Gibbs estava abraçado de Abby no apartamento enquanto ela dormia um pouco. Tony havia ido comprar algo comestível para o apartamento. Alguém bateu a porta e Gibbs ajeitou Abby no sofá. Apesar de Tony ter oferecido seu quarto para Abby Gibbs preferiu manter Abby com ele no sofá durante o dia. Era um ambiente ao qual ele teria fácil acesso se precisasse assim como seria bem mais fácil para Tony cuidar de Abby durante o tempo que ele estaria longe.

Gibbs pegou sua arma e olhou no olho mágico. Ele abaixou a arma e a guardou.

— Demoraram, hein? – Gibbs falou enquanto McGee e Ziva entravam.

McGee foi para perto de Abby e deu um beijo na testa dela. Ela não se mexeu. 

— Dei o remédio dela, Timothy. – Falou Gibbs tranquilizando McGee.

— Ela vai acordar logo McGee. – Disse Ziva.

— Ela precisa descansar um pouco. O dia foi agitado. Primeiro a invasão na minha casa agora essa ameaça aqui. – Disse Gibbs. – Estou começando a achar que seria melhor ela ter ficado no hospital.

— Você pode ir Gibbs. – Disse McGee. – Eu e a Ziva ficaremos aqui.

— Tony ainda não voltou. – Disse Gibbs. – Deve ter ido fazer a comida. – Brincou Gibbs.

Logo em seguida alguém bateu na porta. Gibbs olhou outra vez elo olho mágico. Era Tony carregado de compras.

— Demorou Dinozzo. – Disse Gibbs.

— Desculpa chefe. Busquei por um supermercado aberto. – Disse Tony. – Eles fecham cedo por aqui.

— O que comprou? – Perguntou Gibbs.

— Frutas, carnes, peixe e alguns ovos. – Disse Tony. – Comida saudável.

Gibbs ajudou Tony a guardar a comida no armário enquanto McGee e Ziva ficavam com Abby. Ninguém queria deixar Abby sozinha.

Passaram-se dois dias sem nenhum problema. Os agentes se revezavam. Gibbs chamou Tony em um canto.

— Ele ainda não veio atrás da Abby. – Disse Gibbs.

— O que será que ele está planejando? – Perguntou Tony.

— Há algo errado. Ele teve muito tempo. Abby ficou uma semana no hospital e já está a dois aqui no seu apartamento. Ele invadiu minha casa e roubou a folha de endereços da letra A. – Disse Gibbs. – Será que ele desistiu?

— Acho que sim. – Disse Tony.

Abby levantou do sofá e foi até Tony e Gibbs estavam.

— Quando posso voltar ao trabalho? – Perguntou Atraindo a atenção dos dois.

— Eu posso te levar amanhã lá na agência se isso te fará feliz. – Disse Gibbs.

— Eu agradeceria muito. – Disse Abby.

Gibbs sabia que não conseguiria tirar a idéia de Abby de voltar a trabalhar. Ela precisava se recuperar, mas estava entediada em casa sem fazer nada.

Tony alcançou uma bolsa com algumas roupas que McGee pegou no apartamento de Abby e ela as vestiu para ir à agência naquele dia. Gibbs mandou Abby ir no carro dele para a segurança dela apesar de saber que muito provavelmente Terry não a machucaria.

Vance os esperava na porta do elevador e para a surpresa de todos quando Abby saiu ele deu um abraço nela. Abby se assustou porque nunca imaginaria que Vance a abraçasse embora ela própria tenha pensado em abraça-lo muitas vezes, mas nunca o fizera por medo.

Ducky e Palmer vieram abraçar Abby. Eles ficaram felizes por ela estar melhor.

Abby desceu para o laboratório. McGee, Ziva e Tony a esperavam com uma faixa na entrada e um bolo cheia de confeitos para comemorar a volta da amiga.

— Obrigado gente. – Disse Abby abraçando os amigos.

Gibbs observava tudo em silêncio. Ele ficou feliz por Abby ter voltado a ser a mesma pessoa. 

Ele estava feliz apesar de estar incomodado com o sumiço repentino de Terry. O celular de Gibbs tocou com mais um caso para eles resolverem. Gibbs, McGee, Tony e Ziva foram atender ao chamado e Abby ficou sozinha no laboratório.

Gibbs já estava quase chegando na cena do crime quando freou o carro bruscamente.

— O que houve Gibbs? – Perguntou Tony.

— É exatamente o que aquele canalha quer. – Falou Gibbs.

— Do que está falando chefe? – Perguntou McGee.

— Não acham muita coincidência a gente ser chamado para uma cena de crime logo depois da Abby voltar a trabalhar? – Disse Gibbs.

— É chefe. Tem razão. – Disse McGee. – Acha que ele produziu a cena de crime para nos fazer deixar a Abby sozinha?

— Não acho McGee. Tenho certeza. – Disse Gibbs pegando o telefone.

— Para quem vai ligar chefe? – Perguntou Tony.

— Ducky. – Disse Gibbs. – Vou mandar Ducky cuidar da Abby enquanto a gente não chega na sede.

Gibbs discou alguns números e esperou Ducky atender.

— Droga. – Disse ele. – Caixa postal.

— Ducky nunca deixaria o telefone desligado. – Disse Tony.

Gibbs ligou para Vance.

— Vance. – Disse o diretor atendendo.

—Leon. É o Gibbs. Acho que Terry Spooner está vindo atrás da Abby. – Disse Gibbs.

— Como assim? – Vance se levantou da cadeira.

— A cena de crime foi uma estratégia para nos afastar de Abby. – Disse Gibbs.

— Já chegaram nela? – Perguntou Vance.

— Não preciso dizer o que vamos encontrar lá. – Disse Gibbs. – Ele usou a mesma tática quando tentou matar Abby no passado. Preciso que vá ao laboratório e traga Abby para a sua sala, Leon.

— Estou indo agora Gibbs. – Disse Vance desligando e apertando os botões do elevador.

O elevador desceu e chegou no laboratório.

— Abby. – Gritou Vance. – Abby. Onde você está?

Vance procurou Abby por todo o laboratório, mas não a encontrou. Desceu até a autopsia e encontrou Ducky e Jimmy amarrados nas duas mesas de autópsia. Ele desamarrou os dois.

— Onde a Abby está? – Perguntou Vance.

— Eles a levaram. – Disse Ducky. – Ficamos sob a mira de uma arma e fomos amarrados nas mesas.

— Quem levou Abby? – Perguntou Vance.

— Eram dois homens. – Disse Ducky. – Entraram pelo elevador de corpos.

Ducky ficou extremamente triste. Se culpando por tudo o que havia acontecido.

— Não se culpe Doutor. – Disse Vance. – Eles não podem ter ido longe. – Disse Vance. – Aqui é o diretor do NCIS solicitando bloqueio das entradas e saídas da base da marinha. – Disse ao telefone. – Ninguém entra ou sai da base sem revista completa nos carros. Uma agente foi sequestrada a cinco minutos.

Vance não sabia como contar para Gibbs que Abby havia sido levada. Ele temia gritos por parte do agente. Ele tomou coragem e ligou para Gibbs.

— Gibbs. – Disse o agente. – O que houve Leon?

— Onde vocês estão? – Perguntou Vance tentando mudar de assunto.

— Quase chegando. – Disse Gibbs. – E a Abby?

Vance não respondeu.

— Leon. O que houve? – Disse Gibbs parando o carro.

— É sobre a Abby. – Disse Leon. – Alguém invadiu o NCIS, amarrou Ducky e Palmer e levou Abby.

— Você só pode estar brincando comigo Leon. – Disse Gibbs gritando do outro lado da linha. – Como isso ode ter acontecido numa agência federal?

— Eles entraram pelo elevador da autopsia. – Disse Vance. – Amarram Ducky e Palmer nas mesas da autopsia e os amordaçaram. Depois foram ao laboratório e foram ao laboratório e pegaram Abby.

— Foram? – Perguntou Gibbs.

— Um ou mais. – Disse Vance. – Ainda estamos analisando as câmeras da agência. Mas não conseguimos identificar ninguém.

— Todo mundo que acessa a base precisa se identificar antes de entrar. – Disse Gibbs. – Eu sei que você é o diretor então pode pedir para que verifiquem os acessos recentes.

— Coloquei meia agencia nisso. – Disse Vance. – Ele não vai muito longe.

— Espero que sim. – Disse Gibbs. – Estamos quase aí.

Gibbs desligou e olhou para os outros agentes no carro.

— Ele a levou, não é? – Perguntou Tony.

— Sim Tony. – Disse Gibbs voltando a ligar o carro. – Amarrou Ducky e Jimmy e sequestrou Abby. Ele e seus comparsas. – Gibbs acelerou com o carro.

— Chefe. Não vamos conseguir salvar Abby se a gente morrer. – Disse Timothy.

Gibbs diminuiu a velocidade.  McGee ficou muito feliz com aquilo. Era a primeira vez que Gibbs fazia algo que alguém pedia. Ele sabia que era a Abby que ele precisava salvar.

Gibbs e a equipe chegaram a sede do NCIS. Ele entrou como um furacão na agência junto com Tony, Ziva e McGee. Vance os esperava na sala dos agentes.

— Como deixou isso acontecer? – Perguntou Gibbs nervoso.

— Calma, Agente Gibbs. – Disse Vance. – Estamos fazendo todo o possível para localizar Abby.

— Como deixou isso acontecer? – Perguntou Gibbs outra vez.

— Não fui rápido o bastante. – Disse Vance.

Gibbs soltou as chaves na mesa com uma raiva grande. Ele sentou na cadeira e deu um soco na mesa.

— Merda! – Gritou Gibbs. – Eu não devia ter deixado Abby sozinha. – Gibbs parecia querer socar alguém. – Eu quero uma pista, qualquer coisa que nos leve até a Abby. E quero agora.

McGee se aproximou de Gibbs com um papel.

— O que é isso, McGee? – Perguntou Gibbs.

— É algo que foi deixado no laboratório de Abby. – Disse McGee.

— "Ela vai pagar pelos erros passados e não há nada que você possa fazer para salva-la. E eu irei ter minha vingança, depois de todos esses anos. Posso até voltar para a cadeia depois, mas ela nunca mais verá a luz do sol." — Gibbs leu o papel e o amassou de tanta raiva. – Filho da puta.

Gibbs se levantou da mesa e se colocou em uma altura que conseguia falar com todo mundo ao mesmo tempo. Dava até para ver a raiva que havia em seus olhos.

— Atenção todo mundo! – Começou Gibbs para toda as pessoas presentes na sala. – Esse homem levou a Abby desse prédio há mais ou menos uma hora. – Disse mostrando uma foto de Terry Spooner. – O primeiro que tiver uma pista de onde esse animal estiver que seja válida vai ganhar um prêmio e vai poder escolher entre uma promoção de cargo ou 1 milhão de dólares em dinheiro vivo. – Gibbs desceu de onde estava.

Viu que que todo mundo estava dando o máximo de si mesmos depois de tudo aquilo.

— Isso vale para vocês três também. – Disse Gibbs para McGee, Tony e Ziva.

— Estou em contato com empresas de transporte da base. – Disse McGee. – Talvez alguma delas tenham sido contadas por ele para aluguel de automóvel.

— Estou verificando voos de aeroportos particulares e públicos. – Disse Tony. – Se ele veio para Washington nas últimas horas ele pode ter alugado um jatinho ou usado um nome falso.

— Estou em contato com fontes do meu tempo de Mossad. – Disse Ziva. – Eles sempre sabem de algo.

— Eu vou verificar como ele passou pela segurança. – Disse Gibbs. – Se ele ousar machucar a Abby ele vai ganhar uma bela bala na testa.

Quando Gibbs olhou para fora o dia já tinha acabado e a noite havia começado.

— Eu vou te encontrar Abby. – Disse Gibbs baixinho. – E ele vai me pagar.