San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 15
91. Desabafo


Notas iniciais do capítulo

Heeei pessoas! Olhaa quem conseguiu postarrr ~cofcof

Segurem seus forninhos porque é hoje!

Boa leitura!



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Depois de matar a saudade da cama, abri a porta da varanda e desmanchei a bolsa, colocando tudo em seu lugar.

Nisso já era hora do café, e fui chamar a Lili para descer.

Vi Mica no caminho e me lembrei.

— Ei, Mica! — E ela nos olhou. — Onde você tava? Achei que você ia ficar lá no quarto com a gente, mas você sumiu.

— Ah… minha amiga acabou que quis ficar na barraca.

— Ah, entendi.

Fomos para o refeitório, pegamos o café e fomos para a nossa mesa, e logo os meninos vieram.

Agora sim, estávamos de volta!

Então vi Yan entrando com Mateus e Gabriel, e me bateu uma nostalgia. Pena que as coisas não estavam como antes.

Terminamos de comer e subimos. Fiquei no quarto da Lili, a vendo arrumar sua mochila.

— Certeza que não quer ir? — Ela me olhou.

— Tenho sim.

E meia hora depois, ela foi embora, igual james e Júlio.

Bebê e eu nos encontramos para ir jantar. Pegamos a comida e nos sentamos.

— Você não falou mais com o Yan? Depois do nosso beijo?

Lancei um olhar feio pra ele, que só o fez sorrir. — Não. Nem o vi mais.

— Será que ele ficou chateado?

— Não sei.

— Bom, se ficou, agora ele vai ter que tomar uma atitude, ou vai achar que eu vou te roubar.

— Qual seu problema? Eu já falei que não quero isso.

— Você quer continuar assim? Então te aconselho a deixar de gostar dele, porque assim não vai rolar mais nada entre vocês.

Cruzei os braços e desviei o olhar.

— Você sabe que é verdade.

— Fica quieto.

O ignorei o resto da janta e subi logo.

Eu sabia que era verdade, mas… Era difícil pensar em deixar de gostar dele, sendo que teve tantas coisas antes…

Mas também, tô falando como se fosse fácil deixar de gostar de alguém. Seria melhor se eu não gostasse dele? Seria, claro.

Aí eu não ficaria nessa coisa de esperar ele fazer algo. Mas também não consigo tomar atitude. Imagina se ele me corta? Eu nunca mais saio desse quarto.

Aceita, Bruna. Ele deve ter se arrependido.

É melhor eu esquecer isso. Ou pelo menos tentar.

***

Depois de acordar e me trocar, resolvi pegar alguns livros que peguei na outra semana e levar de volta pra biblioteca.

Já tinha passado do horário do café, então o refeitório estava vazio. Passei por ele e subi no prédio dois.

Claro que lá também não teria ninguém. Cheguei perto do balcão.

— Bom dia, dona Grace.

— Bom dia! — Ela me olhou, vendo os livros que eu carregava. — Veio devolvê-los?

— Isso. — Os entreguei para ela. — Pode deixar que eu coloco no lugar.

— Ah, agradeço. — Registrou os livros no computador e os devolveu. — Obrigada, viu?

— Por nada. — Os peguei e fui em direção as estantes.

Guardei três e fui guardar o último, e reparei numa porta que nunca tinha visto antes, que ficava na parede lateral esquerda na  da biblioteca.

Ela estava aberta, e percebi que dava para fora.

Deixei o livro na estante e fui até lá, á vendo que era uma saída de emergência.

Parei na porta, vendo que parecia uma varanda, e olhei para a esquerda, vendo um banco e alguém sentado nele.

Yan tirou os olhos do celular e olhou em minha direção, com uma cara preocupada e surpresa.

Por um momento, não sabia o que falar. Parecia que eu tinha aparecido numa hora ruim.

— Desculpa — falei baixo, já entrando de volta.

— Bru, espera. — Travei no lugar e me virei, vendo ele parando ali.

— Pode… pode ficar. — Suspirou. — Na verdade… eu queria conversar com você.

Meu estômago vazio se apertou de nervoso. Yan saiu do meu campo de visão e eu parei na porta, o vendo voltar a se sentar no banco.

— Fecha a porta — pediu, girando o celular nas mãos e o encarando.

A garganta ficou seca de repente, e fechei a porta. Fui até lá e me sentei ao lado dele, não muito perto. Esperei.

Ele suspirou de novo. — Eu estava conversando com a minha mãe, por mensagem. — Começou, meio desanimado. — Ela… tem câncer de mama.

Senti o corpo gelar com aquilo, tão repentinamente. Eu não conseguia pensar no que falar.

— Ela fez uma cirurgia de emergência nas férias. O câncer estava avançando quando descobrimos… — Se recostou e olhou para o céu. — E está fazendo quimioterapia em São Paulo… Por isso eu cheguei uma semana atrasado, eu tive que ir com ela para o hospital e ficar com ela nos dias seguintes, porque… os efeitos colaterais são bem ruins… Não temos nenhum familiar que more perto e possa cuidar dela.

Eu sabia que tinha acontecido algo com ele, só não imaginava que fosse tão…

— Eu me sinto responsável por cuidar dela, afinal é minha mãe. — Sua voz deu uma leve vacilada. — Eu… vou ir com ela em todas as sessões de quimio, e por isso vou ficar uma semana fora duas vezes por mês. E… talvez, dependendo de como ela reagir ao tratamento… eu vou ter que sair da escola e voltar para Mogi.

E eu achei que não poderia piorar…

— Por isso eu voltei tão… desanimado. Eu não posso nem me recusar, não é algo que dependa de mim e eu não posso deixar minha mãe sozinha — despejou de uma vez. — Eu faria qualquer coisa para que ela ficasse bem.

Meu Deus… o que eu falo?

Yan me olhou. — Eu senti que… você precisava saber. Fiquei pensando tanto nisso… Queria contar logo, mas não queria estragar o nosso acampamento. Fiquei pensando em como falar. — Balançou a cabeça. — Minha mãe até tentou me ajudar. — Deu um pequeno sorriso. — Mas claro que ela ia pensar só em mim.

— O que ela disse?

— Bom, além de não querer que eu fique mal na escola… — Ficou um pouco corado. — Ela… queria que eu fosse feliz.

— … mas você não ficaria bem sem estar perto dela, não é?

— Sim… eu mal aproveitei o acampamento… Espero não tirar notas ruins por ficar preocupado.

— Acho que os professores podem te dar uma aliviada.

— Talvez… Eu… te falei tudo isso porque… eu não quero que você… — Hesitou, pensando. Soltou o ar pela boca. — Não quero que você fique triste, já que eu… não vou poder ficar com você… E-eu estava até pensando em sair do teatro pra não piorar a situação.

— Não, Yan! — falei rápido. — V-você não pode sair do teatro só por minha causa. — Minha cara está queimando. — Você já tem tanta coisa pra se preocupar...

— Bru, claro que eu vou pensar em você, como não iria? Eu... eu gosto de você, seria muito injusto da minha parte continuar agindo do mesmo jeito e aí, um dia, eu teria que ir embora. E depois? Eu não posso fazer isso com você.

Socorro, é muita informação pra ser processada. Desbloqueia, cérebro!

— Yan... — Tentei pensar. — Você gosta tanto do teatro... não sai por minha causa, por favor. — Desviei o olhar. Era como se eu tivesse dito com todas as palavras que gosto dele, e como se ele quisesse dizer que, ficando no teatro, acabaria me dando esperanças. — Eu... não vou ficar triste... Só se você sair.

Ele ficou em silêncio, e eu tomei coragem para olhá-lo.

— Não precisa... agir diferente. Eu entendo... é difícil.

— É... — Suspirou. — A qualquer momento posso ir embora. Tenho que largar todo mundo aqui, e sabe-se lá se eu vou voltar.

Pois é, não tem só você, Bruna. Tem o mateus, o Gabriel e todos os outros amigos. Ele tem tanto a se preocupar...

— Tudo bem. Não precisa se preocupar com isso, de verdade. Eu... não sei bem o que dizer... Sinto muito por isso... Mesmo que eu não saiba o que falar, sabe que eu estou aqui, pra qualquer coisa...

— Eu sei. — Deu um sorrisinho. — Obrigado por ser tão... você.

A minha cara ardia, mas era importante ele saber disso.

— É... Será que posso... te abraçar? — perguntou, sem graça.

Acabei rindo e me aproximei, o abraçando pelo pescoço enquanto ele me apertava pela cintura.

Encostei o queixo em seu ombro e fechei os olhos, sentindo seu perfume e meu coração acelerado.

Eu precisava deixar meus sentimentos de lado. Não poderia fazer com que ele tivesse mais coisa pra se preocupar.

Ele precisava de apoio.

Nos soltamos e nos olhamos. Era melhor deixá-lo sozinho.

— Eu... vou pro meu quarto. — Levantei e andei até a porta. — Qualquer coisa é só dar um berro na varanda.

Yan riu. — Tá bom... Obrigado.

Parei com a mão na maçaneta. — Por nada.

Entrei, deixando a porta só encostada e parei ali, tentando processar tudo.

Olhei pela fresta da porta e vi Yan curvado para frente, com a cabeça apoiada nas mãos.

Era horrível vê-lo daquele jeito, mas... não tinha nada que eu pudesse fazer.

Saí logo de lá e voltei ao quarto. Me joguei na cama e abracei meu travesseiro, ficando de lado.

Senti os olhos ficando úmidos e os fechei.

Meu coração batia apertado e dolorido.

Agora o que resta é tentar deixar de gostar dele.

Mas como eu vou conseguir? Se a todo momento relembro das vezes que nos beijamos... principalmente daquele beijo entre as roupas...

Por favor, Deus... cuida dele e da mãe dele.

E de mim também, pra que eu consiga esquecer tudo isso.

Vai ser difícil, eu sei. Mas vou ter que tentar.


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Notas finais do capítulo

Isso foi triste ou sad? -q

Ai, gente :/ tadinha da Bru, fiquei com dó. Mas também fiquei triste pela situação do Yan.

Vocês têm dicas para alguém superar a bad de "levar um fora"? Acho que a Bru precisa de umas.

É isso! O que acharam desse capítulo?

Nos vemos no próximo! o/



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