Algumas horas se passaram e Gibbs sentia a necessidade de ver Any de novo. Gibbs estava ficando apaixonado pela moça. Ele subiu ao quarto de Any, mas ele estava vazio.

Uma enfermeira entrou para pegar as roupas da cama.

— O que houve com a moça que estava aqui? – Perguntou Gibbs.

— É sua parente? – Ela perguntou.

— Amiga. – Respondeu Gibbs.

— Eu sinto muito. – Disse a moça. – Ela morreu há 45 minutos.

Gibbs sentiu o mundo desabar. Abby estava viva, mas a moça por quem ele se apaixonou estava morta.

— Eu preciso ver ela pela última vez. – Disse Gibbs.

— Ela foi levada para o Memorial Berttol. – Respondeu a enfermeira.

— Quem liberou o corpo? – Perguntou Gibbs.

— Alejandro Rivera. – Disse a enfermeira.

— Ele está preso. – Disse Gibbs.

— É. Agora eu sei. – Disse a moça.

— Então quem liberou o corpo? – Perguntou Gibbs.

— Eu não faço idéia. – Disse a moça.

Gibbs saiu do quarto. Ele não conseguiu se despedir da moça.

Abby teria alta em duas horas do hospital. Gibbs ficou com Tony, McGee e Abby.

— Aposto que o McGee e você vão ter os melhores bebês. – Disse Tony. – Já estou imaginando os bebes com minicomputadores e roupinhas de caveira. – Ele brincava com os amigos.

— Aposto que o McGee vai se sair muito bem como pai. – Disse Abby. – Quando saímos daqui e começarmos a praticar. – Brincou Abby.

— Tony pode ser o padrinho bobalhão. – Disse McGee.

— Ei Gibbs. Você pode construir o bercinho. – Disse Tony.

Gibbs não falou nada.

— Chefe. Qual o problema? – Perguntou Tony.

— Só estou pensando. – Disse Gibbs.

Abby recebeu alta do hospital. Apesar de tudo o que ela havia passado ela estava de volta. Gibbs, Tony, McGee e Abby voltaram para o NCIS. Quando eles entraram viram as coisas que eram de Any empacotadas em caixas coloridas.

Vance apareceu e deu um abraço em Abby.

— De quem são essas coisas? – Perguntou Gibbs.

— Eram da agente Any. – Disse Vance. – A amiga pediu elas.

— Amiga? – Perguntou Gibbs.

— Sim ela me mandou um email há uma hora. Vai mandar uma pessoa para pegar.  – Respondeu Vance

Gibbs fez Abby se sentar ao lado dele. Uma hora depois uma garota jovem entrou no bullpen.

— Vim pegar as coisas da agente Any. – Disse a garota pegando as caixas.

— Qual é o seu nome? – Perguntou Gibbs.

— Erika Janine. – Disse se apresentando. – Vou levar o corpo da Any para o Brasil. Ela queria ser enterrada no mesmo jazigo que a família dela.

— Como a família dela morreu? – Perguntou Gibbs.

— A família da Any foi assassinada enquanto ela estava fora. – Disse Erika. – Ela se culpava quase todo dia.

— Nunca pegaram os responsáveis? – Perguntou Gibbs.

— A Any trabalhou para a polícia brasileira infiltrada na quadrilha que matou os pais dela. Ela os prendeu depois de um ano. – Erika tinha um sorriso no rosto. – Ela me disse na última ligação antes da transferência que tinha sido um prazer conhecer você agente Gibbs. Erika ficou triste de repente. – Era uma despedida e eu nem disse eu te amo do mesmo jeito que ela fazia.

— Eu gostaria de ir com você até o Brasil para a despedida dela. – Disse Gibbs.

— Ela não iria querer isso agente Gibbs. – Disse Erika pegando as coisas e se dirigindo para o elevador. – Ela iria querer ver você feliz com seus agentes.

Erika saiu. Gibbs foi até o aeroporto. O caixão com o corpo de Any estava esperando ser embarcado no avião com destino ao Brasil. Gibbs tinha em suas mãos um colar dourado com um olho azul.

E outro com um anel que Erika havia esquecido no NCIS. Ele prendeu o colar com o olho em uma das alças do caixão rosa bebê da moça. Ele decidiu ficar com o anel para sempre se lembrar dela.

— Sempre fiel. – Disse Gibbs ao caixão antes de sair.

Cinco meses depois...

Abby e McGee planejavam seu casamento. Eles já tinham esperado tempo demais e Gibbs fazia muito gosto pelo casal apesar da regra. Uma nova agente que não gostava de papo ocupava o lugar deixado por Any. Gibbs ainda sentia falta da agente.

Gibbs resolveu que iria até o Brasil antes do casamento de Abby e McGee. Ele queria se despedir da moça pessoalmente.

— Não acho uma boa idéia Gibbs. – Disse Tony. – É muita violência naquele país.

— Eu não vou para São Paulo ou rio de Janeiro. – Disse Gibbs mostrando um estado bem no extremo sul do país. – Rio Grande do sul. No inverno as temperaturas são negativas em algumas cidades. Any está sepultada em uma comunidade localizada na serra do estado. Eu vou para lá e volto. Só preciso ver onde ela está enterrada.

— Alguém deveria ir com você. – Disse Tony.

— Ducky. – Disse Gibbs. – Ducky vem comigo. E você Tony, fica no comando até eu voltar.

Gibbs e Ducky pegaram o avião para o Brasil naquele mesmo dia.

— É um lugar lindo Jethro. – Falou Ducky. – A estação local é inverno. E tem um santuário maravilhoso também.

— Não vamos fazer excursão Ducky. – Disse Gibbs. – Vamos tirar uma prova.

— Jethro. Do que está falando? – Perguntou Ducky.

Gibbs pegou o anel que ainda guardava e mostrou a Ducky.

— Um anel Jethro? – Perguntou Ducky.

— É o anel da Any que a amiga deixou na agência antes de ir embora e levar o corpo da Any para o Brasil cinco meses atrás. – Gibbs colocou o anel em sua mão. Ela desapareceu depois de deixar os EUA com o corpo.

— Jethro. – Começou Ducky. – Você era apaixonado por essa moça? – Ducky teve medo da resposta.

— Sim Ducky. Eu sou. – Gibbs usou o futuro em vez do passado.

— E você quer ver que ela está mesmo morta? – Perguntou Ducky.

— Quero. E quem sabe assim eu consiga alguma paz sabendo que ela não morreu por minha causa. – Gibbs não parecia convencido das próprias palavras.

O avião levantou voo rumo ao Brasil. Se ele voltaria com Any ou apenas com seu anel ele não sabia. Só sabia que ele ficaria lá o tempo que fosse para descobrir toda a verdade sobre a morte da Garota.