Why We Broke Up escrita por Melina Carbone


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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         Então, Scorp, você se lembra de quando jogamos xadrez? Um xadrez de trouxa, sem todas aquelas mágicas e peças se quebrando. Bom, provavelmente você deve ter se esquecido pois, se bem me recordo, foi no final do nosso primeiro ano em Hogwarts e estava fazendo um belo dia de verão, como os últimos dias de junho sempre são.

         Meu primo tinha tentado estudar – eu mesma o ajudei diversas vezes – mas não tinha dado resultado. Naquele dia a maior parte dos alunos do primeiro ano estavam liberados da atividade e só aqueles que haviam ido mal na prova final de transfiguração ainda permaneciam em sala – assim como o Al.

         Eu e Alice estávamos nos jardins, perto do lago, deitadas e dividindo um pacote de feijões de todos os sabores quando você se aproximou. Depois da viagem de férias de Natal, eu já não fazia mais caretas quando você chegava.

         – E ai, Weasley, Alice. – você cumprimentou com um sorriso.

         Claro que você e Alice também se davam bem – chego a pensar, agora, que talvez eu fosse a única com uma leve aversão de ti. Minha melhor amiga era – e ainda é – a pessoa mais adorável desse mundo e é difícil encontrar alguém que não se dê bem com ela, até mesmo nos dias de hoje.

         – O que vocês vão fazer nas férias? – Alice sorriu e tentou puxar assunto entre nós três.

         Lembrando dessa cena e de todos esses acontecimentos, percebo que, depois do sapo de chocolate, eu e você não tínhamos mais conversado. Nós nos cumprimentávamos e até sorriamos um para o outro, mas sem uma interação muito grande. Pensando nisso, talvez tenha sido por essa nossa falta de demonstração dessa “amizade” que Alice tenha se esforçado para iniciar uma conversa.

         – Combinei com o Al de treinarmos quadribol juntos para tentarmos entrar para o time no segundo ano. – Alice tentou segurar o riso da sua resposta, mas eu já ria abertamente. – O que?

         – Vocês vão tentar entrar para o time da Grifinória depois das férias? – eu repeti entre o riso.

         Apesar de todos os seus defeitos, Scorp, você sempre foi muito leal aos seus amigos – e eu sempre te admirei por isso.

         – Olha, eu não entendo muito de esportes, mas o Al é meio que desajeitado, não? – Alice tentou explicar as nossas reações.

         – Acho que tudo é questão de treino. – você deu de ombros.

         Sim, você sabia que coordenação motora não estava dentro das habilidades do meu primo. Você sabia que ele mal era capaz de rodar a varinha e falar ao mesmo tempo. Você sabia que ele nunca seria aceito – pelo menos pelos próximos três ou quatro anos. Mas você acreditava nele.

         – Eu tenho que estudar. – eu tentei mudar de assunto e responder à pergunta de Alice.

         – Não acredito, Weasley. – você balançou a cabeça e soltou um riso anasalado. – Isso se chama férias justamente para você não ter que estudar.

         – O Scorpius tem razão. – minha melhor amiga concordou contigo. – Você deveria ir treinar com eles, Rosie! Quem sabe você não vira a goleira da Corvinal. – os olhos dela pareciam caramelos gigantes de tão brilhantes com essa ideia.

          Por mais que eu gostasse de quadribol, nunca tinha realmente pensado em jogar e fazer parte de um esporte no qual eu sempre fui a espectadora.

         – Não sabia que você jogava. – você olhou surpreso para mim.

         – Bom, ela não joga. Na verdade, ela não tem muita coordenação motora também, mas acho que ela vai se sair muito bem. – Alice respondeu por mim e eu sorri em agradecimento a ela. – Rose, eu tenho que ir... Combinei com o meu pai de ajuda-lo a arrumar a sala antes do fim do ano letivo.

         Eu apenas concordei com a cabeça e a vi seguindo de volta para o castelo com os cabelos loiros escuros voando atrás de si. Uma parte de mim achava que você acharia uma desculpa para voltar ao castelo, mas você não o fez. Em vez disso, você se interessou pelo tabuleiro de xadrez que Alice tinha deixado ali.

         – Vamos jogar, Weasley. – você se virou para mim. – Vamos... – você fez uma careta para o tabuleiro quando as peças do jogo não começaram a se organizar sozinhas, como é comum do xadrez bruxo. – Este xadrez está quebrado. – você decretou.

         – Não é um xadrez bruxo, Malfoy. – eu ri e comecei a arrumar as peças. – Vamos lá, Malfoy.

         Você pensou por alguns segundos antes de me ajudar a montar o jogo.

         – Não quero me gabar, mas eu sou um prodígio no xadrez. – você comentou.

         – Você está falando com a filha de Ronald Weasley, Malfoy. – eu revirei os olhos pela sua falsa modéstia. – Não puxei só os cabelos ruivos e as sardas dele, viu.

         – Então vamos apostar. – você sorriu de canto.

         – O que você quer, Malfoy? – sempre gostei de apostas.

         – Se eu ganhar, você vai treinar conosco nas férias. – você propôs e eu não entendi por que você queria que eu fosse jogar com vocês.

         – E se eu ganhar? – eu desafiei e você deu de ombros, esperando que eu decidisse. – Você vai ser o meu parceiro em poções no próximo ano letivo. – eu sorri certa de que era uma aposta ganha. – Você é bom na matéria e o Albus é péssimo. – eu expliquei ao ver seu olhar.

         Eu te expliquei como se jogava sem ser com mágica. Deixei até você ficar com as pretas e comecei. Nunca admiti isso para ninguém – e se me perguntarem eu negarei –, mas essa foi a partida mais difícil que eu já joguei. Realmente, você é um prodígio no xadrez, seja ele bruxo ou não. Diversas vezes eu me via obrigada a pensar por mais de dez minutos para evitar que alguma peça minha fosse descartada à toa.

         Até hoje não sei quanto tempo ficamos naquele jogo. Só lembro de estar tão concentrada que não percebi o meu primo vindo até nós e se jogando na grama.

         – Parece que encontrou um oponente a altura, Rosie. – ele comentou ao observar a disposição das peças e os nossos olhares atentos. – O Scorp é muito bom nesse jogo ai.

         – Sua prima vai treinar conosco durante as férias, Al. – você respondeu enquanto seu bispo comia a minha torre.

         – Ela vai?

         –Eu vou? – eu e o Al perguntamos ao mesmo momento. Levantei o meu olhar e encarei seu rosto por um segundo antes de mexer o meu cavalo. – Xeque.

         Você ergueu a sobrancelha direita e apoiou a cabeça na mão, visivelmente concentrado no jogo.

         – Claro que vai. – você comeu o meu cavalo com a sua torre e eu segurei um sorriso. Aquela aposta estava a sete jogadas de ser ganhada por mim. – Xeque.

         Você sabe que eu sempre fui impulsiva. Especialmente quando acreditava ter pensado em tudo o mais minuciosamente possível. Você sempre soube disso, mesmo antes de ficarmos juntos, não soube, Scorp?

         – Eu ainda não perdi, Malfoy. – sem pensar duas vezes, eu mexi a minha rainha até a sua torre e a tirei do jogo segurando um sorriso. Seis jogadas, Scorpius, esse era o meu cálculo para o fim da partida. – Xeque.

         – Bom uso desse ainda, Weasley. – você sorriu.

         E então você fez algo que eu não esperava. Em um instante o jogo estava ao meu favor. No instante seguinte, sua rainha – que até hoje eu não sei de onde veio – estava do lado do meu rei. Antes mesmo de você falar eu já sabia. Só depois daquele movimento eu percebi que o seu bispo estava esperando estrategicamente e que seu cavalo estava livre para a jogada.

         – Xeque-mate. – você sorriu triunfante.

         Eu pisquei algumas vezes e o Albus alternava os olhares entre nós dois.

         – Não acredito que você fez isso, cara! – o Al gritou. – Ninguém além do tio Ron ganhou dela na vida.

         – Nos vemos nas férias, Weasley. – você juntou as peças e as guardou dentro do tabuleiro. – Eu te mando uma coruja com os dias e os horários. – você piscou para mim e saiu levando o jogo e com um Albus animado atrás de si.

         Você acabou se esquecendo dessa peça, Scorp. Da minha rainha que me fez perder o jogo e a aposta. Não pense que eu a guardei de proposito, muito pelo contrário. Eu acabei jogando-a no meu baú e ela acabou indo parar no meu armário e ficou por lá durante todo esse tempo.

         Você ficou tão concentrado em ganhar de mim e ganhar a aposta que não percebeu que, para mim, ganhar de ti era muito mais do que só um jogo ou uma aposta. Talvez, Scorp, se você não ficasse tão focado em só ganhar de mim, talvez ainda estivéssemos juntos. Porque, como você já sabe, foi por isso que terminamos.


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Notas finais do capítulo

Então, sinto que estou postando essa história muito rápido e vou explicar o por quê disso: estou aproveitando que esse feriado está bem tranquilo e adiantando essa história pois sei que durante as próximas semanas estarei ocupada com trabalhos e provas da faculdade.
Espero que continuem comentando e opinando.



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