Alex verificou mais uma vez os batimentos do bebê antes de deixar a sala. Lá fora, pegou o celular e ligou para Lena:

—Lena? É a Alex.

—Alex! Você demorou, estava em pânico!

—Me desculpe…— Alex disse suspirando.

—E então?

—Kara está dormindo agora, mas as notícias não são boas…

—O que houve?—Lena quase gritou do outro lado da linha.

—O chumbo está afetando o bebê...Os batimentos dele estão caindo e eu não sei o que fazer Lena. Se o bebê continuar sendo exposto ao elemento...o pior pode acontecer…

—Meu Deus...Isso quer dizer que Kara precisa deixar o planeta?—A voz de Lena vacilou.

—Eu não posso deixar isso acontecer, Lena. Ela já perdeu tudo uma vez, não posso permitir que ela perca de novo…

—Alex, eu tenho algo que talvez possa ajudar...O problema é que não foi testado ainda.

—É sério? — Alex se animou.

—Depois que Kara me contou tudo, comecei trabalhar em uma cura para o efeito do chumbo nos Daxamitas, para quando Mon El voltasse. Entretanto, não tive tempo de testar. Seria um grande risco usar no bebê sem ter certeza do efeito.

—Eu não sei se teremos tempo de testar, Lena. — Alex suspirou.—Acabei de checar os batimentos dele e estão cada vez mais baixos. Eu estou desesperada. — Alex desabou.

—Vamos manter a calma, Alex.—Lena respirou fundo.

—Lena, venha para cá com o experimento. Você me explica melhor como funciona e conversamos com Kara.

—Não vai causar problemas com seu chefe?— Lena questionou.

—Não, eu falo com ele. Um agente vai buscá-la na L-Corp.Te aguardo aqui.

—Certo, Alex. Vou preparar tudo e espera-lo.

—Obrigada. — Alex desligou e foi explicar tudo para J’onn e Winn.

Meia hora depois, Lena entrou guiada por um agente. Ela se juntou a Alex, Winn e J’onn na sala de reunião:

—Imagino que Alex já tenha adiantado para vocês?—Lena suspirou.

—Sim, senhorita Luthor. —J’onn concordou.

—Olhem, para ser bem sincero, não sei se é a melhor opção.—Winn tomou a frente.— Quer dizer, usar algo que não foi testado em um bebê? Não me parece uma boa idéia...

—A questão é que não temos tempo de realizar testes.O bebê está morrendo! —Alex começou a chorar sendo amparada por J’onn.

—Eu proponho que conversemos com Kara. Ela precisa saber dessa opção, e seus riscos também. E...— Lena foi interrompida por um agente que entrou apressado na sala.

—Agente Danvers. — Ele disse afobado.—Venha rápido! A Supergirl está convulsionando!

Todos correram para a enfermaria. Alex e Lena entraram na sala.

Alex ficou assustada ao ver a irmã se debatendo. Por um segundo, não conseguiu se mover mas precisou superar o medo e agir. Entrou com um medicamento para parar as convulsões e foi checar o sobrinho.

—Oh não...— Ela abaixou a cabeça.

—O que foi, Alex?

—Os batimentos estão caindo… Ele não vai aguentar… — Alex ajoelhou no chão enquanto as lágrimas escorriam. Nesse momento, Kara despertou, olhou para o monitor cardíaco e seus olhos se encheram:

— Alex, meu bebê está morrendo! Me ajude!— Lena foi abraçá-la. — Lena… Eu… não posso perdê-lo…

Alex se levantou e explicou entre lágrimas o que Lena tinha feito.

—Cabe a você decidir, Kara… Se não aplicarmos o antídoto agora, teremos de levá-los para o espaço imediatamente. Mas não garanto que ele aguente até lá…

Kara respirou fundo:

—Podem aplicar… Eu confio em você, Lena. Vai dar certo. — Lena assentiu com a cabeça.

Enquanto Alex e Lena preparavam tudo. Kara colocou a mão na barriga:

— Você vai ficar bem, filho. A mamãe te ama e mais um monte de gente também.Precisamos de você. Seja forte… por favor… Logo encontraremos o papai e estaremos juntos…

—Kara, está pronto.— Alex se aproximou e segurou a mão dela. — Vai dar tudo certo! Eu amo vocês...— As duas sorriram.

—Você vai dormir um pouco e quando acordar, prometo estar com os preparativos do seu chá de bebê mais do que adiantados.— Lena riu e também segurou a mão dela.

Kara sorriu e começou sentir os efeitos do sedativo. Alex olhou para Lena, que estava com a seringa nas mãos, respirou fundo e autorizou a ação. Lena posicionou a agulha especial que conseguiria penetrar a pele de Kara e realizou o procedimento.

Por um minuto, parecia que o tempo havia parado na sala, elas mal respiravam, esperando algum efeito. As duas voltaram a chorar, mas desta vez, de felicidade, ao verem que os batimentos do bebê estavam voltando ao normal:

— Deu certo, Alex! Conseguimos!— Elas se abraçaram.

—Obrigada, Lena. Você salvou a vida deles, muito obrigada! — Winn e J’onn entraram na sala e abraçaram as meninas. Alex se sentou na cadeira mais próxima e desabou, estava tão aliviada que não conseguia falar.

Algumas horas depois, Kara acordou. Levou a mão a barriga e olhou para o monitor cardíaco. Dessa vez, a frequência estava correta e ela sorriu enquanto as lágrimas desciam. Olhou para o lado e viu Alex cochilando na cadeira.  Quando percebeu movimento na cama, a irmã acordou e foi até ela:

— Como está se sentindo?

—Muito bem, Alex. Está tudo certo né?

—Sim, Kara! O antídoto funcionou. —Alex sorriu.— O bebê está bem! Já fizemos mais testes para ter certeza. — Alex suspirou.— Eu tive tanto medo de perdê-los…

—Obrigada por cuidar de nós, Alex.— Kara a abraçou.— Onde está Lena? Preciso agradecê-la.

— Ela foi ao banheiro. Quando voltar, temos uma surpresa para você!

—Alex, não sei o que meu coração aguenta mais hoje.

—Não se preocupe. Digamos que você vai poder começar a decorar o quartinho com essa informação.

—Como assim? Você quer dizer que…— Alex assentiu.

— Durante os exames conseguimos ver o sexo. E então, quer saber?