Algo me acordou subitamente. Tudo estava silencioso. Não sabia se Saimon havia saído ou se estava dormindo. Eu estava deitada em minha cama e as luzes apagadas, só pude ouvir a grande tempestade que se fazia lá fora e o céu escurecido, olhei para o relógio marcava 02h34 da manhã, era de madrugada. De repente senti a presença de alguém entrar, me virei e não vi nada. Achei que por eu estar sonolenta aquilo fosse apenas uma impressão boba. Voltei a me deitar, bocejei e me virei para enfim voltar a adormecer, mas algo estava me incomodando naquele quarto, olhei para todos os cantos, porém não tinha ninguém ali e eu achei que estivesse paranoica. Voltei a tentar a dormir novamente e quando me virei para o lado levei um susto terrível com um homem desconhecido deitado ao meu lado me olhando sorrindo.

— Meu Merlin! Quem é você?! Como entrou?! — disse me levantando imediatamente. — Saimon! — o chamei, mas não tive resposta.

— Ele não vai te ouvir. — o homem sorriu maleficamente se levantando também com uma faca na mão. — Estamos sozinhos nesta casa, meu bem. — ele se aproximou encostando a lâmina em meu rosto. Pude ver sua face bonita e seus olhos azuis realçava sobre a escuridão daquele quarto. 

— O que quer de mim? Quem é você?! — me afastei tentando ir para onde eu havia guardado minha varinha. 

Ele soltou uma risada alta antes de falar:

— Não tente bancar a espertinha, eu vou te matar de qualquer jeito, Aurora Potter.

— Você me conhece?

— Mais do você imagina... — ele me olhou de cima a baixo com malicia. — Então, vai ser do jeito fácil ou difícil?

Não consegui encontrar minha varinha e sai correndo do meu quarto para se esconder.

— Adoro um desafio, isso me excita. — ele gritou e logo em seguida saiu correndo atrás de mim com a faca na mão.

Ele era muito mais rápido e forte do que eu, me pegou por trás e tampou minha boca com um pano que me fez adormecer. Não me lembro de mais nada.

...

Acordei respirando ofegante. Estava de dia, olhei para o quarto tudo estava normal. Minha cabeça doía e a minha visão estava turva. Fui até a janela e o dia parecia lindo, ensolarado, radiante, nem parecia que tinha tido uma grande tempestade. Depois percebi que aquilo era um pesadelo e nada foi real. O homem bonitão com uma faca querendo me matar? "Que sonho foi esse, Aurora?", disse pra mim mesma.

Tomei uma ducha para esquecer toda essa maluquisse e logo fui tomar o café. Saimon já estava acordado e me assustei quando ele virou bruscamente com a faca na mão, me lembrando do pesadelo.

— Bom dia, flor do dia! — disse sorrindo.

— O que está fazendo com essa faca?!

— Cortando os bacons que você gosta. — respondeu sem entender minha atitude. — Está tudo bem Aurora, parece que não teve uma boa noite de sono?

— É... tive uma noite complicada... Choveu nessa madrugada?

— Não que eu saiba, até porque eu capotei e você sabe que o meu sono é pesado, pode cair o mundo que eu não acordo de jeito nenhum.

Confirmei com a cabeça e fui até a varanda para ver se tinha algum vestígio de chuva na casa.

— O que é isso Saimon? — olhei para as pegadas de barro molhado, achando estranho.

— Ah, fui eu hoje de manhã, Eu fui regar o jardim e acabei sujando os meus sapatos. — falou e ao mesmo tempo fritando os ovos mexidos. 

— Eu tive um sonho esquisito essa noite... — fechei a porta da varanda voltando para a cozinha e começando a contar o pesadelo ao Saimon.

— Uau! Quem era esse cara, um serial killer? — ele me perguntou assim que terminei, debochando da minha cara.

— Isso não tem graça Saimon! Foi horrível! — passei as mãos na minha cabeça. — Estou morrendo de dor de cabeça.

— Desculpa, mas é engraçado. — Saimon começou a rir da situação, mas parou assim que eu mandei um olhar de reprovação. — Eu faço um chá, vai melhorar essa sua enxaqueca.

Aquele pesadelo não saia da minha cabeça, eu estava ficando louca.