The tradicional family. escrita por giovanacanedo


Capítulo 6
Des Complicando


Notas iniciais do capítulo

I'm back, bitches, do you miss me? OI meninas, então, há muito tempo eu não atualizo e peço desculpas. É época de vestibular e eu por um tempo detestei minhas fanfics, mas senti uma falta tremenda de escrever, então voltei, fiz uma capa e estou aqui.



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Casa dos Malfoy

15:15 AM

   Scorpius não entendia a aversão de Rose Weasley por ele. Eram do mesmo grupo social e conheciam as mesmas pessoas, eram praticamente iguais. Não que ele sentisse algo por ela além de simpatia, mas o herdeiro dos Malfoys sempre se sentia acuado em estar em ambientes onde sente que alguém está apenas o suportando. Às vezes ele se perguntava se isso era apenas uma reação comum ou se era apenas imaturo para lidar com as divergências que a vida adulta o trás.

  Ele olhou pela sacada de sua casa. Não havia muito o que fazer naquela tarde. Sua mãe estava organizando um evento beneficente para a FAB(Filhas da aristocracia Britânica) e ela parecia muito estressada, ele conseguia ouvi-la de seu quarto. Suspirou de novo, não que ele detestasse esses eventos, mas também não era um fã da gravata e do smoking. Mas ele ia, todo mundo ia. Na verdade Scorpius Malfoy parecia obsoleto em sua própria vida. Tudo na sua vida era dessa forma: Ele não amava, mas também não odiava, então fazia.

   Seu celular tocou, era Amber Faming. Ela era uma garota legal e ele sabia que queria algo. Que ela queria algo.

Amber: Scor, mal te vi na festa!

Amber: Você vai na FAB com alguém?

    Ele olhou para o celular por alguns segundos e depois bloqueou a tela. Ele não queria responder agora, mas também não tinha nada a perder. A questão é: Ele havia dançado ao lado de Amber Faming em oito eventos diferentes, mas nunca a pediu em namoro. Se beijaram uma vez, no oitavo ano. Scorpius não se sentia bem em negar a ela uma dança idiota na frente de todos os amigos ricos dos seus pais, mas também já estava farto da pressão para namora-la, quando ele também não queria fazer isso. Scorpius era bom em sentir as coisas, só não era tão bom em ter uma relação quanto a elas.

    Astoria abriu a porta abruptamente, fazendo o filho se assustar. Ela estava saltitante.

— Vai acontecer! – Scorpius sentou-se na cadeira. Sua mãe adorava esses bailes, sentia-se nova. Ela era esposa de político, era essa a sua função: Organizar bailes, festas e eventos. Entreter e agradar os parceiros e familiares aristocratas do marido. Isso implicava estar sempre tão bem arrumada, cheirosa e digna, ter cargos na igreja da região e fazer trabalhos voluntários. Mas essa parte Scorpius acreditava que sua mãe gostava de fazer. – O 234° baile das Filhas da Aristocracia Britânica do estado de Durham!

— Bom, todo semestre acontece, não é? – Ele disse. Mas ela pareceu não ouvir.

— Chame Amber Faming e pergunte a ela que cor será o vestido dela para que vocês não fiquem se parecendo aqueles carros alegóricos do carnaval de New orleans! Ah, vai ser belíssimo!

Casa dos Granger

16:24 AM

 - Um aborto? – Rose parecia perplexa com a possibilidade. – Onde ele apareceu?

— Fala baixo, Dominique está dormindo. E eu não quero que mais pessoas saibam! – Lily sussurrou, irritada.

— Você ao menos sabe se vai ser seguro? – Lily parecia uma estátua. – Meu Deus, Lílian, quem vai pagar isso? Ele foi deserdado, não tem nem onde cair morto!

— Ele é o Logan, você não o conheceu. Estava em New York fazendo Deus sabe o que e se mantendo longe da família enquanto eu precisava de uma amiga.

   Isso pareceu injuto, mas Rose sabia que não era. Ela se recusara diversas vezes a voltar para Hogsmeade e ter a possibilidade de ver seu pai novamente, então não disse nada. Apenas respirou e saiu da frente da prima. Elas precisavam comer e não tinha nada pronto na casa, então ela desceu e procurou algum folheto de restaurantes que faziam entregas e aceitavam cartão de crédito. Lily ficou no corredor branco com as costas contra a parede de madeira maciça. Por alguns segundos fechou os olhos e colocou as mãos na barriga. Por pior que tenha sido o desfecho da história dela com Logan a criança foi gerada por amor. Pelo menos era esse o lado dela, mas ela sentia, sentia que não havia sido apenas um jogo.

   Ela só não sabia se isso era fé ou ilusão. Ou os dois.

****

    Dominique não estava dormindo. Sua cabeça tinha tantas memórias e apagões que não conseguia elaborar o que fazer. No momento lúdico que teve decidiu guardar o segredo de Lily para si. O que quer que ela dissesse não melhoraria muito a situação de nenhuma das duas. A luz que entrava pela janela a deixava esperançosa, se essa fosse a palavra. Amanhã ela teria que ver seu agressor na escola e fingir que não se lembrava de nada ou poderia pedir justiça. Como ela olharia para ele novamente? Como ela falaria com seus irmãos e primos, que são amigos do rapaz? Como ela amaria de novo se nesse momento sente medo do corpo masculino?

— Você acordou. – Ela viu a prima, Rose. Imaginou se é verdade o que disseram em “Meninas Malvadas” sobre cabelos de garotas do ensino médio que são volumosos são assim por estarem cheios de segredos. – Eu pedi comida. Tailandesa.

— Vai ter que queimar a casa pra sair o cheiro. –

— Você disse uma frase completa! – Rose parecia mais relaxada, mas ainda tinha tensão nos ombros. Não sabia como lidar com a situação. – Vai aposentar os monossílabos?

— Vou. Acho.

— Olha eles ai de novo. – Elas tiveram uma reação semelhante com um riso suave que morre rápido.

— Olha, Dominique... – Rose começou

— Eu sei. Vou ter que decidir. – Rose se sentou na cama. – Me distraia, por favor. Eu to implorando...

— Hm, tudo bem. – Rose começou a pensar no que diria e então se lembrou de uma ligação de sua mãe mais cedo. – Eu vou ser apresentada para a sociedade aristocrata

— Ah, não! – Debochou a prima.

— Eu ouvi direito? – Lily apareceu na porta. Ambas as ruivas se entreolharam de forma cautelosa e isso foi o mais perto de pedir perdão que chegaram. – Isso é tipo um cardápio de esposas para  a “Sociedade”.

— Eu vou ser qual prato? – Perguntou Rose, curiosa. As primas a analisaram de cima a baixo.

— Um mexicano. – Dominique levantou uma mecha de cabelo da ruiva. – Qualquer coisa com pimenta em cima.

— E queijo branco, olha essa pele. – Lily completou. – Parece que morreu. Escuta, você não toma sol não?

— Já olhou pra minha casa, parece a floresta amazônica de tão densa em plantas.

— Opa, tem um problema. – Dominique e Rose olharam para a prima.  – Quem vai ser seu par?

*****

Câmara dos Deputados

23:58 PM

       A maioria dos gabinetes ou todos já estavam se apagando, mas Draco continuava fervoroso na sua tarefa diária. Mas não era apenas isso, sentia-se culpado. Ir para casa e olhar o rosto amistoso e admirado de sua esposa seria uma facada em si mesmo. Ele não tinha sequer desculpas para usar em seu favor: Astoria jamais o desrespeitou, sempre o tratou como o chefe da casa e o provedor do lar, sempre estava perfeita e sua casa estava sempre na mais intacta ordem. Durante anos ela sempre cuidara de tudo, ele jamais tivera que se preocupar com nada em sua casa ou sua saúde, ele podia sair de casa e salvar o mundo, pesquisar sistemas políticos e ser o queridinho da nação a vontade. Ela cozinhava tudo o que a nutricionista da família mandava, comprava as roupas favoritas dele, dava ordem para as empregadas limparem a casa da forma correta, fazia todas as exigências que uma esposa de política precisa cumprir, até beijava as criancinhas sujas de sua no rosto, segurava filhos de pessoas pobres no colo e ensinava aos deficientes o ABC. Astoria jamais exerceu sua profissão de pedagoga, mas criou o filho do Draco de forma exemplar. Ele era obediente e responsável, um membro da igreja assíduo e muito correto em seus princípios. Draco escolheu a pessoa perfeita, a mulher do lar que dedicava a vida mantendo o que ele abandonava todo dia e mesmo assim todo sangue e suor não foram o suficiente.

   Ele fechou os olhos e se lembrou daquela noite, quando Hermione Granger apareceu na porta da casa de seu amigo. Seu vestido em V preto, sua astúcia, sua vontade e persistência, a forma como ela se posicionava politicamente e como ela se recusa a ficar sentada tricotando o deixava ofendido e curioso. Sua arrogância o fazia acreditar que a situação em que ele se encontrava estava sob o seu controle e que nada aconteceria com ele, mas quando ouviu a voz de Hermione Granger se despedindo dos colegas, seus impulsos o provaram que não estava de forma alguma controlando o carro da sua vida. Ele estava de olhos vendados e no banco de trás, com as mãos amarradas, implorando a Deus por misericórdia.

— Senhorita Granger. – Ele a cumprimentou na máquina de café onde ela havia parado.

— Doutora. – Respondeu, ríspida.

— Desculpe-me, eu estou desacostumado com...

— É, eu imagino. – O assunto parecia estar morrendo.

— Então, você inscreveu Rose para o baile debutante da FAB, eu ouvi certo? Qual o motivo?

— É, você ouviu. Rose nunca participou dessas reuniões e eu, sinceramente, não participo há muitos anos. Quando me divorciei abdiquei da DAR, em Hartfor. Acho que é tempo de retomar minhas obrigações sociais.

— Não sei como você manteria um cargo político, uma cargo no escritório da FAB, uma casa e dois adolescentes.

— Imagino que não, sem ofensas, mas o senhor, deputado, é um homem tradicionalista. Não tem imagino como saberia.

     Arqueando as sobrancelhas, Hermione deixou o café no lixo e seguiu em direção do seu carro para sua casa. Durante o caminho pensou em como foi hipócrita pelo que fez e como deveria passar o resto da vida se desculpando com Astoria Greengrass. Seus pensamentos estavam parecendo arames e se sentia desconfortável com o próprio corpo. Na verdade só saiu mais cedo do serviço para conversar com Rose sobre o ocorrido.

   Ela parou o carro na entrada e sentiu cheiro de queimado. Decidiu ir atrás. Caminhou muito até encontrar o local da queima e viu o que parecia ser o resto de um lençol envolto em algumas lascas de madeira. Mexendo um pouco conseguiu ver uma parte da peça de cama que não havia sido consumida em chamas. A surpresa dela foi ver sangue. Hermione pegou a peça e guardou no bolso. Começou a sentir dor de cabeça, porém mesmo assim ligou as luzes da casa. Instintivamente começou a procurar por mais vestígios de sangue pela casa, incansável. Ligou todas as luzes de todos os cômodos até abrir a porta do quarto de Rose, onde encontrou Lílian, Dominique e Rose dormindo. Ela cutucou Rose para ela se levantar e levou a filha para um quarto de hóspede.

— Eu... Eu achei isso, Rose. – Ela mostrou o lençol com sangue. – Eu sei que vocês queriam ocultar essa prova pois vocês queimaram, de forma muito errada e estúpida e sei também que não foi somente você a fazer isso, eu conheço seu físico e sei que você não tem força para abrir um pote, imagine cortar uma árvore e arrastar a madeira até um lugar estratégico. E sei que foi muito mal pensado, já que vocês não se deram o menor trabalho de limpar o local e esconder o cheiro de carvalho queimado.

— Isso não foi uma tentativa de ocultar nada.

— Então me diga o que é isso, Rose! Meu Deus, eu estou pensando o pior! – Hermione estava histérica. – Esse lençol está encharcado de sangue, Rose!

— Você acha que eu matei alguém, mãe? – Rose estava ofendida. – Meu Deus!

— Senhora Granger. – Dominique apareceu na porta, como um fantasma. Hermione se lembrava do rosto da garota, mas vendo-a assim, parecia um anjo. – Eu fui estuprada.

    Hermione sentou no colchão, pasma, sentindo lágrimas descerem em silêncio. Rose correu para ajudar a prima a se levantar, já que quando disse o que ocorreu a ela, caiu, sem força. Claramente a garota ainda estava extremamente abalada. Hermione lembrou rapidamente de Dominique e Rose brincando com um conjunto de chá quando crianças, das feições inocente que Dominique tinha e olhando para a garota naquele momento, ainda mantinha. Ela se lembrou do vestido cor-de-rosa que deu a sobrinha quando completou três anos, de como as tardes ela recebia Dominique e Lílian para brincar com a filha, das festas de pijamas que faziam aos onze anos e de como Rose foi embora com a mãe aos treze sem olhar para trás. Como a mãe. Por um minuto se sentiu culpada por não ter protegido suas meninas o bastante.

— Domi, escute. Nós vamos dar um jeito nisso. Ok? – Dominique estava abraçada com Rose, ambas estavam chorando. – Nós vamos cuidar de você. Seus pais vão brigar pra isso não sair em pune. Sei que você está com medo, mas precisa me dizer quem é ele. Nós vamos dar um jeito.

— F-Foi o M-Mike Lestrange. – Talvez fosse difícil resolver essa situação, agora. Uma vez que o Tucker Lestrange é o juiz da cidade e é pai do garoto.

   Mas Hermione sabia que daria um jeito, tinha que dar.


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