A babá escrita por magali
Sabrina: on
- Só pra deixar claro ainda dar tempo de desistir - disse Ella encostada ao lado da porta com um sorriso de lado de braços cruzados.
- Não, só preciso de um pouco tempo de para assimilar - digo respirando fundo - tem alguma ideia de como iniciar uma conversa que meio que vai ser uma bronca?
- Muitas, mas nem pense que eu vou facilitar para o seu lado - disse ela começando a se afastar - boa sorte brasinha.
- Pera ai a onde que você vai - questiono.
- Visitar os meus pais que moram aqui do lado - responde apontando para a casa do lado - desculpe eu nunca disse que te acompanharia.
- Não pode ficar pelo menos na porta? - pergunto.
- Não - responde Ella de imediato se afastando.
Depois que a outra some dentro da casa respiro fundo mais uma vez tentando arrumar coragem para tocar a campainha, então a aperto demorando pouco tempo para uma mulher que parecia muito com a Ana abrir a porta: - Posso ajudar? - pergunta ela desconfiada.
- Sim pode... é... eu gostaria de falar sobre a ... a sua filha - começando internamente me arrependendo por aquilo, o que eu tinha na cabeça para fazer isso sem pensar direito antes?
Ana: on
Aquela filha da mãe, o que tava pensando quando decidiu levar a Sabrina para a casa dos meus pais? A louca não pensou nas consequências? É claro que não é da Ella que estamos falando, ela nunca pensa nessas coisas - eu pensava aquilo enquanto conduzia a moto o mais rápido que podia até o bairro onde cresci estacionando-a ao lado do treler dela vendo a própria sair da casa dos seus pais, me fazendo ir em sua direção querendo estrangula-la: - Você tem exatos 10 segundo para me explicar o que tinha na cabeça para trazer a Sabrina pra cá - ameaço segurando-a pela gola da camisa.
- Que eu sou uma boa pessoa por fazer o que os outros pedem? - sugere ela levantando as mão em redição - alem do mais tem certeza que quer ter essa discussão?
- Cadê a Sabrina? - pergunto olhando para os lados.
- Você é bem lerda as vezes cordeirinha - disse minha amiga se soltando - mas se não correr vai acontecer um incendioso na sua casa.
- A gente conversa depois - digo antes de ir em direção do real problema.
Com isso vou rapidamente para a minha casa notando que a porta estava aberta entro sem pensar duas vezes, mas paro ao sentir a mão da Ella em meu ombro: - Não entre ainda só escute - disse ela.
- Mas...
- Ana a Sabrina veio até aqui para falar com os seus pais, deixe ela falar e escute cada palavra porque você precisa - disse minha amiga.
Eu não estava entendendo aquilo, claro a Ella sempre gostou de uma boa discussão, mas nunca foi só de ouvir, muito menos incentivar alguém a isso: - Vocês realmente acham que é certo não falar com a própria filha só porque não aceitam o jeito que ela vive a vida? - escuto Sabrina perguntar - realmente não se sentem mal por nunca ter tentado falar com ela? E só por que ela é lésbica? E isso muda o carate dela? A Ana deixou de ser uma pessoa incrível e olha que eu só convivo com ela á poucos meses, mesmo assim conseguir ver que ela é a pessoa mais positiva, alegre, divertida, inteligente, uma ótima amiga e sabe o que mais? Ela nunca falou mal de vocês nem uma vez, mas eu vejo o quanto doe para ela saber que vocês não a veem mais como filha.
- Nós sabemos, mas por que ela decidiu seguir logo esse caminho? - pergunta minha mãe finalmente se pronunciando - como podemos apoia-la se isso só lhe causará dor?
- Então decidiram se tornar o principal motivo do sofrimento dela? - questiona Sabrina - olha eu não vou dizer que não entendo o lado de vocês porque sei os pais sempre desejam a felicidade para os seus filhos e mostram o caminho mais fácil, mas as vezes é justamente esse caminho que os trazem a infelicidade, então vocês só estavam considerando o que pensavam que a deixaria feliz e esqueceram de se perguntar se esse caminho realmente a faria feliz ou simplesmente a obrigaria a passar o resto da vida com um sorriso falso só para agradar os seus princípios.
- Você estar enganada - disse minha mãe.
- Então a onde a Ana estar agora? - pergunta Sabrina.
- Essa é a sua deixa - disse Ella me empurrando para a sala fazendo todos ali me notarem.
- Ana - disseram os meus pais.
- Oi pa... Bella e Victor - digo lembrando do dia que fora expulsa.
Continua...
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