Quando cheguei novamente na comunidade, foi fazer minhas coisas que estavam atrasadas. O dia foi corrido correndo de um lado para o outro. Fui ver como estavam as construções e estavam indo muito bem. Em alguns dias poderíamos receber nossas visitas. Estava tudo dentro dos planos. Jesus chegou com o grupo que foi afastar os walkers e tinha vindo com um grupo novo. Fazia muito tempo desde que isso acontecia e todos ficamos surpresos. Eu não tinha visto as pessoas novas, mas sabia que Rick tinha deixado o grupo ficar.
Terminei de fazer a revisão dos relatórios que tinham mandado para mim quando escutei uma batida na porta.
— Entrar.
— Oi, Beth me disse que você queria falar comigo. – Jesus disse entrando no meu escritório.
— Sim. Feche a porta e sente-se. – falei sem olhar para ele enquanto fazia uma anotação no relatório.
— O que aconteceu? – ele se sentou na minha frente me olhando confuso.
— Eu vou direto ao ponto. – falei colocando os papeis na minha frente e olhando para ele. – Eu quero sabe quais são os planos de Maggie. Eu sei que ela está armando alguma coisa contra Rick.
— Eu não sei sobre o que você está falando.
— Jesus, não sou idiota. Beth escutou o que ela disse. Eugene disse que ela fez com que todos os feridos fossem para Hittop. Eu quero sabe o que está acontecendo. E acho melhor você me contar, por que posso até mesmo ver ela como uma filha, mas não vou deixar que ela machuque meu marido.
— Ela não tem um plano certo. Ela apenas quer que Rick veja que está errado em manter Negan vivo. Ela não pensa em fazer nada contra ele.
— Eu quero que você me conte tudo sobre os planos dela. Quero que seja meus olhos e ouvidos.
— Eu não acho...
— Eu não quero saber o que você acha ou não. Ela quer fazer isso pelo o martido. Eu entendo isso, mas o marido dela acreditava que tínhamos que salvar todas as pessoas, que matar não era a resposta. Se ela quer honrar a memória dele, está fazendo a coisa errada.
— Eu não posso fazer isso com ela.
— Você a ama?
— Ally...
— Você a ama ou não?
— Sim. Amo.
— Então vai fazer isso, por que se ela machucar meu marido, eu vou mata-la.
— O que preciso fazer?
— Apenas me contar os planos dela. Não acho que ela vá tentar alguma coisa sem antes planejar bem. Você vai continuar do lado dela como sempre. Apenas me contará as coisas.
— Eu não sei se isso é certo.
— Quer que eu conte isso para todos e devemos decidi se isso é uma traição? Quer que julgamos ela, você e Daryl?
— Não.
— Então faça o que eu disse
— Eu vou presta atenção em tudo o que ela diz, se ver alguma coisa, eu te conto.
— Obrigada.
— Sabe, que sempre pensei que você seria uma líder melhor do que Rick. Você sempre é mais pé no chão.
— Eu tenho que ser. Não posso sair atirando em todos. – me levantei e me estiquei. – Sabe, as coisas estão cada dia mais agitadas e não posso ver como depois de tudo o que passamos, Maggie pode querer deixar essa raiva que ela sente tomar conta dela.
— As pessoas têm modos diferentes de encarrar o luto. Você não faria isso se fosse Rick no lugar do Glenn?
— Matar Negan vai mudar alguma coisa? Glenn vai voltar?
— Não.
— Então, eu não mataria. Glenn queria um mundo em que matar não era a nossa única opção. Raiva e ódio só machucam e destrói.
Ficamos em silêncio por alguns minutos. Jesus se levantou e saiu quando viu que ei tinha terminado com ele. Passei a mão pelos cabelos enquanto olhava a comunidade pela a minha janela. Muitas coisas tinham acontecido desde que o mundo acabou e ver as pessoas que eram como família armando contra a gente machucava.
— Ei. – Rick disse entrando no escritório. – Ocupada?
— Não. Apenas olhando as pessoas andando. E você?
— Acabei de conversar com o novo grupo. Temos pessoas muito interessante.
— Quer que eu fale com eles?
— Amanhã. – ele me abraçou por trás. – Viu Carl hoje?
— Rapidamente de manhã. Por que?
— Ele foi conversar comigo. Ele quer ir para Hittop aprender com Hall.
— O que você disse?
— Que ia pensar. Eu sei que ferreiro é uma boa profissão, mas ele e CJ estariam um dia de viagem daqui.
— Beth também. Não tem como ela deixar eles irem sem ir com eles. – me virei para ficar de frente para ele. – Ele já é um homem, Rick. Por mais que não queremos que ele saia do ninho, ele vai sair.
— Eu sei, mas é tão difícil. Eu estou acostumado a saber o que eles fazem, saber que se eles precisarem eu vou estar aqui, perto. Não um dia de viagem.
— Você ainda vai estar aqui. Ainda será o pai dele. Vai me matar ver ele ir embora, mas ele já sabe o que é certo ou errado. Temos que confiar nele.
— Eu sei.
Beijei a bochecha dele e sorrir.
— Você tem que deixar. Sei que cuidaram bem dele lá. Se não cuidarem eu vou mata-los.
Rick riu enquanto nos afastávamos. Saímos do escritório e fomos para a sala. Beth e Lizzie estavam sentadas no chão com as crianças. Eu sorrir antes de me sentar com eles. Ficamos ali até a hora de preparar a comida. Beth e eu fizemos a comida enquanto escutávamos Rick contando histórias para as crianças.
— Cadê Carl? – perguntei para Beth enquanto arrumava a mesa.
— Ele foi fazer uma ronda com alguns meninos. Ele deve estar de volta em alguns minutos. – Beth respondeu e olhou para a sala. – Ele conversou com você sobre ir morar em Hittop?
— Não. Rick falou.
— Acha que ele vai concordar?
Eu parei de cortar os tomates e olhei para ela depois de soltar um suspiro.
— Beth, você e Carl estão em uma idade que não podemos falar o que vocês podem ou não fazer. Podemos apenas apoiar e ficar aqui esperando para ajudar caso precisem. Por mais que doa, vocês são grandes o bastante para sabem o que é melhor para você.
— Rick concordar é importante para Carl.
— Eu sei. Assim como eu sei que ele estar pedindo demais para o pai dele. Mas eu você? Estar animada em ir morar lá?
— Eu quero apenas que ele seja feliz. Sei que ele acha que não ajuda muito aqui. Ele quer fazer isso e eu acho incrível. Ele é um ótimo carpinteiro, mas ele acha que fazer armas no momento é mais importante. Eu estou feliz em morar onde ele e CJ estejam.
— Deus, por que meus filhos crescem tão rápido? – falei rindo.
— Oi, mãe. Oi, querida. – Carl disse entrando com uma mochila nas costas.
— Oi. – Beth e eu falamos juntas.
— O que tem para comer hoje? Estou morrendo de fome. – ele beijou minha bochecha e a boca de Beth enquanto tentava roubar alguma coisa da panela.
— Marcarão. Vá chamar seu pai, seu filho e seus irmãos. Está pronto.
— Sim, senhora.
Carl sorriu e saiu. Beth e eu colocamos a mesa e logo todos estavam sentados. Comemos em silêncio. Rick olhou para Carl algumas vezes e depois olhou para mim. Apenas dei de ombros e limpei a boca de Antony.
— Carl, eu pensei muito no que você me pediu semana passada. – Rick colocou os talheres apoiados no prato e olhou para Carl sério. – Falei com sua mãe hoje e ela me fez ver uma coisa. Você cresceu e já é um homem. Eu não posso parar isso. Se você realmente quiser ir para Hittop aprender com Hall, eu concordo.
— Você está falando sério?
— Sim. Se quiser ir, pode ir.
— Obrigado, pai. – Carl levantou e abraçou o pai com força.
— Eu peço apenas que espere até depois do festival.
— Pode deixar. – Carl se sentou novamente com um enorme sorriso no rosto.
Voltamos ao nosso jantar e começamos a conversar. Por mais que me doesse não pude deixar de notar o brilho de felicidade nos olhos e Carl. Essa foi a escolha certa.