Possuídos escrita por Naiara


Capítulo 6
Capítulo Cinco


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Erick e Sophie não haviam entendido o que Ian falara.

— Como assim? - perguntou Erick se levantando do sofá.

— Eu sou um deles, e quando eles estão perto demais eu consigo sentir suas presenças. Estão chegando. - Disse Ian.

Antes que eles pudessem fazer qualquer coisa, três sombras se materializaram na porta. Beatriz, Loren e... Sophie entrou em pânico. A terceira criatura era algum demônio que possuíra o corpo do seu pai.

— Foi difícil encontrar vocês. - Disse Beatriz. - acho que não apresentei o mais novo membro de meu grupo. - ela apontou para o demônio no corpo do pai se Sophie. - Max.

— Essa é a humana que matou minha irmã? - perguntou Max.

Sophie se encolheu ao lado de Erick. Max era o irmão de Samy e ela matara Samy e agora ele parecia que queria vingança.

Ninguém respondeu à pergunta de Max, mas todos, incluindo o próprio Max sabia quem ela era.

— Vocês acham mesmo que essa sua humana de estimação pode salvar a terra? - Perguntou Beatriz.

— Achamos que Deus a tenha abençoado, então creio que sim. - Respondeu Erick.

— Você não sabe de nada. É apenas um anjo preso nas vontades de Deus e historinhas de querubins. Acredita mesmo que ele não abandonou vocês? - Perguntou Beatriz se aproximando de Erick.

— Ele não abandonou os anjos. Sophie é a prova disso, a criatura abençoada, como nas teorias da primeira queda.

Beatriz riu.

— Você é patético. - Zombou Beatriz. - Acreditando em histórias inventadas por anjos.

 - Não sou patético por acreditar que Deus não abandonou sua criação Beatriz. - Disse Erick quase como um rosnado.

Beatriz riu novamente.

— Essa sua fé sega irá lhe causar problemas anjo, Deus não o ajudará agora. - Disse Beatriz fazendo sinal para que seus companheiros atacassem.

Sophie ficou parada olhando a luta que estava acontecendo bem na sua frente sem poder ajudar. Beatriz atacou Erick que para surpresa de Sophie era muito veloz e se desviou com facilidade do ataque dela, e quando era a vez de Erick atacar, Sophie percebeu que Beatriz também era muito veloz. Max e Loren atacaram Ian. Sophie queria ajudar, mas não sabia como e ficou parada e assustada com a luta que se desenrolava a sua volta. Ela olhou mais uma vez para Erick e Beatriz e ficou satisfeita por aparentemente Erick estar ganhando, mas quando ela se virou para olhar para a outra luta, ela entrou em pânico. Ian estava caído, Max estava segurando-o e Loren estava com uma faca em uma das mãos.

— Acho que você sabe como se mata um anjo-demônio, não é Ian? - Loren perguntou olhando para a faca em sua mão. - Facada no pescoço. - Ele olhou para Ian. – Sua alma irá sair e você conhecerá o verdadeiro inferno, traidor.

Todo o corpo de Sophie começou a tremer. Eles iam matar ele. Ela então saiu correndo até onde eles estavam e se pôs na frente de Ian. Sophie queria levar a facada no lugar dele e nem sabia porquê. Só sabia que pegara afeição por ele e por Erick e percebeu que faria aquilo por Erick também, se fosse preciso.

— Humana tola, saia da frente. - Disse Loren.

— Não. - disse Sophie.

— Pois bem, mato você primeiro. - Decidiu ele.

— Não! – Gritou Max. – Precisamos dela viva!

Mas Loren pareceu não ligar para o que Max disse e continuou avançando em direção de Sophie.

Sophie arregalou os olhos quando Loren ergueu a faca e quando ele estava se aproximando dela, Sophie apenas fechou os olhos esperando pela dor, mas nada aconteceu. Após alguns segundos, ela os abriu novamente e olhou em volta. Loren estava caído, Max ainda estava segurando Ian com uma expressão de surpresa no rosto. Beatriz e Erick pararam de lutar e todos estavam olhando para Sophie boquiabertos.

O que ela fizera para deixar todos parados daquele jeito? O que aconteceu dessa vez?

— Como você fez isso? - perguntou Beatriz.

Sophie não respondeu. Ela não sabia o que fizera, apenas ficou olhando confusa para Erick esperando algum tipo de ajuda.

— Sophie, como você matou Loren? - Perguntou ele fazendo Sophie arregalar ainda mais seus olhos.

— Eu... Eu não sei. - Disse ela, sua voz saiu fraca.

— Já é a segunda vez que você mata um dos meus, diga como você vez! - Disse Beatriz com tom de autoridade e ameaça.

— Você está em desvantagem Beatriz, acho melhor ir. - Disse Erick. - A não ser que você prefira antecipar sua morte para hoje.

— Não pense que eu deixarei as coisas assim! - Ameaçou ela.

Beatriz lançou um olhar cruel para Erick e em menos de um segundo desapareceu. Max fez o mesmo.

— Você manipulou a faca para que ela perfurasse o pescoço de Loren. - Disse Erick indo até onde estava Loren e ajoelhando ao lado do corpo. - Vê? - ele virou o corpo para que Sophie agora conseguisse ver Loren de frente e o pescoço com a facada que levara.

— Mas como eu fui capaz de fazer isso? - Perguntou ela.

— Sophie, apenas anjos e demônios poderosos podem manipular objetos. - Disse ele agora olhando intensamente para ela.

Sophie olhou para Ian, ele estava olhando para a porta aberta, preocupado. Não estava prestando a menor atenção na conversa dela com Erick.

— Mas eu não sou um anjo. Ou sou? - Perguntou ela voltando a olhar para Erick.

— Não, você não é. Você não tem alma de anjo - disse ele frustrado. - Não compreendo como você fez aquilo, talvez eu esteja certo e você seja mesmo o ser da história dos anjos.

Ian lançou um olhar pensativo para Sophie, mas não disse nada. Erick continuou em conflito com seus pensamentos. Sophie se sentou no sofá tentando entender o que havia acontecido.

Eles ficaram em silêncio por um tempo.

— Temos que sair daqui, eles agora sabem onde nos encontrar e voltarão. - Disse, lançando um olhar para Erick.

Erick concordou com um aceno de cabeça. Sophie continuou calada, sem saber o que dizer.

Ian andou até a porta já abrindo suas asas negras, e Sophie percebeu que seria Erick quem iria carregá-la dessa vez. Erick ainda com uma expressão confusa no rosto se aproximou de Sophie e lhe estendeu a mão para que ela se levantasse do sofá. Ele colocou as mãos ao redor da cintura dela, e ela estremeceu um pouco ao toque. E então os três começaram a voar.

Eles sobrevoaram por algum tempo uma casa afastada mais para o Sul da cidade para ter garantia de que não havia ninguém morando nela, e quando tiveram certeza, pousaram. A casa estava em melhor estado que a anterior. Sophie percebeu que ela estava abandonada fazia pouco tempo. Eles entraram na casa e viram que o interior não era tão bom quanto o lado de fora. Não havia eletricidade, porém havia água e Sophie ficou agradecida por isso, estava precisando de um bom banho. Na cozinha não havia absolutamente nada além de um armário com talheres, copos sujos, e pratos. Erick foi direto para o sofá na sala, se sentou e ficou encarando o nada. Sophie estava parada no meio da sala, imóvel, seus olhos estavam confusos e assustados. Ian se aproximou dela.

— Não tenha medo. Estamos seguros aqui, por hora pelo menos eles não voltarão a nos procurar e espero que quando o faça nós já tenhamos descoberto o que há de especial em você e porque eles a querem. - Disse ele.
Sophie o encarou.

— Eu não sou especial, não compreendo como posso ser. - Disse ela.

Sophie ficou olhando para Ian como se suplicasse por uma explicação para tudo o que estava acontecendo.

— Ser especial nem sempre é algo ruim. - Disse Ian tentando acalmar pelo menos um pouco Sophie.

— É, mas não aconteceu nada de bom até agora por eu ser diferente. - Resmungou Sophie.

— Como pode dizer isso? Você salvou a minha vida. - Disse ele olhando intensamente nos olhos dela.

— Foi um acidente, eu nem sei como fiz aquilo.

— Bem, você não foi parar na minha frente por algum tipo de poder sobrenatural. - Disse Ian. - Você ia receber o golpe no meu lugar e eu me pergunto porquê.

Sophie desviou seus olhos dos de Ian, pois não conseguiu mais sustentar aquele olhar e por um momento não respondeu. Ian ainda a olhava com curiosidade.

— Eu... Eu achei que era o certo a fazer, você salvou minha vida também. - Enfim ela respondeu e rezou para que ele não notasse a nota falsa em sua voz, mas aparentemente ele notou, pois deu um suspiro frustrado, como se esperasse outra resposta.

— Você mente mal Sophie. – Disse Ian.

Sophie queria lhe dizer a verdade, ela queria lhe dizer que só se colocou na frente dele porque não queria que ele se machucasse, queria lhe dizer que se preocupava com ele. Ela se preocupava com Erick também, mas era como ela um dia se preocupara com seu irmão. Com Ian era diferente. Ian parou de encará-la e foi se sentar ao lado de Erick no sofá. Sophie ainda atordoada foi até o banheiro. Ela abriu a porta e ficou contente pelo estado do banheiro não estar tão deplorável como o da casa anterior. Entrou e começou a lavar seu rosto na pia. Sophie se secou e deu umas passadas de mãos no cabelo para que ele se ajeitasse. Decidiu tentar abrir o chuveiro para ver se saía água e para sua felicidade, ele funcionou. Sophie tomou um banho rápido e então decidiu voltar para a sala.

—... Não creio que Sophie seja um anjo, na verdade não tem como isso ser verdade. - Dizia Erick para Ian. – Ela não tem alma de anjo, não consigo sentir a alma de Sophie. Está tudo muito confuso.

Ian passou a mão no cabelo parecendo atordoado.

— Veja Erick, ela pode sim ser um anjo. - Murmurou Ian fazendo Sophie arregalar seus olhos de surpresa. - Ela pode ser um anjo caído que teve sua memória alterada. Quanto a alma dela, eu não sei.

— Não Ian, os anjos só começaram a cair recentemente. - Discordou Erick.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos. Sophie não estava se sentindo bem, ela começara a ficar tonta e a enxergar tudo embaçado, começou a andar na direção deles, mas antes que pudesse sequer chegar até lá, ela desmaiou. Eles ouviram o barulho e logo olharam para trás e viram Sophie caída no chão, Erick rapidamente a levantou e a colocou no sofá. Alguns minutos depois, Sophie estava consciente novamente.

— O que aconteceu? - Perguntou Erick a voz preocupada.

Sophie não respondeu, sua cabeça girava.

— Sophie? - Insistiu Erick.

— Não sei, eu estava vindo pra sala e acabei ouvindo a última parte da conversa de vocês, e então eu desmaiei. - Explicou.

— Simplesmente desmaiou? - Perguntou Ian, a voz indiferente.

— Sim, mas... - Ela não conseguiu continuar, sua cabeça doía demais.

— Mas? - Erick queria saber.

— Eu vi algumas coisas. Imagens eu acho - Disse Sophie.

— Que coisas? - Quis saber Ian, agora não tão indiferente.

Sophie balançou a cabeça, ela não sabia ao certo o que havia visto. Erick saiu da sala em uma velocidade não humana e voltou com um copo de água e o entregou a Sophie.

— Era a imagem de um homem. – Contou Sophie. – Acho que ele não era um humano comum, ele tinha os olhos diferentes, assustadores, e tinha asas, acho que era um anjo, mas eu nunca o vi antes.

— Os olhos dele eram vermelhos, Sophie? – Perguntou Ian.

— Eram. – Respondeu Sophie. – Mas como você sabe? Conhece esse homem?

Ian lançou um olhar para Erick como se perguntasse "devemos contar?" Erick fez que sim com a cabeça.

— Sophie, o anjo que você viu quando desmaiou era Lúcifer. - Explicou Erick.

— Quem é esse? - Quis saber Sophie.

— Sophie, Lúcifer, é um anjo que desobedeceu Deus, e foi mandado para o inferno, ele criou o inferno. - Respondeu Erick. – Ele tentou algum tipo de comunicação com você.

Sophie estava sem ar. O que isso significava?

— O que isso quer dizer? - Perguntou Sophie temendo a resposta.

— Lúcifer quer lhe dizer alguma coisa. - Disse ele. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler mais um capítulo ♥



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