...Podem fazer isso por ele? – perguntou encarando os dois.

—Vamos ir embora? – Will perguntou a mãe e Bella se virou assustada com a aparição dele.

—Oi amorzinho. Onde estava? – deixou as malas de lado e foi até ele.

—Tomando sorvete com o vovô. Você e o tio Edward estavam brigando. – não era uma pergunta, era mais uma acusação. – É por isso que vamos embora?

—Também. As coisas estão complicadas no momento, então vamos ficar uns dias na casa do vovô Charlie e da vovó Renée e depois vamos para um lugar só nosso. O que acha?

—Eu gosto daqui.

—Eu sei, mas aqui não é a nossa casa. Só viemos para cuidar dos seus avós. Não podemos ficar aqui para sempre. – ele encarava o chão.

—Por que estava brigando com o tio Edward?

—Eu vou te contar tudo, mas não hoje. Minha cabeça está doendo e preciso terminar de arrumar nossas malas.

—O vovô vai ficar com tristeza se a gente for embora. – ele estava quase chorando e isso partia o coração de Bella.

—Ele vai ficar bem e você vai poder ver ele sempre. Só confie na mamãe, por favor. – ajoelhou a frente dele. – Vou te ajudar a tomar banho e depois vamos dormir. E não chore querido, tudo ficará bem. Vou te proteger sempre.

—Também vou te proteger mamãe. – ele a envolveu com o braço bom e Bella o apertou em seus braços.

[...]

—Bom dia. – Bella entrou na cozinha e encontrou os Cullen reunidos a mesa. – Queria me desculpar por ontem. Eu falei coisas que não devia e perdi o controle. Sinto muito.

—Eu que peço desculpas. – Edward se levantou e parou em frente a ela. – Foi injusto o que disse a você. Espero que possamos esquecer o passado e seguir em frente.

—Infelizmente não podemos fazer isso Edward. E é por isso que Will e eu vamos para a casa dos meus pais. Eu não estou tentando te afastar dele, mas precisamos de espaço e tempo.

—Você não precisa ir embora, podemos resolver isso. – cruzou os braços tentando manter a calma, não queria ter outra discussão com ela.

—Nós vamos resolver, mas não hoje. Se ficarmos no mesmo lugar, vamos acabar brigando e isso não é bom para o Will. Ele já ficou muito assustado com o que houve ontem e explicar para ele que você que é o pai dele, pode ser muito confuso. Quero prepara-lo para o que está por vir.

—A Bella está certa. – Esme interferiu na conversa. – Vocês precisam de tempo para resolver toda essa situação.

—E enquanto isso eu fico longe do meu filho?

—Você pode ir vê-lo quando quiser e não vou impedi-lo de vir aqui. Mas por enquanto, ele não pode saber que é o seu filho. Pelo menos até termos o resultado do DNA.

—Não preciso do resultado.

—O que você sabe sobre ser pai? – Bella cruzou os braços. – Você precisa de um tempo para assimilar tudo isso.

—Não preciso de tempo. Ele é meu filho e vou...

—Vai o que? Sabe como cuidar de uma criança? Uma coisa é ficar jogando vídeo game com ele, outra coisa é agir como pai. – Edward respirou fundo antes de falar.

—Vou te dar um mês. É tempo suficiente.

—Do que estão falando? – Will entrou na cozinha.

—Vem cá campeão. – Carlisle chamou e o pequeno foi até ele.

—Oi vovô. Nós vamos embora. – choramingou.

—Eu sei. Vou sentir a sua falta, mas você precisa cuidar um pouco do vovô Charlie também. – Bella sorriu em agradecimento pelo apoio.

—É verdade, não tem ninguém cuidando deles.

—Viu? Eles precisam de você. – deu um abraço nele.

—Promete que não vai ficar com tristeza?

—Eu prometo. – ergueu a mão direita. – E você promete que vai se cuidar?

—Eu prometo. – imitou o gesto do avô.

—Ei Will. – Edward chamou meio sem jeito. Ele não queria admitir, mas a verdade era que ele não levava o menor jeito com crianças e teria que aprender para poder se aproximar do filho. – Queria pedir desculpas. Eu te tratei mal no dia da pescaria, não deveria ter gritado com você.

—E nem com a mamãe. – Ele queria retrucar e dizer que Bella também tinha gritado com ele, mas é claro que ele tomaria as dores da mãe.

—Eu já pedi desculpas para ela. E você me desculpa?

—Sim. – respondeu balançando o pé desconfortável com a conversa.

—Filho dá um abraço no Edward e na vovó. – Bella pediu e o pequeno deu um abraço desajeitado nele.

—Se cuida meu anjo. – Esme secou uma lágrima.

—Não chora.

—Vou sentir saudades de você.

—Quer ajuda com as malas? – Carlisle ofereceu e Bella assentiu. – Me ajuda filho?

—Esme me desculpa por isso. – Bella pediu quando as duas ficaram sozinhas na cozinha. – Não quero estragar a família de vocês de novo.

—Você não estragou a nossa família. – Esme segurou as mãos dela. – Sei que vão resolver essa situação. Vocês se amam e vão ficar juntos.

—Você viu a briga que tivemos ontem, como podemos ficar juntos? E como sabe que o Edward ainda me ama?

—Eu conheço os meus filhos e sei que o Edward está com muita raiva no mesmo, mas ele tem aquele brilho no olhar que só o vi assim no dia em que me contou que estava namorando você.

[...]

—Achei que tinha se esquecido de mim. – Esme ralhou com ele, mas o abraçou com força. – Estava com saudades.

—Estive muito ocupado.

—Qual o nome dela?

—Como sabe que estou com alguém?

—Eu te conheço. E seus olhos estão brilhando, está apaixonado.

—Encontrei a mulher da minha vida mãe. – segurou as mãos dela. – Estava querendo marcar um almoço para que vocês possam conhecê-la. Quero apresenta-la para família toda.

—Anthony ainda não a conhece?

—Não. Sabe como ele é. Dessa vez tem que ser diferente, não vou deixar o Anthony atrapalhar. Eu nem contei para Bella que tenho um irmão gêmeo.

—Edward!

—Lembra como foi com a Tanya?

—Tanya não prestava e só queria se aproveitar de vocês. Se essa mulher vai fazer parte da sua vida, tem que contar logo a verdade para ela.

—Dizer que meu irmão fez todas as minhas namoradas passarem pela cama dele?

—Exatamente. Não perca o que tem. Nunca te vi tão animado assim e se ela te ama de verdade, não vai fazer como as outras.

—Tenho medo que a história se repita.

—Você precisa ser sincero e confiar nela. E como anda os estudos?

[...]

Edward deveria ter ouvido o conselho da mãe, teria evitado tanto sofrimento e dor. Ele queria culpar Bella para não ter que assumir que ele era tão culpado quanto Anthony. Ela estava certa, ele deveria ter a alertado. Como poderia exigir que ela soubesse a diferença entre eles, sendo que ela nem sabia da existência do gêmeo?

Colocou a última caixa no porta-malas do carro e quando fechou, o garoto o encarava. Ele não sabia definir o que estava sentindo. Saber que ele era seu filho tinha mudado completamente a forma como ele enxergava o garoto. A tipoia e o curativo na testa o faziam parecer ainda mais frágil e naquele momento ele teve vontade de abraça-lo e não soltar nunca mais. Ele precisava ser o melhor pai do mundo. Tinha que compensar toda a dor que tinha causado ao pequeno. Will não tinha tido um pai e tinha crescido num ambiente muito turbulento. Mais uma vez, ele tinha que concordar com Bella, eles precisavam de tempo e de preparar o garoto para a revelação e enquanto isso, ele aprenderia tudo o que fosse preciso para se tornar um grande pai. Aprenderia a ser paciente, a consolar, a proteger e sobre tudo o que o pequeno gostava.

—Por que está me olhando assim? – perguntou envergonhado.

—Você é um grande garoto sabia?

—Eu sou baixinho.

—Não é grande de altura, é grande no sentindo de ser uma pessoa valiosa.

—Valiosa? – perguntou confuso.

—Você é inteligente, tem um bom coração e protege a sua mãe. São poucos os garotos da sua idade que fazem isso.

—Eu cuido da mamãe e ela cuida de mim. Só nós dois. - falou com pesar.

—Vamos? – Bella perguntou ao filho e o ajudou a entrar no carro.

—Posso te pedir um favor? – Edward pediu. – Pode me dizer tudo o que o Will gosta? A comida preferida dele, o jogo, o filme...

—Me manda uma lista das coisas que quer saber e eu te respondo. Podemos ir amanhã fazer o exame de DNA?

—Se faz tanta questão em fazer, por mim tudo bem. – deu de ombros.

—Precisamos resolver isso, pelo bem do nosso filho. – ele sorriu ao ouvir aquelas palavras.

—Vamos resolver. – prometeu e aquela seria uma promessa que ele faria o possível e o impossível para cumprir.