O Ritual da Sétima Lua escrita por MB Sousa


Capítulo 7
Capítulo 6 - Obitus


Notas iniciais do capítulo

Alguns minutinhos atrasado, apresentto-lhes o trágico sexto capítulo d'O Ritual. Espero que gostem e por favor, deixem suas opiniões, é importante demais pessoal ♥
Boa leitura.



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14/08/2005

            Aquele lugar causava uma sensação tão claustrofóbica que foi como respirar pela primeira vez quando aspiramos profundamente o ar puro e com aroma de árvores e grama úmidas por ser o que compõe o ambiente em que nos encontramos agora, finalmente com um céu sob nossas cabeças, a lua minguante continua brilhando grandiosa no céu estrelado. Queria ser um pássaro agora e poder voar, mas tudo que podemos fazer é andar mancando e devagar até a grande construção de madeira preta, não parece um lugar nem um pouco convidativo, mas é nossa única alternativa no momento, ainda mais com Martha e sua perna ainda sangrando que precisa ser tratada mais adequadamente, ou era pegará uma infecção.

            Não são muitos metros até a casa, e observamos antes pelas janelas o que há dentro, mas parece ser apenas um velho mausoléu abandonado, com móveis velhos e empoeirados, como a porta encontra-se trancada, quebro o vidro de uma das janelas, e adentramos o lugar.

            Claro que não há nenhuma luz e as pilhas de minha lanterna estão acabando, consigo perceber pelo quanto a luz já não está tão forte quanto antes, acho que ainda tenho baterias para a câmera que tem visão noturna, mas isso serviria apenas para mim, teria que guiar Martha no escuro e isso atrasaria qualquer tipo de processo que estamos fazendo aqui.

            O andar de baixo parece tão inútil e apenas nojento quanto uma casa abandonada no meio da mata deve parecer, infestada de insetos como baratas ou ratos que pulam de gavetas que abrimos, até arbustos crescendo galhos para dentro da construção e me pergunto quem foi a última pessoa a morar aqui e o que aconteceu com ela, definitivamente não sentimos uma sensação boa na casa, como se algo ruim tivesse ocorrido nela.

            — Vamos checar lá em cima. — falo para Martha, indicando as velhas e deterioradas escadas de madeira que um dia imagino já terem sido luxuosas, mas o tempo levou sua beleza, assim como todas as coisas.

            — E qual o plano, Fred? — ela indaga enquanto me segue o mais rápido possível com sua perna machucada pelo raspão da flecha. — Até onde sabemos aquelas criaturas devem estar atrás da gente ainda, nós não podemos parar, ainda mais nesse lugar assustador.

            — Olha, o plano é que teremos que andar mais de 10km em direção sul até achar uma estrada e com essa sua maldita perna, não tem como fazermos isso, então me ajuda a achar qualquer coisa para estancar isso e algum remédio, vencido que seja! — respondo com o tom de voz alto e me arrependo pois isso assusta Martha e sei que fui rude, mas estou tão apavorado e sem direções quanto ela aqui. — Desculpe, mas sério, precisamos tratar um pouco você.

            Com silêncio como concordância partimos ao segundo andar, Martha e eu não ousamos nos separar, pelo menos agora estamos armados com facas grandes que achamos na cozinha e pegamos várias, escondendo-as em nossas roupas, não podemos apenas ser as presas e ficamos alertas para quaisquer sinais de barulho, mas não há nada além do eco de nossos passos pelo ambiente vazio, chega a ser perturbador.

            Até que chegamos à esse grande quarto no fim do corredor, com um móvel que algum dia fora uma bela cama com dossel, e diferente de tudo do lugar, que está empoeirado, avisto um frasco de água oxigenada e cartelas do que parecem ser comprimidos para dor, chamo Martha rápido e as datas não estão nem um pouco vencidas, na verdade são comprimidos recentes, que foram colocados ali de propósito e minhas suspeitas são confirmadas quando ao olhar novamente para o lugar onde estava os comprimidos e o frasco, agora há uma folha de papel.

            Mais uma nota de Maria, me pergunto se minha esposa tenha escrito alguma, se é que estas notas foram realmente escritas por pessoas reais e não pelas bruxas. Meu discernimento do que é ou não real está realmente danificado.

            “Meu nome é Maria Aparecida Pinto, era uma psicóloga bem sucedida até que eu que comecei a precisar de consultas psiquiátricas devido às diversas vozes que comecei a ouvir, e as horríveis visões, que ainda me assombram. Acreditei que estivesse realmente enlouquecendo e entreguei-me voluntariamente à Casa Psiquiátrica São Marcos porque queria estar em um lugar abençoado por Deus, mas não podia estar mais enganada.

Assim que pus meus pés no lugar, pude sentir toda sua crueldade e isso foi confirmado com o tratamento grotesco das freiras com os pacientes, tão hipócritas. Desejei sair do lugar mas fui impedida, eu sei meus direitos, sei que poderia sair, mas simplesmente me trancafiaram e cada vez que tentava outro confronto, as punições eram piores.

Chicotadas. Banhos ferventes. Solitária.

E então realmente estava ficando insana pois estava condenada a passar o resto dos meus dias naquele lugar, sem nenhuma família para se importar. Foi quando esta jovem garota, Mari, veio até mim, contando-me secretamente das coisas que tem acontecido com ela e sobre sua teoria das Marias, apesar de ter achado insano em um primeiro momento, era algo que tinha um fundo de verdade e seu plano era escapar do lugar com um plano já planejado, mas precisava de ajuda, me contou sobre essa casa e sua parceira, outra Maria e depois de meses não me sentia tão lúcida, parecia haver uma saída, e houve.

Conseguimos escapar da prisão demoníaca que estávamos e fugimos pelo esgoto até esta casa. Seguiremos em frente com qualquer que seja nosso plano agora, vamos reunir algumas coisas e com todas as anotações que temos, vamos acabar com aquela casa de loucos de uma vez por todas.”

 

            As cartas como sempre me dando muitas informações e levo tempo para assimila-las enquanto Martha enrola um pedaço de lençol que limpamos o melhor que pudemos em uma pia. Primeiro, haviam três Marias que conseguiram escapar, e uma que não foi mencionada especificamente, além de Mari, que já havia conhecido da carta anterior e as esperanças só crescem para que seja minha noiva, tem de ser.

            — O que achou dessa vez? — Martha pergunta, já acostumada com minhas descobertas incomuns.

            — Como algumas Marias conseguiram fugir para cá, pelo esgoto, assim como tentamos. — respondo ela, ainda absorvendo tudo que li e me dando conta de alguns fatos. — Elas estavam se preparando aqui como nós, estavam com todas as notas e queriam expor o lugar, elas devem ter fugido e...

            — Ei, ei, espera aí. — Martha me interrompe, olhando-me frustrada. — Você disse que elas estavam com todas as anotações e provas que iam levar mas como você está encontrando essas anotações?

            E então me atinge como um soco no estômago o que ela quer dizer.

            As Marias nunca foram sucedidas em sua fuga, bem, elas chegaram até aqui, mas então algo aconteceu e as bruxas tomaram poder sobre as notas e usaram para me manipular quando entrei no lugar porque de algum jeito também fui escolhido para algo.

            — Merda, temos que dar o fora daqui. — digo para ela, mas esta já está a meio caminho da porta com a mochila nos ombros, ainda mancando, mas parece um pouco mais estável e andamos o mais rápido que podemos para fora do lugar mas quando viramos encontramos a cena mais macabra possível.

                        Uma senhora de idade com uma corda presa ao ventilador amarrada à seu pescoço, seu rosto pálido e gorducho sem vida. Quase gritamos de espanto quando esta mesma senhora adentra o cômodo, com a mesma expressão de morte e marcas em seu pescoço.

            — É só uma memória. — ela fala de forma apática apontando para a cena que vemos, que logo some de nossa visão num piscar de olhos, e há apenas ela. — Pobre coitados, vocês vão morrer aqui, assim como eu.

            Ela acrescenta com tom de melancolia e acredito que tenha sido morta pelas bruxas também ou algo assim, mas não parece querer nos fazer mal já que apenas fica parada perto à porta com um olhar triste e vazio encarando o nada, Martha e eu corremos em direção à saída e quando estou prestes a passar pelo espírito da antiga dona desta casa, ela me segura pelo ombro, como um toque humano.

            — Eles estão vindo, corram se quiserem, mas não há esperança, não há... — ela diz com firmeza e então suas palavras vão perdendo a força e seu olhar melancólico retorna, antes que suma na frente dos meus olhos e não tenho tempo para processar o que acabou de dizer, então Martha me puxa e corro e logo vejo o que estava falando.

As paredes começam a se mover, é como se algo estivesse crescendo nelas, como raízes de sangue e imagino ser mais uma ilusão mas quando o chão debaixo de nossos pés começa a tremer violentamente é como se a casa em si estivesse ganhando vida e então corremos, ajudo Martha o máximo que consigo e ao chegar ao começo dos degraus, uma das bestas das bruxas nos espera, com os olhos vermelhos sempre cheio de fúria. Imagino se ainda existe alguma humanidade dentro desses pobres experimentos e se o único sentimento que restou foi a pura raiva em si, pelo que lhes aconteceu. Será que tem memórias? A ideia é desconfortável demais para se pensar e não há tempo para humanidade agora, cravo uma das maiores facas que pegamos no olho da criatura, mesmo ela sendo muito mais alta que eu, dou um pulo dá escada e acerto- a em cheio.

— Vai, corre para a porta! — grito para Martha e a criatura me lança contra uma das paredes de madeira, dói mas sigo em frente, para descobrir que a porta da frente não abre de jeito nenhum. Corremos para a direita onde há uma porta dupla de vidro e ela se fecha assim que estamos prestes à passar por ela, com um grito seguimos em frente enquanto a besta anda em passos lentos uivando de dor, já aprendi que não é possível mata-las simplesmente assim.

As portas continuam se fechando conforme passamos pelos corredores junto com as correntes de sangue alastrando-se surrealmente pelas paredes, o chão tremendo como se raízes debaixo dele se contorcesse então quando vemos estar sem saída, dobrados em um corredor e apenas nos escondemos atrás de prateleiras de livro que fazem parte do que parece ser uma biblioteca, e a única porta até agora que não se trancou à nossa aproximação, no ambiente as “raízes sanguentas” pararam de nos perseguir, ao contrário da besta que se aproxima com seus passos pesados e grunhidos de ódio e desejo de vingança.

De trás de uma das últimas prateleiras da sala, Martha segura minha mão firme e por mais que o gesto me surpreenda, também fico extasiado com o quanto precisava de algo assim, apenas alguém para segurar minha mão e garantir que está comigo nesse completo inferno quando estamos à um triz da morte pois nosso perseguidor adentra a sala e parece farejar onde estamos, andando lentamente corredor por corredor, Martha e eu segurando ao máximo a respiração, observando a criatura com minha câmera de visão noturna apenas, tentamos nos afastar dela o mais lento que conseguirmos e o plano está dando certo até que Maria tropeça em um livro caído no chão e não seria nada demais o ruído do livro sendo chutado pelo chão se a criatura não viesse atrás de nós derrubando prateleiras de livros inteiras com apenas um braço.

O que me dá uma ideia.

— Venha cá. — chamo Martha e nos colocamos atrás de outra estante enquanto a criatura aproxima-se cada vez mais de nós.

— O que está fazendo? Temos que correr. Ela tenta puxar-me pelo braço e entendo sua aflição.

— Ele vai nos alcançar, empurre isso comigo. — explico rápido e apesar de hesitar por um instante, Martha e eu derrubamos a grande estante sobre o animal quando está prestes a nos alcançar, isso o desorienta um pouco, mas sei que não irá detê-lo por muito tempo, então Martha e eu corremos até a porta da biblioteca, meu coração parece parar a cada segundo achando que a porta irá se fechar assim que chegarmos perto, mas ela mantém-se aberta, somos nós que fechamos em mais uma patética tentativa de contar o que está nos perseguindo.

Uma porta marrom que não havia reparado antes agora encontra-se logo em frente à porta da biblioteca, de onde já ouvimos os grunhidos da criatura e seus passos, aproximando-se novamente de nos matar.

Quando acho que iria encontra-la trancada como todas as outras, me surpreendo com o quão rápido abre e a escuridão que observo, ligo a lanterna e uma estreita escada leva para baixo. Droga, mais um porão, nada de bom acontece em um porão num lugar como esse, mas é nossa única opção, então adentramos o lugar e fechamos a porta atrás de nós, esperando que a criatura não nos ache.

Assim como qualquer outro dos cômodos da antiga casa, o porão não é nem um pouco convidativo, cheio de mais prateleiras e fedendo a mofo de tantas coisas entulhadas por tanto tempo, apesar da escuridão e minha lanterna não ter quase mais pilhas, parece que o monstro cujo perseguia-nos desistiu ou perdeu nosso rastro, apenas estou contente novamente com a quietude, mas sei que ela não vai durar, para nós, nunca dura.

— Fred, acho que vai querer dar uma olhada nisso. — Martha me chama de um dos cantos do cômodo, ela acendeu algumas velas com fósforo que achou nesta mesma mesa em que olha fixamente e vou até ela.

O que encontro não me diz nada em um primeiro olhar, são muitos símbolos que não significam nada para mim, além de reconhecer pentagramas de magia negra que já vi antes, alguns pintados à sangue pelas paredes do manicômio. Mas há um livro inteiro sobre isso e à luz de velas, leio algumas páginas e gravo-as com minha câmera enquanto peço para que Martha procure alguma saída do lugar.

 

“Nós somos as filhas da noite.

Nós somos as mensageiras da escuridão

Vestidas de preto como as sombras

De nosso mestre, o anjo caído

Ele reina além de um paraíso de tolos

E ele quem cria as leis sobre as batidas da meia noite

Somos as guardiãs das chamas antigas

Nós somos uma legião e somos muitos.

Unidos, nunca seremos derrotados e o sangue do inimigo

Purificará o solo sujo para que o Mestre, ó grande Lúcifer,

Reine então sobre ele.”

É uma das primeiras frases do livro e cada palavra me dá calafrios, é como um poema satânico que gruda suas palavras em minha cabeça e apesar de aterrorizado, resolvo continuar virando as páginas.

“O Grande Cucurpita” está escrito em letras medievais no topo de uma das páginas do que percebo ser uma espécie de grimório.

“Ó mestre, que reinas sobre o eterno sofrimento das almas perdidas

Agradeço-te por nos ajudar e guiar-nos como fiéis servas contando-nos lenda sobre o Grande Cucurpita, cujo espírito perpetua-se preso após ter morrido afogado em um lago, enquanto outras pessoas riam dele, porque o consideravam uma aberração, tamanho é sua cabeça. Sua raiva no momento, há anos atrás, quando as ninfas ainda corriam pelos bosques e nós bruxas nos revelávamos à luz da noite, aprisionou sua alma neste solo até então, exigindo um grande sacrifício para convoca-lo, um ainda maior para colocá-lo de volta a vida.

Admitimos ao grande e único Deus que a tarefa nos pareceu quase impossível, mas ao pesquisar fundo sobre a história de Cucurpita — cujo todos desconhecem seu verdadeiro nome —, descobrimos que ele amava uma mulher, uma virgem Maria.

Sacrificar uma não seria suficiente, nem se achássemos uma Maria da linhagem à que ele amou, compartilhando um forte laço sanguíneo.

Mas, ó, mestre, todos sabeis os inúmeros poderes da lua e seu ciclo.

E com as sete Marias virgens aprisionadas e preparadas para o sacrifício ao grande espírito que nos concederá mais poder em continuar nossa missão, servindo à nosso mestre também. Sentimos estar tão próximas de estar completa.”

Continuo virando as páginas e cada vez fico mais boquiaberto com o que vou encontrando, encontro símbolos do que provavelmente será o ritual.

Um pentagrama complexo com diversos sinais em volta, que não sei identificar e sete estacas em forma de cruz em volta dele, então, lembro-me de meu sonho, cujo me encontrava em uma gaiola com um pentagrama e minha esposa estava presa à sete troncos e morria queimada. Estou atônito e começo a andar em círculos pelo local, Martha não achou nenhuma saída, não que acho que tenha se empolgado muito na tarefa, ou conseguido, já que deve estar sentindo dores constantes em sua perna.

— Deixe-me dar uma olhada. — então ela começa a folhear o livro com a mesma voracidade que eu e começo a procurar uma saída, tem de haver alguma, ou teremos que sair pela mesma porta que entramos, mas acho que isso não é uma boa ideia, nada disso foi uma boa ideia, nunca deveríamos ter posto nossos pés dentro desse lugar, assim como não deveria ter ido até São Marcos, sinto que tudo até aqui foi em vão e que talvez minha futura esposa já esteja morta, vítima desse ritual.

Estou sentado em um canto, fedendo como um rato de esgoto, morrendo de sede e fome quando ouço uma voz melodiosa e ao mesmo tempo diabólica falar no porão.

— Então você descobriu tudo, queridinha? — consigo ver através de frestas, apesar de longe de onde a mesa onde Martha se encontra, aquela criatura pálida, nua e de olhos negros a encara com um sorriso doentio estampado no rosto.

Martha grita e ameaço levantar-me, mas em um salto, a bruxa salta em direção ao seu pescoço, espremendo com suas duas mãos sobrenaturalmente fortes a sufocando.

— Onde ele está? — só diga e eu poupo você. — ela diz, parecendo aliviar um pouco a pressão e me abaixo ainda mais no chão, as lágrimas prestes a escorrer pelo rosto, não sei o que fazer, sei que não tenho poder nem força alguma para enfrentar aquela criatura. Nem sei como chegou aqui e ver Martha sendo torturada assim sem que eu possa fazer nada esmaga meu coração de formas que eu achei que não pudessem mais depois de tudo que já gravei e escrevi sobre esse lugar, mas esse momento, ah, nesse momento nunca me senti tão impotente na vida, ainda mais quando deixei que fizessem tudo que fizeram com Martha.

— Vocês não cumprem seus acordos. — Martha responde ofegante, a criatura ainda segurando seu pescoço.

— O solo deve ser purificado. — é sua resposta em tom sério e daqui sinto arrepios com seu olhar, Martha não desvia sequer um segundo, como é corajosa, essa mulher. — Além do mais, vocês deixaram aquelas três vadias fugirem, a sorte é que caíram direto em nosso covil.

Ela abre um sorriso sádico e volta a perguntar para Martha.

— Onde está ele? — instintivamente, abaixo-me ainda mais contra uma prateleira e ao deitar minhas costas nela, reparo algo como uma fechadura e ao desviar o olhar rapidamente da cena horrenda que deixo minha câmera filmar, reparo que se trata de uma pequena passagem disfarçada de prateleira com um redondo e pequeno trinque.

— Eu não irei lhe dizer nada, vadia sem coração, sem alma, sem Deus! — gritando por último, ela cospe na cara da bruxa e não acredito que está fazendo isso, por um momento ela apenas fecha os olhos e com uma das mãos, limpa seu rosto, quando abre seus olhos, eles estão vermelhos como sangue.

— Você estava certa, eu iria te matar de qualquer jeito. — tão fácil quanto abrir uma tampa de garrafa, ela quebra com uma das mãos o pescoço de Martha, abafo o grito que vem à minha boca quando seu corpo cai sem vida no chão, a cabeça contorcida de uma maneira horrível, os olhos abertos sem nenhuma paz. Esse não deveria ser seu fim, mas antes que eu possa me recompor do que aconteceu, ela complementa. — Eu sempre soube onde você esteve afinal.

E sinto que está falando diretamente comigo, mesmo que encare o corpo de Martha no chão, com certo desprezo.

— É só divertido matar mais uma delas para O Mestre. — ela continua dizendo, e então, olha direto para meus olhos e para a câmera e sinto todo seu poder emanar sobre mim. — Como já disse antes, é melhor você correr, querido.

E instintivamente, abro o possível — que se mostrou real — trinque para a passagem secreta que me leva a mais um lugar que sei que estarei prestes a morrer, aposto que possa ser onde finalmente encontrarei a morte.


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Notas finais do capítulo

Recentemente criei um book trailer para o livro, vou deixar o link —http://bit.ly/ritualtrailer — para vocês assistirem e já curtirem minha página de escritor, que dá aquela mega ajuda, tá bom pessoal? Até sexta que vem ♥



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