Like a back in black - Velhos companheiros escrita por Andrew Ferris


Capítulo 12
Desventuras de uma britânica infortunada


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora! Fiquei muito tempo sem acessar o site depois de perder os últimos capítulos que havia escrito, mas enfim vocês poderão conhecer o restante desta fic!
Boa leitura!!!



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   Amy está no quarto de hotel pertencente aos avós de Janin, deitada sobre a cama e sem qualquer expectativa de levantar cedo. Chris estava lá fora conversando com o garoto, provavelmente sobre a ajuda que pretende oferecer aos avós do menino, o que toca seu duro coração britânico. Ela se dirige ao banheiro após uma longa batalha com o sono e o cansaço, então separa uma toalha amarela com bordados simples, além de algumas peças de roupa e um vestido cinza. Ela retira as roupas que a deixam à vontade, liga o chuveiro e se deixa atingir pelas milhares de gotículas que caem das saídas, respirando fundo enquanto esfrega seu cabelo, despejando um pouco de xampu antes de esticar os ossos e passar sabonete líquido ao longo de seus membros finos e delicados. Seu celular toca, mas ela ignora, prosseguindo com o banho antes de uma nova chamada. Amy continua ignorando as chamadas, até que a décima a deixa intrigada por conta do número desconhecido. Seria seu pai tentando um truque novo? Ela pensa duas vezes, mas resolve deixar o celular tocando até a pessoa desistir da chamada e assim ela poder se concentrar novamente no banho. De repente alguém bate à porta e ela seca o corpo superficialmente, cobrindo-se com a toalha para sair do banheiro contra sua vontade. Assim que abre a porta, um sujeito corpulento, negro, de feições sérias e penteado para trás invade o quarto, observa tudo sem exibir comentários, então ajeita a gravata.
    - O que é isso? O que pensa que está fazendo? - Questionou Amy indignada.
    - Sou segurança do seu pai, pode me chamar de Phil. Agora se vista, temos de ir embora.
    - Não vou embora com você, vá se foder - Phil retira uma arma do bolso, então aponta para a porta, mostrando que a ameaça não estava sendo voltada a ela.
    - Imagino que queira que seu amigo continue bem.
    - Você não ousaria - Declarou a vocalista com audácia, o que apenas motivou o segurança a colocar uma bala na pistola.
    - Última chance - Sem demora Amy correu para o banheiro e tratou de vestir suas roupas, se preocupando mais com Chris do que com suas próprias coisas. Ela sai pressionada, encarando o segurança com uma expressão de dúvida - Vá na frente. Se tentar qualquer coisa, seu amigo vai sofrer as consequências - Sem precisar de um segundo chamado, Amy segue pela porta do quarto e desce as escadas do hotel sem emitir ruído algum, retirando-se da casa acompanhada por Phil, que a direciona até um carro preto na esquina da rua. Assim que entram no veículo, a jovem percebe que escapar seria quase impossível, pois desta vez Mitchell não poupara esforços para contratar mais meia dúzia de sujeitos robustos, com óculos escuros e algumas marcas de cansaço expressas nas faces. Isso é tudo que ela tem interesse de enxergar antes do carro partir para longe da pequena cidade.
    A viagem segue sem qualquer interferência de Amy, cujas mãos tremulam devido ao nervosismo enquanto os seguranças bocejam entediados. Depois de duas horas de viagem, o carro para na frente de um posto de gasolina, então todos saem do carro, com exceção de Phil e Amy.
    - Precisa usar o banheiro? - Perguntou o segurança forçando uma simples simpatia.
    - Preciso sim, você vai me levar?
    - Não.
    - Então preciso realmente ir ao banheiro - A dupla deixa o carro, então Phil ordena que dois dos colegas acompanhem a cantora, e eles o fazem até alcançarem a entrada do sanitário feminino.
    - Suponho que os dois não sejam damas, portanto não me levarão até o mictório - A declaração leva os dois seguranças a se sentirem constrangidos, desistindo de seguir a jovem e esperando sua saída do lado de fora do banheiro.
    Sem vacilar por um momento sequer, Amy tranca a porta de seu sanitário, sobe no vaso, então verifica o tamanho da janela. Apesar de haver uma pequena grade separando o lado interno do lado externo, a grade fora cortada, restando algum espaço para um suposto fugitivo, estado este em que Amy atualmente se encontra. Ela respira fundo, encolhe a barriga, então se joga janela fora enquanto os seguranças começam a ficar impacientes.
    Phil surge da loja mais próxima, então se aproxima dos colegas intrigado.
    - Onde está a Winehouse?
    - No banheiro - Afirmou um segurança de pele clara e olhos escuros, além de cabelo loiro levemente encaracolado.
    - Banheiro? Seus idiotas. Quanto tempo acham que uma pessoa leva para urinar? Ela deve estar tentando fugir - Os seguranças correm às pressas para dentro do banheiro, se deparando com um par de pernas presas que por pouco se soltam da grade para que possam recuperar sua liberdade. Antes que a cena se desenrole, Phil se adianta e encontra Amy instantes depois dela escapar do banheiro. Ele a persegue pela rua, então a puxa pelo braço de volta ao carro, ameaçando-a outra vez com a pistola, o que a força a se comportar à medida que os demais seguranças voltam ao veículo. Assim que o carro parte, Phil balança a cabeça negativamente para seus colegas estúpidos, mas recupera seu ânimo assim que um segurança careca lhe entrega uma seringa.
    - O que é isso? - Indagou Amy perplexa.
    - Se chama seringa. Dentro dela há um calmante para que você não traga mais problemas durante a viagem - Amy chuta Phil e os demais seguranças, mas logo eles a dominam e seu líder trata de injetar o conteúdo da seringa na jovem, que dorme em um piscar de olhos, o que arranca um suspiro de alívio de seu perseguidor. Ele havia provado o suficiente de Amy para um dia, mas sua penitência estava longe de acabar.
    Quando chegam no Glanmore Street Bluecandy Hotel, onde havia um dormitório reservado por seu patrão, os seguranças desceram do carro com Amy e a levam escada acima enquanto Phil se dirige à recepcionista para pegar a chave do quarto.
    - Boa noite - Exclamou a mulher com um sorriso cheio de vida.
    - Boa noite. Meu chefe deixou dois quartos reservados para minha equipe.
    - Qual o nome do seu chefe?
    - Mitchell Winehouse.
    - E qual é o seu nome?
    - Phil - Respondeu o segurança exausto.
    - Encontrei o registro, quartos cento e oitenta e três e cento e oitenta e seis. Bem-vindo senhor Reylen, lhe desejo uma hospedagem agradável.
    - Uma noite de descanso ininterrupto está de bom tamanho.
    Amy desperta com fome e sede, além de uma tontura avassaladora que lhe deixa angustiada. Os seguranças tiveram coragem de injetar um sonífero em seu pescoço sem ao menos reconsiderar. O trabalho era sério e seus participantes mais sérios ainda. Não tarda para que ela se levante e tente abrir a porta do quarto. Trancado, obviamente. Ela bufou indignada, correu para a janela na tentativa de se localizar e acaba frustrada. Ela deita no chão do quarto sem vontade de gritar, até que Phil abre a porta e lhe oferece um prato de comida.
    - Não estou com fome - Exclamou a jovem com revolta.
    - Eu deixarei o prato aqui para o caso de você mudar de ideia - O segurança deixa o quarto e tranca a porta antes de seguir para seu próprio dormitório, onde os colegas bebem e fumam, além de brincar de forma bem violenta e grotesca. Caixas de pizzas estão espalhadas pelo tapete, mas Phil desvia dos inconvenientes obstáculos de papelão, largando a chave do quarto cento e oitenta e três na prateleira da estante para sentar-se em uma poltrona longe dos colegas, onde consegue ter um pouco de paz, saboreando seus pedaços de pizza recheada com tanto queijo que sua boca se derrete com o escorrer do óleo e sabor forte que se misturam aos poucos com o gosto amargo e gelado da cerveja recém-chegada. Com o tempo, o sono se apodera de seu corpo, mas o excesso de barulho o desperta sem demora. Mantendo sua pose responsável, ele se levanta e caminha arrumando a parte mais superficial da bagunça, posteriormente apanhando seu molho de chaves sobre o sofá. "Sofá"? Ele se pergunta com os pensamentos lentos. Apesar da memória fraca e da falta de atenção, Phil tem absoluta certeza de que havia deixado as chaves na estante, e que sem dúvidas a chave do quarto cento e oitenta e três estava junto.
    Phil conta quantos de seus colegas estão presentes. Faltava um. Que merda teria de enfrentar a essa altura do campeonato?
    Edmund, um sujeito de barba rala, cabelos castanhos amarrados e olhos verdes abre a porta do quarto cento e oitenta e três, tranca a porta, então atravessa a pequena cozinha, onde há um refrigerador e uma mesa sem nada de especial, abre a porta do quarto de Amy e a encontra no chão, arrasada, imóvel, ainda sem tocar na comida.
    - Você não está cooperando conosco, senhorita. Precisamos cumprir nosso trabalho direito e a senhorita nos deu uma baita dor de cabeça. Esperava ser recompensado antes de voltar pra casa - Amy não responde - Sabe, eu respeito seu pai, ele é um bom sujeito, bem preocupado e cuidadoso, diferente de mim, embora eu pense que você prefira o meu jeito ao dele - Amy continua imóvel sem dizer uma palavra, então Edmund olha fixamente para seu glúteo, deixando uma vontade cruel domar seus pensamentos profanos que que enfim tome o impulso de avançar sobre a jovem, segurando-a pelos punhos para que possa se esfregar em seu corpo. Amy tenta de desvencilhar e grita de desespero, o que leva o sujeito ao riso e à euforia.
    - Eu gosto de inocência, mas você consegue deixar ainda mais interessante - Amy grita ainda mais alto, o que leva Edmund a tapar sua boca - Ninguém pode te escutar, mas em breve talvez escutem - Phil deixa o quarto assustado, correndo para verificar como estavam as coisas no quarto cento e oitenta e três. Ele empurra a porta, mas esta se encontra trancada. Ele retira a chave extra do bolso, então abre a porta sem fazer barulho para não correr o risco de assustar o amigo e levá-lo a cometer uma burrice maior ainda. O segurança atravessa a cozinha às pressas e se depara com a porta entreaberta e Edmund em cima de Amy, que tenta a todo custo de desvencilhar do agressor, por mais tolas que pudessem ser suas tentativas.
    - Já chega - Phil se joga sobre Edmund, arrancando o colega de cima da jovem e desferindo um soco brutal em sua face, deixando uma forte ardência pairar sobre o rosto do segurança antes de este revidar o ataque, iniciando uma disputa de socos e pontapés que termina com sangue escorrendo de ambos os narizes e com um Phil revoltado batendo a cabeça do amigo contra o chão.
    - Você é um cretino. Um babaca sem escrúpulos. Tínhamos um trabalho, bastava cumprir com a porra do seu trabalho, seu nojento. Já que você tem esse tipo de ousadia, acho que não seria má ideia passar na casa da sua ex-mulher e conversar com a pequena Melissa, não é seu escroto filho da puta? - Depois de uma última pancada na cabeça de Edmund, Phil se levanta ofegante e corre para ver como está Amy, que chora desesperada na cama enquanto o segurança tenta se aproximar sem ideia do que dizer.
    - Senhorita Winehouse, eu sinto muito - Amy se joga nos braços do segurança e continua chorando, o que o leva a abraçá-la com carinho, uma estratégia que lhe custou a paz que tanto desejava para seu fim de turno. Inesperadamente, a jovem desferiu uma joelhada entre as pernas de Phil com toda a sua força e corre para a saída do quarto, sendo impedida de fugir por outro segurança, que estava na porta esperando que algo assim fosse acontecer.
    Depois de trancar a porta do quarto de Amy, o segurança mais novo entrega o molho de chaves para Phil, que agradece com um meio sorriso antes de encarar um Edmund desacordado sobre o tapete. Ele pega uma garrafa de cerveja e se joga sobre o sofá, ajeitando uma almofada antes de bocejar com empenho.
    - Fiquem de olho nesse otário. Se qualquer um de vocês for me acordar, que seja por uma boa razão, por que estou farto desse trabalho de merda - Assim o segurança cai no sono, esquecendo completamente de sua bebida, que é levada por um sujeito careca enquanto um segundo segurança se encarrega de apagar as luzes, proporcionando um pequeno momento de descanso naquele meio, diferente de Amy, que novamente havia falhado em fugir. Entretanto, depois de passar duas horas olhando janela afora e torcendo para que Chris aparecesse na calçada, a jovem britânica engoliu em seco e começou a tramar sua próxima ideia.


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Notas finais do capítulo

Novamente peço desculpas pelo quase abandono da história!!!
O que acharam?



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