A Promessa escrita por Morgenstern


Capítulo 7
Curiosidade Sem Fim




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/745941/chapter/7

Larissa realmente tinha razão, Maxon era esperto e parecia ter um plano para cada passo que dava. Ele não só convidou Larissa para sair, como também pediu que nos levasse. Minha cara de espanto foi de longe a mais natural que tive em toda a minha vida. Eu só não sabia o porquê de eu está tão ansiosa em relação a ele. O plano seria sair nós quatro e Maxon levaria três amigos. Fiz uma careta só em pensar em uma noite assim, era exatamente o que nós estávamos tentando evitar.

Camila se encostou na parede ao lado da cama completamente distraída em seus pensamentos enquanto Larissa contava os detalhes de sua conversa. Eu ainda não havia acreditado que pedi cada detalhe e assim que a história terminou, Manu estralou os dedos, cheia de ideias.

— Porque apenas não saírmos? Não um encontro, mas uma festa? – ela perguntou. Deitei na cama bufando.

— Se estamos em uma promessa, é claro que temos que negar. É assim que as coisas começam e não me venham dizer que estou errada. – falei encarando o teto.

— Eu não ia dizer isso. – Lari falou. – Você está certa. Não. As duas estão. São a partir desses encontros que as coisas começam e para impedir quaisquer sentimentos, podemos ir a festas. – revirei meus olhos.

— Nós viemos aqui para estudar e não sair toda noite. – resmunguei deixando um grande silêncio no quarto, quando levantei para encará-las, estavam de cara amarrada para mim. – Ok, esqueçam o que eu disse.

— Estou cansada. – Camila falou de repente. – Esse Maxon disse quando queria sair? – perguntou a Larissa, que olhou confusa para ela. Onde Camila estava esse tempo todo? Quando nenhuma respondeu, ela disse: – Eu estou ficando louca! Juro, juro pra vocês que estava conseguindo esquecer qualquer detalhe que eu disse que iria esquecer. Mas vocês conversando sobre isso, fazendo tempestade com isso, só fizeram com que as coisas voltassem e eu não vou, de jeito nenhum, chorar por um idiota maldito. – engoli o nó na garganta.

— Cam.

— Não Manu. Eu conheço vocês muito bem, se estão com medo de se envolverem então não vão, não procurem e muito menos deem brecha para qualquer que seja entrar. – ela parou e suspirou alto. – Preciso de ar. – falou antes de sair do quarto.

Nós três olhamos para cada mínimo ponto daquele quarto, menos para os olhos umas das outras. Eu sabia, tinha a grande certeza que se olhasse, tudo estaria perdido e o buraco em meu estômago voltaria a aumentar junto com a dor no peito. Respirei fundo e me troquei, olhei para as meninas e elas se levantaram me seguindo até a porta.

Eu tinha um grande orgulho de dizer que nós conversávamos com o olhar, era nítido saber o que a outra pensava ou estava prestes a dizer com o simples olhar. Fomos até a entrada do Morgan encontrando Camila sentada nos degraus olhando para o céu enquanto fumava. Ela estava com o péssimo hábito de fumar quando terminou seu relacionamento mais recente. Sentamos ao seu lado sem pretender dizer uma única palavra, estávamos lá apenas sentindo a presença de cada uma e de todos os calmantes da terra, eu nunca achei um igual a aquele. Silêncio, amigas e um céu completamente limpo de nuvens enquanto a noite surgia.

— Olha. – Cam começou jogando seu cigarro no caminho de terra. – Eu não...

— Ei! Me esperee! – alguém gritou do outro lado da rua atraindo nossos olhares. Olhamos atentamente as duas pessoas correrem na calçada em direção ao refeitório.

— Vamos logo! – a pessoa na frente gritou de volta. – Vai perder a luta! – e os dois sumiram dentro do campus.

Eu e as garotas nos encaramos por dois segundos antes de todas se levantarem e correrem na mesma direção. Foi mais uma daquelas conversas com o olhar que tínhamos e a curiosidade era algo que nenhuma conseguia suportar. Ríamos e ofegávamos enquanto corríamos de volta ao campus. Camila estava na frente e parou quando chegamos ao prédio do refeitório, Manu que vinha logo atrás derrapou até colidir com ela e foi assim com Larissa e comigo. Rimos com a mão na boca tentando sufocar a gargalhada alta. Camila olhou pelas janelas de vidro e tudo estava calmo, não havia nenhuma luz que informasse onde as pessoas estavam.

— Acho que nos enganaram. – Manu sussurrou.

— Shhhhh... Vamos.

Camila voltou a correr, passamos pelo refeitório até o prédio das nossas salas. A entrada estava trancada, isso não era novidade para nenhuma de nós, mas vozes baixas que vinham de dentro do prédio nos deu a certeza que era aquele o lugar certo. Houve uma movimentação ao lado do prédio que me chamou atenção, as duas pessoas que haviam passado pelo Morgan, estavam andando sorrateiramente ao lado da parede indo em direção aos fundos do prédio.

— Por aqui. – sussurrei fazendo o mesmo caminho que eles.

Ouvi Manu me chamar, mas só parei quando avistei a porta dos fundos entreaberta. Olhei para trás e vi as três se aproximando, fiz sinal para se apressarem e ainda mais lentamente caminhei até a porta. Os sussurros foram aumentando até se tornarem gritos frenéticos de pessoas amontoadas em um porão. Senti o puxar de ar de surpresa atrás de mim e sabia que eram elas. Camila passou por mim e entrou observando todo o local com olhos arregalados e atentos. Lari segurou minha mão e a de Manu, entrando logo atrás.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Promessa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.