A Breve História de Regulus Black escrita por Mrs Borgin


Capítulo 10
10. Alice




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Alice

Os dias seguintes passaram com pressa. Regulus não acreditava que estava na hora de pegar o trem para casa, para os feriados de Natal. Ele não havia guardado suas roupas ainda, pois os últimos dias estava empenhado em descobrir quem era a tal garota bonita que encontrara fazendo feitiços do lado de fora da escola. A  escola parecia ter crescido nos últimos dias, pois seus esforços foram em vão. Não havia nem sombra dela em canto algum. Não havia comentado nada com os amigos sobre o que andava fazendo, pois eles não entendiam nada de garotas ainda. Na realidade, nem mesmo ele entendia. Definitivamente não compreendia porque precisava ver novamente aqueles olhos verdes ou sentir a suavidade da pele das mãos dela. Não entendia porque seu coração disparava sempre que encontrava alguma garota que pudesse ser ela e porque parecia haver um buraco em seu estômago de uma fome que não saciava com nada, mas que ele sabia que passaria assim que a encontrasse.

Ele havia acordado com uma pequena esperança naquela manhã, já que era seu último dia em Hogwarts antes do Natal e todos provavelmente iriam tomar café juntos a fim de saírem na mesma hora para pegar o trem. Seus olhos percorreram todas as mesas avidamente, e nada encontraram que fosse de seu agrado. A linda menina parecia ter simplesmente evaporado e Regulus ficou pensando se tudo aquilo não havia passado de sua imaginação. Mas o toque suave de sua pele ainda estava na memória dele. Levemente irritado com seu insucesso, desce para as masmorras sem nem mesmo terminar seu café. Quando seus amigos chegaram, ele estava jogando as roupas dentro do malão de qualquer forma. Amifidel falou, maliciosamente:

— Hey, Reg! O malão não tem culpa de você ter acordado de mau humor! Seja gentil com suas meias, elas aqueceram seus pés como a Rachel faria se pudesse...

Rachel, sempre ela, pensou Regulus, enquanto jogava uma meia suja embolada sobre o amigo, sem dizer uma palavra.

— Ohhh, pega leve, companheiro. Meia suja não!

— Desculpe, estou meio estressado, sabe. Acho que por causa do pedido da minha mãe para eu voltar com Sirius na cabine dele... – disse Regulus pegando a meia de volta e a guardando no malão.

— Mas você não vai, né?

— Claro que não!

Então John apareceu na porta do quarto e avisou:

— Está na hora, apressem-se!

E dizendo isso ele e Amifidel ajudam Regulus a colocar o restante de seus pertences no malão e correm pelo corredor a fim de encontrar os outros que já estavam nas carruagens a caminho de Hogsmeade. Eles conseguem uma vaga na última carruagem, justamente com Rachel Broadmoor e seu irmão, Richard, um grandalhão batedor da Corvinal, que os olha como quem iria esmagá-los a qualquer momento.

Rachel comenta com o irmão, sem tirar os olhos de Regulus:

— Sabe, Richard. Ontem foi o jantar de Natal do professor Slughorn. Você tinha que ter ido, foi ótimo, só para pessoas realmente especiais, entende?

— Oh, droga! Esqueci do jantar do Slug! Vou pedir à mamãe que mande uma coruja com algum presente interessante para ele com meu pedido de desculpas assim que chegar em Londres... – comentou Regulus com Amifidel, sem deixar de notar os olhos decepcionados de Rachel por ficar sabendo que ele também havia sido convidado. A decepção dela lhe deu um certo prazer e ele sorriu maliciosamente para Amifidel – Acho que não vou precisar de tantas meias no ano que vem...

Os dois garotos caíram na gargalhada e Rachel fingiu procurar algo em uma bolsa pequena que carregava no colo até o final do trajeto na estação de Hogsmeade.

Amifidel, John e Regulus encontraram, por sorte, vaga para os três em uma cabine em que estavam dois jogadores do time de quadribol da Sonserina, esquivando-se assim de uma longa viagem na companhia de Rachel e seu irmão.

Os jogadores eram bem humorados e faziam graça de qualquer coisa, sobretudo das  narrações do último jogo contra a corvinal, que haviam ganho de 390 a 80:

 - E quando o bobalhão do Richard confundiu a cabeça do próprio apanhador com um balaço?  Oh, não, não! Richard, isso não é um balaço! O que você pensa que está fazendo? Richaaaaard! — falou Steve Laughalot, a voz em falsete, enquanto imitava a expressão atordoada do batedor ao perceber o que havia feito - Mas foi tarde demais! Ashley não conseguiu avisar a tempo... Quero só ver se ele vai ter condições de voltar a jogar...

— É, mas se o Philip não conseguir quem eles vão colocar no lugar?

— Provavelmente a irmã do Richard, do primeiro ano. Estive vendo ela jogando com eles outro dia... Ela é muito boa.

Rachel, novamente ela. À menção da existência dela fora suficiente para Regulus inventar um motivo qualquer para vagar pelos corredores. Ao passar pela cabine em que estava o irmão, Regulus percebe Sirius dissimulando um cumprimento que involuntariamente havia feito ao ver o irmão, fingindo assim não tê-lo visto por medo de ter que convidá-lo a entrar. Mas Regulus não se importou com isso deu meia volta e apressou o passo, pois também não fazia a menor questão de cumprimentar os amigos de Sirius ou correr o risco de ser visto com os grifinórios. Caminhou até a frente do trem e parou diante da porta com o aviso de que não era permitida a entrada e lembrou de Sirius fazendo pose e dizendo que ele, na qualidade de irmão mais velho, lhe dava a permissão de entrar. Regulus sorria enquanto movia a cabeça para os lados quando ela chegou:

— Oi.

Ele deu um salto, levemente assustado. Era ela. Ela. A garota de pele macia e olhos verdes que estava ali, diante dele, sorrindo:

— Me desculpe, não quis te assustar.

— Não, não foi nada. Estava distraído... – ele responde, com um sorriso sem-graça.

E a garota sorriu em resposta:

— Muito obrigada pela ajuda. Consegui fazer o feitiço direitinho na prova do professor Flitwick.

— Estou às suas ordens sempre que quiser ou precisar. – responde Regulus que já não conseguia mais parar de sorrir.

E os dois passam alguns minutos se encarando em silêncio, até que ela baixa os olhos e ele, seguindo seu movimento, encontra estampado no peito dela o texugo da Lufa-lufa:

— Então você é da Lufa-lufa? Formidável. Ainda não havia conhecido nenhum de vocês, já que nossos horários são tão diferentes e não dividimos nenhuma aula...

— É, nem eu... Sonserina, não é? Vi você jogando bolas de neve outro dia... Você é muito bom em se esquivar das bolas, deve ser um ótimo jogador de quadribol...

Ela me viu brincando... Ela se lembra, acha que sou bom, pensou Regulus, muito contente. Como não havia visto ela lá? Nesse instante chegam algumas garotas da Lufa-lufa e a puxam pela mão, dizendo:

— Então você está aqui, Alice! Procuramos você por toda parte. Vamos logo que os meninos estão fazendo imitações ótimas dos professores, você precisa ver!

Alice olhou por cima do ombro para Regulus, que continuava parado em frente ao vagão de serviço do trem, dizendo um tchau sem graça, enquanto ele acenava para ela timidamente. Alice. Este é o nome dela, pensou ele, satisfeito. Alice da Lufa-lufa. Regulus sorria quando a vendedora de doces chegou:

— Tudo bem, garoto? Quer algo especial da cozinha outra vez?

Ele agradece:

— Não, não obrigado,

Ele disse, afastando-se, esfregando a palma das mãos nas calças, pois se dera conta que elas estavam estranhamente encharcadas de suor. Rapidamente chegou à cabine onde seus amigos estavam conversando animadamente sobre o campeonato da liga nacional de quadribol e isto o traz subitamente à realidade, pois nem havia percebido que já caminhara de volta toda a extensão do trem.


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