Coração de Papel escrita por H Cury


Capítulo 3
Em busca de uma Resposta




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Shadow deslizou pelas ruas de Mobius em busca do que restara do supermercado e da farmácia da cidade. Chegou à porta do pequeno estabelecimento onde parte da parede esquerda havia desmoronado e parte do teto se inclinara para o mesmo lado. As grandes portas de vidro se transformaram em um mar de caquinhos espalhados pelo chão e o som estridente de seu esmagamento foi ouvido nitidamente quando Shadow passou por cima deles sem a menor preocupação.

O ouriço cor de trevas olhou ao redor como se procurasse por algo, o que seria complicado já que tudo ali dentro virara apenas uma bagunça de rótulos. O barulho dos fios, estalido e zumbido, incomodava os ouvidos de Shadow e a poeira do lugar se acumulava sobre seu focinho. Foi quando, junto ao estrondo de ferragens se chocando e caindo, um gemido por socorro alcançou os ouvidos do ouriço negro.

Num passo rápido Shadow se moveu até o local da onde o pedido viera e encontrou um senhor esquilo debaixo de uma das estruturas da farmácia, do jeito que se encontrava, não seria possível salva-lo.

 

— A-ah... E-les... Vieram... – O esquilo gemeu e Shadow se abaixou.

 

— O que aconteceu aqui? – perguntou apenas e o esquilo o fitou por um curto espaço de tempo reiniciando seus grunhidos.

 

— Os r-robôs... A-atacaram a cida... De... Egg-m... Eggman... – Gemia enquanto seus olhos se fechavam. – S-sonic... No-ssa... S-salv-vaçã... o... So-sonic... – Num ultimo gemido seus olhos perderam completamente o brilho e Shadow abaixou a cabeça.

— Eu sinto, mas Sonic não pôde te salvar. – Pronunciou suas palavras com um pouco de ironia na voz e seguiu a procurar pelos remédios como se nada houvesse ocorrido.

Depois de encontrar o que procurava e dirigir-se a saída, quando quase estava indo embora, se deu conta de uma coisa.

 

— Eggman? – Shadow virou-se para o esquilo morto do outro lado da farmácia, como se estivesse questionando o falecido.

Shadow franziu o cenho pensativo, por mais que, obviamente, não parecesse ser obra de Eggman, aqueles robôs só poderiam pertencer ao Dr. Seguiu caminho tentando aceitar a idéia que ele mesmo, anteriormente, havia criado.

Depois de alguns minutos caminhando Shadow percebeu um robô vasculhando os escombros de uma casa. O ouriço negro se manteve parado observando o mesmo por longos minutos, mas, após concluir que o robô não o notou, seguiu sua caminhada em silencio, agora acelerando os passos, pois chegara à conclusão que não seria seguro passar muito mais tempo ali.

Ao chegar ao supermercado foi o mais rápido que pôde, mas quando saiu já era noite e, agora, teria duas sacolas e uma mochila cheias de suprimentos e bem pesadas. Resolveu montar um acampamento ali mesmo, deduzindo que se fosse para casa àquele horário poderia atrair algum dos robôs.

Saiu do supermercado andando algumas quadras até chegar a uma casa muito familiar para Shadow. Ao chegar à porta da casa de Rouge, que parecia estranhamente intacta, abriu-a e entrou. A luz estava apagada.

 

— Rouge... – Chamou em tom médio, tentando descobrir se a morcega sobrevivera ou apenas tomara o fim trágico de todos os outros habitantes de Mobius. – Rouge você está aí? – Chamou mais uma vez, mas, ao não haver resposta, ligou as luzes.

Shadow congelou ao ver marcas de sangue no chão, um pensamento pessimista não poderia escapar da mente do ouriço negro. Shadow deixou sua mochila e as duas sacolas caírem num canto qualquer.

 

— Será que... – Não terminou a frase, apenas limitou-se a seguir as marcas de sangue, chegando até a cozinha onde haviam vários talheres jogados no chão e a bancada estava completamente ensangüentada. – O que será que ouve aqui...? – Shadow abaixou-se para pegar um dos talheres e, ao fazê-lo, descobriu uma gravatinha vermelha igual a que Cheese usava, foi quando se lembrou de Amy.

O ouriço negro olhou pela janela da cozinha. Seu semblante era sério, mas podia-se notar, em Shadow, certa curiosidade quanto ao que ocorrera ali.

 

— Cheese esteve aqui... E se Cheese esteve aqui a Cream também esteve... – Shadow andou até a sala apagando as luzes e agarrando as sacolas e sua mochila. Shadow entrou no porão que havia embaixo da escada da sala e trancou a porta, encostou-se na parede e fechou os olhos.

Seus batimentos estavam calmos e o silencio fazia o corpo de Shadow flutuar. Sua respiração lenta o conduziu ao sono e a canção da noite lhe colocou para dormir tranquilamente...

O sol entrou por uma pequena fresta do porão e Shadow acordou assim que o percebeu. Olhou ao redor enquanto se acostumava com a claridade e logo em seguida já pegou seus pertences abrindo a porta calmamente, mas a fechou quase que automaticamente ao ver um dos robôs na sala procurando por algo. Shadow suspirou abrindo um pouco a porta e o observando pela fresta, foi quando percebeu que era o mesmo robô que encontrara no caminho para o supermercado.

— O que você está fazendo aqui... – Shadow murmurou para o robô, mas de maneira com que este não o ouvisse. O ouriço negro resolveu sair silenciosamente já que o robô começou a dirigir-se para a cozinha, mas quando já estava quase saindo percebeu que o robô estava parado o observando, quieto, sem tomar nenhuma atitude ofensiva e isso fez Shadow ficar confuso, já que, da outra vez, quase foi vencido pelo outro robô.

Ainda parado na porta fitando a criatura robótica, Shadow atreveu-se a começar um dialogo.

 

— O que é você? – Começou com um tom autoritário.

 

— Eu sou o M.D.R: Maquina de Destruição em Massa. Meu nome é D.a.n.n: Destruidor de Almas Número Nove. – Respondeu sem mexer-se, apenas fitando os olhos de Shadow com insistência.

 

— Quem te criou?

 

— Dr. Ivo Robotnik... – Respondeu simples e Shadow suspirou.

 

— Acredito que foi ele que te deu esses nomes também... – Comentou o ouriço negro de maneira irônica.

 

— Sua afirmação está correta...

 

— O que aconteceu aqui Dann? – Shadow deu alguns passos para frente.

 

— O Dr. Concluiu seu objetivo...

 

— Percebi, mas onde estão as pessoas de Mobius?

 

— Mobius foi atacada, as pessoas foram mortas ou capturadas.

 

— Onde estão as pessoas capturadas? – Ao fazer esta pergunta o robô começou a ranger e emitir estalidos como se estivesse dando curto.

 

— Erro... Erro... Dados não acessíveis... Reset... Reset... Shadow! – De repente o robô começou a tremer e soltar fumaça, foi quando caiu sem dar o menor sinal de vida.

Shadow deu alguns passos para trás desconfiado e surpreso. Quando o robô gritou seu nome ele não possui a voz metálica na qual havia conversado com o ouriço e sim uma voz masculina e familiar para Shadow.

De repente o som de algo piado começou a chiar, era semelhante ao barulho de uma bomba, foi quando Shadow começou a correr e, a alguns metros da casa de Rouge, a bomba explodiu levando tudo aos ares.


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Notas finais do capítulo

Agradeço por vossa honrada atenção e não esqueçam de comentar! >3



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