Sea You escrita por Bird


Capítulo 12
Entramos em mares nortenhos, majestade


Notas iniciais do capítulo

Palmas pra neném que não deixou o capítulo atrasar!
Espero que gostem ♥



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O misto de alívio, saudade e dúvida reinava em Frederick. Annabeth não parecia em condição de cárcere, como todos pensavam, ela estava mais forte e determinada. Por um momento seu coração amoleceu, em orgulho da mulher que sua filha se tornara, mas logo se forçou a voltar para situação. 

— Você volta para o Norte com ou sem condições. — Ele quase pôde escutar a voz de Atena sair de sua boca 

Pai. — O olhar significativo que trocaram foi um pedido de compreensão. — Eu não sou mais a mesma pessoa. Não irei simplesmente aceitar voltar se não me escutar. 

Percy e Thalia eram portadores de rostos surpresos e temorosos. Os piratas odiavam não ter as situações sob controle, principalmente quando se tratava se ser ou não preso pelo reino que assassinou Poseidon. 

— Só eu saio deste navio. — Ela apresentou sua proposta quando viu que o rei havia baixado a guarda. — Todos os piratas que estão aqui, permanecem aqui. 

— E se eu não aceitar? — Ele desafiou. 

— Bem... — Ela sorriu, audaciosa. — Lá embaixo fica todo o armamento pesado deste navio, junto com cerca de vinte piratas que não tem nada a perder.  

— É uma ameaça? 

— É o que parece, não é mesmo? 

Por mais que não fosse um comportamento que a antiga Annabeth teria, Frederick não conseguiu deixar de admirar a moça forte que se opunha a ele. E mesmo odiando ter que ceder o pedido da filha, levá-la para casa era o principal objetivo. 

— Vamos para casa, Annabeth. — Ela soube que ele havia concordado, e soube que era honrado o suficiente para cumprir a promessa silenciosa. 

Olhando de soslaio para o alçapão, ela seguiu seu pai para fora de Neptuno. A guarda espalhada por Tortuga se uniu, indo até o navio real, que foi ancorado em outro local para não alarmar os suspeitos. 

Chegando lá, ela não ficou no convés sentindo o vento e observando o horizonte, como costumava fazer com Percy. Entrou em sua cabine, observando a mobília, completamente divergente do quarto de Thalia, onde estava hospedada, que acumulava barris e mais barris de vinho, com tesouros e aventuras espalhadas por todos os lugares. 

Não deveria ter dado tempo de sentir saudades do estilo de vida que passou sua vida julgando. Mas era como soltar um pássaro e prendê-lo novamente. Annabeth se sentia engaiolada e triste. Ela deitou no colchão, não tão confortável quanto a cama persa de Percy. Precisava parar de se lamentar, precisava aceitar que a vida que queria não seria a vida que teria. Ela era a próxima na linhagem de sucessão, tinha responsabilidades para lidar e uma vida chata para viver. 

Em Neptuno, quando os guardas saíram, o alçapão foi aberto e saíram de lá os piratas, tão tristes como se Annie não tivesse ido embora e sim morrido. Mas era quase isso, talvez nunca vessem a menina de olhos tempestuosos novamente, e isso doía em todos, não só nos capitães. 

Beckendorf, o único a ver a cena de fato, voltou a içar as velas em silencio. Travis e Connor trataram de verificar o casco restaurado e situar os novatos em seus deveres e cabines. Chris subia a âncora com ajuda de Luke, as vezes direcionando seu olhar para Thalia, que conversava em particular com Percy perto do timão. 

— Não acredito que ela fez isso. — O moreno trocava luto por raiva. — Por que? 

— Se ela não fizesse estaríamos no mesmo navio que ela, em direção ao calabouço. — A pirata desviava o olhar do irmão, não queria conversar, mas sabia que ele precisava disso. — O que quer fazer? 

— Quero ela de volta, mas não se devo fazer algo sobre. — Ele pensou. — Invadir o Norte pela segunda vez em menos de três meses é suicídio, eles estão preparados para outro ataque. 

— Só funcionaria se Annie viesse ao nosso encontro. — Thalia divagava. — No caso de nós não precisarmos ir até o fim, se ela fizesse metade do trabalho também. 

— Não tem como ela saber quando e o que fazer. 

— Tem uma maneira. — Seus olhares se encontraram, os mesmos rebeldes olhos azuis. 

Annabeth pegaria no sono ao balançar do navio, se não fosse por seu pai batendo em sua porta. Ela permitiu que ele entrasse, e ele sentou-se na cama, ao lado da filha. 

— Está com raiva? 

— Não. — A loira respondeu. — Estou presa, ficar ou não com raiva não me ajuda em muita coisa. 

— Annabeth... Eu sei como é navegar sem rumo, viver experiências malucas e conhecer novas pessoas. Acredite, sua mãe me que me consertou... 

— Quer dizer que ela lhe reprimiu. — Ela o corrigiu em deboche e recebeu um olhar de desaprovação. 

— Dê um desconto a ela, minha filha. Atena esteve em cólicas graças à sua ausência. 

A garota tinha muita vontade de responder que não se importava, que só queria sair daquele maldito navio e voltar para seus amigos. Mas assim como raiva, ser rude não a ajudaria em nada. 

— Eu estou voltando para casa. — Ela tranquilizou o pai. — Contra minha vontade, mas estou. 

O olhar que Frederick lançou a ela foi compreensivo. Ele entedia que era muito peso colocado nos ombros da garota, e que uma vez experimentada, a liberdade se torna essencial. Gostaria de vê-la feliz, mas isso significaria não a ter por perto. 

— Um dia você irá entender, filha. — Annabeth sentiu a barba áspera e loira de seu pai em sua testa, depois de um beijo carinhoso. 

A princesa se achava incapaz de entender todos os motivos pelo o qual sempre foi e sempre será tão limitada de viver. Não entendia todos os motivos pelos quais a realeza, a classe com mais privilégios socialmente, não podia simplesmente emancipar-se de responsabilidades como governo. 

— Entramos em mares nortenhos, majestade. — Escutou um marinheiro se dirigir a seu pai. Ótimo, Annie pensou, cada vez mais perto da fúria de Atena. 


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Notas finais do capítulo

Os comentários no último cap me incentivaram muito, não esquece de deixar seu feedback



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