Irony escrita por Grimmliz


Capítulo 1
A ironia da dor.


Notas iniciais do capítulo

Essa semana a inspiração pro Angst bateu com força, e eu amei, é claro. jfkgf
Primeiramente, esta fanfic não possui nada ligada a romance, e nem que tivesse, só lamento, porque Kirei x Rin é meu guilty pleasure, and I don't give a shit. Estou torcendo e fazendo meu dever de casa pra tentar escrever mais sobre eles, porque são muito darkside&love/hate, e o Kirei é foda. Te amo, seu padre de araque. ♥

Enfim, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/745531/chapter/1

As palavras de Kotomine Kirei faziam ecos no vazio do peito de Tohsaka Rin, junto às gotas de chuva que silenciosamente pareciam cair sobre sua pele e lápides ao redor — ela não tinha muita certeza, afinal, estava ocupada demais sentindo nada. Seus olhos estavam vidrados à frente, e sua postura, a de uma jovem herdeira perfeita, embora, o que mais quisesse naquele momento, fosse chorar. Rin realmente havia acreditado que tudo ficaria bem. Seu pai era um mago extraordinário, e ensinara tudo que ela sabia, fazendo dela, uma aprendiz de alto nível. Ele ainda tivera Kirei ao seu lado, que ainda que Rin odiasse admitir, fazia jus como seu pupilo.

Quando a mãe e ela foram obrigadas a se afastar de Fuyuki, Rin, apesar de seu resguardo para com o homem, pediu a Kirei que protegesse seu pai, e por ter falhado com a missão, ela gostaria de se ressentir, de converter ao menos um pouco daqueles sentimentos sufocantes contra aquele que residira sob o teto da família Tohsaka por anos, mas Rin, apesar da idade, sabia o que uma guerra significava, ainda mais quando o Graal estava em jogo; porém, saber não tornava sua perda suportável.

Ela não saberia dizer quando, mas em algum momento as palavras cessaram, não por Kotomine ter encerrado a cerimônia, e sim, porque Rin se afastara, e agora vagava sem rumo pelos túmulos, começando a acordar para o mundo, para a brisa gélida que penetrava através de suas roupas úmidas. Acreditava tremer devido ao frio, mas que garantia tinha disso? A verdade — aquela que tentava esconder no fundo de seu ser —, era que percebia pela primeira vez a forma como sua família vinha se desfazendo. Primeiro sua irmã, então, seu pai. Algo que jamais imaginou começou a tomar forma.

Medo — medo da solidão.

Ela engoliu em seco, detendo o nó na garganta que subia e descia ao mesmo ritmo de seus passos. Então, foi obrigada a deter-se, diante da parede formada pelo corpo de uma segunda figura. Kirei. Soube que era ele de imediato, a força de sua presença era inconfundível.

— O que quer, Kirei?

A pequena maga não se atreveu a erguer os olhos do chão, sabia que ele leria a dor presente neles. Infelizmente, Kotomine Kirei a conhecia bem demais para o próprio gosto.

— Você desapareceu durante a cerimônia. — Seu tom profundo e pausado apresentou não uma justificativa, e sim, o fato.

— Como se você tivesse percebido…

— Meus olhos estão sempre sobre você, Rin.

Rin levantou a cabeça, encarando-o. Irritante, porém, verdade. Kirei sempre demonstrou interesse no que ela fazia ou deixava de fazer, talvez por se sentir na obrigação, por estar sob a proteção dos Tohsaka — talvez não. Independente do motivo, ali estava ele, vendo através de sua máscara.

Ela desviou o rosto, buscando contornar o padre. Kirei deu um passo para o lado, impedindo-a apenas com sua vontade.

— Está escurecendo, não é seguro ficar sozinha.

Sozinha.

Os olhos arderam, o lábio estremeceu.

— Eu não… eu não estou…

Conseguiu deter o pensamento desencadeado por Kirei, mas não as lágrimas, que tomaram forma através de sua face, deixando rastros que não poderiam ser justificados pela chuva. Rin apertou as mãos ao lado do corpo, tentando controlar-se, mas isto parecia estar longe de seu alcance.

— Não, não está, Rin.

Kotomine Kirei deu um passo à frente, pousando uma mão sobre a cabeça dela. Era a primeira vez que ele a tocava, não apenas com o tato, mas com o significado de sua fala, que ainda que se referisse ao momento, ou ao futuro, de alguma forma, aqueceu seu coração, acalmou seus anseios. Rin nunca escondeu sua contrariedade à Kirei, e ele nunca pareceu se importar com isso. Mas fosse porque o momento a fragilizou, ou por precisar se sentir ligada a alguém — qualquer um —, ela envolveu a cintura de Kirei, mergulhando o rosto contra seu tronco, dando vazão ao choro, fazendo do padre o confidente de sua dor; ignorante ao fato de que ninguém era mais responsável por seu sofrimento, ninguém possuía o sangue de Tohsaka Tokiomi nas mãos, além do homem a quem abraçava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se quiser filhadaputagem, fale com Kotomine Kirei.
A Rin é minha waifu, e dói em mim o quanto ela sofre e tudo mais, mas que eu aplaudi as tramóias do Kirei, eu aplaudi.

Crédito da fanart: https://www.pixiv.net/member.php?id=15365808
Esse(a) artista deveria ser idolatrado, as artes são 100/10. ♥

Até uma próxima, espero rsrs