Freedom Day escrita por Hissa Odair


Capítulo 1
Pesadelos também se tornam reais


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Glória a Deus, irmãs! Amém que consigo postar isso!
Vamos ser breve agora okay? Eu quero dormir!
Boa Leitura ♥!



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Hoje o dia está ótimo, quero dizer, até onde se é possível sentir algo bom trancado aqui. Posso ver apenas por alguma das rachaduras que o tempo e eu mesmo consegui fazer nessa porta, vejo um dia escuro para você.

Um dia perfeito para mim.

Hoje por algum motivo as pessoas estão sendo mais falsas do que o normal, estão mentindo e escondendo mais e mais, sorrisos falsos estão ficando cada vez mais naturais. Nesse ritmo logo vão existir mais esqueletos consciente como eu.

Sim, esqueletos. E como já deve ter visto nas aulas de ciências, dentro do ser humano. Apesar de que esse é feito de vários ossos, que mantém o corpo humano de pé.

Ou no meu caso, dentro de um armário. E não, não aquele armário que certos humanos saem.

Sou um esqueleto feito de medos, erros, arrependimento, tudo com cobertura de angústia (do jeito que você mais odeia). Um bem diferente do tradicional composto de ... Do que mesmo? Colágeno ... fósforo talvez. Enfim, não vamos nos aprofundar em algo assim (até porque eu não tenho nenhum motivo para me preocupar com coisas assim), afinal hoje é um dia glorioso, não mais um dia caótico.

Nasci e cresci em um lugar bem escuro, um tanto frio e fechado, descobri depois que se tratava de um armário de madeira, onde podia ver umas farpas na primeira rachadura que apareceu, a que iluminou e pôs fim ao breu de vários anos, por sua vez, foi essa luz que me acordou.

Faz muito tempo desde que acordei, estou mais tempo acordado do que desacordado eu acho. Até porque não me preocupei muito com a sua idade na hora (nem me preocupo com a idade agora, afinal, que diferença faz?).

E afinal, com quem estou falando? Não é como se você pudesse me ouvir o tempo inteiro. Mas tudo bem, eu sei que mesmo trancado aqui você pode me sentir, mesmo isolado da maioria das pessoas eu sei que estou cada vez mais forte, sei que você está chorando por eu simplesmente existir.

Seres humanos são seres estranhos. Vocês nos criam, mas apenas para nos trancar e nos odiar, depois ainda tem a audácia de chorar por algo que é culpa sua.

Talvez nunca vá entende-los direito, vocês e suas manias de esconder e mentir. Esses idiotas que nos trancam mas só nos deixam mais fortes.

Agora estou em dúvida se devo odiar ou adorar você.

Imagino que cada humano tenha várias mentiras e erros, uns mais sérios do que os outros, mas acho que você chegou em um nível bem incomum. Digo ... Posso estar enganado, mas não acho que toda professora de inglês já matou alguém e mente para todos que supostamente ama.

Acho que foi desde que você matou alguém que eu tenho noção da minha própria existência ... Sim, foi a partir daí mesmo. Você era bem nova, hein? Não acho que devia ter mais de 15, uma adolescente ou mesmo pré-adolescente.

Uma adolescente matando outro menor de idade. Palmas para você, humana.

E não me venha com essa conversa de “eu não tinha como evitar”, pelo amor ... Sempre usando isso como um escudo para se proteger da culpa e arrependimento de suas escolhas.

Um escudo para se proteger de mim. Uma corrente que colocou em volta do armário e prendeu com cadeado, a mais antiga corrente de todas e a que mais me irrita, claro que é a que é a mais fácil de rebater, o que faz ser a que mais odeio e a que mais gosto. Estranho não é?

Mas enfim, vamos continuar a nossa história. Após assassinar um menor de idade, você começou a vagar por aí. Quase morrendo a coitada não é? Engraçado como você consegue contar como se fosse a vítima em tudo.

Sei que sabia que a irmã que supostamente era tudo pra você também estava machucada e sozinha, poderia ter sido ela a morrer ou a matar. Voltar para ver como ela estava? Não! Vamos andar para longe e só pensar nela um bom tempo depois!

Se a futura mãe adotiva dela não tivesse aparecido ela teria morrido ali mesmo, abandonada por quem ela mais amava, simplesmente porque a irmã mais velha estava ocupada demais com seus surtos e crises para pensar nela!

Já não bastava ter mentido e omitido coisas importantes anteriormente (como o fato de ser mulher e estar sendo ameaçada), mas agora conseguiu ferir quem mais amava você.

Mas foi graças a seus erros que uma rachadura foi feita no armário. A sensação de ver a luz fora da escuridão desse armário deve ser a mesma sensação que vocês têm ao nascer, seguindo essa ideia, eu sou como um bebê que nasceu para ficar trancafiado no quarto para sempre, sem que você queira me dar liberdade por saber que eu vou te destruir.

Após sua fuga covarde, conseguiu ser acolhida e ganhou outro nome, agora abandonou de vez tudo o que era, deixou de lado todo o seu passado para se chamar Ito Mayumi, uma garota falsa dos pés à cabeça.

Cada vez que você olhava quem te chamava de Mayumi já estava mentindo. Praticamente todo mundo que um dia conheceu um lado seu mais verdadeiro agora achava que estava morta.

Talvez fosse o melhor mesmo. Nos pouparia tempo se tivesse morrido logo na primeira vez que quis desistir. Mas ... Você continuou adiando isso, quando reparei já era adulta, fazendo faculdade e quando resolvi tirar um cochilo e acordar um tempinho depois já estava formada.

Mas tirando o fato de que estava mais crescida, não chegou a mudar muita coisa. Nem amadureceu muito, continua presa às coisas do passado, continua me fortalecendo entre essas paredes de madeira.

Nesse seu ritmo, eu ia sim sair daqui em algum momento, você só adiantou o processo. Com seu egoísmo você tirou uma pessoa que você amava (e que já tinha te superado) de seu lugar. Após tudo acabar você abalou completamente uma família que não tinha culpa de nada.

O que Atsumy fez pra você? Até onde eu saiba ... Você mesma que a “escolheu”.

Ou melhor ... O que a filha deles fez pra você? Você sabia dela, mas em nenhum momento conseguiu demonstrar remorso ou arrependimento, egoísta demais para pensar em um bebê que nem tinha nascido.

Mas um dia você conseguiu perceber o mal que fez, e novamente se enche de culpa. Culpa o suficiente para se enfraquecer. Por causa disso eu fico mais forte, forte o suficiente para quase sair desse lugar.

Do jeito que você é, só me restava esperar você cometer mais um erro, mentir mais ou apenas chorar mais. Em resumo: Meu período de confinamento aqui já estava com os dias contados. Seu fim estava chegando, mas você quase não parecia se importar mais.

E realmente não demorou muito com sua nova escolha importante a respeito da sua irmã. Mas não tenho tempo para refletir se essa foi a sua melhor ou pior farsa. Mas independente de qual seria minha opinião, uma coisa era certa: Por sua culpa, Odair Zun esqueceria da pessoa que mais amou e a machucou.

E por “a machucar”, não estou falando daquela mulher que matou seus pais ou o próprio homem que ameaçou a garota de morte. Você também sabe quem é.

Essa pessoa a quem me refiro é justamente você.

Amanhã, se perguntarem a Zun sobre uma Chiharu, esse nome pode a fazer lembrar de uma colega, mas jamais a fará lembrar de tudo o que já viveu.

Mas, não penso em ficar aqui mais tempo, não agora que se destruiu dessa forma, não agora que já não tem força de manter essas correntes inteiras. Hoje é o dia que dou adeus.

Nem preciso fazer força para sair daqui, você já não aguenta me manter trancado. Acho que em todos esses anos que tenho estado aqui, nunca te vi em um estado tão frágil. Com seu egoísmo e com sua outra escolha tinha perdido tudo o que amava de longe. Na verdade, é meio difícil perder algo que nunca foi seu, Mayumi.

Ito Mayumi não ama pessoas que estão distantes, mas ama pessoas que não são nada suas, são de uma Odair Chiharu que morreu faz muito tempo.

Essa garota de olhos cinzas e que encontrou em Kageyama Reiji uma forma de manter ela e sua irmã seguras ... Essa garota e todo seu passado, se pararmos bem para pensar, pode ser eu.

Claro que isso seria um modo muito gentil de pensar, afinal significaria que, mesmo eu sendo um monte de erros e más escolhas, eu ainda seria as memórias de uma garota que mudava fácil de humor e que tinha uma mentalidade bem infantil.

Eu sou o que Ito Mayumi, uma criação de Odair Chiharu e sua mãe, mais teme. Eu sou a verdade, um passado esquecido e trancado. Sou tudo o que ela mais temia, seu maior e pior pesadelo.

É até compreensivo o seu medo de me deixar livre, afinal, se sonhos podem se tornar reais, pesadelos também podem.

No seu estado atual, imagino que a dor deve ser quase insuportável a ponto de você querer logo acabar com tudo isso, e não estou falando de se matar dessa vez, afinal, é muito difícil pra você me manter presa aqui.

Sendo assim, vou acabar com seu sofrimento, Mayumi.

Não sei se vai se arrepender depois de ter me deixado fugir ou só vai morrer assim que eu sair. Hoje vai ser o dia em que eu (ou talvez Odair Chiharu) vou estar livre, e mesmo não sabendo o que me aguarda fora desse lugar apertado não tenho medo algum.

Afinal, hoje é meu dia de liberdade.

 

[&]

 

A loira de olhos cinzas já tinha se despedido da tia, que agora jurava de pés juntos que era sua mãe de sangue quando a manchete apareceu no jornal, agora apenas a senhora lia a notícia com um nó na garganta, mais uma envolvida na maldição que ronda as Odair.

“Ex-jogadora do Inazuma Japão considerada morta é presa por suspeita de assassinato e falsidade ideológica”


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. É o que tem pra esse Halloween e nada de reclamar! '^'
KISSES"



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