San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 9
85. Dedos Cruzados


Notas iniciais do capítulo

Olááá pessoas!

Caraca, o natal tá esmurrando a porta já! Tenho uma teoria de que conforme os anos passam, eles vão ficando cada vez mais rápidos. Chegará um dia que vamos acordar, piscar e já será de noite -q

Aproveitando o clima natalino, vocês terão um desejo meio realizado xD

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746722/chapter/9

Acho que eu tinha perdido o costume de ficar perto do Yan. Só pode.

Yan pegou sua blusa que estava pendurada em um dos vãos da grade e limpou o rosto enquanto andava até nós.

— Se eu soubesse que vocês iam pra escalada, eu também teria ido. — Gabriel nos disse.

— Já fica sabendo que você ia perder pra Bru. — Mateus o respondeu rindo. —Agora o apelido dela é lagartixa.

Olhei pro Gabriel e neguei com a cabeça, rindo.

— Apelido de quem é lagartixa? — Yan chegou, parando do lado do Gabriel.

— Da Bru. — Mateus explicou. — Ela é muito rápida escalando.

Yan sorriu. — Queria ter visto isso.

Não queria não!

— Podem voltar pro jogo de vocês. — Mateus falou.

— Ah não, tá calor demais. — Gabriel sentou no chão. — Se o Yan ficar lá mais tempo, ele derrete.

— Também acho. — Yan riu, também sentando.

Como o sol estava bem na nossa cara, eu já devia estar toda vermelha, então tudo bem.

Olhei pra Lili. — Tá muito quente aqui — sussurrei, e ela deu um sorrisinho malicioso. — Não começa.

Ela riu. — Tô brincando. Eu tô morrendo de sede. Vomitar me desidrata.

— Você vomitou? — Gabriel a olhou espantado.

— Sim. Desci muito rápido na tirolesa.

— Mas você tá bem?

— Tô sim. — Sorriu. — Preciso de água. — Me olhou e levantou.

Me ergui e Mateus me imitou.

— Também tô com sede!

— Então vamos. — Lili riu.

Seguimos nós três, lado a lado, e olhei para trás, mas virei rápido de volta, porque Gabriel e Yan estavam vindo também.

Tinha um banheiro ali perto, e do lado, alguns bebedouros. Nós três tomamos água, e os outros dois lavaram o rosto.

Mateus e Lili começaram a conversar, e Gabriel chegou perto de mim.

— Bru, a quanto tempo exatamente você é amiga daquele Bernardo? — perguntou baixo.

— Hm... Acho que desde que éramos pequenos... Por quê?

Ele considerou. — Hm, nada, só pra saber... Você quer que eu dê um jeito de você e o Yan ficarem sozinhos?

Quê?! — Não, não inventa, por favor — supliquei.

Gabriel riu. — Ok, tudo bem. Você ainda tem vergonha, né?

Senti a cara quente e só afirmei. Ele deu um tapinha no topo da minha cabeça.

Percebi Lili lançando uns olhares de quem estava tramando coisa.

Lá vem...

Segurei o braço do Gabriel e o puxei pra baixo. — Acho que a Lili tá planejando tentar deixar eu e o Yan sozinhos. Você vai ter que me ajudar.

Ele deu uma olhada rápida pra ela. — Como você sabe?

— Eu já sei como essa menina funciona.

— Eita. — Deu risada. — Tudo bem, eu te protejo. — E cercou meus ombros com o braço. — Você me lembra minha irmã, já falei isso?

— Não. Sério?

— Sim. — Me soltou. — Vocês são fofinhas e pequenas, acho que lembra. Né, Yan?

E ele parou do nosso lado. — O quê?

— A Bru não lembra a Isa? No jeito fofinho.

Yan me olhou e cruzou os braços, pensando. — Um pouco, eu acho.

Mateus chegou perto de nós e cochichou algo pro Gabriel, que acenou com a cabeça. Mateus saiu e alcançou a Lili, e os dois se afastaram.

Ué...

— Onde eles vão? — Yan perguntou os olhando.

— Não sei. — Gabriel respondeu. — Ele só disse que eles iam andar por aí.

Os dois se olharam, e então riram. Os olhei, esperando uma explicação.

— Esse menino não perde tempo. — Gabriel riu.

— Ele tá....? — Comecei.

— Interessado? Sim. Faz tempo, né? — Olhou pro Yan, que confirmou. — Mas como ela estava sempre grudada com aquele seu outro amigo, achávamos que eles estavam namorando. Aí ele deu uma aquietada.

— Ah... Eles não estavam bem namorando. É que sei lá, aqueles dois sempre tiveram uma relação meio estranha. Uma hora se beijam, outra se afastam, outra brigam...

— E como eles estão agora?

— Normais. Acho que voltaram só pra amizade.

— Bom pro Mateus, então, já que ela parece que também tá interessada nele... Ela tá, não tá? — questionou com tom confuso.

Ri. — Tá sim.

— Ufa. Do jeito que ele tá, espero que a Lili não desista dele.

— Por quê?

— É que ele é rápido pra se aproximar, mas demora pra tomar uma atitude mais... certeira? Algo assim.

— Hm... — A Lili já ficou esperando tanto o Júlio, então... — Não acho que ela vai fugir não. Pode ficar tranquilo.

Gabriel sorriu. — Então tá... O que faremos agora?

Nós três trocamos olhares.

— Não tá rolando atividade naquele espaço principal? — Yan perguntou. — Podemos dar uma olhada lá.

— Boa. Vamos lá.

Não precisamos andar muito, já que já estávamos perto. E realmente estava tendo atividade, enquanto tocava música nos alto faltantes.

Tinha bastante gente participando. As pessoas tinham panos vermelhos e azuis presos na cintura, mas eu não entendi como a brincadeira funcionava.

— Parece animado. — Gabriel disse. — Vamos? — Nos olhou.

Eu não estava afim de participar, mas se eu não fosse...

— Quero não. — Yan sentou na grama, debaixo de uma árvore. — Pode ir.

Gabriel me olhou, como se quisesse saber se eu ficaria bem.

— Pode ir lá. — Dei um sorrisinho.

Ele abaixou. — Qualquer coisa grita — sussurrou, e saiu andando.

Dei risada e olhei para trás, vendo onde Yan estava. Respirei fundo e me sentei do lado dele.

Tava parecendo as primeiras vezes que fiquei perto dele... Mas talvez fosse pior porque já nos BEIJAMOS. Só talvez.

E eu não sei como agir.

Mas eu preciso falar algo. Pensa!

Dei uma olhada pra ele e vi que seus ombros estavam vermelhos.

— Você passou protetor? — Minha voz acabou saindo baixa. — Tá todo queimado.

Yan olhou pro ombro direito. — Passei, e bastante ainda, mas não adiantou muito pelo jeito.

Eu não sabia exatamente o quê, mas tinha algo diferente nele. Ele costumava ser todo animado... Parecia meio pra baixo.

— Você tá bem? — Dobrei as pernas, com os joelhos na altura do queixo.

Ele analisou meu rosto uns segundos. — Sim, estou... E você?

Isso não me convenceu muito. — Estou bem... Estou me divertindo até agora, não que eu tenha feito muita coisa.

— É, eu também. Só fomos na tirolesa e jogamos basquete, mas eu já estou meio cansado. — E deitou para trás. — Eu até poderia tirar um cochilo aqui. — Fechou os olhos. — Deita também, pra eu não pagar de preguiçoso sozinho. — Sorriu.

Fui pra trás, sentindo o coração acelerado. — Ah, você só não quer que te achem preguiçoso. — Olhei pra cima, vendo a copa da árvore tampando um pouco minha visão do céu.

— É sim, não é porque gosto da sua companhia não — disse com um tom de brincadeira.

Meu rosto corou e o olhei, mas ele ainda estava de olhos fechados, parecendo mais relaxado.

Sorri, voltando o rosto para cima e também fechei os olhos.

Eu realmente queria saber o porquê ele parecia desanimado, mas eu não podia ficar perguntando. Se eu perguntei se ele estava bem, e ele disse que sim, eu não poderia fazer mais nada.

Acho que ele nem teria motivos pra me contar algo. Se ele não contou nem pros amigos, por que falaria pra mim?

Mas... seria bom se ele soubesse que poderia contar comigo, não é?

O difícil é achar uma maneira sutil de dizer isso...

Já fiquei com a cara quente. — Você... — Hesitei, pensando em como falar. — Se... você precisar conversar, sabe que eu tô aqui, né...? — Nem fiz questão de olhá-lo. Assim parecia que ele não veria minha cara.

Ouvi sua risada soprada.

— Obrigado, Bru... Eu também tô aqui, caso precise ou queira conversar.

Então senti ele segurando minha mão, e aí eu o olhei.

Nos olhamos uns segundos, e acabamos sorrindo.

Pronto, Bruna, agora ele sabe que pode confiar em um pimentão ambulante.

— Senti falta de ficar assim de boa com você. — Voltou a olhar pra cima.

— Ah é? — Acabei rindo. De nervoso.

— É, outro dia tava lembrando daquela vez que ficamos conversando no chão do ginásio, lembra?

Como eu ia esquecer? Quase nos beijamos naquele dia. — Lembro. Fizemos maratona depois.

Ele riu. — O povo que tava na salinha não deve ter entendido nada, né? Isso se eles viram, mas acho que só ouviram o barulho do portão mesmo.

— Também acho. Aquele dia foi engraçado.

— É mole que faz meio ano que nos conhecemos? Não parece.

— Não mesmo... Passou tão rápido.

— Parece que faz muito mais tempo, não acha? — Me olhou.

— Hm... sim e não. Sei lá.... Você tá todo nostálgico, né?

— Estou, mas não é de hoje. Desde que... — E parou um tempinho. — Nas férias eu já estava... Sempre rola uma saudade da escola. Daí a gente fica querendo que os dias passem logo pra voltar. Mas aí quando volta, queremos férias — disse meio pensativo.

— É bem isso. Eu também fico assim. Ainda mais a gente que mora longe.

— Sim, sofremos mais. — Dei um sorrisinho.

Fiquei com vontade de cruzar nossos dedos, e tomei coragem pra fazer.

Yan correspondeu apertando de leve minha mão.

Estava uma brisa fresca, apesar do calor, e voltei a fechar os olhos, me sentindo mais à vontade.

Senti Yan fazendo um carinho na ponta dos meus dedos e sorri sem perceber.

Dei uma olhada rápida pra ele, e parecia até que ele estava dormindo, com um sorriso sutil nos lábios.

Bem que eu queria meu celular pra poder fotografar essa visão. Mas pelo menos eu guardaria o momento na memória.

Eu me sinto bem com ele, só não sei exatamente o que somos.

Só amigos? Amigos que se beijam às vezes (duas vezes)? Tipo Lili e Júlio, mas sem as brigas?

Bom, sei lá. Só sei que momentos assim são bons.

Valeu a pena esperar? Acho que sim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aiiiii, não foi uma gracinha? Tudo bem, não aconteceu nada "demais", mas foi fofo. A Bru entendeu o lado do Yan, então... sei lá, foi um momento muito camaradagem :3

Mataram um pouquinho da saudade do Yan e dos momentos fofos?

Eu fiquei com esse momento deles de mãos dadas na cabeça, e aí eu resolvi fazer um deseínho.

É, eu não sei desenhar mãos nem pés, então fingem que tá bem desenhado GSYAGSUASH ~e deu preguiça de desenhar a árvore de um jeito decente :B

É isso! Espero que tenham gostado!

Tenham um ótimo Natal, com muitos presentes e comilanças xD

Até mais o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.