— Emily estava ansiosa pra amanhã à noite. — George, o pai de Emily, ergueu a espátula que estivera usando para confeitar um bolo, parando o serviço. — Não só pelo aniversário, parece, mas acho que ela queria contar algo importante. Tem ideia do que possa ser?

George agora já acostumara-se à garota, embora aquela fosse a primeira vez que os visitava. Sempre a cumprimentava ao buscar a filha na loja de doces, e algumas vezes parava uns minutos pra conversar, superando a aversão inicial da aparência da garota no mesmo dia em que ela salvara Emily por chamar a ambulância. Não sabia que ela morava na rua, já que agora ela pegava dinheiro dos trombadinhas em quem batia para comer e manter-se asseada.

Trish e Emily namoravam em segredo há três meses. Emily decidira contar ao pai no aniversário dela. A delinquente nunca vira a namorada mais feliz, nervosa, ou ansiosa que então.

Ela sorriu de forma conspiratória ao sogro, respondendo que nada sabia.

Emily voltou com a decoração tão nervosa que não conseguia encarar o pai. Pediu que a deixasse dormir na ‘casa’ de Trish, com a desculpa de que ele poderia fazer uma surpresa. Juntas, com muito esforço, conseguiram convencê-lo.