A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 9
9. Pétalas de rosa




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Pétalas de rosa (Natal 1972)

Era tarde de sexta-feira, 8 de dezembro. A neve havia tomado as terras da escola de forma tão implacável que parecia não ter caído em flocos, mas era como se a escola tivesse sido atingida de um só golpe por uma gigantesca bola de neve. Regulus estava chegando à biblioteca para chamar Amifidel quando viu Remus Lupin fazendo a mímica de quem prepara uma bola de neve:

— Pensa rápido, Pedro!

Empolgado para lançar sua segunda bolinha imaginária em Pedro Petigrew, Remus lança um livro em direção ao amigo, o que não deixou de ser notado pela bibliotecária madame Dora Pickwick, uma bruxa idosa muito amável e espirituosa, que agilmente parara o livro no ar com um movimento de varinha, fazendo-o descer com segurança até a mesa mais próxima. Ela então se vira para Lupin e diz energicamente, embora sorrisse:

— Francamente, Remus. Até você? Vou lhe providenciar uma detenção e não terá direito de sair até o Natal. Quero ver se outro aluno vai ousar repetir o que você fez.

— Me desculpe, eu não queria, foi um acidente...

Remus respondeu, olhando de canto de olho e piscando para Regulus que tentava guardar para si a vontade de rir da situação. De todos os amigos de Sirius, Lupin era o único por quem Regulus mantinha alguma simpatia. Lupin se aproxima:

— Sirius estava procurando por você hoje mais cedo. Parece que recebeu uma carta de sua mãe e não era um berrador...

— Eu estava na aula de Herbologia, onde mais estaria? Pensei que ele soubesse...

Lupin comenta, um tanto sem graça, tentando se eximir de fazer comentários e entrar no assunto delicado que era a relação entre os irmãos:

— Ah, bem, acho que ele esqueceu ou deixou para falar com você mais tarde.

— De qualquer forma, obrigado por avisar, Remus.

Regulus deu as costas e foi procurar Amifidel, seu melhor amigo. Theodor precisava passar mais horas estudando que Regulus, o que fazia com que ele tivesse que procurar outras companhias para suas horas livres, as quais invariavelmente acabavam em algum incidente envolvendo Rachel Broadmoor e seu inesgotável mau-humor.

— Hey, Theodor! Terminando a lição de Transfiguração? Vamos lá fora testar a maciez da neve? – pergunta Regulus com ar maroto.

— Ah, não... – respondeu Theodor, desanimado – Agora não vai dar, ainda tenho duas folhas de Herbologia e terminar o resumo sobre as guerras dos duendes...

 - Que pena! Terminei ontem à noite. Bem, vejo você mais tarde, então ...
 - Quando você vê Rachel enviar-lhe meus melhores desejos ... - Theodor disse imitando uma bola de neve.
— Com certeza ... - Respondeu Regulus, fingindo lançar um livro contra seu amigo, o que foi severamente reprimido pela Sra. Pickwick.

Para sua sorte, não encontrou Rachel. Ele assobiava distraído e feliz enquanto saía pela porta da frente da escola e esbarrou em uma garota da lufa-lufa, que praticava feitiços junto à parede do lado de fora da escola. Ela perdeu o equilíbrio e quase caiu, Reg a puxa pelo braço para junto de si, tocando seu rosto no dela levemente. A garota imediatamente fica muito vermelha e ele a solta, por susto, a deixando cair no chão:

— Oh, me desculpe. Eu não queria agarrá-la, quer dizer, derrubá-la...

Então ele estende novamente a mão e a ajuda a levantar-se. A menina permanece muda, ao encarar Regulus mais uma vez. Ele, sem saber como agir ou o que pensar, oferece:

— Tem alguma coisa que eu possa fazer por você?

Sua pergunta parece despertá-la de um transe e ela sorri sem graça:

— Eu é que não deveria estar aqui... Eu precisava praticar feitiços, tem alguns que parecem complicados demais e...

— Eu posso ajudar – ele diz, vagamente.

— Hum, está bem.

Ele pede que ela faça o feitiço que estava praticando. Regulus a observa, admirado de como ainda não havia notado aquela menina na escola, pois era muito bonita mesmo, com seus longos cabelos negros cacheados, a pele macia, morena clara e perfeita como pétala de rosa, contrastando com seus olhos cinzentos, de cílios imensos. Ele nunca havia olhado para uma garota assim antes e isso o deixa um pouco desconfortável.

Fingindo não estar perturbado com a beleza dela, ele consegue notar, após algum tempo, que ela fazia o movimento da varinha de modo errado, então a ajuda, pegando em sua mão para conduzir o movimento. Imediatamente a xícara que ela tentava enfeitiçar responde ao seu comando e emborca para baixo, sobre o pires. Ela volta-se para encarar Regulus e sorri agradecida e ele cora um pouco em resposta. Ambos desviam o olhar. Neste momento estavam passando por eles um grupo de garotos da sonserina que sempre andavam juntos, entre eles Snape e John. Regulus fica muito sem graça:

— Ah... bem... são meus amigos ali... vou ver o que estão fazendo. A gente se vê por aí... Pratique o feitiço, você está indo muito bem.

E ele pede licença para ela e segue para ver o que faziam, receando os comentários que fariam caso ele permanecesse mais alguns minutos na companhia de uma menina.

Após uma tarde bastante animada e com a roupa úmida pela neve, Regulus volta ao castelo com os amigos para o jantar. Já no salão principal Regulus não consegue prestar atenção na edição noturna do Profeta Diário que parecia dar mais pistas do paradeiro de Voldemort ao relatar mais um fato em que bruxos haviam atacado trouxas maus para fazer justiça. Tampouco era Sirius quem ele procurava enquanto olhava para os lados, escaneando as mesas, pois nem se lembrava mais do recado de Lupin. Era aquela menina de olhos verdes e mãos delicadas em que ele havia esbarrado após o almoço. Pensou como fora idiota em dizer “pratique o feitiço, você está indo muito bem”, nem ao menos havia perguntado o nome dela ou a que casa pertencia (ela não usava uniforme, mas um suéter de lã lilás). Passava os olhos sobre a mesa da Corvinal quando percebe Rachel olhando para ele, para em seguida virar o rosto de modo arrogante e mergulhar em conversa de meninas com suas inseparáveis melhores amigas. Volta-se para a mesa, ao mesmo tempo que seu irmão chega pelo outro lado, comentando:

— De paquera com Rachel Broadmoor, Reg?

— Pelas meias roxas de Merlin, Sir! Não enche! Que você quer?

— Nossa mãe mandou uma coruja... Quer que eu tome conta de você no trem.

O quê??? Além de não poder voltar com seus amigos no trem, teria que fazer a longa viagem com James e o desmiolado Pedro Petigrew??? Pensou Regulus, mas não precisou comentar seu descontamento, pois Sirius também não intencionava obedecer a mãe:

— Se você concordar, Reg, podemos dizer à Dona Walburga...

— Acho ótimo, Sir! A gente se vê!

Então Sirius passa os olhos ao longo da mesa da Sonserina, parando momentaneamente o olhar sobre Snape, que fingia não perceber sua presença ali:

— Se bem que eu acho que você estaria em melhor companhia se...

— Sirius, não! – Regulus se levanta para encarar o irmão – Eles são meus amigos e...

— Ok, ok... eu estava só brincando. A gente se vê.

Sirius volta para a mesa e Regulus tem a impressão de ter visto a garota que procurava deixando o salão principal. Então senta-se novamente e termina sua refeição calado.


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