City of Angels escrita por May Prince


Capítulo 11
Capítulo 10




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— Você precisa me dizer onde Oliver está – supliquei passando a mão no rosto 

Eu já estava cansada de pedir, meu corpo doía, meus músculos estavam rijos e minha garganta seca.

Mas porque eu estava me importando tanto com o fato de Oliver descobrir sobre meu noivado com Ray? Ele tinha que saber, certo? Eu amava Ray e não Oliver, não mais. Eu não tinha que me importante. Mas então porque eu estava aqui parada na sala de John Diggle suplicando por um paradeiro de Oliver para eu poder me explicar.

Mas explicar o que exatamente?

Eu não devia explicações a ele, e também não tinha nada a ser explicado.

“Claro que você deve explicações, ele é seu marido até então.”

       A voz de Sara ecoava na minha cabeça. Mas eu não tinha a mínima ideia do que dizer a Oliver.

— Eu não sei onde ele está – John disse cruzando os braços.

— Olha... – suspirei – Eu sei que você e Lyla me odeiam por ter ido embora, tem horas que eu me odeio também por ter afastado vocês de mim, mas John... Por favor!

— Eu não te odeio, Felicity – sorriu fraco – Nunca poderia. Como? Você sempre foi minha irmãzinha.

— Me desculpa – olhei para os meus pés, um salto fino peep toe preto. Porque diabos eu coloquei um salto?

Ah! Quando Oliver saiu desesperado eu estava falando no telefone descalça no corredor, desliguei na cara de Ray e me desesperei com mamãe e Sara – agradeci por Melanie não estar -, ela me incentivaram a ir atrás dele, peguei o primeiro sapato que vi pela frente e a primeira roupa que vi pela frente e cá estou eu. Só agora percebi que estava de salto, suéter preto com detalhes brancos e calça jeans preta. Pelo menos eu não vim de moletom!

— Lissy, se é que eu ainda posso te chamar assim...

— Você que inventou, Johnny – sorri – Porque não poderia?

— Você fez falta, só você e Lyla me chamam assim sabia? Apelido exclusivo para as minhas garotas - me puxou para um abraço e depois nos sentamos no sofá. Ele havia dito que Lyla estava com as crianças em uma festinha de aniversário, e que ele tinha acabado de chegar do trabalho – Desculpe por ter te tratado daquela forma na academia. Eu estava, e estou, chateado por você nunca ter dado um sinal de vida sequer. Sabe... Nós te amávamos, Felicity, nós te amamos. Eu sempre estive lá por você e eu sempre estarei aqui por você. Você sabe que o que você fez é errado e egoísta. Não sabe?

— John...

— Não só por Oliver, mas por todos nós. Você simplesmente foi embora, dois anos depois eu me casei e eu não deixei ninguém tomar o seu posto de madrinha. Sara e JJ nasceram e eu queria você aqui pra dividir esse momento com você. A escolha de nomes... Lembra quando você disse que seria a madrinha coruja da minha primeira filha com Lyla? De Sara?

— Lembro perfeitamente – segurei as lágrimas

E eu realmente lembrava. Eu tinha acabado de descobrir a minha gravidez, a primeira gravidez, Oliver era o pai mais babão do universo e tínhamos decidido que John, Lyla, Thea e Tommy seriam os padrinhos do bebê. E então engatamos em como eu também seria uma madrinha babona para a “Baby Sara”. Eu escolhi o nome da filha de John e Lyla, e eles colocaram esse nome. E eu não estava aqui para dividir aquela alegria com eles. E eu não dividi a minha alegria com eles, eu escondo a minha alegria até hoje, sou egoísta e medrosa demais pra dividir Melanie com qualquer um deles.

— Eu senti sua falta, Felicity... Todos nós sentimos. – me puxou para outro abraço, John também chorava. Era engraçado ver aquele cara tão grande quanto Oliver chorando – Independente de todas as desavenças, brigas e mentiras... – mentira, ele queria dizer sobre a minha “falsa” gravidez, se eles soubessem o quanto Melanie é real... – Eu sou seu irmão, Lissy. Eu sempre vou estar aqui pra passar a mão na sua cabeça.

— Eu sei, desculpa por ter sido egoísta por todo esse tempo. – falei limpando as lágrimas – Você e Lyla são muito importantes pra mim. Me fizeram muita falta todos esses anos.

— Mas me diz, porque essa pressa em encontrar Oliver? – levantou uma sobrancelha

— Johnny,  em Ivy Town eu conheci uma pessoa. – comecei – Essa pessoa me ajudou muito, e eu...

— E você acabou tendo um relacionamento com essa pessoa? Oliver descobriu?

— Bem mais que isso – suspirei – Vou me casar, John.

— Mas você já é casada. – falou o obvio

— Por isso eu quero o divorcio.

— Oliver ficou alterado quando soube? – se levantou pegando uma coisas em cima da estante da sala, acredito que tenha sido chaves e carteira, e foi em direção a porta abrindo-a pra mim.

— Ele apenas deu as costas e saiu, mas... Eu vi a decepção nos olhos dele. Eu... – cocei a nuca passando por ele e indo ao elevador. John me seguiu.

— Você quer se explicar mesmo não tendo nada para explicar. – apertou o botão do térreo

— É – me encostei na parede de metal – É complicado mais...

— Mas você explicações, porque ele é seu marido até então – me lançou um olhar de entendimento

— Você falou igual a Sara – franzi o cenho

— Quem é Sara?

— Uma amiga... Você vai gostar dela – sorri

Ignorei o fato de minha Mercedes alugada estar estacionada na rua e fui com John para a sua Chrysler Pacifica (para uns mini van). Sorri ao entrar no automóvel, Melanie odiava esses carros. Ela gostava de velocidade e todo tipo de carro esportivo que via ela dizia “Esse é meu” ou “Quando eu crescer vou comprar um desse”. Não precisava de DNA pra comprovar de quem ela é filha!

— Ta rindo de que? – perguntou dando a partida no carro. Eu não fazia a mínima ideia pra onde estávamos indo

Eu conseguiria esconder de John a minha filha? Conseguiria esconder do cara que me ensinou a socar os meninos que me chamavam de “nerd” na escola, que me acobertava nas minhas fugas para ver Oliver, que passava a tarde comigo quando meus pais iam trabalhar, o meu irmão emprestado que fazia waffes quando Donna simplesmente esquecia que tinha uma filha de 7 anos e saia pra trabalhar sem fazer um almoço. Conheço John desde quando eu me entendia por gente, Janette Diggle era a melhor amiga da minha mãe.

Eu não conseguiria esconder dele, não mesmo.

— Eu tenho uma coisa pra te contar. – falei – Vá amanhã no loft que aluguei, te contarei tudo.

— A gravidez era verdade, e você sumiu todo esse tempo com medo de Oliver tomar alguma providencia sobre a criança.

Meu coração bateu acelerado no peito, senti meu rosto empalidecer e minha perna ficar bamba.

— Como... – engoli em seco – Como você sabe?  - E do nada o carro freou, sorte que era noite e a rua não estava movimentada. A freada brusca fez meu corpo ir com tudo no painel do carro e John me olhar com aquela cara reprovadora. A mesma que ele olhara quando eu chegue na Liga a uns dias atrás. Foi então que eu percebi, ele só estava brincando quando disso aquilo tudo. – Não conte a Oliver – murmurei baixinho

— Como eu não vou contar a Oliver que ele tem um filho...

— Filha.

— Como eu não vou contar a Oliver que ele tem uma filha, Felicity. – voltou a dirigir o carro – Você vai se casar e outro cara vai cuidar dessa criança. Vai ser egoísta a esse ponto? Vai ser mais egoísta?

— Não preciso de mais julgamento. Eu contei a ele, contei sim – alterei a voz – Ele não quis acreditar, John, ele não quis. Ele ainda acredita que minha filha é uma mentira. Mas ela é a minha maior verdade.

— Ele precisa saber que ele estava enganado, Felicity. Ele merece isso... – suspirou – Ele tentou se redimir e...

— Não! Oliver não tem direito nenhum sobre Melanie, nenhum!

— Melanie era o nome que ele queria, só que acabou sendo Connor... – assenti – Lissy, até o nome de preferência dele você deu a ela...

— Pra onde estamos indo Jonh?

— Para de fugir do assunto, você sempre faz isso quando sabe que está errada.

— Pra onde estamos indo? – falei pausadamente, ele suspirou vencido e fez uma curva. Percebi que estamos no Glades, mas não na parte onde ficava a minha casa... Minha não, a casa do Oliver apenas. Estávamos na parte mais barra pesada do bairro.

— Poço de Lázaro.

— O que diabos é isso? – perguntei ainda olhando pela janela.

— Um bar onde Oliver costuma ir quando está frustrado, já que sei que ele não ta na academia treinando, ele só pode estar aqui.

— Enchendo a cara? – desdenhei

— Você não sabe não é? – franzi o cenho e meneei com a cabeça – Claro que ele não te contou o motivo do corte no braço.

Eu sabia que Oliver ficava bem agressivo quando estava puto, sabia porque toda vez que brigávamos ele corria para a academia e derrubava todos os lutadores de lá e voltava machucado pra casa. Aquilo me deixava irada e acabávamos brigando de novo, só que na cama. A única vez que ele se machucou sério em uma luta foi quando Ra’s o incentivou a participar de uma luta clandestina pra conseguir um dinheiro a mais para comprar as coisas do bebê, Oliver foi e acabou perdendo porque um desgraçado deu uma facada no seu ombro. Depois disso eu nunca mais deixei ele lutar.

Agora tudo fazia sentido.

— A quanto tempo ele ta fazendo isso, John? – perguntei ficando nervosa

— Uns meses depois de você ter ido embora, ele queria dinheiro Felicity, ele achava que era assim que ele ia te trazer de volta. Ficando rico. E ele conseguiu. – estacionou em frente a um lugar até que bonitinho, com uma guitarra de neon no alto da parede um uma pequena placa escrito “Poço de Lázaro”

— Eu não queria enriquecer John...

— Eu sei. Mas Oliver só queria mostrar que poderia te dar uma vida melhor, ele lutou, comprou a academia com o dinheiro, comprou umas ações de uma empresa falindo para Robert. Eu e Oliver fizemos da Liga o que ela é hoje, ele e o pai ergueram a QIE. Hoje em dia ele só luta pra desestressar.

— Não importar, é perigoso. Ele pode se machucar sério. – sai do carro batendo a porta

— Adianta falar algo com Oliver?

— Eu sei que não. A gente não pode mais deixar isso acontecer – fale e ele apenas assentiu

Meu coração se aqueceu em ouvir que ele fez tantos sacrifícios por mim, ele queria mostrar para mim que era capaz de mudar de vida. Mesmo ele tendo feito tudo errado, ele fez mesmo assim. Eu só não entendia porque ele nunca foi até mim. Era tão óbvio me encontrar, qualquer um conhecia Felicity Smoak na Palmer Tech, a Felicity que quase deu a luz no hall do prédio da empresa. A Felicity que derramou café na roupa de grife da mulher de um dos sócios da Palmer, e foi promovida por isso. Eu era conhecida na empresa mesmo não querendo ser. Era só falar Felicity Smoak na portaria e eles iriam te encaminhar pra minha sala. Ou então na faculdade, a número um da turma mesmo tendo uma filha pra criar. Não era difícil me achar, então porque Oliver não foi?

O lado de fora do bar tinha umas motos esportivas que pareciam ser super caras, reconheci a Ducati de Oliver, o ambiente que por fora era simpático, por dentro tinha paredes cinza sem graça, cadeiras de madeiras, as paredes eram enfeitadas com discos suvinil e umas luzes, tocava Red Hot Chili Peppers - 'By The Way'  e era frio lá dentro. No local tinha apenas um homem grandão e mal encarado que me olhava como se eu fosse um pedaço de carne bem suculenta, me encolhi em John e fomos andando até o balcão. Um homem de características asiáticas veio até nós.

Achei que ia estar super cheio, afinal tinha umas 10 motos estacionadas.

— Boa noite, em que posso ajudar?

— Onde está Al Sah-Him, Maseo? – John perguntou sério

Mas quem diabos é Al Sah-Him, gente?

— O Mestre não deixa darmos informações sobre nossos lutares antes da luta, sabe das regras John Diggle.

Me assustei quando Dig grudou no colarinho no asiático e o puxou por sobre o balcão. Os homens mal encarados que ficaram me olhando se levantaram e encaram a cena de cara feia.

— Onde está Oliver? – rosnou

— Algum problema? – um dos homens grandões e mal encarados se levantou com uma garrafa de cerveja na mão se aproximando. John nem percebeu, continuava a rosnar para o asiático e o cara falando como o “mestre proibia falar dos lutadores” – Bonitinha – tocou na ponta do meu rabo de cavalo – Algum problema? – meneei com a cabeça e toquei o ombro do Dig. Eu estava de borrando de medo.

— Vamos embora, John. – falei e ele me olhou, e depois olhou pro cara grandão e mal encarado, e depois olhou pra mão do cara grandão e mal encarado fazendo cachos no meu cabelo.

— Tira a mão dela agora – Oliver rosnou. Pera ai!? Oliver? Suspirei aliviada em ver que ele estava inteiro, parado de braços cruzados na soleira de uma porta de correr que parecia dar para dos fundos do bar. – Você não ouviu Sr Turner, ou você quer que eu seja um pouco mais claro? – fechou a mão em punho

— Acontece, Al Sah-Him, que essa aqui eu vi primeiro – o cara grandão e mal encarado, que agora eu sei que é Sr Turner, mesmo ele não tendo cara de senhor, falou debochado

— Tudo bem, já chega – John se pronunciou – Vamos embora daqui, Felicity

— Eu já falei que vi ela primeiro - Sr Turner me puxou pela ponta do rabo de cavalo me colocando a sua frente, o que fez John reagir e Oliver chegar mais perto. John pegou meu braço e me puxou para si, me abraçando, e Oliver deu um gancho de direita no cara, que logo devolveu o soco na mandíbula do meu futuro-ex-marido.Oliver pegou o moreno pelo colarinho e o tacou em cima de uma mesa quebrando-a, com o olhar cheio de fúria, Oliver jogou uma outra mesa por cima do cara que gemendo de dor deu uma rasteira em Oliver e montou nele lhe dando uma sequência de socos.

— Faz alguma coisa, Dig – choraminguei contra o peito de John vendo o tal  de Turner socos em Oliver e o mesmo proteger o rosto com os braços.

— Não vou te deixar aqui sozinha, se não quem apanha depois sou eu – sussurrou e suspirei

 Olhei uma garrafa de cerveja que estava em cima do balcão, peguei e me soltei rapidamente de John, ele reclamou e quando tentou me pegar de volta eu já estava quebrando a garrafa na cabeça do cara que caiu desmaiado em cima de Oliver.

— Mas que porra! - meu futuro-ex-marido esbravejou empurrando um Turner desmaiado para o lado – Eu tinha tudo sob controle, Felicity. – se levantou

— De nada, Oliver – revirei os olhos – Vamos embora

— Cara, tudo bem? – Dig se aproximou

— Porque trouxe ela aqui? – Oliver rosnou partindo pra cima de John

— Hey – me meti na frente – Ninguém me trouxe, se John não viesse comigo eu viria sozinha. Vamos embora, Oliver – me aproximei dele, ele tinha um machucado no supercílio e um no queixo – Deixa eu pegar um gelo para você – fiz menção de tocar em seu queixo mas ele virou a cara

— Eu tenho uma luta agora – falou com desdém

— Acho que a sua luta já aconteceu – olhei para o cara no chão

— Felicity tem razão, Oliver – John começou

— Ela não é ninguém pra vir aqui dizer o que eu devo ou não fazer – falou duro e me encarou – Vai cuidar da sua vida, volta pra onde você veio, pro seu noivo. - rosnou a última palavra

— Oliver...

— Amanhã o divórcio estará assinado. Não volte mais a Starling City, aqui não tem nada para você. – falou e passou por mim esbarrando no ombro de Jonh – Tira ela daqui, Diggle - e saiu pela porta que aparentemente dava para os fundos do bar.

Eu não conseguia me mover, eu não sabia o que falar, não sabia o que fazer. Não era isso que eu queria afinal? Distância do Oliver e o divorcio assinado?

Não era isso que eu queria? Então porque meu peito estava apertado e meus olhos cheios de lágrimas?

O que mais me doeu não foram as palavras, mas sim a forma que ele falou. Impassível, sem demonstrar nenhuma emoção. Convicto, era exatamente isso que ele queria. Eu deveria querer também. Certo? Mas porque doi então?

— Vamos embora, Lissy - Dig disse

— Quem vai pagar o prejuízo? – Maseo se fez presente, eu tinha esquecido até da sua existência aqui no bar.

— Ele ali – John apontou para o cara que estava desacordado – Vamos embora – colocou a palma da mão nas minhas costas me guiando para a saída

Eu não podia deixar Oliver aqui, não naquele estado. Eu não iria ficar em paz em saber que fui embora e ele ficou aqui para, muito provavelmente, sair ferido. Eu precisava fazer alguma coisa. Eu iria sair dali com Oliver.

— Eu não vou a lugar nenhum, Johnny – me desvencilhei da sua mão em minhas costas e sai correndo pela porta onde Oliver saiu. Escutava os protestos de John atrás de mim, mas não me importei. Eu não queria saber, só queria tirar Oliver dali. Aquele lugar exalava perigo.


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Notas finais do capítulo

Ooooooi ♥
Nem contei os comentários rsrsrs
Sai postando.
Eu AMEI esse cap.
Posso adiantar que no outro tem BEIJO OLICITY ♥
Vocês querem um Bônus da Laurel encontrando o Tommy? Eu particularmente quero, mas e vocês?

Benjamin Turner é o Tigre de Bronze em Arrow.

Comentem ♥

Já tenho o enredo do próximo pronto, o Bônus Laurel e Tommy j´s ta na minha cabeça mesmo. rsrsrsr

O que acharam?
Comentem muito!
Recomendem tbm ♥

Beijos!

Bom fds!
Escolham o que vocês querem na segunda, Felicity e Oliver ou Bônus Laurel e Tommy. ♥♥

Comenteeeeeeeeeem!