The Guardians escrita por Sofia Di Angelo


Capítulo 20
Capítulo 2- Sky


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746306/chapter/20

— A pizza está pronta! - entrei na sala carregando a bandeja e jogando-a na mesa.

Riley me olhou com espanto ao ver que eu não estava usando luvas ou um pano para tocar na bandeja quente que havia acabado de sair do forno.

— Obrigada, Sky - ela disse ainda um pouco espantada.

— Cadê todo mundo? - perguntei ao notar que Kevin, Deuce e Jason haviam sumido.

— Saíram para resolver um rolo de Kev. Jason deve estar praticando em seu quarto. E Cléo não estava com você?

— Foi tomar banho e já vem. – respondi - E você, Leo, não vem comer?

Digo ao ver que ele estava sentado no sofá, com as mão sobre a boca e seu olhar encarando o nada. Quase como se estivesse pensativo. Se Leo estava pensativo, era definitivamente um motivo para eu me preocupar:

— Tá tudo bem ai? - perguntei me aproximando.

Ele tirou o celular do bolso da jaqueta, o ligou e o colocou na minha cara: 20:35.

— Ahn, o que era para eu estar vendo? - perguntei em dúvida.

— Jack e Will saíram há mais de 35 minutos para a biblioteca. Não tenho muita experiência com isso, mas tenho quase certeza de que não se demora tudo isso para pegar um livro. Não quando já se escolheu um - ele me respondeu.

— O que está insinuando?

— Que eles estão em problemas. Algo aqui não está cheirando bem! - ele disse.

— Sacanagem. Eu nem deixei a pizza queimar desta vez! - brinquei um pouco.

— Você entendeu - ele disse sério.

Se até ele está sério, quer dizer que estava realmente preocupado, o que era de se entender. Eu não havia visto a briga de manhã, mas Deuce me contara tudo depois. É realmente muito suspeito que os dois estejam quase se matando em um duelo as 10 da manhã e saindo juntos para a biblioteca as 20 da noite. Eles estavam agindo de forma muito estranha, mas não há como saber se estão em problemas ou não ao menos que...

— E se tentássemos rastrear seus celulares? - sugeri concluindo meus pensamentos em voz alta.

Leo me olhou com uma cara de incompreensão:

— Pensa comigo- disse explicando-lhe - Rastreamos seus celulares. Se estiverem na Biblioteca, ótimo. Se não, saberemos que estavam mentindo e que estão aprontando algo porquê… - o incentivei a concluir.

— Porque se eles mentiram quer dizer que não foram fazer coisa boa e portanto, estão com problemas ou causando problemas - ele disse.

— Exato!

— Sky, você é uma gênia! - ele se levantou animado do sofá.

— Quem é uma gênia? - Cléo disse entrando pela porta.

— Cléo, chegou em ótima hora! Vamos ir rastrear Jack e Will e impedir que eles façam bobagem! - ele disse saindo energético da sala.

— Vamos indo, eu te explicou no caminho! - Disse a ela quando passei do seu lado e sai da sala.

Olhei para trás para garantir que ela estava vindo e a vi trocar um olhar de “onde eu fui me meter?” com Riley antes que saia também. Subimos até o segundo andar enquanto eu lhe contava sobre minha conversa com Leo. Ela pareceu concordar com nossas ideias e aceitou ajudar caso rastreássemos que eles estavam em algum lugar que não fosse a Biblioteca. Por fim chegamos ao terceiro quarto do corredor feminino, onde Leo nos esperava impaciente:

— Por que demoraram tanto?

Apenas o ignorei e abri a porta. Fui a minha cabeceira, onde eu deixei meu laptop guardado em um espaço aberto em cima da gaveta. Peguei o computador e me virei para os outros:

— Vamos rastrear esses dois!

                                                            ***

Fomos até a biblioteca do terceiro andar que havia na base (ao lado do quarto de magia de Jason), nos sentamos em uma das mesas que havia lá e ligamos o laptop. Entrei no meu sistema de GPS enquanto os outros dois encaravam perplexos:

— Não sabia que você manjava desses lances de tecnologia de computador - Leo disse.

— Alguém do time precisa saber, certo? - falei enquanto continuava a fazer minha “mágica”.

Escrevi o número de Jack e sua localização logo apareceu no mapa da cidade. A biblioteca pública ficava entre o centro da cidade e o orfanato, então tínhamos uma ideia de onde sua localização deveria aparecer. Em vez disso, sua marcação foi na periferia da cidade. Um lugar completamente aleatório e no qual eu nunca havia estado antes:

— Reconhecem esse lugar? - perguntei aos outros dois.

Leo fez um sinal de negação com a cabeça, mas Cléo parecia ter alguma ideia:

— Acho que é um condomínio privado - ela disse. - Mas não tenho ideia do que eles poderiam querer fazer lá. É só um lugar comum com casas de gente rica e classe média alta!

— Espera ai. Sky, tem como ver em qual casa eles estão? - Leo perguntou.

— Posso tentar - disse abrindo um mapa da região em uma aba separada e dando vários zooms. - Estão na casa número 23.

— Casa 23, hein?! - Leo disse pensativo. - Vejamos quem é o dono da casa! - ele afirmou.

Assenti com a cabeça entendendo o que ele quis dizer e me pus a pesquisar novamente. Cléo e Leo pareceram não entender o que eu estava fazendo e se puseram a planejar outras coisas:

— Então está decidido que temos que ir, coisa boa esses dois não devem estar aprontando - Leo iniciou.

— Definitivamente, podemos pedir a Jason que nos teletransporte - Cléo sugeriu.

— Ótima ideia. Mas ainda assim somos três, talvez seja melhor chamar Kevin e Deuce, só pra ter no mínimo, a vantagem numérica - o guardião da terra disse.

Levantei meu braço com o celular desbloqueado:

— Podem ligar daí.

Leo assentiu e colocou o dispositivo na mesa logo que acabou de discar o número do inglês e ativou o viva voz. Após breves segundos ouço uma voz do outro lado da linha:

— Alô?

— Oi, Deuce? - Leo perguntou com urgência.

— Sim, sou eu. O que houve? - o escuto responder.

— Will e Jack. Rastreamos seus celulares e descobrimos que eles estão nas aforas da cidade. Temos quase certeza de que estão em problemas. Estamos indo pra lá agora. - Leo disse freneticamente.

Depois disso, bloqueei os sons ao meu redor. Precisava me concentrar no que estava fazendo. Hackeei o principal banco da cidade e comecei a checar as translações feitas. Verifiquei todas as casas que haviam sido vendidas e compradas naquele condomínio, em busca da 23. Se havia um dono, ele precisava ter comprado a casa. E sendo assim, seus registros e nome estariam nos arquivos privados do banco. Do nada, ouço Cléo se envolver na conversa, o que me deixou curiosa, e voltei a escutar o que estavam dizendo:

— Certo. Se eles estiverem em problemas vamos precisar de reforços. Você e Kevin precisam vir pra base e pedir para Jason transportar vocês. Ele vai saber onde é. Só digam que vão ir pra onde nós fomos. - ela disse.

— Ok. Nos esperem então - Deuce disse do outro lado da chamada e Cléo desligou a ligação.

— Tudo resolvido - ela disse apagando o celular.

— Encontrou alguma coisa? - Leo perguntou.

— Ainda não - falei ainda passando o olho rapidamente pelas várias e várias páginas.

Voltei anos e anos, checando todas as compras, vendas e alugueis. Após mais alguns minutos de pesquisa, finalmente encontrei o que procurava e exclamei com alegria:

— Achei!

— E ai? De quem é? - Leo perguntou curioso.

— A casa foi comprada há 20 anos. Mas houve uma mudança de dono - disse lendo as informações.

— E quem é o atual dono? - Cléo perguntou.

— Espera ai, que está no final da página - desci até o fim.

— Eu sabia que algo estava errado - Leo disse espantado ao ver o nome. - “Dan Stephenson”, mais conhecido como, o gêmeo Guardião do Passado.

— Mas o que esses dois foram fazer lá? - Cléo se preocupou.

— Quem se importa? Coisa boa não pode ser. Temos que ir agora - disse anotando o endereço em um pedaço de papel.

Isso sim era sinal de problemas, e definitivamente iriamos precisar de reforços, ainda bem que nos adiantamos com essa parte.

— Temos que ir pra lá imediatamente! - Cléo afirmou.

— Certo, tenho que descer para guardar isto aqui no quarto de qualquer jeito - disse apagando o laptop - vocês aproveitem e desçam para colocar os trajes.

— Ok, nos encontramos em frente ao quarto de Jason - Leo afirmou antes de sair correndo pela porta.

Cléo saiu logo atrás dele. Eu esperei o computador desligar por completo antes de deixar a biblioteca também. Dirijo-me as escadas rapidamente. Normalmente eu teria descido pelo corrimão, mas esse laptop me custou os olhos da cara, e não pretendo quebra-lo. Corri pelas escadarias e segui pelo corredor. Atrasei-me um pouco para pegar as chaves e abrir a porta antes de deixar o computador dentro do quarto. Honestamente, para um mundo cheio de magia, Eric bem que podia trocar essas portas por uma com reconhecimento facial, ou que só precise colocar a mão para abrir. Sério, vocês não sabem como é difícil não perder essa chave quando se está lutando contra vilões.

Deixei o computador onde o havia pegado anteriormente e peguei minha roupa vermelha. Vesti a blusa cinza-claro (que bate em meus cotovelos) e o vestido com o capuz vermelhos. Coloco as luvas e a máscara sem problemas, mas me enrolo um pouco ao ajustar o cinto branco, que tinha uma chama de fogo ao centro. Por último, coloco a leggin vermelho-claro e as botas, que batem na metade do joelho. Assim que acabei de me vestir, deixei meu quarto e o tranquei, subi as escadas novamente e cheguei ao quarto de Jason.

Chegando ao terceiro andar, avisto Leo e Cléo, ambos com suas roupas amarela e roxa, respectivamente, já vestidas.  Leo tocava na porta repetidas vezes, enquanto Cléo esperava com os braços cruzados ao seu lado:

— Jason! Abre ai por favor – Leo gritava ainda socando a porta.

— O que foi, Leo? Estou estudando sabia? - Jason disse, finalmente abrindo a porta.

— Precisamos de ajuda - Cléo disse educadamente.

— C-Cléo, o que houve? - ele gaguejou um pouco ao se dirigir a esta.

— Ah claro, mas comigo fala grossamente - Leo disse sarcasticamente, invadindo o quarto de magia do garoto.

— Ei, eu não disse que podiam entrar! - Jason protestou, mas a esse ponto, já estávamos os três lá dentro.

Ele fechou a porta atrás de si e se virou para nós:

— O que foi dessa vez?

— Will e Jack foram parar na casa de Dan, o guardião do passado, dentro de um condomínio privado na periferia da cidade. Precisamos de um teletransporte até o local para impedir que se metam em problemas ou salva-los caso já estejam encrencados. O que, dado a situação, é bem possível! - Leo disse extremamente rápido, bugando o cérebro de todos que estavam ali.

— Então, vocês precisam sair em uma missão com a ajuda da minha magia? - o feiticeiro perguntou - Eric já sabe?

— Não dá tempo! - Leo exclamou.

— Desculpa ai, Leo, mas todas as vezes que eu te ajudei sem o mestre saber, me dei mal. Nada de teletransporte para locais perigosos sem a autorização dele - o loiro disse decidido.

— M-mas... arrgh - Leo deu um grito e saiu andando, com as mãos na cabeça pela sala, tentando pensar em uma forma de convence-lo.

— Jason, por favor. Quebra essa pra gente. - Cléo perguntou gentilmente, agindo quase que de forma oposta a Leo.

— E- e- eu... - Jason gaguejou por um tempo, mas se recompos rapidamente - S-sinto muito, mas, eu não posso.

— Aha! E se a Cléo sair num encontro com você? - Leo deu um berro alegre da outra ponta da sala, como se tivesse tido uma ideia genial.

— Como é que é? - os três dissemos ao mesmo tempo

— O que me diz, Jason? - Leo correu até nós e deu uma cutucada no ombro deste.

Cléo e o loiro começaram a corar imediatamente. Jason com a coloração um pouco mais visível, já que tinha a pele mais clara do que a outra.  Todo mundo sabe que ele tem uma queda pela Cléo, e talvez, vice- versa. Mas eu nunca tive certeza, não é como se minha prioridade fosse descobrir por quem cada um na base se apaixona mesmo. E tampouco me interesso muito por saber, o mais importante no momento era sair da base e lutar contra os vilões. Às vezes me sinto um pouco mal por gostar dessas lutas, mas sem elas a vida é muito entediante.

— Leo! - Cléo lhe deu um tapa no braço, meio irritada - Que ideia foi essa?

— Fala sério, Cleozinha. Jason sempre quis te chamar pra sair, só nunca teve coragem. E você idem. Desse jeito todo mundo sai feliz: nós conseguimos o teletransporte e vocês um encontro, que tal? - Leo disse se explicando com um enorme sorriso no rosto.

Nunca vou entender por que ele implica tanto com Cléo as vezes.

De qualquer modo, os três começaram a discutir. Jason tentando dizer que não queria sair com Cléo, mas gaguejava muito do nervosismo e não conseguia terminar nenhuma frase. Leo dava motivos sobre como “todos sairiam ganhando” e dizia que os dois formavam um lindo casal. Cléo por outro lado, gritava revoltada com Leo, dizendo que ele não tinha o direito de interferir nas decisões de nenhum dos dois.

Eu sou o tipo de pessoa que perde a paciência até rápido demais, mas estava me mantendo surpreendentemente calma diante da situação. Aguentei um, dois, quase dois minutos e um segundo. Mas minha paciência tem limites. Quanto mais eles gritavam uns com os outros, mais tempo nós perdíamos de ir ajudar Jack e o novato. O terceiro minuto de discussão daqueles três ainda estava longe de se completar quando eu explodi completamente:

— QUIETOS! - gritei, fazendo os outros três se calarem - Leo, o que você fez foi errado, depois você se desculpa com a Cléo. Jason! - falei me virando para esse - Só pede a ela para sair com você e abre o portal de uma vez. Duas vidas estão em perigo aqui, se você ainda não entendeu.

— Mas o chefe não… - ele tentou contra argumentar.

— Agora - disse gritando ainda mais alto - E Cléo, - controlo a voz e me dirijo a ela com um tom amigável - um jantar não vai te matar. Depois você cobre o Leo de pancadas. Agora temos que ir salvar dois membros da equipe, entendido?

Todos se calaram. Posso ser esquentada e gritar um pouco alto demais, mas tem vezes que esse é o único jeito de ser ouvida nessa equipe. Jason me obedeceu rapidamente e correu para pegar seu livro de magia:

— Qual o endereço? - o loiro perguntou, enquanto ajeitava os óculos.

— Aqui - disse lhe entregando o papel onde anotara o endereço mais cedo.

— Ok. Talvez vocês sintam alguma tontura - ele nos avisou.

— Só lança a magia de uma vez! - eu disse, com voz de imploração.

Já havíamos perdido tempo demais, se tem algo que não precisávamos no momento era Jason listando todos os possíveis efeitos colaterais de sua magia. E é sério, a lista é bem longa.

Ele concentrou seu olhar no livro e apontou sua mão direita para nós. Após pronunciar algumas palavras em alguma língua antiga, um círculo se abriu atrás de nós. O portal girava a alta velocidade, lançando faíscas e algumas poeiras brilhantes para fora.

— Obrigada, Jason - disse ainda encarando sua magia. - E desculpa pelos gritos.

Só porque eu tenho que gritar as vezes, não quer dizer que eu goste de fazê-lo.

— Está tudo bem. - Ele respondeu.

— Ah sim, quando Deuce e Kevin chegarem, mande-os para o mesmo endereço - Cléo se virou para avisa-lo

— Ok. E Cléo? - ele disse antes que ela tivesse tempo de voltar a encarar o portal de teleporte. - Terça? - ele perguntou um pouco envergonhado.

— Terça! - ela afirmou com um sorriso de lado.

Ele abriu um grande sorriso, e fez um movimento com a mão, como se estivesse puxando algo para si. O portal copiou o gesto que ele fez e veio girando na direção de Jason, nos “engolindo” no meio do caminho. Logo, Jason e seu quarto de magia despareceram, e tudo o que eu via a meu redor era o portal rodopiante que soltava faíscas. Minha cabeça começou a girar, parecendo que eu tinha labirintite ou algo assim. Fechei meu olhos para tentar diminuir a tontura e torci para chegarmos o mais rápido possível. Eu posso até gostar do meu cargo como Guardiã, não vejo nenhum problema em lutar contra os caras malvados e salvar o dia. Mas eu odeio viagens de teletransporte.

              


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu realmente estou desistindo de pedir por comentários. Serio gente, não demora nem cinco segundos para mandar um sinal de vida...
Eu realmente agradeceria um comentário em qualquer um dos capítulos.
Mas caso eu não receba nenhum, até semana que vem, pessoal.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Guardians" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.