Agatha 23

Combinei com a Raquel de encontrá-la por volta das nove horas da manhã. Já pronta para o passeio peguei a moto do meu pai e fui ao encontro da minha mais nova amiga.

-Bom dia. – Falei sem descer da moto, tirando apenas o capacete.

-Bom dia Agatha, espero não estar incomodando. – Ela disse pegando um dos capacetes que eu estendia em sua direção.

-Eu já disse que não, então não se preocupe. Oi vovó. – Cumprimentei a vovó Esme que cuidava do jardim e assim que a Raquel subiu na moto dei partida. O primeiro lugar que eu decidi ir era a oficina do meu pai, sabia que lá eu iria encontra com o Seth, então...

-Essa é a oficina do Jacob não é? – Ela perguntou tirando o capacete já em pé.

-É, e o Jacob é o meu pai. Aqui trabalham ele, o Seth que você já conhece e o Embry, na maior parte do tempo. – Falei ao mesmo tempo que entravamos no estabelecimento. – Bom dia pai, oi Seth. – Falei dando um selinho no meu namorado. – Pai essa é a Raquel, a alfa que eu te falei. – Meu pai deu uma olhada de cima em baixo nela, ele sabia do ocorrido.

-Oi Seth. Jacob muito prazer. – Ela cumprimentou formalmente o meu pai, que retribuiu.

-Aquele ali de costas é o Embry. – Falei apontando ao rapaz que estava de costas para nós trabalhando na retifica de alguma peça. Nosso mal educado amigo nem olhou. Fazer o que? – Bom acho que aqui é tudo, pai vamos dar uma volta pela reserva, depois eu passo pegar a moto. – Dei um beijo na bochecha do meu pai e mais um selinho no Seth. – Vamos almoçar juntos hoje? – Perguntei manhosa.

-Claro amor, depois a gente se vê, te amo. – Ele disse ao pé do meu ouvido me fazendo arrepiar inteira.

-Também te amo.

Logo em seguida sai a pé mesmo com a Raquel para dar uma volta pelas redondezas. Tentei mostras um pouco de tudo, tá certo que a reserva em si não é lá grande coisa, mas uma loba igual a Raquel se interessa por coisas que normalmente os humanos não acham nada de interessante, isso nos aproxima mais ainda. Apresentei alguns dos lobos da alcatéia: Colin, Quil, Paul e o Sam, este ultimo já não se transforma a muito tempo, mas por ter sido o alfa por tempo o suficiente achei que ele gostaria de conhece-la, afinal ela também é uma alfa. Mas como a intenção é apenas o reconhecimento do local não demoramos muito em nenhum dos lugares que visitamos.

Passado das onze da manhã começamos o caminho de volta, uma por que já se aproximava o horário do almoço e o Seth iria almoçar comigo e outra por que não havia mais nenhum local a ser visitado. Infelizmente no caminho de volta encontramos com a minha odiosa cunhada.

-Agatha, espere. – Ele veio a passos largos em nossa direção, infelizmente não deu para fingir que não ouvi, sabe genes lobos ne...

-O quer Leah? – Nem me dei ao trabalho de apresentar a Raquel a ela, devem se conhecer e eu não tinha a mínima paciência para ficar muito tempo com a Leah.

-Oi Raquel, Agatha eu queria saber como está o Andrew. – Ela disse sem jeito. A Raquel a cumprimentou com um aceno, ainda mais vendo a minha indignação ao encontrar com esse ser.

-Esta melhor do que ontem. – Falei frizando o ontem, pois ela não foi vê-lo.

-Já deu ne Agatha. Poxa eu realmente gosto do Andrew, pega leve. – Ela parecia irritada, mas eu não deixaria as coisas fáceis para ela.

-Eu também amo o Seth, assim como ele me ama, e o que você fez a respeito? Quando você entendeu a nossa ligação? Então não me venha com essa de pegar leve, comigo não rola Leah. Com licença. – Falei puxando a Raquel pela mão. – Queria que um dia, apenas um dia você sentisse a dor que eu senti por estar longe do Seth. – Falei olhando para trás, onde ela continuava imóvel.

-Nossa Agatha, você está tremendo. – A Raquel comentou.

-Essa ai me tira do sério, acredita que ela foi contar ao meu pai que eu estava indo visitar o Seth durante a noite. – Falei indignada.

-Mas é verdade? Tipo você ia mesmo ver ele durante a noite?

-Toda noite,mesmo antes da gente reatar. – Falei orgulhosa da minha atitude.

-E ninguém nunca te pegou no flagra? – Ela perguntou bastante interessada.

-No primeiro dia o meu avô, Edward, me pegou voltando da casa do Seth, mas de certa forma me compreendeu. Depois o Seth acordou numa noite quando eu inconscientemente o beijei. No resto era apenas suspeita dela, sabe por causa do meu cheiro.

-Foi maldade, ela não tinha o direito de fazer isso. – Raquel estava tão indignada com a Leah quanto eu .

-O pior é que quando ela contou ao meu pai eu e o Seth já estávamos namorando, mas escondido, só iríamos assumir depois do nascimento do meu irmão, mas por conta da desmiolada assumimos antes, o que de certa forma foi bom, mas ela não tinha o direito de se meter na nossa vida. – Falei expondo toda a minha raiva.

-Agora entendo o por que de não gostar dela, isso poderia ter sido o fim de vocês. – Realmente a Raquel me compreendia.

Voltamos para a minha casa, meu pai e o Seth já estavam nos esperando.

-Nossa vocês demoraram filha. – Minha mãe disse quando nos sentamos à mesa.

-Desculpe, é que acabamos por encontrar com a Leah, ai nos perdemos no horário. – Falei sem entrar em detalhes, mas meus pais e o Seth sabiam bem como era o meu relacionamento com a minha cunhada.

-Tá tudo bem amor? – Seth me perguntou. – Você nem foi buscar a moto na oficina.

-Tá sim, é que viemos andando e conversando. A tarde eu passo por lá pagar a moto ou você pode trazer ne pai? – Perguntei olhando para o meu pai.

-Claro, mas Agatha não quero saber de você por ai discutindo com a Leah. – Meu pai lançou aquele olhar de alfa, que me gelou por inteira.

-Pai eu não discuti com ela, apenas respondi o que ela me perguntou. – Falei inocentemente, Raquel que estava ao meu lado apenas abaixou a cabeça tentando segurar o riso. Meus pais fingiram que não viram, mas eu sabia muito bem como eles pensavam a respeito. Pra falar a verdade eu e a Leah não nos suportávamos. No entanto eu e a Raquel combinávamos nesse aspecto.

Depois do almoço nos despedimos do meu pai e do Seth, eles tinham que voltar para a oficina. Combinamos de mais tarde passar por lá, é claro que eu nem tinha segundas intenções né???

Passamos a tarde inteira conversando sobre tudo um pouco, Raquel apesar de ser a alfa da matilha dela era bem nova, tinha apenas vinte anos e sempre sonhou em se casar e ter filhos, mas a condição de loba minou os sonhos dela, esse fato me lembrou a tia Rose, foi por isso que ela procurou pelo vovô Carlisle. No fim da tarde voltamos para a oficina, na entrada Embry testava um dos veículos que estava para concerto.

-Fala Embry. – Eu disse rindo. Mas quando ele se virou percebi que o olhar dele se prendeu nos olhos da Raquel da mesma forma que o dela nos dele, a cena emanava paixão, amor, ternura. O clima perfeito. Pelo que eu entendo o processo eles acabaram de sofrer o tão esperado impriniting, e pelo jeito foi dos dois lados. Logo meu pai e o Seth também observavam a cena, sem emitir nenhuma palavra Seth veio se postar ao meu lado depositando um beijo nos meus lábios.