Sea You escrita por Bird


Capítulo 13
Estou sentindo que vai ser um mês cheio


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/745245/chapter/13

Ao descer no porto, cercada de guardas e civis, observou a carruagem real. Caminhou confiante até a locomotiva com seu pai no encalço e antes que o guarda abrisse a porta, ela mesmo abriu e entrou, sentando no banco acolchoado. 

Começaram a se mover, com um silêncio mortal entre eles. Annabeth abriu as pequenas cortinas na janela, para observar o percurso, coisa que ninguém da realeza costumava fazer. Observou a feira que acontecia nas calçadas, poucos alimentos e pouco movimento. O saque dos piratas no Norte afetou especialmente os pobres, que receberam impostos mais caros, para repor o dinheiro perdido e continuar movimentando o comércio no país. 

Seu lar, mais do que nunca, precisava dela. 

Encarou um orfanato, que fechava portas graças a falta de recursos para manter tantas crianças. Annabeth não conseguiu ver estranhos ali, por mais que tentasse. Era seu povo. Na fome e na miséria, era sua responsabilidade. Pensou em tudo que escutaria de sua mãe, pensou em soluções para a crise e principalmente, pensou em Percy. 

O garoto que não fazia ideia no mal que havia causado na terra da princesa. Carregando todo o ouro em excesso, deixando os que mais precisavam sem nada. Apesar de piratas, ele e Thalia eram pessoas conscientes, com certeza não sabiam do que se passava ali. 

Ao encarar o palácio em todo seu esplendor, a diferença de classes estava clara ali. A loira perguntou a si mesma como nunca havia percebido tantos problemas no lugar que chamava de casa. Ela desceu da carruagem, atrás de seu pai, caminhando pelos jardins com algumas flores mortas. Entrou na sala do trono, que estava vazio. 

— Sua mãe está em reunião com o conselho. — Seu pai informou-lhe. — Vá para seus aposentos e se limpe, estaremos esperando você. 

A loira virou as costas antes de seu pai terminar de falar, subiu as escadas até seu quarto e abrindo a porta, encontrou o mundo de uma Annabeth morta. Pelas paredes, quadros que ela havia pintado, com paisagens de seu jardim. Os vestidos nortenhos no guarda-roupa, os perfumes suaves em sua penteadeira. Tudo era envolto pela bolha que ela vivia, dentro dos muros do castelo. 

Ouviu batidas na porta. 

— Pode entrar. — Era Merion, sua serva. A loira sorriu e correu para abraçar a mulher. 

— Você andou sumida, menina. — Ouviu a voz doce dela, carregado com o humor sarcástico, tanto quanto sua amiga pirata. — Se divertiu em suas aventuras? 

— Oh Merion, você nem imagina! — Annabeth aceitou a ajuda para o preparo do banho, mesmo sabendo que não precisava dela. A garota se despiu do vestido de Thalia, entrando na banheira quente, deixando a adaga que estava escondida em cima do mármore da pia. — Você pode guardar esse segredo? 

— Claro, princesa.  

Annie terminou seu banho, enrolando-se na toalha macia e voltando para o quarto, com sua adaga na mão. Guardou a arma secretamente, onde sabia que nenhuma das empregadas procuraria. Vestiu um vestido qualquer de seu armário, penteou os cabelos e saiu dos aposentos, em direção a sala de reuniões. 

O conselho era formado por quatro pessoas de confiança da rainha. Entre elas, Hermes, pai de Luke e Rei sulista. Ares, novo comandante da guarda real desde a invasão. Héstia, antiga conselheira de Zeus e atual de Atena e por fim, Frederick, que governava ao lado de sua esposa, mesmo odiando ser considerado rei. 

A loira abriu a porta, sem antes bater, observando todos reunidos em cima de papéis com informantes sobre a exportação e a economia decadente do país. Todos notaram a presença de Annabeth no ambiente, mas Atena não a olhou nos olhos. 

— Um príncipe e uma princesa sequestrados, saque no cofre real, economia quebrada e queda na exportação. — Héstia lia o relatório em voz alta para situar a princesa da gravidade. 

— Onde Luke está, Annabeth? — Ela voltou seu olhar para Hermes, com bolsas debaixo dos olhos e uma voz embargada. Teve a vontade de dizer que ele estava livre e feliz, mas não era o momento, aqui estava o interrogatório que tanto tentou adiar. 

O vento castigava as velas pretas de Neptuno, levando a embarcação para o porto seguro pessoal dos piratas. O navio foi ancorado próximo as areias brancas da ilha que Poseidon apresentou para filhos e tripulação antes de morrer. 

Eles andaram floresta a dentro, Luke admirava a flora local, segurando a mão de Thalia, que mantinha os olhos focados na caverna marcada pelo tridente. Apenas Percy e Thalia entraram nela, afastando a pequena cortina de hera que estava suspensa na entrada. 

Lá estavam todo o ouro que o pai deles acumulou durante a vida. E por mais que o próprio e eles mesmos, tivessem dado grande parte para Sally viver uma vida tranquila no Sul, a fortuna dos Jackson era inestimável. 

— Sr D comentou comigo sobre uma crise no Norte. — Thalia disse. — Nós gastamos todo o ouro da coroa em Tortuga, mas se pagarmos com moeda espanhola... Quando o valor for convertido, nós perderíamos pouquíssimo dinheiro. 

— Devolvemos o dinheiro para a realeza? Nosso objetivo não era tirar da Elite?  

— O que adianta tirar da Elite, se a mesma continua se mantendo forte com o dinheiro dos pobres? — A morena juntou moedas espanholas em um saco, mesmo tirando algumas, o tesouro continuava completo. — Colocamos isso de volta no cofre real e pegamos Annabeth. 

O moreno suspirou.  

— Se partimos imediatamente, será suicídio. No próximo mês nós iremos, com uma abordagem mais sutil que a última vez. — Eles sorriram, saindo da caverna e apresentando a ideia para os piratas, que apesar de cruéis e sádicos na maioria do tempo, tiveram noção do mal que fizeram a pessoas sem culpa dos crimes de seus governantes, e também, por Annie. 

— Então significa que vamos ficar em terra firme durante um tempo... — Travis perguntou. 

— Sim. — Thalia respondeu se colocando próximo de Luke. 

— Ótimo, então... Está com você! —  O pirata tocou em Percy e toda a tripulação se espalhou, entrando na brincadeira. 

— Ora seu... — Percy saiu correndo atrás de Beckendorf, o homem mais próximo, enquanto Thalia e Luke se afastaram da brincadeira. 

— Estou sentindo que vai ser um mês cheio. — Um loiro disse sorrindo, acariciando a bochecha dela. 

— Pode apostar que sim. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixa uma comentário!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sea You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.