Era um dia tranquilo em Yokohama, um dos raros dias onde não havia nenhum usuário de habilidades paranormais tentando destruir nada e a máfia parecia estar quieta. Já haviam se passado dois meses desde a derrota e morte de Fyodor, aumentando ainda mais a sensação de tranquilidade para os membros da Agência de Detetives Armados.

Atsushi estava organizando alguns documentos a pedido de Kunikida (originalmente Dazai era o encarregado de arrumá-los, mas ele sumiu misteriosamente, de novo), todos ali estavam fazendo uma faxina no prédio e escritório. Poe também estava ajudando mesmo não sendo um membro oficial da Agência, todos ali gostavam de sua presença e ele sempre era muito gentil e educado com os outros, não viam um porquê para o expulsarem do prédio.

“Ah Poe-san, você pode me passar esses livros e documentos que estão na mesa do Dazai-san?” perguntou Atsushi enquanto equilibrava algumas caixas nos braços.

“Aqui estão... Onde quer que eu os coloque?” perguntou receoso ao ver a quantia enorme de caixas com o albino.

“Por enquanto pode deixa-los em cima da minha mesa, é só até eu colocar essas aqui pra fora.” Saiu equilibrando aquela pilha enquanto os outros abriam passagem ou diziam para onde ele deveria ir para não bater.

Poe fez o que foi lhe dito e os deixou onde foi indicado, Atsushi voltou logo e começou a arrumar os documentos e viu um livro sem título que estava misturado as coisas. Estranhou e decidiu folheá-lo para ver se descobria o conteúdo.

Ao primeiro toque com as folhas e uma luz forte começou a emanar do livro, era a mesma luz de quando alguma habilidade era ativada, Atsushi tentou tirar sua mão dali mas era impossível, era como se estivesse grudada ali. O grito que ele deu chamou a atenção dos outros detetives que logo tentaram o ajudar mas ele havia desaparecido com a luz. Poe reconheceu o livro e se desesperou.

“AAAAAAAAH! ERA AQUI ONDE ELE ESTAVA? MAS COMO? EU JURO QUE HAVIA O GUARDADO NA MINHA CASA!” logo pegou o livro e começou a girá-lo em suas mãos como quem procurasse algum sinal do porque ele estar ali.

“Poe esse livro, não me diga que era um dos que você criou com sua habilidade?” perguntou Yosano com um olhar perigoso.

“E-eu escrevi ele para o Ranpo resolver, ele já o resolveu e eu decidi guarda-lo na estante de livros que eu tenho em casa. Mas logo quando cheguei ele havia sumido, procurei em todos os lugares mas não havia nem sinal dele! Eu juro que não foi de propósito!”

“Tudo bem nós acreditamos em você, Poe. Mas porque esse livro estaria aqui?” Tanizaki estava confuso, ele fora um dos que tentou agarrar Atsushi segundos antes dele desaparecer.

“Espera... Você sabe onde esse livro estava antes do Atsushi ser sugado?” perguntou Kunikida.

“Um momento... É isso! Antes disso Atsushi pediu para mim passar alguns documentos que estavam na mesa do Dazai-san! Só pode ter sido ele que roubou meu livro!”

“Aquele desgraçado...” o loiro já estava espumando de raiva, conseguia ouvir em sua mente a desculpa esfarrapada que receberia junto de um sorriso amarelo.

“Mas por que Dazai pegaria esse livro?” perguntou Kenji.

“Provavelmente aquele idiota estava entediado e resolveu pegar a primeira coisa interessante que encontrou, e como ele não é afetado por habilidades alheias ele nem deve ter notado que era um dos livros onde Poe usou sua habilidade...” deduziu Fukuzawa logo quando havia entrado no cômodo.

“Justo nessas horas que mais precisamos e aquele idiota some sem se preocupar com as responsabilidades dele... EU VOU ESGANAR AQUELA MÚMIA!!” gritava Kunikida a beira de um ataque de nervos.

“Vocês acham que Atsushi vai conseguir resolver o mistério do livro?” Ranpo, que estava quieto este tempo todo, resolveu trazer o assunto a tona “Até mesmo eu tive dificuldades em resolver todos os mistérios que estão ai, mas nada que minha ‘Super Dedução’ não resolva claro!”

“Se até mesmo você disse que teve dificuldades... Oh céus eu espero que Atsushi fique bem...” disse Naomi preocupada.

“Poe, não tem como você contar o mistério do livro e assim permitir que nós também entremos na história?”

“Infelizmente não, caso alguém já saiba o final da história, o livro não permite a entrada dessa pessoa. Me desculpem...” estava realmente magoado, a Agência o acolheu e agora estava causando problemas a eles novamente.

“Ei não precisa ficar triste, a sua habilidade funciona desse jeito. Não tem porque ficar triste por algo que não dá pra controlar.” Consolou Kenji.

“Obrigado, Kenji-kun. Por enquanto acho que deveríamos deixar esse livro em um lugar seguro até que Atsushi consiga sair daqui. Vocês sugerem algum lugar?”

“Acho que o lugar mais seguro seria com algum dos nossos membros... Alguém se voluntaria?”

“Eu cuido do livro!” disse Kyouka “Atsushi sempre cuidou de mim, acho que é o mínimo que posso fazer para retribuir o que ele me fez.” Disse com um olhar determinado.

“Muito bem, nós iremos nos revezar para cuidar do livro, hoje ele está em seus cuidados, Kyouka” disse Fukuzawa, pegando o livro das mãos de Poe e o entregando para a garota “Lembre-se, você não pode abrir ou tocar nas páginas do livro, caso contrário também será sugada para a história.”

“Entendido presidente!”

—-Atsushi POV—

Onde... Estou? A última coisa que me lembro era uma luz forte que saiu de um livro que eu estava folheando...

Minha cabeça está girando... E esse chão está tão confortável...

...

Espera, eu estava na Agência, e eu não estava sentado ou deitado em nada confortável!

Abri os olhos e me levantei desesperado, eu estava deitado em uma cama enorme, provavelmente essa cama era do tamanho do meu quarto no alojamento da Agência! Olhando melhor pro cômodo onde eu estava, vi que era um quarto enorme e aparentemente pertencia a alguém muito rico pelas proporções dele.

Ainda estava usando as roupas que vesti hoje de manhã, mas ainda estava muito confuso, onde estou?

Como uma grande coincidência no mesmo instante que resolvi levantar e investigar o quarto alguém bateu a porta, me assustando e me fazendo soltar um gritinho de surpresa. Me virei e vi que a mesma pessoa que havia batido agora abria a porta e me surpreendi com quem vi.

“Você finalmente acordou, Atsushi! E dormiu de novo com a roupa de ontem... Quantas vezes eu tenho que dizer para você colocar um pijama quando ir pra cama?”

“LUCY?”

Continua...