—---Atsushi POV----
“LUCY?”
“Óbvio que sou eu, quem mais tem paciência de te acordar todo santo dia?” Disse irritada entrando no quarto “Já está na hora de levantar! Viu que horas são por acaso?” Atravessou o quarto e puxou uma corda, fazendo as grossas cortinas se abrirem.
Quando olhei na direção dela e tentei perguntar alguma coisa eu sou surpreendido pela forte luz solar.
“MEUS OLHOS!! AAAAAAAAAH ELES ARDEM!!” gritava me debatendo sobre a cama enquanto colocava as mãos sobre eles.
“Ai, toda vez é isso...” Massageava as têmporas.
“Uuh...” choraminguei de leve, aos poucos fui me acostumando ao excesso de luz e me sentei, vi que Lucy estava prestes a sair do quarto mas antes se virou e disse:
“Troque logo de roupa e desça, você está atrasado para o café da manhã. Eu vou estar esperando por você lá no salão junto da Margaret.” E saiu fechando a porta.
O que exatamente estava acontecendo? Uma hora eu estava na Agência e aparentemente aquele livro que toquei era uma habilidade? Mas como eu vim parar aqui? Por que a Lucy está me tratando como se eu fosse uma criança que ela precisa cuidar? Quem é Margaret?
Aaaaaah pensar demais está fazendo minha cabeça girar de tanta confusão!
Decidi então fazer o que ela me disse e descer para comer, notei que haviam roupas perto de mim. Talvez Lucy as deixou ali enquanto eu estava me recuperando da luz do sol... Elas eram praticamente idênticas às que eu estava usando, a única diferença era um colete preto com uma pequena corrente dourada em um dos bolsos. Acho que se ela deixou isso aqui eu deveria vestir, sem pensar muito troquei as roupas e decidi investigar um pouco o quarto antes de descer.
Havia um grande guarda roupas em frente a cama, ao lado havia uma porta, diferente da que Lucy usou, ao abri-la constatei que era um banheiro. E pelos apetrechos que tinham ali, com certeza eu estava em algum lugar MUITO rico. A banheira tinha quase o tamanho de uma piscina infantil, os detalhes do cômodo reluziam em uma cor dourada e me perguntei se aquilo era ouro de verdade...
Avistando uma escova de dentes e uma pasta decidi que era melhor seguir com o que ela disse, por hora, e depois tentar encontrar respostas depois, eu não tinha comido nada de manhã mesmo.
Quando coloquei meus pés no corredor eu quase dei um grito de espanto, ele era ENORME. Eu com certeza iria ficar perdido ali sem ajuda nenhuma...
“Com licença senhor, você me parece preocupado, como posso lhe ajudar?” disse uma voz desconhecida de trás de mim.
“HICK!! A-Ah m-me desculpe... Eu estou um pouco perdido aqui, se puder me ajudar, como faço para chegar ao salão?” não sabia exatamente sobre qual local Lucy havia pedido para mim ir.
“Qual dos salões senhor? O de entretenimento, refeições, principal ou o de danças?”
“O de refeições por favor.” Como assim esse lugar tem todos esses salões? Se ao o quarto onde eu estava já era enorme, qual é o tamanho total desse prédio?
“Primeiramente o senhor deve seguir até o final do corredor e usar o elevador, aperte para ir até o segundo andar. Chegando lá siga em frente no corredor e vire à esquerda e já estará lá.” Respondeu alegremente o funcionário.
“Entendido... Muito obrigado.” Antes de sair do quarto eu achei uma carteira, presumidamente minha já que encontrei documentos meus lá é cheia de dinheiro, retirei ela e entreguei um trocado para o garoto. Eu realmente ia ficar perdido aqui sem ajuda.
Seguindo as direções eu consegui chegar ao meu destino, andando por aquele salão enorme comecei a procurar por Lucy. Eu a avistei em uma mesa afastada da entrada e perto da mesa onde estavam as comidas, tudo aquilo me parecia tão gostoso.
“Já era hora de aparecer. Não me diga que ficou perdido de novo?” ralhou a ruiva ao reparar que ele havia chegado.
“Pra falar a verdade... Sim... Eu me perdi e tive que perguntar pra um funcionário como chegar aqui.”
“Atsushi, o que vamos fazer com você e esse seu pouco senso de direção? Juro que um dia você vai acabar em uma encrenca tão grande que ninguem vai conseguir resolver...” disse uma mulher que também estava a mesa.
Ela era uma mulher adulta, aparentemente, usava um vestido vitoriano e seu cabelo estava preso em um coque baixo. Acho que ela deve ser a 'Margaret' que a Lucy comentou.
“Se apresse e coma logo, em trinta minutos eles vão recolher os pratos.”
Sem pensar duas vezes eu fui me servir, tudo ali cheirava tão bom, e ter os sentidos mais aguçados por causa da minha habilidade não ajudavam na minha fome.
Depois de repetir pelo menos umas duas vezes eu estava cheio, a comida dali era muito boa pra não comer novamente.
“Sempre me surpreendo em como você consegue comer tanto, sinceramente.” Comentou Margaret.
“Bom, já que agora você está acordado e de barriga cheia, o que vamos fazer agora? Estamos sem pistas nenhuma do rastro do livro.” Perguntou Lucy enquanto mexia em suas tranças.
“Hein?” livro? Por acaso é aquele mesmo que Fitzgerald estava procurando?
“Atsushi! Não me diga que você ainda está dormindo e esqueceu do motivo de viermos q Yokohama?”
“Que nós estamos em Yokohama?” relaxei um pouco, pois pelo menos estava em algum lugar familiar.
“Oh meu Deus,o que eu faço com você.” Margaret parecia estar quase quebrando seu leque ao meio de tanta força que fazia “Lucy, acho melhor refrescarmos a memória dele, pela enésima vez...”
“Sim eu concordo... Escuta aqui Atsushi!” se endireitou na cadeira e apontou um dedo em minha direção “Cerca de duas semanas atrás um cara esquisito invadiu nosso quartel general e destruiu parte dele, ele te cercou e usou a habilidade dele em você, e agora por causa disso você tem menos de trinta dias até encontramos aquele livro maldito e salvarmos sua vida e as nossas!”
“COMO É QUE É?” meu Deus, aquilo parecia que tinha se elevado a um patamar mais complicado ainda de confusão “Que história é essa de quartel general? Quem é esse cara é como assim 'salvar nossas vidas'?”
“Atsushi acho que você anda dormindo muito mal... Claramente estamos falando do quartel general da nossa organização, Torre do Relógio, e você é nosso líder, não se esqueça disso.”
Organização? Líder? Torre do Relógio? O que está acontecendo aqui? Eu sou um membro da Agência de Detetives Armados, e não dos aliados do Fyodor!
“E quanto ao cara esquisito, não fazemos ideia de quem ele era, só sabemos que a habilidade dele vai matar a todos nós caso não consigamos o livro e pedir que removamos a habilidade de nós.”
“Então, quer dizer que essa habilidade vai nos matar caso não consigamos isso em trinta dias?” Aquilo tudo parecia loucura, como eu vim parar aqui?
“Exatamente, a única dica que ele deu é que a última vez que o livro foi avistado foi aqui em Yokohama. Mas isso é o de menos, aparentemente ele também usou essa habilidade asquerosa em outros grupos.”
“Quais grupos?” Por favor não me diga que...
“A Agência Armada de Detetives, daqui do Japão mesmo, os Ratos, a Guilda e nós da Torre do Relógio.”
Oh não... Por que o universo parece que me odeia tanto? Mas espera, está faltando um grupo naqueles que se envolveram no conflito do Fyodor.
“E quanto a Máfia do Porto? Eles também são uma organização poderosa não são? Por que esse cara não os atacou?”
As duas pareciam um pouco surpresas com o que disse, mas logo Margaret respondeu.
“Se os informantes estavam certos, aparentemente ele os atacou também mas foi subjulgado e foi forçado a anular a habilidade sobre eles. Os líderes da Máfia do Porto são conhecidos mundialmente por seu poder destrutivo, não me admira que até mesmo ele recuou.”
Lideres? Mas a Máfia não tinha como líder apenas Mori?
“O que você quis dizer com 'líderes'? Pensei que eles só possuíam uma pessoa como líder...?”
“De acordo com informantes, eles tinham apenas um líder a alguns anos atrás, mas devido a conflitos internos ele foi morto e os dois líderes atuais tomaram o posto.”
“E quem seriam essas pessoas?” por algum motivo eu tinha a impressão de que eu não iria gostar da resposta.
“Se não me engano eram Dazai Osamu e Nakahara Chuuya, ambos com 22 anos e conhecidos mundialmente como 'Soukoku' devido ao seu alto poder destrutivo.”
Mas o que...?

Continua...