Gibbs e a equipe esperam ansiosos por Abby no hospital modelo. Um quarto UTI estava preparado para Abby quando ela chegasse.

Um helicóptero posou no heliporto do hospital modelo. Alguns paramédicos desceram sendo observados por Gibbs, Tony, Ziva e McGee. Eles tiraram uma moça de dentro. Era Abby. Ela parecia ter sido muito agredida. Gibbs quase nem a reconheceu com tantos machucados no rosto. Os enfermeiros a colocaram numa maca e a levaram até o quarto preparado para ela.

Alguns enfermeiros transferiram Abby para a cama com uma grande velocidade. A conectaram no monitor cardíaco e um tubo traqueotômico. Gibbs olhava tudo de fora esperando que Abby conseguisse acordar. Gibbs se sentou com Tony na cadeira de fora do quarto.

— Estamos aqui de volta. – Disse Gibbs.

— É... - Disse Tony apenas.

— Eu prometi protege-la e falhei. Falhei miseravelmente nisso. – Disse Gibbs. Ele levantou e socou a parede. – Merda!! – Gritou Gibbs.

Tony sabia o que Gibbs sentia. Raiva. Frustação. Havia um longo número de adjetivos que ele poderia citar. Gibbs estava em cada um deles.

Ele entendia o que Gibbs sentia porque ele também sentia aquilo. Tony levantou da cadeira e foi ao banheiro. Abriu a torneira e jogou água no rosto.

— Aguente firme, Tony. – Disse para si mesmo. – Recomponha-se.

Ele saiu do banheiro e foi em direção as cadeiras. Gibbs estava lá sentado na ponta de uma delas.

Tony chegou e se sentou ao lado dele. Eles não trocaram uma única palavra. Tony tentou falar alguma coisa, mas foi impedido por Gibbs que se levantou.

Gibbs não conseguia parar de pensar em como poderia ter protegido Abby só com uma palavra antes de sair.

Uma enfermeira interrompeu os pensamentos dos agentes entrando no quarto de Abby de repente.

— Algum problema? – Perguntou Gibbs.

— Hora da tomografia. – Respondeu a enfermeira. – O médico quer ver a extensão dos danos causados pelas agressões.

Outra enfermeira apareceu para ajudar a primeira e levaram Abby em uma maca para o centro de tomografias. Gibbs foi seguindo as enfermeiras que não se opuseram a presença de Gibbs.

— Pode entrar aqui também agente Gibbs. – Disse uma enfermeira. – Acho que o médico é seu fã. Ele deu permissão para você ficar aqui.

Gibbs deu um sorriso meio de canto e se sentou em uma das cadeiras onde ele poderia ver Abby todo o tempo.

Abby foi colocado na máquina e o exame começou. Ela ainda dormia por causa da sedação que ela havia sido posta.

— Talvez a gente descubra se ela ficará com sequelas. – Disse o médico.

Gibbs parecia sorrir a cada menção do nome de Abby.

— Ela é forte. – Disse Gibbs. – Já passou por tanta coisa. Vai passar por mais essa.

O médico ficou espanto. Tudo o que ouvira sobre o Agente especial Leroy Jethro Gibbs é que ele era um rabugento incurável e que a cada palavra doce de alguém ele a rebateria comum xingamento.

— De onde vem tanta positividade Agente Gibbs? – Perguntou o médico.

— Abby me ensinou que devemos ser positivos ante as adversidades da vida. – Gibbs parecia convencido nas próprias palavras. – E que devemos enfrentá-las de frente. Sem medo de erros.

O médico concordou olhando para Gibbs e acenando.

— Mais dois Centímetros. – Gritou o médico.

A mesa onde Abby estava avançou um pouco mais.

— Bem ali. – Disse o médico. – O que é aquilo?

— Seja o que for Doutor, precisamos retirar. – Disse o assistente.

— Ótimo. – Disse o médico. – Prepare-a para a cirurgia.

— Cirurgia? – Perguntou Gibbs.

— Ela tem algo implantado na cabeça. – Disse o médico mostrando o exame recém feito. – Está vendo aquela coisa fina perto da região ocular?

— Sim. – Disse Gibbs. – O que é aquilo?

— Provavelmente um microchip usado para alguma coisa. – Disse o médico. – Posso dar para você depois da cirurgia.

— Agradeceria muito. – Disse Gibbs.

Ele saiu da sala de exames e voltou para perto de Tony. Ele estava dormindo na cadeira. Gibbs se sentou calmamente na cadeira. Tony acordou assustado e se acalmou depois de ver que era Gibbs.

— Como a Abby está? – Perguntou Tony.

— Vai para a cirurgia para tirar um microchip da cabeça dela. – Disse Gibbs.

— Quanto tempo de duração? – Perguntou Tony.

— Uma ou duas horas. – Disse Gibbs. – Vai ser feita com extremo cuidado. É uma área sensível.

Tony e Gibbs viram Abby sendo encaminhada para a sala de cirurgia. Tony tirou o celular e ligou para McGee e Ziva virem para o hospital.

McGee e Ziva chegaram com Vance, Ducky e Palmer para acompanhar a cirurgia de Abby.

— Aqueles que sabem rezar podem fazer. – Disse Gibbs. – Abby vai precisar. E muito.

Gibbs se sentou na cadeira e ali ficou todo o temo. Ele não sabia se chorava ou rezava.