Bishounen Senshi Sailor Moon escrita por Bella P


Capítulo 21
Capítulo 21




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/745298/chapter/21

 

Os generais apoiaram-se uns nos outros quando o chão tremeu mais uma vez. A volta deles, o castelo virava ruínas pouco a pouco. Kunzite apoiava Nephlyte contra o seu corpo, oferecendo suporte ao amigo ferido. Tirá-lo de sob a influência da Escuridão não havia sido fácil e envolveu muita pancada e sangue, o que deixou os quatro exaustos e sem a certeza de que seriam de grande ajuda na batalha contra Metalia. Mas eles tinham uma dívida de honra que precisavam pagar, uma traição pela qual precisavam pedir perdão, e com isto, apoiando-se uns nos outros, eles se arrastaram para a sala do trono, desviando de escombros, de pedras caindo, de móveis destruídos e youmas mortos.

— NÃO! – o grito gutural, carregado de dor e raiva, chegou aos ouvidos dos quatro. Os generais sentiram seus cabelos arrepiarem, pois a estática correndo pelo ar e soltando descargas elétricas era extremamente poderosa. Quando aproximaram-se do buraco que antes era a porta do salão, viram Júpiter trazer o inferno à terra com uma sucessiva tempestade de raios e Kunzite ofegou ao descobrir a razão do descontrole do senshi.

Mercúrio estava às costas de Júpiter, empalada na parede por um gigantesco espinho. Poucos metros à direita dela, Vênus tentava levantar do chão a muito custo, mas o corte profundo em sua coxa não lhe dava grande apoio. Marte não estava em condições melhores, mas ainda estava de pé e arremessando bolas de fogo contra Metalia, junto com os raios de Júpiter. Endymion voou para cima da rainha, aproveitando uma brecha entre os ataques dos senshis ,e a sua espada cortou o ar, encontrando bloqueio na espada de Metalia.

Tudo ao redor deles estava destruído e a Escuridão dominava o lugar de forma sufocante. Lágrimas correram pelo rosto de Zoiscite ao pensar que a culpa era dele, novamente, pois foi graças à ele que Metalia ganhou força o suficiente para derrubar senshi por senshi como se esses fossem moscas irritantes, sobrevoando a sua cabeça. De rabo de olho, ele viu Jadeite conjurar a sua espada, empertigar-se e adquirir uma expressão determinada, e Zoiscite quis gritar, quis impedir o homem, porque aquela batalha estava perdida e o destino deles era certo, mas as palavras ficaram entaladas em sua garganta e tudo o que ele pôde fazer foi observar, quieto e com o corpo trêmulo, Jadeite partir para o encontro da morte.

— Mercúrio! – os generais ouviram o chamado angustiado de Júpiter e ele se aproximar da senshi ainda presa na parede. Mercúrio sorriu fracamente para o companheiro, os seus lábios se moveram e ela murmurou algo para o outro sailor que fez lágrimas rolarem pelo rosto bonito e em um gesto delicado, ele depositou um beijo no topo da testa dela e afastou-se relutante quando a senshi parou de se mexer, parou de respirar. Júpiter arrancou o espinho do corpo da jovem que caiu molemente contra o chão.

— Mercúrio! – Sailor Moon ofegou à um canto da sala, ao lado de Marte, enquanto tentava abrir uma brecha nos tentáculos de espinhos que provinham da armadura de Metalia. – Júpiter, não! – ele gritou novamente quando viu o senshi virar-se após um segundo observando o corpo caído de Mercúrio. Os seus olhos não tinham mais o brilho divertido que lhe era característico, mas sim eram duros e impiedosos. – Júpiter! – Moon chamou e havia um claro tom de ordem na voz dele, um tom que foi ignorado por Júpiter que avançou contra Metalia, carregando todo o seu poder de fogo quanto mais se aproximava da rainha.

— Procurem abrigo! – Vênus gritou, mas não havia muita coisa para servir de esconderijo ali e, no fim, quando a explosão veio, todos foram arremessados contra pedaços de paredes ainda em pé, colunas caídas, ou para o terreno nevado metros adiante, que foi o caso de Zoisite, Kunzite e Marte, que foi o primeiro a se recuperar do ataque e urrar de ódio quando os seus olhos voltaram para Metalia, ainda de pé, intacta, com Júpiter erguido pelo pescoço pelos seus dedos longos.

— Júpiter! – Marte disparou uma bola de fogo contra a rainha, mas ela rebateu o ataque com o braço livre e como este não a afetasse em nada. O som da bola de fogo explodindo contra uma parede encobriu o som de traquéa sendo esmagada, mas a forma como os olhos de Júpiter perderam o brilho vivaz de sempre o seu corpo ficou mole, mostrou para todos exatamente o que tinha acontecido com o senshi.

— Makoto! – Usagi berrou e só não correu até o amigo que foi descartado como um pano velho por Metalia, porque Mamoru o segurou pela cintura.

— Foque no plano, Usagi! – o homem alertou e Usagi quis gritar. Na verdade, ele gritou de ódio, frustração, de pavor e indignação. Eram tantos sentimentos misturando-se que ele não sabia qual sentir primeiro. Talvez era bom ele sentir-se tolo. Tolo por acreditar que ele, com a sua inexperiência e juventude conseguiria controlar o Cristal de Prata o suficiente para derrubar Metalia.

— O plano não era este. – Usagi ofegou, com lágrimas rolando pelas suas bochechas sujas de poeira, fuligem e sangue. – O plano não era para ninguém morrer. – soluçou, ainda nos braços de Mamoru mas com os olhos fixos no corpo caído de Júpiter.

— Então vença. – Vênus surgiu ao lado dele, pousando uma mão no ombro de Sailor Moon, mas os olhos dela estavam fixos em Metalia, que era atacada por ambos os flancos por Jadeite e Marte. – Vença e use o Cristal de Prata para nos trazer de volta.

— O quê? – Usagi ofegou. Se não conseguia usar o Cristal nem para derrobar Metalia, como iria salvar os seus senshis? Vênus desviou o olhar de Metalia e mirou Usagi com um sorriso carinhoso.

— Eu tenho fé em você. – declarou e partiu para o ataque, estalando a sua corrente que cortou o ar, desviando uma estaca de espinho que veio em sua direção, mas não conseguindo desviar a segunda que enterrou-se na carne de seu ombro. Ela caiu, deslizou sobre o chão, e Usagi tinha a certeza que gritou o nome dela, mas o zumbido em seu ouvido o impedia de ouviar a própria voz. Jadeite arremessou uma chuva de cristais afiados que foram redirecionados por Metalia e só não atingiram Usagi porque Mamoru os tirou do caminho. Marte disparou o seu fogo sagrado e uma barreira de miasma surgiu das fendas do chão e absorveu o ataque. Mal a barreira abaixou, e Kunzite já investia em um ataque direto, com as espadas erguidas e com as suas armas de cristal encontrando as de espinho da rainha.

Metalia lutava sem derramar uma gota de suor, uma gota de sangue, os seus movimentos eram precisos e letais e ela nem ao menos saía do lugar. A armadura de rosas estendia-se e retraía-se ao seu bel prazer, as braçadeiras viravam chicotes e espadas e do cinturão cresciam tentáculos que serviam de defesa, os mantendo à distância. A única que conseguiu chegar perto o suficiente para infligir dano foi Mercúrio ao congelar a barra do vestido da rainha e parte da perna esquerda que era exibida por uma fenda do tecido. E, pelo seu golpe de sorte, Mercúrio pagou com a vida.

— Vamos, Usagi! – Mamoru o incitou, levantando o sailor do chão com um puxão. – Vamos! – ordenou para um Usagi estático e de olhos largos que mirava a destruição ao seu redor, os corpos de seus amigos, e que sentiu o ar travar em sua garganta diante da cena que testemunhava. Ele podia fazer isto? Não, ele não podia fazer isto. – Usagi! – mãos grandes e mornas o seguraram pelas bochechas, virando o seu rosto de modo que a sua visão foi dominada por completo pelo rosto de Mamoru. – Usagi, por favor. – ele implorou. – Não deixe a história se repetir. Por favor não deixe que mais dois mil anos nos separe. – Usagi piscou e o zumbido sumiu de seus ouvidos, a sua respiração saiu de sua garganta em uma exalada de ar, o seu corpo parou de tremer e as mãos mornas de Mamoru pareciam querer queimar a sua pele e, ao mesmo tempo, o traziam de volta a realidade.

— Não. – disse convicto. – Nada vai nos separar, nunca mais. – e capturou os lábios de Mamoru com os seus, em um beijo breve, desesperado e cheio de promessas e, quando se afastaram, o caos aumentara ao redor deles agora que os generais haviam entrado na briga. Zoisite parecia o mais determinado a derrubar Metalia, com ódio pulsando por todo o seu corpo. Marte ainda disparava as suas chamas com determinação e Vênus sumira de vista.

Mamoru foi o primeiro a atacar, cortando os tentáculos de espinho, abrindo caminho e expurgando a Escuridão que tentava penetrar no corpo dele com o poder do Cristal Dourado. A sua espada brilhava como ouro, canalizando a energia do Cristal e entrando em conflito com a Escuridão. Mas Metalia era ágil, sempre ágil. Era como se ela tivesse mil olhos e mil braços, prevendo cada movimento deles, cada investida, cada ataque. A tempestade de neve agora era uma mistura de gelo e água ao redor deles, os encharcando, tornando o chão escorregadio, dificultando as suas investidas porque eles não conseguiam encontrar firmeza no solo.

— JADEITE! – Zoisite gritou quando o outro general caiu e os seus ataques, movidos pela raiva, começaram a ficar descuidados e a última coisa que Usagi precisava naquele momento era de ataques descuidados. Ele necessitava de precisão, de um único momento de sorte, de uma única brecha que veio quando Metalia, ocupada em repelir as investidas dos generais, não conseguiu impedir a corrente que foi a toda velocidade em sua direção, que envolveu-se no pescoço longo e pálido, que a puxou com força e a fez tropeçar, caindo de costas no chão.

A reação de todos foi instantânea e aqueles que ainda mantinham-se de pé convergiram sobre a rainha como abutres. Metalia urrou quando a espada de Mamoru enterrou em seu ombro, a prendendo mais contra o chão, ao mesmo tempo em que Vênus usava as últimas de suas forças para continuar sufocando a rainha. Usagi quis correr para Mamoru quando Metalia arremessou o homem longe e evitou olhar na direção dele para não ver o estrago que o ataque dela causou. Outro urro de dor saiu dela quando Marte queimou os tentáculos e as chamas subiram pelos caules espinhosos e alcançaram o quadril de Metalia.

— Sailor Moon! – o senshi do fogo gritou e Usagi disparou em uma corrida, as suas espadas uniram-se com um clique, o Cristal de Prata pulsou e emitiu um brilho esbranquiçado e quando estava perto o suficiente pôde ver Metalia repelir Marte com um ataque de seu miasma e o senshi cair com queimaduras ácidas corroendo o seu uniforme e a sua pele. Vênus ainda mantinha a rainha presa a muito custo, mas o olhar vítreo dela, o sangue que escorria em abundância de suas feridas, mostrava que faltava pouco para ela cair e Usagi não iria permitir isto. Não iria permitir que a história se repetisse. Eles tiveram uma segunda chance e eles viveriam essa segunda chance custe o que custasse.

E, com esses pensamentos em mente, Usagi pulou na direção da rainha, cobrindo o percurso faltante entre ela e ele apenas com este salto e, ao aterrissar, o seu cajado atravessou o peito de Metalia, a Escuridão guinchou quando a Luz do Cristal de Prata espalhou por cada canto sombrio, cada curva, invandiu os poros de cada um ali e encontrou com um sibilar de contentamento o pulsar do Cristal Dourado e uniu forças a ele e tomou tudo a sua volta, inundando o lugar com luz, luz brilhante, luz cegante, e foi em luz que o mundo de Usagi desapareceu.

 

oOo

 

Makoto acordou com um ofego e em um pulo, certo de que havia alguma coisa muito errada. Batendo-se sobre o colchão, ele conseguiu desenrolar as cobertas de suas pernas, mas o processo o fez rolar para além dos limites da cama e cair com um baque abafado no chão. Aos tropeços e ainda atordoado, ele foi até o armário e abriu uma das portas, exibindo um espelho que refletia o seu corpo até os joelhos, mostrando para os olhos alarmados de Makoto um rapaz de dezesseis anos, alto, corpo atlético e longos cabelos castanhos emaranhados por causa do travesseiro. Com um outro ofego, ele levou as mãos a garganta, esperando sentir alguma coisa, qualquer coisa, mas tudo o que sentiu foi a sua pele quente e a sua respiração passando com tranquilidade pela sua traqueia.

O seu celular tocou, o assustando e o tirando de sua contemplação, e Makoto revirou o quarto de cima a baixo a procura do aparelho até que o encontrou sob as cobertas que chutara mais cedo.

— Alô? – praticamente gaguejou no aparelho, ainda confuso com tudo a sua volta, com o que estava acontecendo. Porque ele se lembrava, lembrava da mão gélida de Metalia em seu pescoço, dela o espremendo, do olhar mordaz dela e da escuridão. E ele sabia que não fora um pesadelo, a sua mente não era tão criativa assim. Mas, principalmente, ele se lembrava...

— Makoto? – a voz do outro lado da linha fez o coração de Makoto ir à garganta e voltar.

— Ami. – ele sussurrou o nome com reverência. Ele recordava da garota contra a parede, com lágrimas nos olhos, sorriso triste, as mãos ainda erguidas no ataque que soltara e o espinho a empalando pela barriga. Ele lembrava de ter se aproximado-se dela, de Ami ter lhe sorrido, aberto os lábios e soltando um fraco “Mako-chan”, que fez o coração do rapaz partir em mil pedaços, porque haviam promessas que não seriam cumpridas por detrás daquele apelido carinhoso, haviam coisas que eles precisavam dizer um ao outro, mas que não tiveram tempo e talvez nunca mais tivessem tempo.

— Como... – ele balbuciou, porque Ami morreu, ele sentiu o corpo dela amolecer sob o seu toque quando ele a beijou, sentiu a sua vida esvair pelo sangue que escorria pelo seu corpo, até o chão.

— Eu não sei. – ele quase pode ver a adorável expressão confusa dela no outro lado da linha. Uma coisa que Ami detestava era não saber das coisas. – Espera, eu estou recebendo outra ligação. – a linha ficou muda por dois minutos e então outra voz conhecida entrou na conversa.

— Makoto. – Makoto suspirou ao ouvir a voz, também familiar.

— Rei. – disse com alívio.

— E Minako? – Ami ofereceu na pergunta que todos sabiam o que significava. Minako também tinha sido gravemente ferida na batalha, todos eles foram, pois além de derrubarem Metalia, a missão primordial deles era proteger Sailor Moon, proteger Usagi, porque o garoto era a esperança deles de vitória, a luz que os salvaria, e por isso eles colocaram-se no caminho da maioria dos ataques destinados a Usagi e a Mamoru. Porque se os senshis falhassem, ao menos os príncipes teriam chances.

— Presente. – a voz de Minako ecoou no celular e então silêncio tomou conta daquela conferência telefônica.

— Usagi? – Ami deu voz a pergunta na cabeça de todos e foi respondida por mais silêncio.

Do outro lado de Juuban, a alguns quilômetros do apartemento de Ami e Makoto, do Templo Hikawa, em uma casa de subúrbio, um rapaz de cabelos dourados e olhos azuis deu um pulo para fora da cama, com um grito entalado em sua garganta e lágrimas descendo de seus olhos, escorrendo pelas bochechas, caindo de seu queixo e sobre as cobertas.

— Usagi? – uma voz feminina e preocupada o chamou e ele mirou Luna ao pé da cama. Luna que era a prova de que tudo não foi um pesadelo, que tudo aquilo aconteceu, cada segundo doloroso, cada momento aterrorizante, da batalha contra Metalia.

Usagi chutou as cobertas como se essas estivessem tentando sufocá-lo e saiu da cama aos tropeços, quase indo ao chão, mas conseguindo equilibrar-se a tempo ao escorar-se no batente da porta. O quarto inteiro o oprimia, lhe tirava o ar, e ele precisava sair dali, precisava correr, correr até não sentir mais as suas pernas, correr sem destino, correr até que a dor de tudo o que aconteceu fosse embora, a dor de tudo o que perdeu, de tudo o que teve que sacrificar pela vitória.

Seus senshis. Deuses, seus senshis!

Usagi soluçou, seus joelhos ficaram fracos, ameaçando derrubá-lo, mas ele continuou firme, descendo as escadas, ignorando o fato de que estava de pijamas, portanto uma fuga naquele momento não seria adequada, mas quem se importava? Não ele.

— Usagi! – Luna o chamou mais uma vez e Usagi sentiu ímpetos de estrangular a gata. Ele não estava a fim de ouvir sermões, conselhos ou o diabo que fosse que ela tivesse a oferecer, ele só queria fugir para longe, bem longe.

Os seus pés descalços encontraram os degraus da escada, ele quase caiu mais uma vez, e ao chegar ao primeiro andar e cambalear, derrubou um vaso de flores que ficava sobre uma mesinha ao lado do corrimão. O barulho alertou quem mais estava na casa e alguém surgiu na sala assim que Usagi aproximou-se o suficiente da porta de entrada.

— Usagi. – o nome dito em uma voz familiar fez Usagi congelar, virar vagarosamente e encontrar os olhos preocupados de Mamoru com os seus. Ikuko estava atrás do homem, mas Usagi mal registrou a presença da mãe porque ele estava ocupado demais jogando-se contra Mamoru, o abraçando com força e chorando copiosamente contra o seu ombro. – Usagi. – Mamoru repetiu de forma carinhosa, afagando o cabelo loiro e de fios macios com as pontas dos dedos. – Está tudo bem.

Não! Nada estava bem! Seus senshis, seus senshis!

— Nós conseguimos. – Mamoru continuou e Usagi prendeu a respiração por um segundo, sem entender, e afastou-se do homem para mirá-lo dentro dos olhos. Mamoru sorriu para ele e tocou uma bochecha molhada com a ponta dos dedos. – Você conseguiu.

— O quê?

— Você conseguiu, Usagi. – e as implicações daquelas palavras significou o mundo para Usagi, porque ele sabia perfeitamente do que Mamoru falava.

Ele conseguiu. Ele derrotou Metalia, ele salvou seus senshis, como Vênus pediu. Ele concedeu a todos a oportunidade de viver esta segunda chance.

Usagi riu, e riu, riu até as lágrimas secarem, riu e beijou Mamoru, dando gargalhadas entre os beijos.

— Usagi. – a voz de Ikuko era incerta e Usagi soltou-se de Mamoru e, como fizera com o homem, arremessou-se contra a mãe, quase a derrubando no chão porque ela não era tão alta como Mamoru ou tinha a força dele, mas não importava, o que importava era que ele abraçou a mulher com força, que riu contra o ombro do filho, afagou-lhe os cabelos, e o rosto quando se afastaram, deu beijos em sua testa e fez uma negativa com a cabeça quando Usagi pediu-lhe perdão repetidamente. – Está tudo bem. – disse com a voz embargada. – Está tudo bem. – repetiu e deu outro beijo na bochecha gelada por causa das lágrimas secas. – Com fome? – perguntou para quebrar o clima pesado que instaurara-se na sala e Usagi riu.

— Sempre. – respondeu com a voz rouca por causa do choro.

— Venha, eu preparei o seu favorito. – Ikuko o chamou, tomando o caminho da cozinha, sendo seguida por Mamoru. Usagi deu um passo para acompanhá-los, mas algo chamou-lhe a atenção. Indo até a janela da sala, ele puxou uma cortina de renda e viu com surpresa a própria rainha Serenity, em uma forma etérea e intangível, parada na calçada em frente ao portão de entrada, com um sorriso no rosto bonito, e Usagi sorriu de volta.

O sorriso de Serenity alargou-se e então ela olhou para a direita e o ar tremulou ao seu lado e outra mulher surgiu no ar, também etérea e intangível, usando um longo vestido azulado, de cabelo negro longo e olhos verdes como a relva. O rosto da mulher era de traços suaves e expressão tranquila e quando Serenity estendeu a mão para ela, ela a pegou com um sorriso largo e transbordando felicidade.

Metalia lançou um olhar para Usagi, na janela, e assentiu levemente com a cabeça para ele. Um gesto simples mas com um claro significado que foi esboçado pelo mover de lábios de Serenity, formando uma simples e compreensível palavra: “obrigada”, a rainha pediu, com o sorriso ainda largo e cheio de felicidade, sorriso que foi espelhado por Metalia. E então, pouco a pouco elas foram desaparecendo, ainda de mãos dadas, ainda sorrindo, transformando-se em poeira de estrela e tomando o caminho dos céus.

— Usagi? – Mamoru o chamou e Usagi soltou a cortina quando o último resquício das duas mulheres desapareceu no ar. – Tudo bem? – perguntou e o garoto sorriu largamente para ele.

— Tudo perfeito. – declarou, aceitando a mão estendida de Mamoru e envolvendo os dedos dele com os seus. – Tudo absolutamente perfeito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bishounen Senshi Sailor Moon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.