...O garoto era filho de Anthony e provavelmente Bella tinha absoluta certeza disso, mas e se tivesse algo de errado nessa história?

 -Como está sendo cuidar do Will? – Bella perguntou vendo os dois jogando videogame. Will tinha recebido alta no domingo e na segunda ela tinha saído para trabalhar deixando o filho com o tio. Ela tinha ligado várias vezes durante o dia e deu um jeito de sair mais cedo do trabalho. Não que não confiasse em Edward, mas ela precisava ver como o filho estava.

—Está tudo bem. Ele é um bom garoto e cuidar dele está sendo um bom treinamento para quando tiver os meus filhos. - Ele só precisava encontrar a mulher certa para ser a mãe dos filhos dele, sorriu lembrando que já tinha achado e perdido essa mulher. O garoto estava sendo bem comportado, talvez ainda estivesse sob o efeito dos remédios, pois ao contrário do que Bella tinha dito e do que ele já tinha presenciado, ele estava bem quieto.

—Pretende adotar? – Will estava muito concentrado no jogo e não acompanhava a conversa deles.

—Adotar? – perguntou confuso com a pergunta e deixou a manete de lado se levantando. – Já volto. – avisou ao sobrinho.

—Sim, adotar. – se afastaram do sofá. - Já que não pode ter filhos, você terá que adotar.

—Espera. Quem disse que não posso ter filhos? – ele estava confuso e irritado

—Anthony. Quando disse que estava grávida e que o filho era seu, ele disse que não era possível, pois você não podia ter filhos.

[...]

—Oi gata, voltou para mais uma rodada? – perguntou quando viu quem era e em reposta levou um tapa na cara. – Ok. Eu mereci isso, mas você não respondeu a minha pergunta.

—Estou procurando pelo Edward. Ele não atende as minhas ligações.

—Não sei dele.

—Olhando bem vocês são bem diferentes. E seus olhos são azuis. Estava usando lente aquela noite?

—Estava. Não somos gêmeos idênticos, mas todo mundo nos confunde, principalmente quando coloco as lentes. – piscou para ela.

—Por que fez isso comigo? Eu amo o seu irmão.

—Edward sempre pegou as melhores mulheres e gosto de fazer um test-drive. – Bella se preparou para dar mais um tapa nele, mas ele foi mais rápido e segurou a mão dela. – Olha gata, não foi pessoal e a culpa não é só minha. Você nem sabia que ele tinha um irmão gêmeo e você nem soube nos diferenciar. Então não jogue a culpa toda em mim. Se quiser mais uma rodada é só entrar. Ou então pode ir embora e... – ele parou de falar ao vê-la chorar.

—Eu estou grávida e o filho é do Edward. Preciso encontrá-lo e pedir perdão.

—Vem entra. – abriu a porta dando espaço para ela entrar. - Não quero que os vizinhos a vejam chorando na minha porta. – Bella se deixou ser conduzida até a sala. – Eu não sei do meu irmão e o filho não é dele.

—É claro que é. Eu só tive relações com ele.

—E comigo. – apontou para si.

—Usamos camisinha naquela noite e pela data, a concepção foi de alguns dias antes.

—Ela pode estourado, as coisas ficaram muito confusas naquela noite e o Edward não pode ter filhos. Então se está grávida, o filho é meu.

—Isso não é possível. Você está mentindo. – Bella andava de um lado para o outro.

—Vou mentir por quê? Acha que quero assumir o filho do meu irmão? – perguntou com um sorriso zombeteiro. - Fingir que sou ele é uma coisa. Mentir que ele não pode ter filhos e assumir a paternidade de uma criança é outra coisa. O que ganharia mentindo? – Bella ponderou sobre isso. Ele não tinha motivos para mentir sobre um assunto tão sério, mas ela não poderia confiar nele e tudo indicava que ele estava mentindo.

—Então devo simplesmente acreditar em você?

—Quer fazer um exame de DNA? Eu não estou mentindo. Se não acredita em mim, pode perguntar ao Edward, se o encontrar.

—Como sabe que ele não pode ter filhos?

—Ele tem varicocele. É uma inflamação que causa infertilidade.

—Ele nunca me disse isso. – Bella não estava acreditando naquela história.

—Ele nem te disse que tinha um irmão gêmeo e posso comprovar isso. – Anthony foi até o quarto e voltou com um papel. – Aqui está. – Bella viu o laudo e comprovou que Anthony estava falando a verdade.

—Ele pode ter feito algum tratamento.

—Duvido muito. Ele não tinha motivos para isso. Acredite quando eu digo que esse bebê é meu. Sei que não nos conhecemos, mas vou te apoiar e cuidar dessa criança.

—Preciso de tempo para assimilar tudo isso. – as lágrimas rolavam sem parar. Ela tinha ficava uma vez com ele e tinha engravidado? Como explicaria isso para os pais dela e para o seu filho?

—Aqui está o meu número. Me liga se precisar de algo. Não sou um cafajeste Bella.

[...]

—Isso não é verdade. Eu posso sim ter filhos. Não sei de quem eram esses exames, mas não eram meus.

—Não acredito nisso. – Bella socou a parede e Edward a puxou para fora da sala. – Tudo o que o Anthony disse era mentira? Como pude acreditar nele? Como vou contar isso para o Will?

—Espera aí, você está me dizendo que o Will é...? – ele não conseguia terminar a frase.

—Seu filho. Ele é seu filho Edward.

—Vamos lá para cima. – pediu a levando até o quarto. – Tem certeza disso?

—É claro que tenho certeza, mas quero fazer um exame de DNA. Era o que eu deveria de ter feito, mas eu fui burra e confiei no Anthony. – passou as mãos no cabelo. – Que confusão.

—Eu tenho um filho? – perguntou para si mesmo. – Tem chance de ele ser filho de outra pessoa? – Bella o encarou com fúria.

—Como é? Está me chamando de vadia? – gritou com ele. – Eu só duvidei que ele fosse seu filho porque o seu irmão disse que você não podia ter filhos.

—Então você simplesmente acreditou nele? Nunca passou pela sua cabeça averiguar essa informação? Pedir um exame de DNA? Você mora com os meus pais, poderia ter perguntado para eles. Como você é inocente Bella.

—Vejamos Edward. Você tinha ido embora. – começou a enumerar com os dedos. – Não atendia as minhas ligações, eu não sabia onde os seus pais moravam, estava desorientada, sozinha e grávida. Fui atrás de você e seu irmão que abriu a porta. Ele me mostrou um exame onde dizia que você não podia ter filhos. Então, sim, acreditei nele.

—Se você tinha dúvidas deveria ter feito um exame de DNA. – Edward gritou com ela.

— O tio Edward está brigando com a mamãe? – Will perguntou aos avós que também estavam assustados com os gritos que vinham do andar de cima.

—Eles só estavam conversando muito alto. Não se preocupe querido. Carl, por que não leva o Will para tomar um sorvete? – Esme sugeriu já subindo as escadas.

—Vamos lá campeão. – pegou o neto no colo e saiu o mais rápido da casa.

—Eu não teria dúvidas se você tivesse me contado que tinha um irmão gêmeo.

—Isso mudaria alguma coisa? Você nem foi capaz de nos diferenciar e sabe por que eu tenho tanta raiva de você Bella? – se aproximou dela. – Nós nem somos idênticos.

—Vocês são muito parecidos. Todo mundo confunde vocês.

—Você não deveria ser todo mundo Bella. Você é a mulher que eu amo. Você deveria conhecer cada parte do meu corpo, assim como eu conhecia o seu. Anthony e eu podemos ser muito parecidos, mas você não deveria ter nos confundido. A aparência pode ser quase igual, mas a voz não é, o toque não é, os beijos não são. Como foi nos confundir? – gritou a assustando. – Eu não consigo entender isso.

—Eu já disse que ele se passou por você. Eu notei que tinha algo de diferente, mas eu nunca imaginei que poderia ser seu irmão gêmeo ali e não você. Você tinha que ter me alertado sobre isso. Sei que ele se passou por você várias vezes. Você deveria ter me contanto. Eu te amava Edward. Sabe como me senti? – perguntou esmurrando o peito dele. – Me senti como a pior mulher desse mundo. Me senti usada, enganada e abandonada. Era a sua obrigação ter me alertado e ter me dito a verdade. – Edward segurou os braços dela.

—E era a sua obrigação ter reconhecido que não era eu ali. Como posso confiar em você?

—Como eu posso? – se afastou dele. – E quer saber? Já que está de volta, eu vou embora daqui. Amo os seus pais, mas não posso conviver no mesmo lugar que você. Só quero viver em paz com o meu filho.

—Nosso filho. – ele a corrigiu.

—Não Edward. Independente do que der no resultado do DNA, ele é apenas meu filho. – bateu no próprio peito.  

—Já me manteve afastado dele por 5 anos, não vou deixar que me afaste mais.

—Eu te afastei dele? – Bella riu. – Você que foi embora, nunca me ligou. E você nem gosta do Will. Ele me contou que gritou com ele na pescaria. O que me faz pensar. Será que foi um acidente mesmo? – Edward arregalou os olhos e cerrou os punhos.

—O que está insinuando Isabella? Que eu tentei matar o nosso filho?

—Você achava que ele era seu sobrinho.

—Foi um acidente o que houve no barco. Acidente que não teria acontecido se o garoto tivesse ficado quieto e com o maldito colete.

—Agora a culpa é dele? Será que passou pela sua cabeça que ele não sabe como se comportar em uma pescaria, por que ele nunca teve um pai para ensinar isso para ele?

—Eu sinto muito e vou corrigir isso. – falou mais calmo. – Preciso contar para ele que sou o pai dele.

—Você não vai contar nada para ele e quero você bem longe dele.

—Não vai me impedir de ficar ao lado do meu filho.

—Você nem gosta dele Edward.

—Não ouse dizer isso novamente. Desde o momento que ele abriu aquela porta eu senti algo. Eu queria não gostar dele, achava que ele era fruto da sua traição, mas a verdade é que eu amo ele. E sei que ele é meu filho.

—Sabe porquê eu disse.

—Eu desconfiei quando me falou a idade dele.

—Isso não muda nada. Só fique longe dele. – pediu indo em direção a porta e Edward a segurou pelo braço.

—Não vai sair daqui. Precisamos resolver isso, quero fazer parte da vida do meu filho.

—Me solta. – pediu o encarando.

—Já chega os dois. – Esme entrou no quarto e eles se afastaram. – Acho melhor os dois esfriarem a cabeça e depois voltarem a ter uma conversa civilizada. Tudo o que ouvi foram gritos. Desse jeito não chegarão a lugar nenhum. Sei que passaram por algo difícil, mas o importante nesse momento é o Will. Ele ficou assustado com os gritos de vocês e ele acabou de sofrer um grave acidente, precisa de paz e não de ver os pais brigando. Podem fazer isso por ele? – perguntou encarando os dois.