Liberdade.
Liberdade era tudo o que Ame queria enquanto estava fora de casa. Em casa, os carinhos eram de Hanabi, sua irmã que tinha nascido há três anos, e de Yuri, o prodígio, o que levou o nome da família e que provavelmente seria o maior Odayaka de sua geração.  Carregava o sobrenome da família do pai e somente isso era o suficiente para que todo o tratamento que lhe dessem fosse menor, às vezes indiferente.

Ame era livre no beco com seus amigos, conhecia coisas novas, fazia o bem aos que precisavam como um grande herói, cuidava dos súditos como um bom rei e isso era tudo o que ele precisava para esquecer qualquer tristeza vinda de casa.

Ame tinha a liberdade que queria fora de casa, mas ele não sabia o que estava acontecendo por suas costas. Estava tão ocupado reinando para seus súditos que não via quando os garotos mais velhos do bairro, aqueles que Ame tirara do “poder’, passavam sutilmente observando seu reinado.

Eles viam o que queriam. Um rei contente, tal como seu povo.

Era nesse estado que aqueles garotos queriam que Ame estivesse.

O troco viria. Iriam destronar Ame. Queriam ele feliz até lá.