenta controlar a respiração, porém ela permanece descompassada e suas mãos tremem, ainda sem acreditar que ele estava mesmo ali.

Naruto abre e fecha a boca. Faz o mesmo por mais três vezes e, antes que pudesse dizer qualquer coisa, você o beija. O beija porque entende, mesmo que nada tenha sido exposto em palavras. Nem é necessário. Ele foi atrás de você, isso é o que importa. Foi atrás porque o amor também é sacrifício. É abrir mão do orgulho e do ego apenas para estar com a pessoa. Você o beija com paixão, com vontade e tenta transmitir seus sentimentos, porque agora sabe que nem sempre as coisas darão certo. Vocês continuarão brigando e alguns dias serão mais nublados que outros, mas há reciprocidade, há respeito, paixão e isso é o suficiente.

Amar é suficiente.


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