No dia seguinte, Maria acordou e Frank estava sentado no outro sofá a olhando. Ela sentou-se ainda sonolenta e olhou o relógio que marcava quase uma hora da tarde. Perguntou onde estava o Gerard e ele lhe respondeu que tinha ido ao mercado. Tomou um banho e depois preparou algo pra comer. Quando estava lavando a louça que sujara sentiu como se estivesse sendo vigiada, e realmente estava. Virou-se e Frank estava atrás dela na porta da cozinha a observando enquanto bebia um copo de água.

- quer alguma coisa? – perguntou desconfiada.

- não, obrigado. – e mesmo sentindo-se constrangida com ele ali a olhando ela continuou lavando a louça. – na verdade eu gostaria de saber sobre algumas coisas que me intrigam. – Maria já sabia o que era e virou-se olhando pra ele. Ontem quando ele foi atrás dela acabou deixando escapar algo que revelava que Gerard e ela não tinham praticamente nada.

- ta bom Frank. Vou abrir o jogo com você. Sei que já deve ter percebido que tudo isso não passa de uma farsa. Ainda mais ontem quando sem querer acabei te contando uma parte bastante esclarecedora.

- o que você é exatamente Maria? Ele te paga pra fingir? O que quis dizer quando me falou que ele lhe pagava? – ela não tinha mais saída e já que ia embora no outro dia, não ligava mais pro que ele soubesse ou não de toda aquela historia.

- Eu sou uma garota de programa Frank.

- o que?

- é. Tudo isso começou quando fui fazer um programa com o Gerard e depois ele me ofereceu uma grana pra que fingisse toda essa situação pra ver se vocês o deixassem em paz. – disse como se aquele desabafo todo fosse a libertar de tal peso.

- nós?

- estão pressionando muito o Gerard depois que ele ficou viúvo. Ele acha que assim vocês não irão mais se preocupar tanto com ele.

- nos preocuparemos mesmo assim. É como um irmão pra nós. Isso mostra que nos importamos com ele.

- mas devem dar espaço pra ele. Ele está se sentindo sufocado.

- eu entendo. Vou conversar com o pessoal.

- não pode.

- por que?

- tem que continuar com essa mentira até quando o Gerard estiver pronto pra contar.

- pode deixar. Seu segredo está seguro comigo.

- obrigada.  - Frank se aproximou dela colocando o copo na pia.

- por que me contou tudo isso?

- por que eu confio em você.

- Maria... – ousou falar algo, mas desistiu.

- pode falar.

- não tenho coragem. Esquece.

- pode falar Frank.

- é só que...Desde quando te vi pela primeira vez eu me senti atraído por você. – Maria olhou nervosa praqueles olhos amendoados e resolveu se abrir logo com ele sobre tudo que sentia.

- eu também.

- o que? – perguntou não acreditando.

- também me senti atraída por você quando te conheci. Só que...

- só que?

- agora eu amo o Gerard.

- se apaixonou por ele?

- eu sei que foi errado, mas...Não tive como evitar.

- é um pena mesmo... – disse ele ficando pra baixo.

- não fique assim. Achará alguém que goste de você também.

- o Gerard tem sorte.

- hum, bobo. – e os dois se abraçaram. Frank a apertava até demais contra seu corpo. Quando os dois se separaram ainda estavam bastante próximos e Maria sabia muito bem o que ia acontecer naquele momento.

Gerard saiu do mercado com um carrinho de compras. Despejou tudo no porta-malas e depois partiu pra casa. Quando chegou deixou as compras no carro, preferiu pedir ajuda ao Frank e a Maria com o carregamento das sacolas. Abriu a porta da sala e não havia ninguém, apenas a televisão ligada pras paredes e num som bem alto. Fechou a porta e ao chegar no corredor pôde ouvir alguns sussurros que viam da cozinha, mas que ele não conseguia decifrar por causa do som alto da tv.

Ao chegar na porta da cozinha não acreditou no que seus olhos viam, foi como se lhe dessem uma facada no peito. A mulher por quem se apaixonara estava se contorcendo de prazer na mesa da cozinha com os olhos fechados e gemendo alto enquanto seu amigo Frank beijava o corpo dela.