A Fortaleza das Feras - Livro 01 (Caos e Ruína) escrita por Manon Blackbeak


Capítulo 13
Capítulo 12 - Sora


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaá!! Adiantando uma postagem!
Capítulo dedicado aos novos leitores que passaram a acompanhar essa semana ♥
Boa leitura !!



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Atravessar a enorme ponte de pedra que cortava o rio Shira fora, de fato, a parte mais rápida da viagem.

Evitaram fazer uma pausa na região que circundava Porto Livre, então só pararam em um local com civilização para passar uma noite quando alcançaram uma pequena aldeia, antes de chegarem até as Montanhas da Alma.

Sora conhecia bem aquele local, já passara ali demasiadas vezes. Estavam próximos das propriedades de Tereza, a mulher sombria que conhecera em Forte da Caveira. Há anos passados, quando a vidente lhe encontrou e resolveu fazer contato. Depois disso, sempre que tinha uma missão sozinha, fazia questão de passar uma noite na estalagem da mulher, com sua família. Estava tão próximo... Embora ao mesmo, fosse uma parte de sua vida que ela fazia questão de guardar. Normalmente ela daria a volta e não passaria pelas montanhas para chegar até o local onde Tereza morava, próximo de Edom, mesmo que não fosse o caminho mais rápido. 

Era arriscado ir pelas montanhas sozinha, mas em grupo, era menos perigoso.

Sora observou uma taverna próxima e então sinalizou:

― Vou passar ali, quero ver se consigo alguma informação sobre Ansélia. ― A guerreira encarou o príncipe que usava um capuz, discreto, para não chamar atenção e não ser reconhecido. ― Você fica com eles. Mas, se alguém quiser me acompanhar...

― Eu vou. ― Bart deu um passo à frente. ― Por favor, escolham bons quartos para nós. ― O loiro piscou, o restante da equipe sinalizou e afastou-se concordando. ― Não vejo a hora de beber uma caneca de cerveja. ―  Sussurrou enquanto caminhavam.

Sora sorriu.

―  Eu também.

― Então vamos lá!

***

A decoração não era charmosa como a taverna de Lionel, mas era limpa, e não parecia ter ninguém hostil ou algum mork. Na verdade, parecia que as pessoas estavam vivendo normalmente, como se nada tivesse acontecido.

A típica ignorância da grande massa da população, diante qualquer situação de calamidade.

Bart inspirou e expirou quando se sentou em uma cadeira no balcão.

― Aquele príncipe, ele olha para você de uma forma bem interessante, não reparou? Vocês no festival... Me admiro dele não ter procurado você em seu quarto depois. ― O guerreiro arqueou as sobrancelhas, fingindo espanto. Ethan havia acompanhando-a até seus aposentos, porém, nada mais que isso. ― Eu sei que você e Asher não tem nada demais, aliás, sempre fui contra isso. Somos amigos, mas acho ele uma péssima opção.

― Eu jamais faria um sacrifício por Asher como faria por você, Bart. Eu diria que Asher e eu apenas saciamos algumas necessidades, como muitos na fortaleza o fazem, você sabe disso. E Ethan, bem, não acho que tenhamos afinidade.

― Ah, mas parece que ele come você só com os olhos, e o jeito que ele dançou com você... ― Bart escancarou e Sora arregalou os olhos, como se estivesse o chamando de louco. O loiro sorriu, mas voltou-se para o atendente: ― Duas canecas de cerveja, por favor.

― Claro! ― O homem respondeu simpático, era baixo e rechonchudo, com um bigode castanho e grosso. ― Estranho ver viajantes, ainda mais com os boatos que estão rondando por aí. ― E aparentemente, ele também gostava de se comunicar e de uma boa fofoca.

Haviam acertado em cheio em ir naquele local.

― Quais boatos? ― Sora se fez de desentendida.

O atendente olhou ao redor, fez uma expressão de quem estava passando uma informação extremamente perigosa e sigilosa.

Um drama básico.

Os guerreiros adoraram.

― Após Ansélia ser saqueada, alguns moradores disseram ter visto soldados morks nas redondezas. ― Mais uma espiada rápida ao redor, o homem aproximou-se para cochichar: ― Parece que Edésia declarou rendição aos mork. O próprio príncipe Vicent o fez, estão dizendo que o herdeiro Ethan e os reis estão mortos. Mas por incrível que pareça, não houve mais ataques. Nem um sinal de batalhas nem nada, eles estão se concentrando por lá.

― Isso não lhe preocupa? Que ataquem mais cidades? Ou vilas pequenas como esta. ― Bart questionou.

O atendente balançou a cabeça.

― Por enquanto, não. Ouvi dizer que a própria rainha mork confirmou que não vai atacar o povo. Parece que ela quer ganhar admiração, lealdade, algo assim.

― Interessante... Realmente, estávamos desatualizados. Semanas viajando, sabe como é, comerciantes. ― Bart mentiu dando uma piscadela, Sora compreendendo acabou assentindo. De qualquer modo, eles não tinham nenhuma arma a mostra naquele momento, poderiam facilmente passar por simples viajantes.

Embora o homem tivesse os analisado com curiosidade, e uma leve e singela desconfiança, quando indagou:

― Oh sim! O que vocês vendem?

― Especiarias, temperos. ― Sora acrescentou, Bart assentiu. ― Estávamos pensando em ir para Hiram e atalhar pelas Montanhas da Alma. Tem alguma notícia de lá? ― Levando em consideração que estavam em território edesiano, aquele homem poderia realmente ter mais algumas informações.

― Não, infelizmente não ouvi nada sobre. Mas, se forem passar pelas montanhas, devem tomar cuidado com os lobos. Mas acredito que dar a volta seria a melhor opção... ― O atendente ponderou, então sorriu. ― Bom, vou trazer as cervejas. Desculpe falar demais.

― Sem problemas. ― Sora sorriu simpática, eles haviam dado sorte ao encontrar aquele homem. No entanto, de qualquer modo, as pessoas fofocavam, e isso era uma vantagem para eles. ― Muito obrigada.

O atendente assentiu e afastou-se.

Bart olhou para Sora, rindo radiante:

― Conseguimos! ― Comemorou, Sora sorriu e assentiu em resposta. ― O que você acha? É verídico ou são apenas boatos?

― Suponho que seja verdade. ― A guerreira fez uma pausa para pegar a caneca de cerveja que haviam solicitado. Então observou o que havia ao redor, os olhos esverdeados cautelosos. ― Mas você não acha suspeito ela concentrar seus esforços apenas em Ansélia?

― Estavam perseguindo Ethan quando ele fugiu... E ele disse que avistaram morks na região.

― Essa parte, para mim, parece ser invenção. Algumas pessoas são suscetíveis a histeria coletiva. ― Sora deu um meio sorriso quando bebeu um gole da cerveja. Era de boa qualidade, dourada e densa contra a luz, só não tão boa quanto as que Lionel e Ranborn fabricavam.

― De fato, mas devemos ter cuidado, de qualquer modo.

― Sim, sim, concordo com você.

Bart deu uma longa tragada na caneca, enquanto a guerreira analisava o que havia ao redor. De fato, fazer qualquer movimento de ataque a outros reinos não seria uma ideia inteligente, não quando ainda eram três contra um. Edésia poderia ter se rendido, o território agora poderia pertencer a morks, mas eles não pareciam interessados em espalhar suas forças pelo continente. Talvez estivessem esperando o momento certo. Talvez a rainha sombria aguardasse por reforços.

Ela não saberia concluir nada com certeza, pelo menos, não ainda. Sora bebeu mais um gole da cerveja, quando uma figura peculiar adentrou a taverna.

Roupas escuras, uma capa negra cobrindo o rosto. Parecia um fantasma andando pelas mesas, até sentar-se no balcão, do outro lado, mas estranhamente próximo dos dois guerreiros.

Ou ela estava enlouquecendo e desconfiando de tudo, ou o álcool estava fazendo efeito rápido demais, ou realmente aquela presença era estranha.

Talvez o álcool e a presença estranha.

Possivelmente a mistura dos dois.

― Você viu? ― Bart sussurrou, Sora assentiu. ― Estranho, não consigo ver o rosto.

É, parece que o guerreiro estava em sincronia com ela.

Sora bebeu o restante da cerveja e colocou a caneca sobre o balcão de madeira.

― Está olhando na nossa direção? ― A guerreira questionou, Bart assentiu discretamente. ― Estranho. Acho que deveríamos ir. Já temos a informação que precisávamos.

O loiro assentiu, tomou o restante de sua bebida e colocou duas moedas sobre o balcão, ao lado das canecas vazias.

― Esta noite, é por minha conta.

***

Suspeito demais.

Aquela aparição fora suspeita demais, e não era imprudente ter saído tão cedo da taverna.

Os dois guerreiros estavam indo em silêncio, em direção a estalagem que o restante da equipe deveria estar. Era madrugada, sairiam ao amanhecer, mas com certeza dormiriam igual dois bebês graças aquelas enormes canecas de cerveja.

― Vamos passar essas informações aos outros? ― Questionou o guerreiro.

― Sim, mas amanhã. ― Sora respondeu, Bart assentiu, e ficou em silêncio.

Eles seguiram caminhando, Sora ponderou.

Tinha a sensação de ser observada, talvez estivesse ficando paranoica. E eram tantas informações... Levar Ethan seguro até Edom, certificar-se de que ele poderia pagar os exércitos temesianos e mais o apoio da fortaleza, garantir que o lorde parente do príncipe também teria força bélica para tentar tomar o poder de Ansélia novamente. E ao que tudo parecia, as pessoas não pareciam se importar com toda aquela tensão.

A guerreira inspirou e expirou, quando o inverno chegasse, aquela região seria mortalmente fria.

Ela observou Bart com o canto dos olhos, o guerreiro, no entanto, parou subitamente de caminhar e sussurrou:

― Você ouviu?

― O que? ― Sora olhou ao redor, estavam completamente sozinhos na rua escura.

― Alguém está nos seguindo.

Sem deixar Sora responder, Bart disparou na outra direção da rua. Ela bufou, e então foi atrás.

De fato, uma figura escura surgiu entre as sombras e adentrou a outra direção. Bart seguiu em frente, fez uma curva e percorreu outra rua. Eles olharam ao redor, alguém estava os perseguindo, mas resolvera fugir, assim que notaram a sua presença.

Antes que adentrassem um beco, a figura encapuzada derrubou uma carroça cheia de legumes no chão, impedindo que os dois guerreiros conseguissem o alcançar. Mas eles dispararam, desviaram da bagunça e pularam por cima dos entulhos de madeira, sem perder a figura de vista.

― Por aqui! ― Bart disparou quando a sombra entrou em outra direção.

Sora obedeceu e correu na sua direção, porém, a figura encapuzada derrubou vários barris na direção dos guerreiros, os objetos de madeira vieram rolando com velocidade, e eles precisaram desviar. Mas não rápido o suficiente.

O indivíduo que estava fugindo alcançou um beco sem saída, saltou em direção ao muro que estava ao final e pulou para o outro lado, desaparecendo completamente da visão dos dois guerreiros. Bart se preparou para ir atrás, mas Sora segurou o seu braço.

― Melhor não ir, vamos voltar e avisar os outros.

― Mas e se for um espião mork?

― Se for um espião mork, é mais um motivo para avisarmos os demais e partirmos ainda mais cedo amanhã.


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Notas finais do capítulo

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