A Filha da Exterminadora escrita por Aino Cullen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Opaa, boa leitura!



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Era de se esperar que uma garota com uma arma daquele tamanho no meio da pista de dança da mais nova badalada boate de Manhattan fosse gerar algum murmurinho. Mas isso aqui é Manhattan. Além disso, todos estão se divertindo muito para me notar. Até mesmo... 

 Ai, meu Deus. É ele. Eu não acredito que estou vendo o cara em carne e osso... 

 Na verdade, é o filho dele. 

 Ele é mais bonito do que eu achei que fosse. Ele tem cabelos louros e olhos azuis, os lábios como os atores de cinema e os ombros bem largos. Ele também é alto - assim como a maioria dos meninos é, comparando ainda mais comigo. 

 Se ele for um pouquinho parecido com o pai dele, então eu entendo. Finalmente, eu entendo. 

 Pelo menos eu acho que sim. Eu ainda não... 

 Ai, eu não acredito. Ele sentiu o meu olhar. Agora está se virando para cá... 

 É agora ou nunca. Então eu ergo a arma. Adeus, James Volturi. Adeus para sempre

 Quando eu finalmente tenho a camisa branca dele sob minha mira, algo inacreditável acontece: uma explosão vermelho-cereja surge exatamente na frente do ponto que eu estava mirando.

 Acontece que eu nem puxei o gatilho. 

 E a espécie dele não sangra.

— O que é isso, James? - pergunta Rosalie, movendo-se na frente dele. 

— Droga! Alguém... - Eu observo James tirar o olhar azulado e espantado da mancha escarlate em sua blusa e direcioná-lo para Rose. - Atiraram em mim.

 Verdade. Alguém realmente atirou nele... 

 E esse alguém não fui eu.

 Porém, não é só isso que não faz sentido. Ele está sangrando.

 Isso não é possível.

 Sem saber o que fazer, me escondo atrás de uma pilastra, abraçando a Vixen contra meu peito. Preciso me reestruturar e pensar nos meu próximos movimentos. Nada disso pode estar acontecendo de verdade. Não é possível que eu tenha me enganado quanto a ele. Eu fiz a pesquisa. Tudo faz sentido... O fato de ele estar aqui em Manhattan... o fato de ele ter procurado a minha melhor amiga, entre tanta pessoas... a expressão distante de Rosalie... tudo.

 Tudo, menos o que acabou de acontecer.

 Eu vou simplesmente ficar aqui, parada, olhando. Tive o tiro perfeito ao meu alcance, mas não acabei com ele.

 Ou acabei? Se ele está sangrando, então é porque ele é humano. Não é?

 Só que, se ele é humano e levou um tiro no peito, por que ele ainda está de pé?

 Meu Deus.

 O pior de tudo é que... ele me viu. Eu tenho quase certeza de que o olhar vil dele passou por mim. O que ele vai fazer agora? Virá atrás de mim? Se vier, a culpa é toda minha. Mamãe me disse para nunca fazer isso. Ela sempre dizia que uma caçadora não trabalha sozinha. Por que eu não dei ouvidos a ela? No que, exatamente, eu estava pensando?

 É este o problema, é claro. Eu não pensei em nada, deixei que minhas emoções me guiassem. Eu não podia deixar que Rosalie passasse pelo que mamãe passou.

 E agora vou ter que pagar por isso.

 Assim como mamãe pagou.

 Agoniada, tento não pensar sobre a reação de papai ao receber a polícia de Nova York às quatro da manhã pedindo que ele vá ao necrotério a fim de identificar o corpo de sua única filha. Minha garganta estará exposta, e sabe-se lá que outras atrocidades terão sido feitas em meu corpo trucidado. Tudo porque eu não fiquei em casa hoje à noite fazendo meu trabalho de história para a Sra. Gregory, como eu deveria ter feito (tema: o movimento de paz antes da Guerra Civil Americana, duzentas palavras, espaço duplo, para segunda-feira). 

 Uma nova música começa. Escuto Rose berrar:

—Aonde você vai?

 E agora? Ele está vindo.

 E ainda faz questão que eu saiba que ele está vindo. Ele está brincando comigo agora... assim como seu pai brincou com minha mãe, antes que ele... Bem, antes de fazer o que ele fez com ela.

 Então, eu escuto um som estranho - um fffuuush - seguido por outra exclamação:

— Droga!

 O que está acontecendo?

— James. - a voz de Rosalie demonstra espanto. - Tem alguém atirando ketchup em você!

 O quê? Ela falou... ketchup?

 Eu me viro cuidadosamente para o outro lado da pilastra a fim de checar o que Rose havia falado, e então eu o vejo.

 Não o James. O atirador.

 Eu mal posso acreditar nisso.

 O que ele está fazendo aqui?

 

 

 

 

 (continua...) 

 

 


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?



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