Bela Morta escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 16
Capítulo 15




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 Durante os dias que faltavam para o seu aniversário, Bruno não voltou na casa de Ana, ou saiu com ela para outro lugar que não fosse o restaurante da empresa.

Ele ainda colecionava “pequenas vitórias sobre Ana”, mesmo que elas fossem cada vez mais escassas, as “pequenas vitórias sobre Ana” pareciam ter chegado ao seu limite de evolução e isso não era o bastante para Bruno, mas mesmo com a frustração que o consumia por vezes, ele não conseguia desistir. Contudo, ele precisava se concentrar em seu trabalho, dar atenção aos novos estagiários e ao seu projeto que se apresentava cada vez mais bem-sucedido.

— Amanhã é o seu grande dia. - Tiago comentou por sobre o computador.

— Realmente. - Bruno respondeu terminando de organizar sua mesa para o trabalho.

— Ana ainda não desistiu de ir manhã? - conferiu realmente interessado no avanço dessa relação.

— Não, pelo menos ela não falou nada. Mas hoje eu vou relembrá-la na hora do almoço. - falou em um tom cansado.

— Está desanimado com ela? Olha, se você quiser desistir a Gabriela estagiária da tarde, está louca para assumir o lugar da Ana nos seus pensamentos. - comentou maldoso.

— Para de besteira Tiago. - brigou.

— Besteira? A garota só falta se jogar em cima de você.

— Você está exagerando. E de qualquer forma, mesmo sendo frustrante é da Ana que eu gosto. - respondeu um pouco infeliz.

— Se você não está feliz deveria lutar contra esse sentimento. - aconselhou com preocupação.

— Ai que tá! Eu fico assim quando estou sozinho ou falando sobre esse assunto. Mas é só ela aparecer, que pronto! Eu me encho de motivação e começo a sorrir igual um idiota... Eu não sei o que ela fez comigo, mas eu não posso desistir dela. - a convicção parecia transborda dos seus poros.

— Sendo assim, vou convidar a Gabriela para o seu aniversário.

— Você ouviu o que eu acabei de falar?

— Claro! E por isso mesmo vou te ajudar. Gabriela vai te ajudar provocar o sentimento mais primitivo e irracional, que praticamente nenhum ser humano pode passar imune, mesmo aqueles que não demonstram, o ciúme. - concluiu se sentindo um gênio.

— Isso é ridículo.

— Mas você está desesperado e vai aceitar. - Bruno não discordou.

xxx

Assim que Bruno chegou ao restaurante pode avistar Ana sentada diante do seu prato, eles haviam almoçado juntos nesses poucos dias, mas já havia sido tempo o suficiente para Bruno gravar a rotina da moça. Ele não demorou muito para montar seu prato no buffet e logo se sentou de frente para moça sem pedir licença, ele não precisava mais dessa formalidade.

— Boa tarde. - cumprimentou quando ela finalmente notou sua presença.

— Boa tarde.

— Você ainda não desistiu de ir amanhã, não é? - ele poderia começar uma conversa antes de soltar a pergunta, mas ele sempre estava ansioso demais diante dela para isso.

— Não desisti.

— Isso é ótimo. - respondeu aliviado.

— Você realmente deseja minha presença no seu aniversário? - ainda não havia emoções, mas um pingo de curiosidade era existente.

— Mais que tudo. - aquele era o tipo de resposta que não deveria se dar assim, mas a conversa era com Ana e intensidade não fazia mal.

— Eu estarei lá.

— Será o melhor presente. - mais uma frase exagerada para o momento, apesar da frase ser a mais pura verdade.

O Bruno desanimado e amuado de mais cedo não existia mais diante de Ana, era sempre assim. Longe, as dúvidas e o desânimo maltratavam Bruno, mas era só pôr os olhos em Ana que tudo sumia, o simples ato de vê-la comendo de forma lenta era a coisa mais linda que ele havia visto e o que tudo indicava que não existia remédio para isso.


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