Memories escrita por Lady


Capítulo 3
03 - Orgulho e preconceito


Notas iniciais do capítulo

Olá, boa noite, ou tarde, ou dia (depende muito da hora que estão vendo isso o-o).
Eu pretendia postar o capitulo ainda ano passado, mas teve uns eventos muito bons no Elsword e eu nao consegui me controlar rsrs, 3 classe gente, espero anos por isso.
Desculpe pela demora.
Sem mais delongas, boa leitura.



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Memories

 

03

Orgulho e preconceito

 

— Algumas cicatrizes marcam sua pele, outras, sua alma –

Eijirou Kirishima

 

Não era justo.

Nada era justo na vida, ele sabia e, no entanto, ele também sabia que algumas pessoas não mereciam um fim tão cruel quanto o que seus supostos inimigos achavam.

A inveja, a avareza. Pecados que estava cansado de servir.

O ruivo já não suportava ter de trabalhar para pessoas que só visavam destruir seus iguais, estava cansado de viver uma vida em que não podia confiar mesmo em sua sombra e que um punhal envenenado poderia vir de qualquer direção – mesmo daqueles que hesitantemente chamaria de família. E mesmo que houvesse sido criado e treinado para conviver em meio a escuridão do mundo, Eijirou tinha pensamentos e ideias que o fariam um verdadeiro cavaleiro nobre e digno – coisa que não se adequava a seus status como assassino.

Tentou viver com os ideais que aprendera, entretanto a cada vida que tirava, cada vez que suas mãos e punhais manchavam-se de carmim, seu coração parecia rasgar, chorar e gritar; sua condenação viera lentamente enquanto negava-se a realizar determinados pedidos do Clã. Em um simples e chuvoso dia fora acusado de traição e agora encontrava-se no meio de uma mata densa em algum lugar entre três proeminentes países sendo caçado como um animal, ou fugitivo. Seus perseguidores haviam perdido seu rastro, ou era o que esperava enquanto arrastava seus pés pelas folhas húmidas tentando, em vão, ignorar o cansaço que tentava tomar conta de si. Recostou-se num tronco gordo e seriamente ferido por, pelo que pode ver em meio a nevoa de sua mente, espadas; deixou o corpo descer ao chão e antes de se dar conta caíra na escuridão de sua mente.

Quando acordara fora para sentir frio e um ouvir alguns movimentos ao seu redor, havia alguma pouca claridade próxima, mas sua visão nublada o impedia de discernir os arredores; notou estar deitado sob uma superfície macia e havia uma espécie de cobertor sobre si, um pano húmido repousava sobre sua testa e isso – juntamente as mãos que podia sentir tremularem abaixo do tecido grosso, e ao suor frio em sua pele – dava-lhe a certeza de que obtivera uma febre e que estava a ser tratado por alguém desconhecido. Não conseguia cogitar a possibilidade de que, em tempos como aqueles, ainda podiam existir pessoas tão generosas e benevolentes para com o próximo; e quando seus olhos se encontraram com as orbes escuras de seu salvador, o ruivo não pode deixar de sentir o coração palpitar mediante toda a gentileza e preocupação estampada apenas num simples olhar.

Ele lhe ofereceu água, o que aceitara prontamente – sua garganta seca o estava matando -, e em seguida pedira seu nome e apresentara o seu próprio, e nada mais fora dito por si em seguida enquanto via o rapaz de olhos verdes – o cabelo também possuía algum tom de verde pelo que notou – voltar-se para a fogueira e mexer algo num caldeirão pequeno, continuamente murmurando comentários sobre ervas medicinais – por que o Eijirou sabia claramente distinguir quais ervas eram medicinais e quais não, parte do seu trabalho era identificar e produzir venenos afinal de contas.

Após minutos apenas ouvindo a voz reconfortante de seu salvador – Izuku Midoriya, como ele se identificara – só então o ruivo prestou a devida atenção a seus arredores; estavam numa caverna rasa que, provavelmente, um dia havia servido de habitat para alguma pequena família de animais selvagens. Perguntou-se se não havia chance desses animais voltarem e exigirem seu terreno de volta, mas talvez não fossem ficar ali tempo o bastante para tal coisa.

Sentara-se sobre o cobertor grosso, retirando o pano húmido de sua testa; notou estar sem seu colete e quando virara a cabeça fora para ver o mesmo perfeitamente dobrado – e remendado – e com todas as suas armas dispostas ordenadamente sobre o mesmo, tudo ao alcance da sua mão; e isso apenas mostrava a confiança que o esverdeado depositava em si e em sua gratidão para com o mesmo por ter salvo sua vida. Voltara-se para o homem que agora usava uma concha para depositar o caldo que havia no caldeirão dentro de uma tigela prateada antes de lhe oferecer com um sorriso nos lábios. Uma refeição decente era algo que não tinha em dias e estava grato ao Midoriya por não apenas tê-lo salvo, mas também permitir a si mesmo que o acompanhe em suas viagens de exploração.

Quando encontrava-se saldável o suficiente para darem continuação a viagem do esverdeado, seguiram por uma estrada quase extinta em direção a uma vila escondida entre os grandes pinheiros; de acordo com o que Izuku havia dito, estavam há alguns quilômetros da capital de Garnet Azul, no coração da Floresta de Pinheiros Ilusórios – não era atoa que tinha perdido o rastro de seus perseguidores, muitos poucos forasteiros conseguiam encontrar seus caminhos naquele lugar, e para sua sorte, Midoriya era um desses poucos.

Na vila puderem conseguir trocar alguns pequenos materiais e ervas por suprimentos, algumas vestes para o ruivo – de preferência que não denunciassem seu status como assassino, afinal o mesmo contara ao companheiro de viagem de sua, não escolhida, profissão -, e o esverdeado obtivera a arma que em outro momento havia encomendado a sua amiga Hatsume.

Os dias passaram rápidos enquanto seguiam viagem; não tinha a mínima ideia de para onde seguiam, mas não se importava realmente com esse fato, estar em movimento era tudo o que realmente lhe importava, e também, ter a companhia de seu primeiro – real – amigo.

Dali há alguns anos, quando olhava para tudo o que passara ao lado do esverdeado e de todos os amigos que obtivera ao longo da densa e sinuosa jornada que foram obrigados a traçar, o ruivo se perguntaria se todo o sangue derramado no percurso havia valido a pena e, no entanto, ele não poderia se arrepender de tudo o que havia acontecido – mesmo por que o passado não podia ser mudado -, contudo não haveria arrependimento no olhar de Eijirou, e talvez nunca houvesse, por que desde o começo ele quis seguir ao lado do esverdeado; e a família que descobrira e obtivera devido ao mesmo apenas reforçava sua ideia de que faria tudo mais uma vez, que derramaria cada gota de suor e sangue, para que o resultado fosse exatamente o mesmo.

Sua felicidade em suas mãos e amigos e uma família que não trocaria por nada no mundo.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas antecipadamente por qualquer erro de digitaçao ou ortografia, to caindo de sono... e amanha cedo tem medico #tragico.
Espero que o capitulo do Kirishima tenha ficado bom rsrs, o proximo será do Kacchan, ou pelo menos eu espero que eu consiga escrever o capitulo dele.
Como percebem a Hatsume foi citada e outros também serão, futuramente eu darei uma pequena explicação sobre os reinos, e proximidades.
Ficaria muito agradecida com comentarios/criticas a respeito.
Obrigado por ler.



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