Cara Guerreira
Anseio ir ao teu encontro, ver-te onde os olhos alheios não nos alcancem.
Não sei o que poderás pensar ao ler essas linhas, apenas irei manter a esperança de que não me tomarás por desonrada. Entenda que desde se concretizou a morte de meu senhor e marido, não havia recebido palavra alguma que tocasse meu coração como fizeram as tuas e nas noites de lua alta, tento trazer tua imagem à minha mente, montar teus traços físicos de forma que sejam palpáveis entre meus dedos.
Espero que possas vir logo, em breve confrontaremos outra vez os povos do Norte e meu coração adoece ao pensar que podes estar em viagem em tais dias, por mim. Lembra-te, minha Guerreira valente, de que assim como o céu plúmbeo* de uma nevasca, os tempos que se aproximam prometem trazer a frieza da morte.
A mim, pouco importa qual seja tua identidade, essa que tanto tentas esconder. Se estiveres ao meu lado nos tempos de cólera, garantirei que a ti, nada atingirá e poderemos vencer os bárbaros com rapidez.
Até lá, desejo que teu caminho seja de paz e que teu coração a traga para onde é esperada.
Com carinho, da tua Rainha.