My Little Pony - Aprendizes da Paz escrita por PonyBuilder


Capítulo 4
Listras e cifras


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo conta a história de Zadoque, a Zebra Musicista. Além disso, duas das mane 6 aparecem e interagem com nossos protagonistas.



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Havia uma zebra chamada Zadoque. Ela nasceu na Terra das Zebras e lá vivia com sua família, e desde pequeno ele sonhava em ser um músico profissional, obtendo sua cutie Mark bem cedo. Seu talento pra música era algo incontestável, e conseguia  tocar vários estilos diferentes, mas sua preferência era a Black Music, em especial o Funk(Funk americano, o legítimo, não o funk carioca). Sua mãe até dava certo apoio em sua vocação, mas seu pai era dono de uma grande mineradora de manganês, metal muito utilizado para fazer ligar metálicas, tais como os aços austeníticos, e queria que seu filho seguisse essa carreira, assumindo posteriormente sua empresa.  Seu pai em sua juventude havia sido pobre, e passou bastante necessidade, de modo que dava muito valor à sua empresa e conquistas materiais, e achava que seu filho deveria agir do mesmo modo. Por mais que isso fosse razoável, essa não era a vocação de Zadoque, ele não tinha o mínimo talento com gestão e liderança. Ele compreendia e até tentou obedecer a seu pai, e tentou estudar administração e geologia, mas fracassou, ficou muito infeliz nesses cursos.

Finalmente seu pai compreendeu que não adiantava insistir naquilo e finalmente decidiu apoiar a vocação do filho. Ele se formou em música, e virou um excelente guitarrista e baixista, mas ele teve problemas quando tentou fazer disso uma profissão. Ele tentou contrato com várias gravadoras, mas elas praticamente o obrigavam a fazer música de um modo que nada tinha a ver com sua personalidade, unicamente visando massas e lucro. Quando finalmente achou uma gravadora um pouco mais flexível, esta o obrigava a propagar valores e conteúdos com os quais discordava, portanto abandonou esta gravadora e decidiu seguir um trabalho independente. Seu pai ficou furioso com o filho, pois ele negou várias propostas de emprego. Ainda que Zadoque estivesse certo, seu pai achava que sua prioridade era arrumar um ganha-pão e parar de depender dele, já que havia escolhido sua própria profissão. Zadoque respeitava muito seu pai, mas ele não poderia simplesmente se vender pras gravadoras, deixando de lado seus valores. Até pediu para seu pai financiar sua carreira independente, mas ele não quis, porque discordava da atitude do filho. Zadoque estava muito triste com essa situação, e pensava que a única forma de estar em paz com seu pai era sair de casa e tentar financiar sua carreira sozinho. Ele pesquisou e pensou bastante para saber qual era o melhor lugar para tentar começar, e chegou à conclusão que Canterlot seria o lugar ideal, por causa dos gostos requintados daqueles que lá viviam. Ele conversou com seu pai sobre isso, e com certa relutância seu pai permitiu que ele fosse sozinho para Canterlot e o deu um pouco de dinheiro para que isso fosse possível. Seu pai não concordava com essa viagem, ele ainda queria que Zadoque fechasse contrato com a gravadora, mas pensou que caso seu filho fizesse essa viagem e fracassasse, ele mudaria de ideia e fecharia o contrato com a gravadora.

Então Zadoque partiu, após se despedir de sua família e todos os seus amigos, rumo à Canterlot! Como profissional dedicado ele separava pelo menos 2 horas de seu dia para ensaiar em seus instrumentos e pelo menos 2 horas para estudar música, e em seu navio as músicas que tocava chamava muito a atenção de alguns poucos passageiros, que passaram a estimar muito sua habilidade musical. Mas entre eles não havia nenhum dono de gravadora nem quem conhecesse. Finalmente chegou à Canterlot, e então decidiu tentar contrato com as gravadoras do lugar, mas o resultado foi semelhante ao que obteve na Terra das Zebras. A partir daí decidiu tocar nas ruas, todos os dias, e viver do dinheiro que as pessoas o entregavam, e desse modo também tentar conhecer alguém interessado em investir em seu trabalho. Até conheceu um pônei interessado, mas por motivos semelhantes aos anteriores não fechou contrato com ele. Durante seu trabalho de rua ele sofreu preconceito de muitos pôneis que diziam coisas como:

—Esse caipira pensa que faz música?

—Ele está produzindo poluição sonora em nossas ruas, vamos fazer uma petição para proibi-lo de tocar aqui!

—Nós finos cidadãos de Canterlot não apreciamos esse ritmo grotesco e informal!

Haviam pôneis que apreciavam suas músicas, mas seus inimigos eram tão influentes que conseguiram dar um jeito de proibir que ele continuasse tocando nas ruas. Zadoque não tinha dinheiro para produzir seus CDs sozinhos, então, diante de tanta rejeição, decidiu ir pra outra cidade. Ele estava muito triste, pensando se seu pai de fato estava certo:

—Ninguém gosta da minha música, eu sou um fracasso! Talvez meu pai estivesse certo e eu devesse assinar contrato com aquela gravadora. Não seria um músico de verdade, mas pelo menos eu teria dinheiro... Não, ele está errado, não posso fazer isso!

Então ele foi pra estrada, caminhando desolado e desmotivado, para uma outra cidade qualquer. Quando ele estava passando Prince of Peace o estava observando do alto, e percebeu que ele estava triste. Então foi a seu encontro e o abordou:

—Boa tarde, por que está tão triste?

—Eu queria ser um músico de verdade, mas parece que as gravadoras só pensam em dinheiro e parece que quase ninguém gosta das minhas músicas...

—Eu já o ouvi tocando em Canterlot, você é um músico muito bom. Só te faltam duas coisas: inspiração e propósito.

—Inspiração e propósito? E como posso conseguir essas coisas?

—Torne-se meu aprendiz, e eu te darei as duas coisas.

—Sério mesmo?

—Vou te tornar um grande músico, mas não um músico nos moldes do show business. Vou te dar toda inspiração que precisa, e seu propósito será usar sua música pra transformar a vida de outros pôneis. Você fará músicas com as coisas que aprender comigo, e essas músicas vão ajudar muita gente. Não atente para o retorno financeiro, mas busque fazer ótimas músicas, e se preocupe com o que elas podem proporcionar de bom para os pôneis.

—Estou surpreso, como será isso?

—Ainda hoje te darei inspiração para compor uma música, para saber que o que estou dizendo é verdade. Agora vá para Ponyvile, lá você vai receber toda estrutura que precisa para começar seu trabalho.

—Muito obrigado, não tenho palavras para expressar minha gratidão! A partir de hoje sou seu aprendiz!

—Procure me escrever pergaminhos diariamente, assim poderemos conversar.

Então Zadoque seguiu para Ponyvile, já com outro semblante em seu rosto, não mais desmotivado como outrora. Durante o caminho ele começou a compor uma música mentalmente, e quando parou pra descansar pegou sua guitarra para tentar esboçar sua composição. Saiu algo mais ou menos assim:

Estava caminhando desolado

Peguei a estrada desesperançado

Estavam fechadas todas as portas

Ninguém me apóia, ninguém se importa

No meio do caminho um alicórnio me abordou

Depois da conversa minha esperança renovou

Eu era um ótimo músico e tal

Mas ainda faltava algo afinal

Ele me deu o que eu precisava pra prosseguir

Inspiração pra trabalhar

E um propósito, uma meta a atingir

Pôneis transformar!

Meu belo e dedicado trabalho

Servirá para tocar corações

O dinheiro será secundário

Farei as melhores canções!

Zadoque decidiu fazer o começo da música em ritmo de Blues, pois estava triste antes de conversar com Prince of Peace, e depois a música mudava seu ritmo para um jazz suave não muito destoante da estrutura inicial, e comentou:

—O Prince of Peace tinha razão, me veio inspiração e está saindo canção!

Após dormir em uma hospedagem ele seguiu viagem para Ponyvile. Quando chegou lá, começou a tocar em uma praça, e alguns pôneis estavam gostando bastante. Enquanto isso Planck estava trabalhando em um projeto novo de armadura, chamada Armadillo Armor, pois era toda articulada semelhante a um tatu bola. Ele decidiu usar alumínio como material pro protótipo devido a ser mais fácil de trabalhar. Enquanto trabalhava chegou um pergaminho de Prince of Peace, que dizia:

“Boa tarde Planck, tenho um trabalho para você: Pegue o dinheiro que você estava juntando para pagar sua futura faculdade e use para investir na carreira de um aprendiz meu que se encontra na praça principal de Ponyvile. Seu nome é Zadoque, a zebra musicista, tenho grandes planos pra ele.”

Então Planck respondeu:

“Poxa, o dinheiro que eu estava juntando pra faculdade, meu sonho? Não acho isso justo, tem mesmo que ser assim?”

“No tempo certo você fará sua faculdade, agora você precisa ajudar meu outro aprendiz, através dele tocarei o coração de muitos pôneis de Ponyvile, e depois de muitos outros lugares.”

Tendo em vista o aprendizado da missão anterior, Planck decidiu novamente confiar em Prince of Peace, então foi ao encontro da tal zebra. Quando chegou na praça, havia uma aglomeração de pôneis o escutando, e alguns deles gostaram demais do que estavam ouvindo, inclusive Planck. Ao final da música alguns pôneis foram conversar com ele, inclusive a Pinky Pie, que perguntou:

— Sua música é muito LEGAL! Você é parente da Zecora?

— Zecora? Não conheço, é uma zebra?

—Sim, parece com você! Posso cantar contigo? Por favor por favor por favor por favor por favor!

—Ahhhhh, claro! Aqui está a letra e a partitura.

Após essa aventura musical, ele fez amizade com a Pinky Pie e ela o apresentou pra quase todos os pôneis da cidade. Das Mane Six apenas ela e a Rarity estavam na cidade. Rarity achou seu visual bem excêntrico, afinal não havia quase nada semelhante em Ponyvile, mas também gostou muito de sua música. Enquanto Pinky Pie o apresentava pra todos os pôneis da cidade, Planck estava correndo atrás deles, tentando cumprir com a missão que foi dada pelo Prince of Peace. Planck exclamou:

—Esperem! Eu preciso falar com ele!

Mas não adiantou, pois é quase impossível acompanhar o ritmo da Pinky. Ela perguntou pra ele:

—Você vai ficar aonde? Vai morar aqui?

—Vou morar aqui por um tempo, mas ainda não tenho aonde ficar.

—Acho que a Rarity tem espaço na loja dela, você pode ficar lá enquanto não arruma um lugar!- Porém Rarity interpelou a Pinky:

—Espere! Eu preciso me concentrar na confecção das roupas, som alto pode me atrapalhar!

—Bom, eu posso ensaiar com fone de ouvido!

Então Pinky o empurrou pra se hospedar na loja da Rarity, e ela constrangida apenas não contestou com medo de soar grosseira. Zadoque ficou sem graça também, mas ao mesmo tempo estava feliz por estar sendo bem recebido naquela cidade. Então os 3 entraram na loja, e Planck os acompanhava de longe, e viu onde entraram. Então Planck bateu na porta, e Pinky atendeu:

—Pois não? Como posso ajudar? Ahhh que marcas são essas em suas patas dianteiras?

—Bom, é, são queimaduras de ácido nítrico, sou um pouco atrapalhado, mas...

—AAAAAhhhh, isso é terrível!Chamem um médico!

—Calma moça, já estão cicatrizadas...

—Ufa, que alívio!

—Então, eu tenho algo sério pra conversar com aquela zebra, poderia o chamar?

—Por quê? Ele fez algo de errado?

—Não é nada disso moça, ele não fez nada de errado, mas preciso conversar com ele...

—Sobre?

—Ahh, poderia apenas chamá-lo, por favor?

—Tudo bem desculpa, é que estou curiosa... Zebra que ainda não sei o nome! Venha cá, tem um pônei querendo conversar com você! Espera aí, eu esqueci de perguntar o nome dele, isso foi uma gafe terrível! Já venho!

—Aff... ainda tenho trabalho pra terminar...

Após toda essa falação, Zadoque saiu e foi se encontrar com ele, e perguntou:

—Boa tarde, eu sou Zadoque, o que deseja?

—Olá Zadoque! Eu me chamo Planck, também sou aprendiz do Prince of Peace, ele me mandou ajudar em sua carreira, financeiramente. Acredito que com o dinheiro que tenho podemos montar um estúdio pra você.

—Sério mesmo? Esse é o melhor dia da minha vida!

Então Pinky e Rarity saíram, e Pinky não conteve sua curiosidade e perguntou a Zadoque:

 -E então, o que vocês conversaram?

—Esse jovem chamado Planck disse que vai me ajudar a montar um estúdio!

—Sério! Isso é demais, e merece ser comemorado com uma festa! Respondeu Pinky

Discretamente Zadoque perguntou a Planck:

—É... será que eu poderia me hospedar em sua casa? Acho que seria mais adequado que me alojar na loja desta dama.

—Tem razão, é mais adequado, vou falar com ela. Então... dama da crina roxa...

—Meu nome é Rarity.

—Então Rarity, vou levá-lo pra se hospedar comigo, certo? E tentaremos implementar juntos o projeto do estúdio.

—Tudo bem, sem problemas!

—A festa será em minha casa 9 da noite de hoje, certo? Disse Pinky Pie.

—Tudo bem, será uma ótima oportunidade pra divulgar minha música! - Respondeu Zadoque.

Então Zadoque foi se hospedar na casa de Planck, e os dois conversaram sobre o estúdio, equipamentos necessários pra produção musical, isolamento acústico, etc. Conversaram também sobre o Prince of Peace, e Planck contou algumas de suas aventuras pra ele. Zadoque compartilhou com ele sua história e as coisas que Prince of Peace o disse. Depois disso os dois foram para a festa de recepção do Zadoque em Ponytown na casa da Pinky. Durante a festa eles conversaram, e Zadoque disse:

—Planck, você não acha a Rarity linda?

—Sim, ela é muito bonita, mas é muito diferente de mim. Ela gosta muito de moda e eu sou um nerd que nem liga pro que está vestindo! Me interesso mais em conhecer as propriedades mecânicas do tipo de tecido da roupa do que do seu design!

E os dois riram bastante disso! Zadoque também disse:

—O que você acha da Pinky?

—Olha, ela é muito animada, otimista, mas fala muito! Tem algumas situações nas quais me sinto incomodado com isso.

—Ahh, eu gosto disso!

Então Pinky Pie o apresentou em público para os convidados, e deu a ele a oportunidade de tocar sua música, e ela quis cantar. Quase todos os pôneis da festa gostaram, então ele falou:

—Muito obrigado pelo carinho Ponytown! Em breve, depois que meu estúdio estiver pronto, lançarei um single com essa música!

E todos aplaudiram! Planck e Zadoque foram pra casa, e antes de dormir Planck incentivou Zadoque a escrever pro Prince of Peace, e o fez, dizendo:

“Boa noite Prince of Peace, aqui é Zadoque. Muito obrigado por tudo que bom que me proporcionou hoje e pelos amigos que fiz, só tenho a te agradecer! Obrigado por me dar um propósito, creio que todo ser precisa de um propósito pra viver, um propósito que valha a pena, não vaidades. Creio que todo ser precisa de um propósito, e talvez minha música possa incentivá-los a o buscar. Estou ansioso pelo que virá adiante!

Grato,

Zadoque.”


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