Um grande amigo, um grande amor escrita por Duda


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Neste capítulo vamos conhecer um pouquinho o Caio...



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Um mês havia se passado, desde a briga de Isa com seu pai, mas não era a prestação que ela tinha a pagar que a deixava tão tensa naquele dia, pois, ela estava realmente conseguindo trabalhar bastante, alguns amigos indicaram-na e certo dia uma professora pediu a ela um trabalho de escola, e ficou tão impressionada que rendeu a ela a publicação de seu trabalho em uma revista universitária, isto tornou-a mais conhecida e facilitou bastante as coisas, ela já tinha conseguido juntar o dinheiro da prestação de sua máquina e estava muito feliz por isso.

“Isaaa! Isa. Não está ouvindo eu te chamar.” Rafa, falou ofegante.

“Oi Rafa, me desculpe, é que eu estava longe.” Isa falou pensativa.

“O que houve? Algum novo problema com seu pai? Ou é a máquina, olha se você não conseguiu a grana, não se preocupe eu tenho um dinheiro guardado posso ajudá-la...”

“N..Não é nada disso Rafa, eu preciso falar com o Caio, você o viu por aí?”

“Não! Mas minha aula acaba mais cedo por que agora eu vou pro hospital, ele deve sair meio-dia com o pessoal do 2º período.”

“Obrigada Rafa, você é um amor.” Isa disse beijando o primo no rosto e correndo em direção à faculdade de medicina.

Rafa encheu os olhos de água com a resposta da prima e ao vê-la se afastar uma lágrima escorreu em seu rosto. Porque ele tinha de gostar tanto dela? Ficou se perguntando ao entrar na carro.

Horas mais tarde, Isa não conseguia se controlar de ansiedade. Andava de um lado pro outro no jardim que havia em frente à faculdade de medicina.

“Caio!” Isa gritou, ao avistar o namorado, e dirigindo-se ao seu encontro.“Preciso falar com você.” Ela falou quando se aproximou.

“Tá, vamos lá pro parada que eu estou morto de fome e...”

“Não, eu preciso falar com você a sós.” Ela falava com ansiedade na voz.

“Tem que ser agora?” Caio questionou sem entender.

“É vem.” Isa falou puxando ele até uma árvore próxima dali, mas onde não passavam muitas pessoas.

“O que foi, estou ficando preocupado.” Caio falou receoso.

“É...” Isa torcia os dedos nervosamente. “Eu tenho uma coisa para te falar.” De seus lábios, saía um sorriso também nervoso.

“O que foi Isa fala de uma vez?” Caio agora estava realmente nervoso, tentando não pensar no que estava pensando.

“Eu estou grávida.” Isa falou de uma só vez.

“O quê!!!” Agora era Caio quem estava nervoso.

“É.. eu acabei de chegar do médico, eu já estava desconfiada, mas não tinha certeza.” Isa falou mostrando o resultado do exame para seu namorado.

Caio pegou o exame de suas mãos com rispidez e o leu silencioso. Por alguns minutos podia se ouvir até uma agulha cair no chão, e Isa podia perceber o endurecer do rosto do rapaz a sua frente a cada palavra que seus olhos percorriam.

Quando acabou de ler o papel, Caio encostou-se na árvore amassando-o e olhando ao longe, seu semblante era de raiva, mas suas palavras saíram calmas e pausadas.

“Olha Isa, já sei o que vamos fazer, eu tenho algum dinheiro...”

Os olhos de Isa por um instante se encheram de esperanças e brilharam como nunca.

“... e um amigo meu me falou esses dias de um médico qu...”

Imediatamente o brilho dos olhos de Isa se converteu em lágrimas e ela falou engasgada.

“Você quer que eu tire nosso filho?”

“Isa, entenda, vai ser melhor eu não tenho condições, você está brigada com seu pai...”

“Caio, é uma criança, uma vida.” Isa agora falava com as lágrimas escorrendo por seu rosto.

Caio começava a perder a paciência.

“Eu sei, mas é uma criança que não era esperada, droga, será que você não vê? Você é estudante, está ralando para pagar uma máquina que seu pai, se negou a pagar; eu moro de favor na sua casa, estou começando meu curso agora...”

“Caio, eu não estou reconhecendo você, é seu filho, pelo amor de Deus, você faz medicina, uma profissão que salva vidas e quer matar seu próprio filho por egoísmo?!!” Isa não podia acreditar, ela esperava tudo, menos isso.

“EGOÍSMO, ENTÃO É ASSIM QUE VOCÊ ENXERGA, SERÁ QUE NÃO PERCEBE QUE, ESSA CRIANÇA VAI ESTRAGAR NOSSA VIDA? E QUE FUTURO VOCÊ PRETENDE DAR A ESSA CRIANÇA HEIN? NÓS ESTÁVAMOS NOS DIVERTINDO, NÃO ERA PRA TER CRIANÇA, VOCE DEVIA TER PENSADO NISSO E SE PRECAVIDO E AGORA QUER QUE EU ASSUMA? NAO, ESSA CRIANÇA NÃO É BEM VINDA.” Caio gritava com Isa.

“Divertindo, então foi assim que você encarou nosso relacionamento, como uma mera diversão?” Isa cada vez acreditava menos no que estava acontecendo. “E ainda por cima me culpa? Você é tão responsável quanto eu se quer saber!”

“Eu me expressei mal, Isa, olha é melhor nos acalmarmos, eu estou com fome, vamos...”

“N..Não, eu não quero nada me deixa.” E Isa saiu rápido e chorando, mas isso não impediu de ouvir a voz atrás de si dizer:

“Olha lá o que vai fazer Isa, eu já disse não estou preparado e não vou me casar agora, TÁ ME OUVINDO?”

Isa se afastou o mais rápido que pode daquele lugar, ela não queria acreditar no estava acontecendo, é claro que ela não imaginou que seria fácil, mas aborto!!! Isso ela jamais podia imaginar. Isa não conseguia pensar em mais nada, ela só queria sair dali, entrou no carro, suas mão estavam trêmulas, e seus olhos embaçados, mal conseguiu dar a partida e dirigiu-se para fora do campus.

Isa ficou dirigindo por algum tempo sem rumo e quando percebeu estava perto da casa de Rafa, já era 1:00 hs da tarde e Isa resolveu verificar se ele estava em casa.

Rafael se trocava no seu apartamento, dando graças à Deus por ter sido dispensado mais cedo assim poderia descansar um pouco antes de voltar à faculdade, pois teria um trabalho muito importante para apresentar naquele dia, mas apesar disso seus pensamentos estavam voltados para sua prima Isabelle, ela nunca o tratara assim, nem quando as brigas com o pai eram feias, ele sabia que tinha alguma coisa errada, mas não conseguia imaginar o quê?

Seus pensamentos estavam nesse ponto quando foi interrompido pelo toque insistente da campainha.

“Já vai... Já vai. Rafa gritou lá de dentro.”

O apto de Rafa era bem moderno, a sala ficava à esquerda da porta de entrada onde também havia uma escada que na verdade eram tablados arredondados, um sobre o outro, na cor marfim sem corrimão, dando um charme contemporâneo ao local, ao topo da escada havia um pequeno espaço onde à direita havia uma parede de tijolos à mostra, pintada na cor branca e um jogo de sofás na cor tijolo, defronte à uma estante preta com um Home Theater completo, um tapete preto e almofadas pequenas de cores diversas, azul, amarelo, vermelha, etc. completavam a decoração do ambiente. À esquerda haviam duas portas onde situava respectivamente os quartos de Rafa e Cissa.

Abaixo do tablado superior havia também um espaço onde ficava uma mesa de jantar, em ferro laqueada com tampo de vidro transparente, seu acento era listrado de branco e preto. No centro da sala defronte à uma varanda com portas de vidro e cortinas de tecido fino brancas, ficava um jogo de sofás mais sofisticado que o último na cor branca, onde entre os dois menores havia uma mesa de vidros em forma de base de uma pirâmide sobrepostos, onde ficava uma escultura de pedra sabão preta e um cinzeiro em metal enferrujado quase preto, eram os únicos enfeites daquele local.

A cozinha ficava à direta da porta de entrada onde havia apenas meia parede que a dividia do resto da casa, local que foi muito bem aproveitado com banquetas em metal laqueado e estofado nas cores branca e preta, simulando assim um bar, mas que Rafa e Cissa usavam como mesa de jantar. No lado de dentro ficava a cozinha nas cores também branca e preta sendo a cor branca predominante naquele ambiente. E, finalmente para quebrar a alvura do local um quadro enorme abstrato, nas cores vermelho e preto ficava na mesma parede da porta junto com um vaso de uma planta parecida com um coqueiro de onde insistentemente vinha o barulho da campainha.

“Será que o prédio está pegando fogo?” Rafa disse abrindo a porta e com muito espanto percebeu que era Isa que estava ali aos prantos.

“Isa!!! O quê houve?” Rafa falou já segurando-lhe os braços para que pudesse receber melhor seu carinho.

“Ai Rafa...” Isa mal conseguia pronunciar as palavras... “você não sabe o que aconteceu.” Isa com dificuldades falou.

“Calma Isa, vem, entra... senta aqui no sofá.” Rafa falou ao mesmo tempo em que levava a prima para o sofá da sala. “Respire fundo... isso... assim, agora fala o que aconteceu.”

Isa aos poucos se acalmava, mas quando começou a narrar a história caiu novamente aos prantos e só após alguns minutos depois de Rafa dá-lhe um pouco de água e acalentá-la no colo, é que Isa contou a seu primo toda a história.

“Eu não posso acreditar que o Caio, fez isso!!!” Rafa estava agora sentado no sofá acariciando os cabelos de Isa que estava deitada no seu colo.

“Nem eu, sabe Rafa...” Isa falou enquanto se levantava, para olhar seu primo de frente. “...Eu esperava qualquer reação dele, gritar, dizer que não podia ter acontecido, chorar, achar que iria ser difícil, assumir o filho sem mesmo se casar comigo... mas jamais pensei que ele fosse sugerir que eu tirasse nosso filho.”

“E o que você pretende fazer agora?”

Isa respirou fundo, como se para criar coragem.

“Bem... vou contar para meu pai.”

“E assumir o relacionamento com o Caio?”

“Não! De jeito nenhum!! Vou dizer que... que... ahh, não sei o que vou dizer mais jamais direi quem é o pai dessa criança.”

Rafa quase não pode esconder a decepção, Isa iria enfrentar seu pai para proteger um cretino como aquele, ahh, mais aquilo não iria ficar assim.

“ Isa... olha... fique aqui, não saia daqui, eu vou até a faculdade, é... é só pra entregar um trabalho e volto, não faça nada até eu voltar tá legal? Nós vamos resolver isto juntos.”

Isa balançou a cabeça em afirmação, com os olhos marejados e Rafa saiu como um relâmpago, em seu peito o coração batia a mil.


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Notas finais do capítulo

E agora? Será que Isa irá conseguir enfrentar o pai, sem quem é o pai do seu filho? E o que o pai dela irá fazer quando souber? Será que Caio irá mudar de ideia e assumir o filho?

O próximo capitulo será agitado.

Pessoal, quero só esclarecer que não tenho interesse em abordar nenhuma polêmica sobre aborto. O tema, assim como o que a Isa pensa a respeito tem o único objetivo de ser a razão para o restante da estória acontecer.



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