San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 47
123. Inscrições + Audição


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!

Está batendo uma certa nostalgia com a audição do teatro desse capítulo shaush

Será que alguém vai reconhecer a história da peça? :B

Boa leitura!



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Nosso primeiro dia de aula começou, e como era a primeira semana, as aulas foram tranquilas, sem muito conteúdo. Na terceira aula, de português, a professora Aline avisou sobre a lista do teatro e eu e James fomos assinar nossos nomes.

— Vamos começar com tudo esse ano, crianças! — Ela disse animada, nos dando a lista. — E teremos algo inédito. Em vez de usar uma história conhecida, vamos usar uma de uma aluna do terceiro ano.

Olha, James estava certo. — Que legal, ela deve estar bem feliz. — Assinei meu nome.

— Sim, foi ela e a sala que sugeriu, já que as histórias dela fazem um certo sucesso entre eles. Eu já li e posso garantir que é muito legal. Acho que vocês vão gostar. Só não conto porque quero que seja surpresa.

— Só porque eu já ia perguntar. — James fez um bico chateado, mas sorriu, depois de assinar seu nome.

— Você saberá ainda hoje, não precisa roer as unhas. As cinco, hein?

— Pode deixar. — Voltamos aos nossos lugares.

— Ah, pessoal, eu também estou com as listas das aulas extracurriculares, para quem quiser. Não sei se vocês estão sabendo, tem cartazes espalhados pela escola informando isso, mas... Teremos aulas de inglês, francês, espanhol, escrita criativa, redação, ilustração, fotografia e esportes, como futebol, basquete, vôlei e handebol. Todas no período da tarde, é claro. Vocês não são obrigados a fazer, mas saibam que, obviamente, será bom para vocês fazerem pelo menos algum idioma. Para facilitar, eu vou passar as listas para vocês, e vocês assinam se quiserem participar e vão passando para o colega de trás. — Ela começou pela primeira fileira, entregando um fino bloco de folhas.

Lili esfregou as mãos, animada. — Chegou meu momento de brilhar.

— Você realmente vai participar de tudo? — James perguntou, com uma cara de “essa menina endoidou”.

— Tudo o que der, sim.

Esperamos até as listas chegarem em nós, na última fileira, e Lili foi a primeira a pegá-las.

— Vamos ver... — Espalhou as folhas na mesa para olhar cada uma direito. — As duas horas de segunda e quarta tem espanhol e escrita criativa... Prefiro espanhol... — Assinou seu nome. — As três horas tem inglês, fotografia e esportes, mas não tem fotografia em outro horário... Ai meu Deus, e agora...

— Olha aqui, tem inglês as seis horas também — indiquei a coluna que ficava as aulas das seis.

— Ah, valeu Bru, não tinha reparado. — E ela assinou na aula de fotografia as três e em inglês as seis. — De terça e quinta tem francês e redação as duas... mas também tem francês as seis da tarde, então... — Assinou nas duas aulas.

Bom, resumindo um pouco as coisas, Lili faria espanhol as duas horas de segunda e quarta, redação de terça e quinta, inglês as seis, de segunda e quarta e francês de terça e quinta. E com base nisso, fomos discutindo sobre o que queríamos fazer para tentarmos ter as aulas nos mesmos horários.

Assinei meu nome em escrita criativa as duas horas de segunda e quarta, fotografia as três, e ilustração no mesmo horário de terça e quarta. Isso além do ensaio que era as cinco.

James também resolveu fazer espanhol as duas e fotografia as três, de segunda e quarta, e basquete de terça e quinta. Júlio também quis fazer basquete, vôlei de segunda e quarta e inglês as seis horas.

Pelo menos não ficaríamos sozinhos na maioria das matérias.

Na troca de aula, aproveitei para avisar Bebê de nossas escolhas, como ele ainda não tinha visto, poderia decidir para que fizéssemos algo juntos.

Como essas aulas só começariam na outra semana, não precisamos nos preocupar com elas. No almoço, Bebê me disse que escolheu fazer fotografia, basquete, francês as duas, e ainda que também iria participar do teatro.

Ficamos praticamente o dia todo falando sobre essas novidades e em como ficaríamos cheio de coisas para fazer. Pelo menos poderíamos desistir, caso não aguentássemos.

Um tempo depois de tomar café, James, Bernardo e eu fomos para o teatro. Eu senti a nostalgia de estar ali, mas também senti a falta que Yan fazia. Era bem estranho pensar que ele não faria teatro conosco.

Pegamos os lugares costumeiros na primeira fileira e esperamos. O teatro não encheu tanto quanto esperávamos, e as cinco em ponto, as professoras Eduarda e Aline vieram junto de uma menina de cabelo azul bebê, que sentou na ponta da nossa fileira.

— Oi, pessoal, tudo certo? Que saudade que eu estava disso! — Eduarda falou, feliz. — Estou vendo que esse ano não teremos tantas pessoas interessadas em participar, já que agora tem outras aulas mais “importantes”, digamos assim. Mas bom, como sempre, vamos fazer as audições e falar um pouco da peça.

— Eu tratei de avisar todo mundo que esse ano faríamos algo diferente. — Aline começou. — E aqui estamos com a diferença. — Apontou para a menina de cabelo colorido, e todos olharam para ela, ao mesmo tempo que seu rosto corava.

— Vem, Bia, sobe aqui. — Eduarda chamou.

A menina negou rapidamente, abraçando um livro contra o peito.

— Como você quer que as pessoas atuem na sua história se você não vem explicar como ela é?

— Eu deixo você explicar.

Eduarda sorriu, colocando as mãos na cintura. — Ok, ok. Bom... Essa história é foi a própria Bia que escreveu e se chama “Através do Tempo”. É uma história de fantasia, romance e comédia.

— Fantasia? Uau! — James cochichou, animado. — Isso sim é novidade.

— A história começa com a personagem principal, Rebeca, que se mudou há pouco tempo para a nova propriedade com seus pais. E essa propriedade fica no interior do estado, é bem espaçosa e fica na frente de uma floresta. Enfim, Rebeca ganhou uma câmera fotográfica e saiu pelo quintal para tirar algumas fotos, e de repente, ela encontra um garoto saindo da tal floresta. Ele estava vestindo roupas estranhas, estava molhado e descalço, e quando ele a viu, agiu como se a conhecesse. Entre uma conversa e outra, o garoto, que se chama Aloys, disse que Rebeca tinha perdido suas memórias na viagem que eles fizeram, e que ela era uma bruxa, e justamente tinha feito um feitiço para salvar os dois de uma caça às bruxas.

— Eita... — sussurrei.

— Ou seja, o garoto está praticamente dizendo que eles fizeram uma viagem no tempo. Só que obviamente, Rebeca acha que ele é maluco, mas apesar disso, tenta ajuda-lo a procurar um livro que ele diz ser importante para trazer as memórias dela de volta.

— Ok, já deu. — Aline tapou a boca dela, fazendo todos rirem, e a soltou. — O resto vocês vão ler. Temos dois papeis principais, Rebeca e Aloys. Quem vai querer participar?

Como James havia dito antes, não levantamos nossas mãos de primeira, para dar chance para as outras pessoas de fazerem os papeis principais, mas ao olharmos para trás, vimos que ninguém tinha erguido as mãos.

— Ninguém? — Eduarda perguntou estranhando. — Vamos, gente, precisamos de alguém.

Ninguém se manifestou, e James me encarou com um sorriso. — Já que ninguém quer...

Levantamos as mãos ao mesmo tempo e Aline colocou a mão no peito, aliviada.

Eduarda veio nos entregar o papel. — São só vocês, mas vamos fazer isso só para não perder o costume, e para a Bia ver se vocês realmente se encaixam no papel. — Deu uma piscadinha, brincalhona.

— Sem problemas. — James riu.

Dei uma lida. Eram somente diálogos entre os personagens principais.

Eu não sabia como, mas estava muito confiante.

Pouco tempo depois, a professora nos chamou e disse para já fazermos a cena juntos, para agilizar o processo. E como estávamos acostumados um com o outro, não seria difícil.

James e eu subimos ao pouco e as professoras desceram, se sentando ao lado de Bia, e fizeram um sinal para começarmos.

Nos separamos. Fiquei no centro do palco, e ele foi para a ponta, e fingi estar observando as coisas ao meu redor, até que vi James “saindo” das cortinas, que eu imaginava sendo as árvores.

Assim que me viu, fez uma cara de surpresa e alegria ao mesmo tempo.

— Como? Como você conseguiu escapar? — perguntou. — O que você fez? Como conseguiu escapar tão rápido? Que roupas são essas? Onde estamos?

Franzi o cenho, não entendo de onde aquele garoto tinha surgido. Rebeca pensava que provavelmente ele tinha usado drogas, o que não era tão impossível dado as coisas que ele dizia.

— Ah, você estava em uma festa a fantasia e usou drogas, é isso? — questionei, debochada.

— Drogas? O que é isso? Você já se adequou ao lugar? Me diga onde conseguiu essas roupas, preciso muito trocar as minhas. — James se abraçou, esfregando os braços e dando uma olhada rápida na folha.

— Do que você está falando? Eu nem te conheço.

— Oh, não me diga que perdeu a memória? — Pareceu surpreso e preocupado. — Onde está o livro? Vou te ajudar a recuperar suas lembranças. — Começou a andar em minha direção.

— Não se aproxime! — exclamei, dando uns passos para trás, fingindo segurar uma câmera nas mãos, que estava pendurada em meu pescoço.

James pareceu amedrontado e parou, como se temesse a câmera. — O-o que é isso? — gaguejou.

— Quem é você? — perguntei desconfiada.

— Você realmente não se lembra — comentou tristonho. — Eu posso ajudar, mas precisa me dizer onde está o livro.

— Não sei que livro é esse — disse irritada. — Você está louco. É melhor eu chamar uma ambulância.

— Ambu o quê? Olha, eu preciso... — Parou de falar, fazendo uma careta, e então se ajoelhou e tossiu, como se estivesse vomitando.

Arregalei os olhos e corri até ele, me ajoelhando ao seu lado. — Ei, você está bem? Não quer mesmo que eu chame uma ambulância?

— Eu... estou bem. Essas viagens são horríveis. — Se deitou no chão. — Estou feliz que esteja viva.

— Eu ainda não entendo do que você está falando — falei mais tranquilamente.

— Tudo bem, tudo bem. — Deu um pequeno sorriso. — Eu só... preciso descansar um pouco. Depois vamos procurar o livro e faremos você se lembrar. — Ergueu a cabeça, apoiando os cotovelos no chão e olhou ao redor. — Esse... lugar está um tanto diferente. Não estava de noite? Eu juro que estava quando... — Se sentou e colocou as mãos na cabeça, como se doesse. — Céus... minha cabeça.

— Fique parado. — Ergui as mãos, sem saber o que fazer. Olhei para uma direção e depois para outra, vendo um celeiro. — Escuta, consegue andar até lá? — Apontei.

— Acho que sim...

Puxei o braço de James para meu ombro e cerquei sua cintura, o ajudando a se levantar, e então andamos para uma ponta do palco até sairmos.

— Corta! — Ouvimos Eduarda dizendo e voltamos. — Vocês foram ótimos!

Observei a reação de Bia, que sorria nos olhando. Pelo jeito ela também tinha gostado.

— E aí, o que achou? — Aline perguntou a ela.

— Acho que já temos nossos personagens principais.

— Aê! — Eduarda bateu palmas, assim como o restante das pessoas.

Sorri para James, feliz, e batemos nossas mãos antes de voltarmos para nossos lugares.

Lá vamos nós com mais uma peça!


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Notas finais do capítulo

Quem aí leu "Através do Tempo"? Sem spoilers, amiguinhos shaush Os personagens ainda não leram xD

Por falar nessa outra história, estou revisando aos poucos, alguma hora eu consigo repostar.

Enfim, espero que tenham gostado! Nos vemos no próximo o/



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