San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 18
94. Ex-cheios de gostosuras


Notas iniciais do capítulo

Hellooooooou little people! How are you? -q

Tá, parei. Então! Hoje teremos um novo personagem :B

Vou deixar a foto dele só no final do capítulo para não haver alarmes kkk

Boa leitura!



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Fomos para a casa da Lili depois do café. E, de tarde, no sábado, nos arrumamos e fomos de carro para a tal festa da prima dela. Estacionamos na rua e entramos no buffet.

O tema da festa era da Minnie, muito bem decorada, do chão ao teto.

Cumprimentamos algumas pessoas, e Lili me puxou para nos sentarmos numa mesa vazia.

— Eu não vejo mais graça em festa de criança. — Lili disse. — Só quem se diverte é o Alex.

Que a propósito, ele e a mãe da Lili estavam brincando na área dos brinquedos. E o pai deles se perdeu por aí.

— Essa é a família da sua mãe, né? — questionei já que comecei a ver outras cabeças ruivas.

— Sim... — Então ela abriu um sorriso, olhando para algum lugar e levantou, abrindo os braços.

Só vi alguém chegando e a abraçando apertado. Era um garoto ruivo, um pouco mais alto do que ela.

— Finalmente você voltou. — Lili comentou e o soltou. — Tá mais alto ou é impressão minha?

— Tô sim, eu cresci — falou se achando e riu. — Eu falei que ia crescer.

— Que chato. — Balançou a mão pra ele, rindo. — Ah, essa é minha amiga Bruna. — E ele me olhou. — Esse é meu primo, Gean.

— Oi! — Me cumprimentou com um beijo rápido no rosto.

— Oi — retribuí.

Lili voltou a sentar e puxou uma cadeira pra ele, e o fez sentar, com seu jeito delicado. — Como tava lá?

— Bem chato — comentou divertido. — Sabe como é meu pai. Me arrependo amargamente de ter ido morar com ele.

— Ele ainda fuma?

— Infelizmente. Esse foi um dos motivos que me fez sair de lá. Não aguentava mais. — Fez uma careta.

Olhei para ele, tentando pensar no porquê ele me parecia familiar.

Eu não conhecia nenhum ruivo além da Lili.

O cabelo dele era enrolado e mais cheio em cima, fazendo os cachos tamparem uma parte de sua testa. Seu maxilar era marcado e seus lábios meio finos. Haviam marcas fofinhas de olheiras debaixo dos olhos castanhos, e poucas sardas espalhadas pelo rosto.

Ele estava todo de preto e parecia super a vontade ali.

Os dois ficaram conversando um tempo.

— Nossa, que sede. Quer refrigerante, Bru? — Lili me olhou.

— Quero.

Ela olhou para o primo, mas balançou a mão. — Ah, você não toma. — E saiu em busca das bebidas.

— Por que você não toma refrigerante? — Tentei puxar assunto.

— Não gosto, sei lá. Acho que tomei tanto que enjoei.

— Sério?

— Eu tomava igual água. Eu era bem gordinho por causa disso.

Encarei seus ombros e braços, não vendo nada de gordura ali, e ele riu, pela minha cara confusa.

— É que eu entrei em um baita regime quando tinha uns doze anos. Eu quase entrei em obesidade infantil.

— Caramba... Difícil acreditar.

— Pois é. — Riu, brincando com o guardanapo. — Era isso ou ficar doente e continuar sendo zoado.

Eita. — Zoavam muito com vocês?

— Demais. Posso te citar uma lista de apelidos carinhosos — ironizou. — Clássicos do tipo “chupeta de baleia”. — Começou a rir. — “Saco de banha”, “bola de ferrugem” e assim vai. Um pior do que o outro.

— Meu Deus — falei surpresa. — Que horrível.

Ele deu de ombros. — Criança fala sem pensar. Teve época que eu nem ligava mais. Mas aí quem começou a falar foi a família, e foi aí que o negócio me chateou.

— O que falavam?

— Ah... que eu estava muito gordo, que ia ficar doente, que ia sofrer por ser gordo, que nunca ia arranjar uma namorada, várias coisas. Eu cheguei a ficar um dia todo sem comer, pra ver se emagrecia — disse pensativo, com um sorriso mínimo. — Mas claro que eu passei mal e fui parar no hospital.

Arregalei os olhos.

— E aí, os médicos deram um sermão nos meus pais e eu comecei a passar em várias consultas e a fazer dieta.

— E você perdeu peso fácil?

— Até que sim. Era a dieta, esportes e ginástica. Com quatorze anos eu estava no meu peso normal.

— Uau... e depois disso ninguém mais te zoou, né?

Gean sorriu. — Não. É engraçado, né? Quando você emagrece e fica bonitão, quem te zoava começa a puxar seu saco.

— E o que você fazia quando isso acontecia?

— Nada. Eu ria e ignorava. Mas admito que era ótimo ver as meninas que me rejeitaram tentando algo comigo.

Eu ri. — Imagino... Também já fui zoada pelo meu peso. Mas não tive esse gostinho de vingança.

— Você também era gordinha?

— Não muito. Era bem mais cheinha que agora. Era uma menina da minha antiga escola. Ela detestava minha amiga, e como eu a defendia, ela apelava pra falar do meu peso.

Ele balançou a cabeça para os lados. — Mulheres são cruéis.

Lili finalmente voltou com os refris e um copo de água para Gean, que o ergueu.

— A revolta dos ex gordinhos. — Sorriu.

Dei risada e dei uma batidinha no seu copo com o meu.

— Hein? Do que vocês estavam falando? — Lili ficou confusa.

— De como éramos cheios de gostosuras e éramos chamados de gordos. — Gean falou antes de tomar sua água.

Lili riu. — Ah, lembro disso. Foi uma época difícil. — Olhou compadecida para ele. — Ainda bem que você tá gostosão agora e manda aquelas meninas pastarem.

Ele riu. — Se você diz.

O assunto de zoação não parou ali. Descobri que além do peso, éramos zoados pela palidez, com direito a apelidos de “papel”, “fantasma”, “leite azedo” e afins. E os dois ainda dividiam os apelidos típicos para ruivos.

Estávamos rindo quando nos chamaram para o parabéns, e depois de cantar, voltamos para a mesa com pedaços de chocolate e docinhos.

— Fomos gordinhos, mas isso não podemos recusar. — Gean brincou comigo.

— Jamais. — Ri.

Ele deu uma boa garfada no bolo. — Lili — chamou de boca cheia e engoliu. — Acho que vou dormir na sua casa hoje.

— Pode ir, mas não vai caber nós três na cama.

— Ah. — Ficou surpreso. — Ela vai dormir lá?

— Vai. Ela não tem casa pra ir nos fins de semana.

— Como assim? — Parou com o garfinho perto da boca e me olhou.

— Eu moro longe, então costumo ficar na escola. — Ele fez cara de alívio.

— Aí às vezes ela aceita dormir em casa. — Lili riu dele.

— Hm... — Pensou. — Posso dormir no sofá, não tem problema.

— Seu besta, tem colchão extra lá.

Ele sorriu, como se já soubesse daquilo.

Um tempo depois fomos embora. Já estava de noite, e quando chegamos vi que já eram dez horas.

— Ninguém vai querer jantar, né? — A mãe da Lili perguntou segurando um Alex dormindo. — Porque eu estou exausta e se alguém sentir fome é só caçar algo na cozinha.

— Pode deixar, tia. — Gean riu, indo para o sofá.

Os pais da Lili subiram e ficamos por ali.

— Eu tô com preguiça de ir dormir. — Lili disse toda largada, com as pernas em cima do primo.

— Eu quero muito deitar, Lili — resmunguei, cansada.

— Ai, tá. — Suspirou e levantou, fazendo um esforço. — Vamos lá.

Subimos. Lili pegou o colchão extra de solteiro e o deixou ao lado da cama dela, e o arrumou, colocando lençol, coberta e um travesseiro. Ela arranjou um pijama do seu pai pro Gean e ele foi se trocar no banheiro, e nós ali mesmo.

Escovamos os dentes ao mesmo tempo, fazendo caretas no espelho e rindo, babando espuma no chão.

Então finalmente nos deitamos. O colchão do Gean estava para o meu lado.

— Não quer mesmo ficar aqui?

— Não, aqui tá bom. — Ele disse, se cobrindo. — Não ligo que pegue o meu lugar algumas vezes. — Brincou.

— Seu lugar. — Lili resmungou rindo, meio irônica.

— Claro que é. Quantas vezes eu não dormi aqui?

— Mais de mil vezes, mas não tem seu nome aqui.

— Tem sim, você que não viu.

Lili não respondeu, e eu vi que ela caiu no sono. — Dormiu.

— Ela sempre me deixa falando sozinho.

Puxei o travesseiro pra ponta da cama para olhá-lo. — Ela também me deixa falando pras paredes.

— Isso é coisa de família. Minha mãe é igualzinha. Mas infelizmente eu puxei a falta de sono do meu pai.

— Você demora pra dormir?

— Geralmente sim. Só durmo rápido se estiver bem cansado.

— Ah... eu até que durmo rápido, mas não igual a Lili

Demos risadas baixas. — Senti falta de dormir aqui.

— Ficou muito tempo fora?

— Quase um ano. Fiquei com meu pai em Santos.

— Por isso a Lili ficou surpresa por você ter crescido, então.

— Sim. — Sorriu. — Essa besta. Ela sempre foi mais alta do que eu e me zoava.

— Vocês são bem próximos, né?

— Aham, felizmente. — Bocejou. — A Lili fez parte da minha mudança de vida. Ela sempre me incentivou e levantava minha moral quando ela estava baixa.

— Que bonitinho.

— É. — Deu um sorriso nostálgico. — Acho que vai ser a minha vez. De te deixar falando sozinha — disse sonolento, sorrindo.

— Tudo bem. Aproveita que o sono veio.

— Boa ideia... Boa noite. — Fechou os olhos.

— Boa noite.

Olhei seu rosto pouco iluminado, e percebi porque eu o achava familiar.

Ele me lembrava um pouco o Yan.

O rosto, talvez. Ou eram os cachos?

Bom, sei lá. Ele é mais... escandaloso que o Yan.

Algumas semelhanças, algumas diferenças.

Acho que tô alucinando já.


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Notas finais do capítulo

Geanzito na área! Vocês acharam ele parecido com o Yan? Eu achei até, alguns traços.

Gostaram dele? Achei ele bem fofo! ~e lindo claro

Foi um capítulo tranquilinho, suave na nave. Mas já aviso que no próximo teremos uma treta ~muahaha e dessa vez envolve a Bruna.

Então nos vemos lá o/

Ps: se alguém souber o nome desse garoto ruivo, agradeço, porque não achei!



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